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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Brasil quer garantir no Catar metas ambientais para o mundo a partir de janeiro

O Brasil deve pressionar outros 190 países para que seja definida ainda este ano a segunda etapa de compromissos do Protocolo de Kyoto, ao participar, a partir de segunda-feira (26), da 18ª Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP18), em Doha, capital do Catar. O país defende que as novas obrigações sejam estabelecidas a tempo de começarem a valer a partir de janeiro de 2013. O Tratado de Kyoto, que define metas e limites de emissão de gases de efeito estufa para os países desenvolvidos, expira no final deste ano. A nova fase do acordo é a maior expectativa do Brasil e, talvez, a única aposta de especialistas, como saldo da COP18, que prossegue até 7 de dezembro. Especialistas e observadores que vão participar da conferência também acreditam que o avanço nessa proposta deve ser o único resultado concreto de Doha. Alguns países declararam que não seguirão o conjunto de obrigações jurídicas previstas no tratado. Mas os negociadores brasileiros não acreditam que a ausência de propostas obrigatórias do Japão, do Canadá e da Rússia esvazie o acordo ou minimize os esforços que já vêm sendo feitos desde 1992. Nas últimas entrevistas concedidas à imprensa, diplomatas do Brasil têm ressaltado que, mesmo não sendo signatárias, essas economias devem apresentar metas voluntárias para redução de emissões de gases de efeito estufa. O Japão, por exemplo, se propôs a realizar cortes absolutos de 25% das emissões de gases de efeito estufa até 2020, levando-se em conta os níveis de 1990. No Brasil, a meta de corte é 39% até 2020, também considerando os níveis de duas décadas atrás. Para os negociadores brasileiros, os resultados e a ambição das metas assumidas pelos países que ainda não têm compromissos internacionais devem funcionar como pressão para que delegações de países desenvolvidos adotem medidas mais rigorosas para minimizar os impactos provocados pela elevação de temperatura no mundo. Além das propostas, os negociadores também terão que se debruçar sobre o prazo de validade do novo tratado. A atual etapa do protocolo vigorou por cinco anos. Inicialmente, a proposta é que a nova rodada seguisse o mesmo período. Mas, dessa forma, o tratado terminaria ao final de 2017. O problema é que o acordo que substituirá essa segunda etapa de Kyoto só entrará em vigor em 2020. Conhecida como Plataforma de Durban, o compromisso global foi assumido no ano passado por todos os países que participaram da conferência na África do Sul. O acordo global terá metas obrigatórias para todos os países, que serão definidas até 2015, mas que serão cumpridas apenas a partir de 2020. (Fonte: Carolina Gonçalves/ Agência Brasil)

rosão por mudanças climáticas atinge 84% das praias cubanas

Um levantamento feito em 413 praias cubanas apontou que 84% dos locais apresentam “algum indício de erosão” por causa da mudança climática, segundo informaram nesta sexta-feira (23) especialistas do Instituto Nacional de Oceanologia e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Cuba. As informações são da agência Ansa. Os especialistas avaliaram “a provável resposta aos diferentes perfis das costas arenosas no país à subida do nível médio do mar”. José Luis Juanes, chefe do departamento de Processos Costeiros do Instituto, disse que 35 praias do arquipélago fazem parte de uma rede de monitoramento nacional para detectar “as variações morfológicas e outras transformações que podem ocorrer no ecossistema, devido às mudanças climáticas”. Os trabalhos se baseiam em investigações sobre “perigos e vulnerabilidades”, que revelaram erosão em mais de 400 praias do país. Cuba desenvolve um projeto para fazer prognósticos e busca medidas para evitar a penetração do mar, que pode causar as erosões nas zonas costeiras. (Fonte: Portal Terra)

Equipamento brasileiro mede percentual de gordura em 30 segundos

Modelo 3D Pesquisadores da USP em São Carlos desenvolveram um equipamento de avaliação corporal que mede o percentual de gordura nas pessoas de forma mais rápida, precisa e confortável do que outros métodos existentes no mercado. O aparelho, batizado de All Body Scan 3D, escaneia o corpo inteiro em 30 segundos, e gera um modelo tridimensional do paciente. O equipamento tem aplicação tanto em clínicas de fisioterapia como em academias de ginástica. A pesquisa teve início há dez anos e, segundo o coordenador Mario Gazziro, a ideia era apenas substituir as fitas métricas na avaliação de circunferências corporais. Porém, ao longo de seu desenvolvimento - que contou com o apoio de especialistas clínicos - o projeto ampliou essas possibilidades. "Foi assim que chegamos ao equipamento de hoje, que realiza a avaliação de composição corporal completa e também análise postural", disse o pesquisador. Padrão-ouro Para fazer o escaneamento completo do corpo, o equipamento utiliza a tecnologia do Kinect, um sensor de videogames. Usando um trilho circular, o aparelho dá uma volta de 270 graus em torno do paciente, criando um modelo do corpo em 3D e transferindo os dados volumétricos para o software no computador. "São trinta segundos para escanear o corpo inteiro, mais dois minutos para processamento no computador. O tórax, porém, é escaneado nos primeiros sete segundos, tornando o equipamento confortável para uso, pois é necessário prender a respiração. Após este processo, o equipamento realiza o escaneamento da pélvis e pernas", explicou Gazziro. Além da rapidez, o diferencial do All Body Scan 3D para outros equipamentos de avaliação corporal já existentes é a precisão, que chega próxima ao que especialistas chamam de "padrão-ouro". Trata-se do mais preciso método de medição de gordura corporal, por pesagem hidrostática em tanque d'água. A margem de erro nos resultados fica próxima a 1,5%, inferior aos 5% dos demais métodos. O software também armazena, exibe e permite exportar esses dados para outros sistemas. Avatares e provadores digitais Segundo Gazziro, a geração de modelos 3D do corpo humano está apenas no começo de sua exploração. "A utilização em saúde é uma das primeiras aplicações, mas o futuro reserva utilização em jogos para criação de avatares, ou provadores de roupas digitais, por exemplo. Não será de se admirar que um dia os scanners 3D forem tão comuns quanto são as balanças de peso nas farmácias. Tendo em mente as diversas aplicações, essa área demonstra um enorme potencial industrial de mercado além de prestação de serviços", concluiu o pesquisador. Agência USP

