Ele explica que as vértebras são utilizadas para observar marcas de crescimento nos tubarões, similares as que encontramos nas árvores, embora nem todas as espécies de tubarão permitam esse tipo de estudo. “Mesmo que não seja possível determinar a idade, levaremos para o laboratório de histologia, para análise da composição de cálcio”.
Além da vértebra, foram retirados o trato reprodutivo e o gastro-intestinal para estudos posteriores. Antes, o animal foi pesado – totalizando 42,7 kg. Para a morfometria completa, foi realizada a medição de 80 variáveis, que servirão para comparação com outros estudos realizados em São Paulo e no Japão ¿ local onde foi encontrado o maior número de exemplares da espécie.
Os trabalhos foram iniciados no sábado. O tubarão-duende recebeu injeções de formol e ficará depositado em tanque com o mesmo líquido por 20 dias (processo de fixação). Depois, irá para um tanque com álcool 70%, integrando a coleção científica da FURG.
Para o professor Santiago Quijano, a captura do tubarão-duende no Rio Grande do Sul comprova a existência da espécie em todo litoral brasileiro e estende o limite de distribuição da espécie até 33º Sul. No Atlântico Ocidental, apenas quatro tubarões-duende haviam sido colecionados.
“O primeiro no Suriname, em 1983, e levado para o Japão; o segundo coletado no Golfo do México em 2002, que constituiu o único registro para América do Norte; o terceiro no Pará, em 2003, e depositado no Museu Oceanográfico da Univali; e o quarto coletado no litoral de São Paulo, em 2008, e depositado na Unesp”, conta o professor.
O exemplar, com 2,3 m de comprimento, foi doado ao Museu Oceanográfico da FURG e repassado pelo diretor do Museu, Lauro Barcellos, ao Laboratório de Elasmobrânquios do Instituto de Oceanografia (IO/FURG) no dia 21 de setembro.
(Fonte: Portal Terra)
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