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domingo, 16 de outubro de 2011

Empresa têxtil que recebeu lixo hospitalar dos EUA espera mais 14 contêineres de material suspeito

A empresa pernambucana responsável pelos dois contêineres com lixo hospitalar apreendidos nos últimos dias no Porto de Suape, em Pernambuco, vai receber outros 14 contêineres vindos dos Estados Unidos na próxima semana.

A agência marítima responsável por transportar a carga – ela também trouxe o material já retido – informou à Receita Federal e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que os contêineres foram despachados pela mesma empresa exportadora norte-americana que enviou mais de 46 toneladas de resíduos classificados como potencialmente infectantes pela legislação sanitária brasileira.

De acordo com a documentação de importação, os contêineres devem chegar ao porto pernambucano no próximo sábado e contêm retalhos de tecido. Nas apreensões feitas esta semana, os documentos também informavam que a carga era composta por tecido de algodão com defeito. No entanto, ao inspecionar o material, os fiscais encontraram toneladas de lençóis, fronhas, toalhas de banho, batas, pijamas e roupas de bebês. Parte das peças continha a identificação de hospitais norte-americanos e estava suja de sangue. Também havia seringas, luvas hospitalares, cateteres, gazes e ataduras em meio ao material.

“Não sabemos o que, de fato, há nesses contêineres que estão chegando, mas, por precaução, vamos inspecionar tudo tão logo a embarcação atraque [em Suape]”, disse à Agência Brasil a coordenadora de Portos e Aeroportos da Anvisa em Pernambuco, Carla Baeta.

O nome da empresa pernambucana continua sendo mantido em sigilo. Porém, Anvisa confirmou se tratar de uma companhia têxtil de Santa Cruz do Capibaribe, uma das cidades do polo de confecções pernambucano, a 185 quilômetros da capital Recife.

Nesta sexta-feira (14), a Receita Federal acionou o Ministério Público Federal para entrar no caso. As autoridades investigam três hipóteses: se a empresa pernambucana não sabia o que havia dentro dos contêineres vindos dos EUA, se sabia e pretendia descartar o material indevidamente no Brasil ou se tinha conhecimento que era lixo hospitalar e, mesmo assim, planejava usar o tecido em sua produção.

(Fonte: Alex Rodrigues/ Agência Brasil)

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