Antes mesmo de começar, conferência do clima realizada no Catar gera polêmica

Quando o Catar foi escolhido para sediar as negociações das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, ambientalistas ficaram de cabelos em pé. As negociações já estavam problemáticas, com poucos resultados na última conferência realizada na África do Sul em 2011. No entanto, agora as discussões de alto nível vão acontecer em um dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que mostrou pouco interesse nas mudanças climáticas e ainda por cima destacou um ex-ministro do petróleo para liderar as negociações que começam nesta segunda (26). “Organizações não governamentais estão com uma mistura de sentimentos sobre isso”, disse Wael Hmaidan, ativista libanês e diretor da Climate Action Ntwork. “Alguns estão muito preocupados e acham isso um sinal de que o Catar não está comprometido com as negociações climáticas. Outras pessoas acreditam que é uma oportunidade de ter um debate mais elevado sobre clima na agenda política da região”, disse. Ativistas também reclamam que o Catar tem demonstrado pouca liderança e sendo pouco transparente que os países sede das conferencias anteriores. Uma das organizações não governamentais que está fazendo mais barulho é a Avaaz, que afirma: “Ter um dos lideres da OPEP encarregados nas discussões climáticas é como pedir ao Drácula para tomar conta do banco de sangue”. Eles também estão criticando a liderança do Catar por também aceitarem uma grande conferência sobre petróleo no mesmo ano que sediam a conferência do clima. Publicamente, delegados têm evitado fazer críticas. Os dirigentes das Nações Unidas na Conferência do Clima afiram que as preparações estão encaminhadas. “Eu não estou preocupada”, disse Christiana Figueres, secretária executiva da Convenção das Nações Unidas para Mudança Climática. “Estamos muito agradecidos por Catar não só ter se oferecido, como literalmente ter brigado pela oportunidade e privilégio de sediar a conferência”, disse. Sediar a conferência é parte da campanha do país de se projetar como uma potência, após ganhar a disputa para abrigar a Copa do Mundo de 2022 e coibir revoltas na Síria e na Líbia. A conferência também pode dar à família real do país a oportunidade de mudar a percepção mundial sobre a região, que no passado estava preocupada apenas com a proteção de suas vastas reservas de petróleo. Aparentemente, o Catar e seus vizinhos do Golfo Pérsico acreditam que este quadro é antiquado. Os Emirados Árabes Unidos apoiou a extensão do Protocolo de Kyoto, que põe metas para redução das emissões de gases causadores do efeito estufa em países industrializados. Eles também foram os primeiros entre os países do Golfo a assinar o acordo de Copenhague em 2009. Até mesmo a Arábia Saudita, que no passado liderou a oposição sobre as negociações sobre mudança climática para proteger sua produção petrolífera, passou a agitar a equipe de negociadores. “Eu descrevo o Catar com o epicentro das mudanças climáticas. Não há água, nem comida. É um deserto estéril”, disse Fahad Bin Mohammed al-Attiya, diretor do comitê que organiza a COP18 em Doha. “Qualquer problema na estação da colheita ou produtividade fora do Golfo vai impactar diretamente no nosso acesso a a comida e com poços globais razoáveis”, disse. Tanto o Catar como os Emirados Árabes Unidos estão trabalhando para a construção de prédios verdes. Catar afirma que vai ter 20% de sua matriz energética em energias renováveis até 2024, enquanto a Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos anunciaram planos de altos investimentos em energia solar. “Nos não queremos continuar sendo vistos como exportadores de barris de petróleo ou de gás em dutos”, disse o sultão Ahmed al-Jaber, executivo chefe do escritório de Masdar e enviado especial de energia e mudanças climáticas dos Emirados Árabes Unidos. No entanto, ativistas querem ver mais do que conversas na conferência do clima. A ex-presidente da Irlanda, Mary Robinson , disse que eles deveriam assumir metas voluntárias de corte de emissões, como fez o México, que sediou a conferência em 2010. As emissões totais dos países do golfo são uma fração das emissões da China e dos Estados Unidos, mas estipular uma meta acabaria por inspirar outros países a tomar a mesma atitude. Ativistas também afirmam que os países do Golfo deveriam fazer mais para cortar subsídios de combustíveis, que fazem com a gasolina em muitos países seja mais barata que água engarrafada. (Fonte: Portal iG)

Diabetes mata mais que aids e trânsito no Brasil

Dados do Ministério da Saúde divulgados na terça-feira (13) indicam que 54 mil brasileiros morreram em 2010 em decorrência do diabetes. Isso significa que a doença matou quatro vezes mais do que a aids (12 mil óbitos) e superou o total de vítimas de trânsito (42 mil) no país. A pasta alertou que o total de mortes provocado pelo diabetes é ainda maior quando se considera que a doença age como fator de risco para outras enfermidades, como câncer e doenças cardiovasculares. Em 2010, o diabetes esteve associado a 68,5 mil mortes, o que totaliza cerca de 123 mil mortes direta e indiretamente. De 2000 a 2010, a doença foi responsável por mais de 470 mil mortes em todo o Brasil, enquanto a taxa de mortalidade avançou de 20,8 para 28,8 casos para cada 100 mil habitantes. As mulheres são as principais vítimas e responderam, em 2010, por 30,8 mil mortes contra 24 mil entre os homens. Em 2000, 20 mil mulheres morreram por causa do diabetes, ante 14 mil homens. A faixa etária com o maior número de mortes, em 2010, é acima dos 80 anos, totalizando 15,7 mil. O número mais que dobrou quando comparado ao ano 2000, quando 6,7 mil mortes foram notificadas na mesma faixa etária. Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o diabetes constitui um problema contemporâneo. Ele lembrou que, atualmente, 15% da população brasileira são obesos e que o quadro é um facilitador para a doença. “Esta é a hora de revertermos a possibilidade do nosso país ser cada vez mais um país de diabéticos”, disse, ao citar mudanças como melhoria dos hábitos alimentares e aumento da atividade física. “É um momento fundamental para que o conjunto da população brasileira, sobretudo os profissionais de saúde, tenham atitudes em relação à prevenção”, completou. No ano passado, o governo federal lançou o Plano de Ações para o Enfrentamento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, que inclui medidas para a redução de casos e de mortes por diabetes. A meta é alcançar queda de 2% ao ano nas mortes prematuras provocadas por doenças crônicas, a partir da melhoria de indicadores relacionados ao consumo de álcool, alimentação inadequada, sedentarismo e obesidade, fatores considerados de risco para o diabetes. (Fonte: Paula Laboissière/ Agência Brasil)

Unesco enterra duas cápsulas do tempo para gerações futuras

Duas cápsulas do tempo com mensagens e objetos para as gerações futuras foram enterradas nesta quinta-feira no pátio da sede da Unesco em Paris com o objetivo de serem abertas somente em 2062. Por ocasião do Dia Mundial da Filosofia, criado pelo órgão “para fomentar essa disciplina que favorece o pensamento crítico e independente e promove a tolerância e a paz”, cidadãos de todo o mundo enviaram mensagens e objetos que desejam fazer chegar a quem viver na Terra daqui a 50 anos. O órgão com sede em Paris declarou hoje que se trata de uma iniciativa “que serve como lembrete de que a solidariedade entre gerações é fundamental para uma paz duradoura”. No total, cerca de 300 mensagens escritas majoritariamente por crianças e jovens de dezenas de países foram enterradas em dois cilindros metálicos em um ato organizado pela diretora geral, Irina Bokova, e ao qual foram crianças de escolas primárias locais. A maioria dos bilhetes guardados nas cápsulas desejavam às gerações do futuro mais compreensão entre as culturas, enquanto entre os objetos se incluíram telefones celulares e pen drives com canções na memória. “O antídoto à tendência muito comum de só nos preocuparmos conosco mesmos é desenvolver desde cedo o hábito de se preocupar com os outros. Essa atitude não só evita ficar obcecado consigo mesmo, mas é de grande ajuda em qualquer fase da vida”, escreveu a Nobel de Medicina Rita Levi-Montalcini em uma das cartas. (Fonte: Portal Terra)

