No Brasil, parte dos trabalhos de pesquisa realizados por especialistas na vida marinha agora estão disponíveis para o público e educadores por meio do site “Cifonauta”, que abrange mais de 11 mil fotografias de seres do mar, além de vídeos e explicações.
Com nome de uma larva marinha, o site foi desenvolvido, nas versões em português e em inglês, pelos biólogos Álvaro Migotto e Bruno Vellutini, ambos do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (Cebimar), localizado em São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo.
Além dos periódicos científicos – O banco de dados virtual mostra a fundo as espécies pesquisadas no instituto, expandindo conteúdo que antes podia ser encontrado apenas em publicações científicas, direcionadas a um público restrito.
“A nossa ideia surgiu há alguns anos, devido à carência de conteúdo científico voltado aos organismos marinhos, principalmente aqueles encontrados na biota marinha (conjunto de seres da fauna e flora) brasileira”, disse Álvaro Migotto.
Atualmente, existem 11.075 fotos, 270 vídeos de cerca de 300 espécies encontradas no país e em outras partes do mundo. “Muitas pessoas nos procuravam interessadas em imagens. Agora isto tudo fica disponível em um único local para que a população consiga visualizar e entende melhor os organismos aquáticos. Temos esperança de que o site sirva para aumentar o potencial da educação na área de biologia, além de ser uma divulgação científica”, disse o biólogo.
Museu vivo virtual – Segundo Migotto, ainda há poucos trabalhos de conservação da biodiversidade marinha devido à falta de conhecimento de grande parte da população. Ela afirma que mesmo os documentários ou programas produzidos por redes de televisão mostram, principalmente, animais aquáticos que já são difundidos, como grandes peixes ou mamíferos aquáticos.
“Seres unicelulares e microscópicos, considerados os mais importantes do oceano porque sustentam as cadeias alimentares, são pouco difundidos, até porque eles são muito pequenos e podem ser vistos apenas com equipamentos. É no mar que está o início da vida”, explica.
Além disso, ele afirma que muitos organismos podem desaparecer com a mudança climática, devido à acidificação dos oceanos ou mesmo a elevação da temperatura no fundo do mar, o que fortalece a ideia de arquivar o histórico das espécies.
A ampliação do banco de dados vai acontecer em um primeiro momento apenas por pesquisadores e estudantes do Cebimar. “Queremos incluir dados de peixes, aves marinhas e outras espécies. Mas por enquanto não podemos gerenciar esta atividade porque o site vai continuar evoluindo”, disse o biólogo.
(Fonte: Eduardo Carvalho/ Globo Natureza)
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