Diabetes infantil já preocupa no Brasil

Dia Mundial do Diabetes Pelo menos 346 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem algum tipo de diabetes, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). O órgão alerta, entretanto, que o número pode dobrar até 2030, caso não haja intervenção no cenário global. Atualmente, quase 80% das mortes provocadas pela doença são registradas em países de média e baixa rendas. Durante Dia Mundial contra o Diabetes a OMS pediu maior atenção para um problema cujas taxas de incidência estão aumentando em todo o planeta e também cobra dos governos ações para prevenir novos casos. Tipos de diabetes O diabetes é uma doença crônica provocada pelo mau funcionamento do pâncreas, que deixa de produzir insulina em quantidade suficiente ou quando o corpo não consegue efetivamente absorver a insulina que produz, o que aumenta a concentração de glicose no sangue (hiperglicemia). O diabetes tipo 1 se caracteriza pela ausência de produção de insulina. Os sintomas podem aparecer abruptamente e incluem excesso de excreção de urina, sede, fome constante, perda de peso, alterações na visão e fadiga. O diabetes tipo 2 é provocado pelo uso ineficiente da insulina e geralmente resulta de excesso de peso e sedentarismo. Os sintomas podem ser similares aos do diabetes tipo 1, mas geralmente são menos marcantes. Por essa razão, muitos casos são diagnosticados em estágio mais avançado, quando as complicações já começam a aparecer. Até recentemente, a doença era identificada apenas em adultos, mas já há casos entre crianças. O quadro de diabetes gestacional é resultado de hiperglicemia identificada pela primeira vez durante a gravidez. Os sintomas mais comuns são similares aos do diabetes tipo 2, embora esse tipo da doença seja geralmente identificado durante o pré-natal e não por meio de sintomas. Diabetes infantil No Brasil, o que mais preocupa é o avanço do diabetes infantil. A doença, que geralmente se manifesta na maturidade, já registra diversos casos entre crianças e adolescentes. "Houve mudanças nos hábitos das crianças. Elas convivem muito com videogame e computador e reduziram as atividades físicas. A alimentação também mudou, elas comem muito enlatado, fast food", disse o endocrinologista Gustavo Francklin. De acordo com o especialista, crianças e adolescentes diabéticos devem praticar atividade física regular pelo menos quatro vezes por semana e manter uma alimentação saudável, comendo de cinco a seis vezes por dia. Devem ser evitados gorduras e carboidratos. "Batata frita, sanduíche, sorvete, chocolate e biscoito são alimentos hipercalóricos e geralmente atrativos. São guloseimas e os pais acabam cedendo, já que é tudo mais fácil, mais prático", completou. Obesidade Para o presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Balduino Tschiedel, o aumento da obesidade entre crianças e adolescentes e o aumento de casos de diabetes tipo 2 nessa faixa etária podem significar o aparecimento de complicações ainda mais cedo, como problemas renais crônicos e amputação de membros. "O diferencial do tipo 2, além de ser [possível prevenir], é que ele é tratável com mudanças de estilo de vida. Para o tipo 1 isso não adianta muito, já que foi uma doença autoimune que provocou o quadro", explicou. Dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) indicam que cerca de 12 milhões de pessoas no Brasil sofrem da doença, dos quais 90% a 95% têm o tipo 2. O Brasil tem cerca de 2,8% da população mundial, mas o dado da SBD propõe que os brasileiros representem 3,5% do total de doentes apontados pela OMS em todo o mundo. http://www.diariodasaude.com.br

terça-feira, 20 de novembro de 2012

10 propostas da geoengenharia para salvar o planeta

O clima em nosso planeta está sempre em mudança, com os seres humanos interferindo nelas ou não. Ao longo de seus 4,5 bilhões de anos de existência, a Terra já passou por eras de extremo calor a extremo frio. Há mais de 25 milhões de anos, a Antártica era um paraíso tropical. Com o congelamento dos polos, o planeta entrou em um período em que a evolução dos seres humanos e das outras espécies se tornou possível. Vivemos em um clima que é ideal para nossa sobrevivência. Mas a pergunta que assusta e intriga pessoas ao redor do mundo é: até quando será assim? Para que nossa espécie sobreviva, é necessário manter o clima em seu estado atual. Muita gente acredita que nós só conseguiremos manter a Terra em boas condições climáticas com a ajuda da tecnologia. Falando mais especificamente, com a ajuda da geoengenharia, que é a ciência que estuda os meios de manipulação do clima através da tecnologia, de forma controlada. Com as previsões cada vez mais pessimistas sobre o futuro do clima em nosso planeta, surgem diversas propostas para tentar frear o aquecimento global. Mas, enquanto a geoengenharia promete resolver os problemas climáticos do planeta, céticos acreditam que os efeitos colaterais poderiam ser catastróficos. Quais são os principais objetivos da geoengenharia? Para manter o clima em seu estado ideal, é necessário manter os polos gelados. E quanto mais carbono é lançado no ar, mais difícil é manter o clima assim. Também é necessário manter os oceanos alcalinos. Quando há muito carbono na atmosfera, o gás se dissolve nos oceanos, transformando-se em ácido carbônico. Esse fenômeno, chamado de acidificação oceânica, mata diversas criaturas marinhas, que são centrais na cadeia alimentar. Sem eles, muitas espécies poderiam morrer rapidamente. Portanto, os objetivos principais da geoengenharia são manter o clima frio, diminuir lançamento de carbono no ar e combater a acidificação dos oceanos. Abaixo, confira dez propostas da geoengenharia para salvar o planeta: 1 – PARAR DE USAR COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS Essa talvez seja a proposta mais urgente para salvarmos o planeta – e a nossa existência. Se pararmos de usar combustíveis fósseis (que liberam carbono), o clima poderia voltar a se resfriar, embora muito lentamente. Acredita-se que muitas das mudanças climáticas antigas na Terra foram causadas por gigantescos vulcões que liberaram muitos gases e carbono, que se assemelham aos elementos que lançamos a partir de fábricas e carros atualmente. Os combustíveis fósseis são usados em larga escala desde a Revolução Industrial, que poderia ser comparada, metaforicamente, com um grande vulcão. Mas será que as empresas vão se propor a parar de emitir poluentes derivados de combustíveis fósseis algum dia? 2 – TORNAR AS NUVENS MAIS REFLEXIVAS As nuvens são uma importante forma de manter o planeta frio, pois elas refletem a luz de volta para o espaço. Uma ideia da geoengenharia é tornar as nuvens mais reflexivas. Alguns cientistas sugeriram lançar partículas de sulfato, que são altamente reflexivas, nas nuvens. Entretanto, não existe nenhuma certeza de que essas nuvens “super-reflexivas” poderiam afetar os padrões climáticos. Além disso, essa seria apenas uma solução de curto prazo, pois as nuvens teriam que receber tratamento constante. 3 – AEROSSÓIS ESTRATOSFÉRICOS Alguns geoengenheiros creem que tornar as nuvens mais reflexivas não seria a melhor solução. Outra opção seria bombear partículas reflexivas acima da camada de nuvens, na estratosfera. A vantagem é que essas partículas poderiam ficar suspensas na estratosfera por muitos anos. Mas, obviamente, essa seria uma solução de curto prazo também. 4 – ESPELHO GIGANTE NO ESPAÇO Outra ideia maluca é colocar um espelho gigante em órbita para reduzir a incidência de raios solares na superfície terrestre. Isso descartaria a possibilidade de bombardear as nuvens com partículas de sulfeto. Parece ficção científica, não é? 5 – PLANTAR ÁRVORES Sim, o que todos os ambientalistas do mundo defendem: devemos plantar árvores. Elas são o sistema de filtragem natural da Terra, pois captam o dióxido de carbono e liberam oxigênio. Nossa espécie já desmatou (e desmata) muito. Então, devemos plantar novamente para controlar o clima do planeta. 6 – MAIOR INTEMPERISMO O intemperismo é um dos sistemas de filtragem natural do planeta. O fenômeno acontece com o desgaste das montanhas com o vento e chuva. As rochas são quebradas com o tempo, e elas puxam o carbono da atmosfera através de um processo químico complexo. Em seguida, as pedras são arrastadas para o fundo do mar, onde “guardam” carbono. Esse carbono fica armazenado por milhões de anos no fundo do oceano. Alguns cientistas acreditam que seria possível acelerar esse processo, espalhando rochas pré-intemperizadas em vários lugares do planeta. Ao invés do fenômeno demorar milhões de anos, o carbono seria retirado do ar rapidamente. 7 – FERTILIZAÇÃO DOS OCEANOS Uma ideia que surgiu é a de despejar pó de ferro no oceano, que é o alimento preferido das cianobactérias e outras criaturas unicelulares que sugam o dióxido de carbono do ar. Isso já foi tentado algumas vezes, mas não funcionou. As cianobactérias não afundam o suficiente no oceano, e acabam liberando o carbono de volta para a atmosfera. 8 – DIMINUIR A ACIDEZ DO OCEANO Um dos maiores sumidouros de carbono é o oceano. Mas ele já absorveu tanto carbono que está se tornando ácido e incapaz de absorver mais sem grandes danos. É por isso que os geoengenheiros se perguntam como tornar o oceano menos ácido novamente. Cientistas acreditam que isso só seria possível com um enorme projeto que incluiria o despejo de grandes quantidades de calcário, silicatos, hidróxidos de cálcio e outras substâncias que induzem a alcalinidade no oceano. Mas isso seria arriscado, pois poderia mudar drasticamente o comportamento marinho. 9 – PURIFICAÇÃO DO AR Alguns pesquisadores acreditam que seria possível inventar sistemas de purificação de ar gigantes que puxassem o dióxido de carbono do ar, e depois o bombeassem para grandes cavernas abaixo da superfície da Terra. Sob grande pressão, o dióxido de carbono permaneceria por lá por milhões de anos. 10 – USO DE BIOCOMBUSTÍVEL Quando se queima biocombustível, que é o combustível de origem biológica não fóssil, obtemos energia verde. Muitos defensores do biocombustível apontam que esse processo cria um sistema de sequestro de carbono positivo. Seria possível enterrar o subproduto rico em carbono, resultante da queima de biocombustível, e ainda enriquecer o solo. [io9/Ciência Hoje]

10 temperos e ervas que ajudam a emagrecer

1 – GINSENG Algumas formas de Ginseng (também conhecido como “erva milagrosa”, “raiz que cura todos os males” ou “raiz da vida eterna”) podem acelerar o metabolismo e aumentar a energia. Panax ginseng em particular pode ajudar a perder peso, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Maryland (EUA). Essa planta é muito usada na medicina tradicional chinesa e considerada boa para a longevidade. 2 – PIMENTA CAIENA O principal ingrediente da pimenta caiena, a capsaicina, ajuda a queimar gordura e suprimir o apetite. Também aumenta o metabolismo, fazendo o corpo queimar mais calorias, de acordo com pesquisa da Universidade de Purdue (EUA). 3 – CANELA Segundo estudos, a canela reduz o açúcar no sangue e o nível de colesterol LDL (o “colesterol ruim”). Também pode aumentar o metabolismo e os níveis de insulina, diminuindo a chance de desenvolver diabetes. 4 – PIMENTA PRETA A pimenta preta (pimenta preta, pimenta verde e pimenta branca são na verdade o mesmo fruto (Piper nigrum); a diferença de cor é um reflexo dos vários estágios de desenvolvimento e métodos de processamento) pode aumentar o metabolismo através do seu componente principal, a piperina. Não só a pimenta preta melhora a digestão, como também ajuda a queimar gordura mais rapidamente. Segundo estudo da Universidade de Oklahoma (EUA), a pimenta preta pode potencialmente queimar tantas calorias quanto as gastas em uma caminhada de 20 minutos. 5 – DENTE-DE-LEÃO Sim, dente-de-leão é uma flor, que por sua vez pode ser consumida em sua forma bruta (e está entre os quatro primeiros vegetais com melhor valor nutricional). Dentes-de-leão limpam o corpo e têm digestão lenta, fazendo você se sentir mais satisfeito. 6 – MOSTARDA Mostarda é ótima ferramenta de perda de peso. Pesquisadores do Instituto Politécnico de Oxford (Inglaterra) afirmaram que uma colher de chá de mostarda pode acelerar nossa taxa metabólica em quase 25%. 7 – CÚRCUMA Essa especiaria laranja comumente encontrada na Índia ajuda a quebrar a gordura e regular o metabolismo do organismo. Segundo estudo da Universidade de Columbia, também pode ajudar a reduzir os riscos de diabetes. 8 – GENGIBRE Pesquisas mostram que o gengibre pode suprimir o apetite, ajudar na digestão, remover toxinas e elevar a temperatura do corpo para aumentar nosso metabolismo. Praticamente um super-herói da saúde. 9 – CARDAMOMO Cardamomo estimula o metabolismo e é pobre em gordura saturada. Também pode promover uma digestão saudável e aparentemente melhora o hálito. Há ainda reivindicações de que o cardamomo apresenta propriedades antissépticas, diuréticas, expectorantes e laxantes. Pode ser usado em cafés, saladas, pães, carnes, pudins, etc. 10 – COMINHO Essa planta medicinal ajuda no processo digestivo e na produção de energia, ao impulsionar o sistema imunitário. Também pode ajudar pessoas com asma, artrite, doença renal e câncer de cólon. É encontrada geralmente em forma de infusão (chá) e comumente usada em casos de flatulência.[CNN, CriaSaude, CuraPelaNatureza, AlimentacaoSaudavel]

Transplante de célula de focinho faz cão voltar a andar

Cientistas da Universidade de Cambridge conseguiram reverter a paralisia em cachorros, após injetar células retiradas do focinho dos animais. De acordo com os pesquisadores, as descobertas mostram, pela primeira vez, que transplantando este tipo de células em uma medula muito lesionada pode trazer melhoras significativas e abre novas possibilidades. “Acreditamos que a técnica pode vir a ser usada para recuperar parte dos movimentos em pacientes humanos com lesões na medula vertebral, mas há um longo caminho a percorrer até podermos afirmar que eles serão capazes de recuperar todos os movimentos perdidos”, diz o biólogo, Robin Franklin que participou da pesquisa. O estudo foi financiado pelo Conselho Médico de Pesquisa (MRC, na sigla em inglês) da Grã-Bretanha e publicado no jornal científico “Brain”. A pesquisa é a primeira a testar transplantes em animais com lesões sofridas na vida real, ao invés de usar cobaias de laboratório. Em uma parceria do Centro de Medicina Regenerativa do MRC e a Escola de Veterinária de Cambridge, os cientistas retiraram amostras de células olfativas do focinho dos cães e as cultivaram em laboratório durante várias semanas. Os 34 cachorros que participaram da pesquisa haviam sofrido lesões na coluna que os impediam de usar as patas traseiras. Em 23 dos cães, foram injetadas células olfativas na coluna; nos outros 11, o chamado grupo controle, foi usada uma solução aquosa neutra, sem nenhum efeito, para ser usado como termo de comparação. Enquanto muitos dos cachorros que receberam o transplante de células apresentaram melhoras significativas e voltaram a andar, nenhum dos caninos do grupo de controle apresentou movimento nas patas traseiras. Porque o nariz? – Após chegar a idade adulta, o nariz é a única parte do corpo em que terminações nervosas continuam a crescer. As células foram retiradas da parte posterior da fossa nasal. São células especiais que rodeiam os neurônios receptores que nos permitem sentir cheiros e convergir estes sinais para o cérebro. Os cientistas dizem que as células transplantadas regeneraram fibras na região lesionada da medula. Isto possibilitou que cachorros voltassem a usar as suas patas traseiras e coordenar o movimento com as patas da frente. Em humanos, o procedimento poderia ser usado em combinação com outras drogas para promover a regeneração da fibra nervosa e substituir tecidos lesionados. Geoffrey Raisman, o especialista em regeneração neurológica da University College London, descobriu em 1985 este tipo de célula olfativa, que foi usada na pesquisa de agora. Ele avalia que este foi o maior avanço dos últimos anos na área, mas diz que não é a cura para lesões de medula. “O procedimento permitiu que um cachorro lesionado voltasse a usar suas pernas traseiras, mas as diversas outras funções perdidas em uma lesão de medula, como uso da mão, controle da bexiga e regulação de temperatura, por exemplo, são mais complicados e ainda estão muito distantes”. Na pesquisa, as novas conexões não ocorreram em longas distâncias, necessárias para conectar o cérebro a medula. Os pesquisadores do MRC disseram que em humanos isto seria vital para pacientes com lesões na medula, que perderam funções sexuais e o controle da bexiga e do intestino. Entre os cães com história de sucesso, está Jasper, um bassê, de dez anos de idade. “Antes do tratamento, nós usávamos um carrinho de rodas porque as suas patas traseiras eram inúteis, mas agora ele corre pela casa e no jardim e acompanha os outros cachorro, é maravilhoso”, comemorou sua dona, May Hay. (Fonte: G1)

Pesquisa com energia solar rende prêmio a brasileiro

O químico Antônio Patrocínio tem apenas 29 anos, mas já se dedica há dez ao desenvolvimento de materiais para conversão de energia solar. Essa década de trabalho foi agora reconhecida pelo governo alemão com o “Green Talents 2012″, que premiou 25 jovens cientistas do mundo todo que pesquisam diferentes aspectos do desenvolvimento sustentável. “Na minha pesquisa, tenho buscado preparar materiais com propriedades químicas e físicas adequadas para serem integrados em dispositivos para a conversão de energia solar”, diz Patrocínio, professor da Universidade Federal de Uberlândia. Atualmente, o químico tem dirigido seus esforços a dois temas de ponta da pesquisa energética: células solares sensibilizadas por corantes e dispositivos para fotossíntese artificial. Nas células solares convencionais, uma placa de silício é responsável pela absorção da luz e pelo transporte dos elétrons gerados por esse processo, responsáveis pela energia. Para que isso ocorra de maneira eficiente, é necessário que o silício seja de altíssima pureza, o que requer processos caros. As células sensibilizadas por corantes são pesquisadas há cerca de 20 anos e algumas empresas estrangeiras já produzem produtos baseados nessa tecnologia. Nelas, a absorção de luz e o transporte de cargas são feitos por componentes diferentes. “Essa divisão de funções é inspirada nos organismos fotossintéticos [os que usam naturalmente a energia solar, como as plantas] e exclui a necessidade de processos de purificação energeticamente custosos”, diz Patrocínio. As duas células também são diferentes em seu funcionamento. Nas que utilizam corantes, a eletricidade é gerada por uma reação química. Ao final do processo, seus componentes internos não são consumidos, num ciclo que permite que o dispositivo funcione por longos períodos de tempo. Cientistas tentam agora aplicar conceitos desenvolvidos para as células solares com corantes em dispositivos capazes de produzir combustíveis a partir de luz solar e compostos abundantes na Terra, como a água. É a chamada fotossíntese artificial, em que se busca converter e armazenar a imensa quantidade de energia disponibilizada diariamente pelo Sol em combustíveis como o oxigênio, o hidrogênio e o metano. “Nosso maior desafio é mimetizar os organismos fotossintéticos sem a necessidade de reproduzir o ambiente de suas células, extremamente complexo e auto-organizado. Em uma analogia simples, queremos produzir uma folha em laboratório”, explica o químico. Segundo Patrocínio, a pesquisa nesse campo tem sido intensa e concentrada no desenvolvimento de novos catalisadores, responsáveis pelas reações químicas envolvidas na conversão de luz e água em combustíveis. Após encontrar o catalisador ideal, é necessário ainda integrá-lo a um dispositivo que possa ser produzido em larga escala. Por enquanto, os testes estão apenas em nível laboratorial. Patrocínio diz que, além do reconhecimento internacional pelos trabalhos já desenvolvidos, o prêmio recebido na Alemanha permitiu o estabelecimento de contatos e relações com diferentes pesquisadores e instituições alemãs, o que possibilita troca de informações, realização de experimentos conjuntos e intercâmbio de alunos. “Além do mais, como parte da premiação, terei a possibilidade de retornar à Alemanha em 2013 para um estágio de até três meses em uma instituição de minha escolha”, completa. (Fonte: Fernando Moraes/ Folha.com)

Cientistas desvendam mistérios de mamífero que põe ovos

Cientistas na Austrália afirmam que conseguiram descobrir os mistérios da reprodução do mamífero que põe ovos, a equidna. As equidnas são criaturas que se alimentam de formigas e outros insetos e podem viver até 20 anos. Até hoje, imaginava-se que a reprodução em cativeiro era impossível. Os pesquisadores passaram os últimos seis anos estudando a reprodução da espécie e como eles criam os filhotes. O objetivo é aplicar o que aprenderam para preservar outros mamíferos parecidos e ameaçados. Equidnas só existem na Austrália e em regiões próximas. Os cientistas não sabiam muito sobre elas e, por isso, vigiaram os animais com câmeras para ver como se reproduzem. Ainda não se sabe o sexo dos filhotes, os órgãos reprodutivos são internos. Um ultrassom, no futuro, vai descobrir mais este mistério. (Fonte: G1)

Banco Mundial teme trágico aumento de temperatura em 4° C até 2060

O Banco Mundial (BM) advertiu no domingo (18) que a temperatura global pode aumentar, até 2060, 4° C acima dos níveis do mundo pré-industrial se não forem tomadas ações imediatas. Caso isso não ocorra, deve haver consequências potencialmente devastadoras para cidades costeiras e países pobres. “O tempo é muito, mas muito curto. O mundo deve enfrentar o problema das mudanças climáticas de forma mais agressiva”, disse o presidente do BM, Jim Yonk Kim, em uma coletiva de imprensa por telefone de Washington para divulgar o relatório feito pelo órgão. O Banco Mundial também vinculou uma futura riqueza do planeta – sobretudo, das regiões em desenvolvimento – aos esforços imediatos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa das fontes de energia. “Nunca acabaremos com a pobreza se não lutarmos contra as mudanças climáticas. É um dos maiores desafios para a justiça social na atualidade”, disse Kim. Segundo o relatório do BM, a Terra pode aumentar sua temperatura se as promessas dos governos de combater as mudanças climáticas não forem cumpridas. Mas, mesmo se os países cumprirem os compromissos assumidos até a data, o estudo apontou 20% de probabilidade de aumento de 4º C para 2100, e afirmou que era muito provável um aumento de 3º C. Os acordos sobre o clima liderados pela Organização das Nações Unidas (ONU) se comprometeram a limitar o aumento da temperatura a não mais que 2° C. “Um mundo 4º C mais quente pode e deve ser evitado. Temos que manter o aquecimento abaixo dos 2º C”, ressaltou Kim. “A falta de uma ação ambiciosa sobre as mudanças climáticas ameaça colocar a prosperidade fora do alcance de milhares de pessoas e fazer décadas de desenvolvimento retrocederem”, acrescentou. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou em comunicado que o relatório do Banco Mundial mostrou a necessidade de que os países mantenham seus compromissos assumidos no ano passado em Durban, na África do Sul, para colocar em andamento um novo acordo em 2015. A maioria dos 190 países da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas inicia suas últimas reuniões anuais no dia 26 de novembro, no Qatar. As temperaturas globais já aumentaram cerca de 8° C. O planeta registrou uma série de temperaturas recordes durante a década passada e experimentou frequentes desastres que especialistas atribuem às mudanças climáticas, sendo o mais recente a supertempestade Sandy, que atingiu de forma devastadora a costa leste dos Estados Unidos, Haiti e Cuba. (Fonte: Globo Natureza)

Pesquisadores da Embrapa desenvolvem alimento do futuro

Em um terreno atrás de uma delegacia na Asa Norte de Brasília um conjunto de prédios baixinhos e ladeados por pequenas estufas produzem soluções para problemas agrários. São sementes de feijão imune a pragas, café resistente à secas e alface com 15 vezes mais ácido fólico, uma vitamina importantíssima para grávidas, tudo isso produzido por uma empresa estatal, a Embrapa Recursos Genéticos Biotecnologia (Cenargen). No laboratório do Professor Francisco Aragão foi criado o feijão resistente ao mosaico dourado, praga que afeta plantações em todo o Brasil. O feijão carioquinha que saiu de lá foi a primeira variedade geneticamente modificada criada em uma instituição pública de pesquisa brasileira. O fungo gera prejuízo de 90 a 290 toneladas de feijão por ano, com a produção nacional girando em torno de 1,2 milhões de toneladas por ano. As sementes do novo transgênico ainda estão em fase de teste em três regiões do país e o registro da variedade deve sair nos próximos dois anos. Futuramente as sementes serão disponibilizadas para o produtor rural sem a cobrança de royalties. “Costumo falar para o produtor que se ele estiver desesperado é melhor não me procurar”, ri Aragão, porque o estudo demorou mais de dez anos para ter resultado prático. Aragão afirma que o desenvolvimento de tecnologia transgênica deve ser a última solução para um problema, por causa do tempo que leva para ficar pronto. Os pesquisadores da Embrapa modificaram o DNA do feijão para que ele produzisse fragmentos de RNA responsável pela ativação de defesa contra o vírus do mosaico dourado. “A planta não transgênica chega a produzir estes fragmentos de RNA do vírus para bloqueá-lo, mas isso só acontece quando o vírus já está instalado”, explicou. O novo processo faz com que as plantas transgênicas já tenham o RNA pronto para se defender da praga. De acordo com o pesquisador países do Caribe e a Argentina demonstraram interesse em usar o feijão, mas mais testes precisam ser feitos, pois o vírus da praga nestes países é um pouco diferente do brasileiro. A Embrapa também tentou desenvolver algo semelhante do que foi feito com o feijão, só que com tomates. Porém existem mais de 24 espécies da fruta e seria necessário criar resistência a múltiplas espécies de pragas. O projeto não andou. Café forte – A poucos passos do laboratório que desenvolveu o feijão, o biólogo Eduardo Romano trabalha no desenvolvimento de plantas resistentes a secas. O estudo começou analisando o genoma do café, sequenciado em 2007. Naquela época eles analisaram quais dos 30 mil genes da planta se expressavam quando o café passava por períodos de seca. Chegaram a cinco genes, e os pesquisadores optaram por introduzir o gene CAHB12 em outras plantas. Agora eles estão introduzindo o gene em plantas como a soja, algodão, trigo e arroz. “Esperamos ter variedades comerciais em cinco anos”, disse Romano, pesquisador da Embrapa que coordena o projeto em parceria com a UFRJ. A equipe também sequenciou o genoma da palma, espécie de cactos comestível. Eles descobriram quais foram os genes expressados durante período de seca e estão introduzindo os genes em plantas modelo. “Ainda precisamos validar o quanto de água vamos economizar com a planta modelo”, disse. Romero lembra que de acordo com a ONU, 70% da água usada no mundo é utilizada em agricultura e que de acordo com estimativas da própria ONU, até 2030 será necessário aumentar em 50% a produção de alimento no mundo. Alface bombada - Ainda no laboratório de Aragão, está saindo da horta uma variedade de alface com 15 vezes mais ácido fólico. A falta desse nutriente durante a gestação pode causar má formação do tubo neural (explicar o que é) do feto. No Brasil, estima-se que 1,6 nascidos em mil tenham problemas na má formação. “Alteramos passos da rota metabólica destas plantas. Elas estão prontas, mas ainda precisam de ensaio de biossegurança”, afirma Aragão. De acordo com os pesquisadores 12 gramas da alface equivalem a 70% do que uma pessoa adulta precisa ingerir de ácido fólico por dia. “Da planta transgênica seria necessário comer a quantidade presente em um sanduíche por dia. Já da planta normal seria preciso comer dois pés de alface”, disse. Os pesquisadores também criaram uma variedade com sete vezes mais ácido fólico e pretende cruzar as duas variedades, para entender se isso traz ainda mais aumento de vitaminas na planta. Atualmente, o Brasil fortifica a farinha com ácido fólico, porém dificilmente a quantidade é uniformizada no produto. A alface da Embrapa seria a solução deste problema. (Fonte: Maria Fernanda Ziegler/ Portal iG)

Pesquisa da USP utiliza húmus de minhoca na descontaminação de solos

Um estudo do Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo, destinado a livrar solos da contaminação por cobre, chumbo e cromo, empregou húmus resultante da compostagem com minhocas (vermicompostagem) no esterco bovino, como alternativa ecológica para corrigir terras que precisam ser descontaminadas. De acordo com a professora Maria Olimpia de Oliveira Rezende, que coordenou a pesquisa, a limpeza de solos contaminados pelos metais é um processo complexo e oneroso, além de utilizar produtos nocivos ao meio ambiente. Com o novo método desenvolvido pela pesquisa, o material empregado na vermicompostagem, o esterco bovino, é usado por ter propriedades orgânicas e também por ter se apresentando como solução ecológica, já que se trata de um resíduo que seria descartado no meio ambiente. Além do esterco, existem outras fontes que poderiam ser utilizadas como bagaço de laranja e cana-de-açúcar. Segundo Leandro Antunes Mendes, mestre em química ambiental e autor da pesquisa, a contaminação por cobre e por chumbo pode ocorrer em qualquer área de mineração ou despejo de resíduos sem controle no solo. O cromo, liberado pelas indústrias de curtume, após o tratamento do couro, é problema de cidades paulistas como Jaú e Franca, onde existem muitas fábricas de calçados de couro. Ele explica que apesar de a presença do cobre e do chumbo em pequenas quantidades serem essenciais para as plantas, a bioacumulação desses metais no solo diminue a fertilidade e podem torná-lo improdutivo. A existência de cromo provoca nas plantas o amarelamento, impedem o crescimento e a morte das mudas ainda muito novas. Segundo a pesquisadora Maria Olimpia, a dosagem do húmus de minhoca pode ainda ser usada para corrigir deficiências de cobre e chumbo nos diferentes tipos de terras, conforme a necessidade de cada cultura. Nas pesquisas iniciais foram utilizados 25% de húmus de minhoca para 75% de solo contaminado. Com esse percentual, os cientistas conseguiram eliminar totalmente a contaminação. A pesquisadora Maria Olimpia explica que o processo, no entanto, não retira os metais do local. “Os elementos tóxicos continuam no solo, mas ficam imobilizados. Eles não ficam disponíveis para as plantas, nem para serem carregados e levados ao lençol freático”, explicou a pesquisadora, que ressaltou a necessidade de monitoramento contante dos solos após a descontaminação. O procedimento usado pelos pesquisadores foi deixar o esterco compostado por três meses. “Através da ação conjunta de bactérias, ela [a compostagem] vai transformando o esterco bovino em material mais estabilizado”, disse. O próximo passo foi adicionar minhocas, que comem o composto e expelem o húmus, chamado de vermicomposto. “Esse material tem muitas propriedades, que ajudam na fertilidade do solo”. A aplicação do vermicomposto no solo contaminado eleva a capacidade de troca catiônica, que é o quanto o solo consegue trocar cátions com o meio. “Se você tem um solo com elevada capacidade de troca catiônica, ele tem maior possibilidade de liberar os cátions retidos no solo e absorver os cátions que são perigosos, como o cobre, chumbo e cromo”, disse. Assim, explicou, após o emprego do vermicomposto em solo contaminado, as espécies metálicas (cobre, chumbo e cromo) ficam retidas, de uma forma que tornam-se indisponíveis no meio ambiente. Uma das vantagens do novo método de descontaminação é que a imobilização de metais que contaminaram os solos impede que os tóxicos sejam levados ao lençol freático pela chuva. “O risco para a saúde humana na água é ainda maior que a contaminação no solo, porque eles [metais] espalham-se facilmente pela água”, disse Maria Olimpia. Ela explicou que a ingestão de cromo em quantidades elevadas pode provocar câncer e o chumbo é peratogênico, ou seja, em mulheres grávidas, pode gerar malformação de fetos. Segundo Leandro, o estudo, tema da sua tese de mestrado, foi feito apenas em laboratório e teve início em março de 2010. O próximo passo dos pesquisadores será testar o vermicomposto em campo e tentar reduzir a proporção da quantidade de húmus empregada. Além disso, os cientistas pretendem examinar a fitotoxidade dos solos, ou seja, irão plantar sobre a terra descontaminada por meio do vermicomposto para verificar se os metais foram ou não sugados pelas plantas. (Fonte: Fernanda Cruz/ Agência Brasil)

EUA vão estudar mudança climática no Pacífico com aviões não tripulados

Cientistas do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), vinculado ao governo, vão usar aviões de controle remoto para estudar impactos das mudanças climáticas no Oceano Pacífico, na região da Ilha Palmyra, e em áreas do estado do Colorado, segundo nota da instituição. O programa de aeronaves não-tripuladas também prevê um estudo sobre populações de gaivotas em ilhas na costa da cidade de São Francisco. Os pequenos aviões foram criados pelas Forças Armadas e são usados desde o ano passado pela USGS para monitorar questões ambientais nos EUA, como a presença de espécies invasoras de vegetação no Havai e a erosão do Rio Missouri. Há dois tipos de aeronaves utilizadas: a Raven, que pesa 2,5 quilos e é parecida com um avião de brinquedo comum, e a T-Hawk Honeywell, aparelho redondo que voa como um helicóptero, segundo o USGS. Ambos são capazes de voar por mais de uma hora. O USGS usa os equipamentos devido ao seu baixo custo frente a outras formas de estudo aéreo. As aeronaves podem ser equipadas com câmeras digitais e sensores, por exemplo. É possível usá-las para medir níveis de dióxido de carbono em pesquisas sobre aquecimento global, segundo o instituto. “Como a Raven é pequena e silenciosa, ela pode voar baixo o bastante, a 23 metros de altura, para fotografar pássaros sem incomodá-los. Outra vantagem é que missões com ela custam em média um décimo do preço de uma pesquisa aérea convencional – US$ 3 mil, contra US$ 30 mil por hora de um estudo tradicional”, disse o diretor do programa, Mike Hutt, ao site da USGS. (Fonte: Globo Natureza)

Estudo identifica motivo do aumento do gelo na Antártica

O congelamento recorde das águas na costa da Antártica, registrado no último inverno, foi causado por alterações nos padrões de vento da região. A explicação é de um estudo feito por especialistas do Programa Antártico Britânico e da Nasa e publicado neste domingo pela revista científica “Nature Geoscience”. Devido à mudança climática, os verões têm registrado degelos recordes das águas polares, principalmente na região ártica. Em geral, os últimos anos registraram grande perda de gelo no Ártico, enquanto o volume gelo antártico teve um pequeno aumento. O atual estudo comprovou que as diferenças acontecem porque as duas regiões polares têm padrões de ventos distintos. Enquanto o Polo Norte fica em um oceano cercado por terra, a Antártica é um continente rodeado por oceanos por todos os lados. O aquecimento das temperaturas, que no Ártico provoca o derretimento do gelo, gera ventos mais fortes na Antártica. Esse vento sopra em direção ao norte e leva o gelo que se formou na costa do continente. Dessa forma, a crosta de gelo acaba abrangendo uma área maior do que o que acontecia 20 anos atrás. Segundo Paulo Holland, pesquisador do Programa Antártico Britânico que liderou o estudo, essa é a primeira vez que dados de satélite confirmam uma hipótese que já havia sido especulada por modelos de computador. As mudanças apontadas pela pesquisa afetam não só a Antártica, como também todo o oceano em volta. O gelo polar é importante tanto na reflexão do calor do sol quanto como um lar para várias espécies, e esse desequilíbrio representa uma séria ameaça ambiental. (Fonte: Globo Natureza)

Mudança climática já virou “normal”, diz chefe da ONU

Situações extremas causadas pela mudança climática se tornaram “o novo normal”, e a recente supertempestade Sandy deve servir de lição para que o mundo busque políticas ambientalmente mais saudáveis, disse na sexta-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. A sede da ONU, em Nova York, passou três dias fechada por causa da supertempestade, que atingiu o nordeste dos EUA em 29 de outubro e deixou pelo menos 121 mortos nos EUA e Canadá, além de inundar cidades litorâneas e deixar milhões de pessoas sem energia. “Todos nós sabemos das dificuldades em atribuir uma única tempestade à mudança climática. Mas também sabemos o seguinte: o clima extremo devido à mudança climática é o novo normal”, disse Ban aos 193 países da Assembleia Geral da ONU. “Essa pode ser uma verdade desconfortável, mas que ignoramos por nossa conta e risco. Os melhores cientistas do mundo estão soando o alarme há muitos anos”, afirmou. “Não pode haver como olhar para o lado, em persistir na normalidade… Essa deveria ser uma das principais lições do furacão Sandy.” O chefe de segurança da ONU, Gregory Starr, disse na semana passada que a sede da entidade, à margem do rio East, sofreu graves danos por causa da inundação em seus subsolos. Por causa disso, uma reunião do Conselho de Segurança sobre a Somália, na semana passada, precisou ser transferida para um edifício temporário dentro do terreno da ONU. Algumas delegações criticaram duramente a gestão da ONU na segunda-feira por causa do “colapso quase total nas comunicações” com os Estados membros depois da passagem da tempestade. “Nossos serviços globais foram fornecidos sem interrupção”, defendeu-se Ban. “No entanto, está claro que ao focar tanto em operações e infraestrutura, ficamos devendo no que diz respeito a comunicações.” “Aprendemos que muitos endereços de email estavam desatualizados ou de outra forma incorretos”, disse ele. “E, num sentido mais amplo, deveríamos ter nos empenhado mais para atualizar os Estados membros, tanto os funcionários quando o público como um todo, sobre o impacto e as implicações da tempestade.” Michael Adlerstein, que comanda uma reforma física de 1,9 bilhão de dólares na sede da ONU, a ser concluída em 2013, disse que a tempestade Sandy não vai causar atrasos nas obras. (Fonte: G1)

Agrotóxico usado irregularmente contra ratos é proibido pela Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento decidiram retirar do mercado brasileiro o agrotóxico aldicarbe, usado irregularmente para o controle doméstico de ratos. A medida vale desde outubro. Segundo o órgão, esse tipo de raticida responde por quase 60% (4.800) dos 8 mil casos anuais de intoxicação ligados a “chumbinho” no país. O chumbinho é um produto clandestino altamente tóxico, em geral um veneno agrícola, que não tem autorização do governo para combater pragas de animais. É vendido sob a forma de grãos de cor cinza-escura ou grafite, que lembra o chumbo – daí o nome. O aldicarbe tinha aprovação da Anvisa apenas para aplicação em culturas de batata, café, algodão, feijão, cana-de-açúcar e frutas cítricas, como laranja e limão. O único produto que era vendido no país legalmente era o Temik 150, da Bayer. Desde o ano passado, a empresa se comprometeu a recolher qualquer sobra que estivesse nas mãos de agricultores. Segundo a Anvisa, essa reavaliação do agrotóxico foi necessária dentro de um contexto de uso irregular e indiscriminado, tanto para envenenar roedores e outros bichos quanto para provocar abortos, homicídios e suicídios. A facilidade de acesso ao produto, principalmente nos centros urbanos, tornou-se um problema de saúde pública. Para o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, Agenor Álvares, o aldicarbe tem a taxa de toxicidade mais alta entre todos os ingredientes ativos de agrotóxicos vendidos no Brasil. Por ser um produto perigoso, comercializado por quadrilhas que roubam cargas ou lavouras e por casas agrícolas que fazem as vendas às escondidas, o chumbinho não tem rótulo com orientações sobre manuseio, segurança, informações médicas, telefones de emergência, descrição dos ingredientes e dos antídotos que devem ser usados em caso de envenenamento. Dessa forma, o risco de uma pessoa morrer é muito maior. Os principais sintomas decorrentes da intoxicação, que aparecem em menos de uma hora após a ingestão, são: náusea, vômito, falta de ar, contração da pupila, visão borrada, dor abdominal, suor e salivação excessivos, diarreia, taquicardia e tremores. Em caso de suspeita de algum problema desse tipo, a Anvisa indica o Disque-Intoxicação, disponível para todo o país no número 0800-722-6001. Além disso, a agência pede que a compra e a venda de chumbinho sejam denunciadas pelo e-mail ouvidoria@anvisa.gov.br ou toxicologia@anvisa.gov.br. A pessoa não precisa se identificar, e os dados eventualmente fornecidos são mantidos em sigilo. Ineficaz também contra ratos – A Anvisa destaca, ainda, que o chumbinho não é eficiente nem para o controle de roedores, pois o produto geralmente mata o primeiro animal e os demais veem isso e não consomem o alimento envenenado. Os raticidas legalizados pela agência são próprios para combater ratos e atuam como anticoagulantes, ou seja, causam um envenenamento lento. Assim, a morte do animal não é relacionada à ingestão do produto, o que faz com que os demais integrantes da colônia também caiam na armadilha. (Fonte: G1)

Cerca de 75% dos cemitérios públicos do país têm problemas ambientais e sanitários

Pouco mais de sete em cada dez cemitérios públicos brasileiros têm problemas de ordem ambiental e sanitária, de acordo com estudo do geólogo e mestre em engenharia sanitária Lezíro Marques Silva. O levantamento, concluído em 2011, reuniu dados de mais de mil cemitérios do país, entre públicos e privados. O pesquisador, que é professor da Universidade São Judas, explica que os problemas começam na superfície, com a proliferação de animais vetores de doenças, e continuam no subsolo, com a contaminação do lençol freático. “Se o necrochorume escapa do túmulo, ele pode entrar em contato com o lençol freático, criando uma mancha de poluição que atinge quilômetros de distância a ponto de contaminar poços e rios”, explica o geólogo. O necrochorume é um líquido formado durante a decomposição de cadáveres enterrados, similar ao gerado pelos resíduos sólidos em aterros sanitários. “Ele é rico em substâncias tóxicas como putrecina, cadaverina e alguns metais pesados”, explica. Lezíro Marques informou ainda que a contaminação do lençol freático ocorre em quase a totalidade dos cemitérios públicos com problemas ambientais e sanitários. Ele destaca que a saturação desses equipamentos públicos agravam ainda mais os prejuízos provocados por essas condições. “Com o esgotamento da capacidade de sepultamento, o que sobra são terrenos do ponto de vista geológico inadequados, como lençol freático raso, área de várzea e morro”, critica. O professor Walter Malagutti, do Departamento de Geologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que também desenvolve pesquisa na área, explica que não havia a preocupação de observar os critérios geológicos para construção de cemitérios. “Pode ocorrer de alguns terem sido implantados em locais inadequados. Muitos estão em áreas nobres, como as regiões centrais.” Ele avalia que o ideal seria considerar os mesmos critérios dos aterros sanitários, como lençol freático mais profundo possível, rocha impermeável e distância dos centros urbanos, para construção de cemitérios. Walter Malagutti explica ainda que os cemitérios são fonte renovável de contaminação, pois, diferentemente dos aterros, eles não costumam ser desativados. “Pela legislação brasileira, depois de cinco a sete anos, quando ficam só ossos, eles são removidos e colocado outro corpo no local”, relata. Segundo o professor da Unesp, um diagnóstico ambiental dos locais de enterro já existentes e a observação de critérios geológicos para a implantação de novos cemitérios são algumas medidas para amenizar a situação. Já a pesquisa desenvolvida por Lezíro Marques resultou no desenvolvimento de substâncias capazes de neutralizar o necrochorume, reduzindo o nível de contaminação. “A grande meta é não permitir que o líquido extravase”, destacou. Para tanto, foi criada uma espécie de colchão a ser colocado na sepultura, o qual possui um líquido que elimina os efeitos dos poluentes. Uma ação semelhante é conseguida por uma substância que lava o subsolo retirando o necrochorume. “Tem solução, mas pouco é feito”, avalia. O geólogo destaca ainda a necessidade de uma legislação mais específica, que oriente a construção de lajes de contenção e obrigue uso de substâncias neutralizadoras do necrochorume. Os pesquisadores concordam que a cremação seria a solução mais adequada para a preservação do meio físico. Eles avaliam, no entanto, que a questão cultural é o principal empecilho para o uso da técnica. “A cremação é muito incipiente no Brasil. E isso não tem a ver diretamente com o custo. Enquanto se paga entre R$ 350 e R$ 400 para cremar um corpo, o enterro mais simples custo no mínimo R$ 2 mil. É uma questão cultural”, avalia Lezíro. (Fonte:Camila Maciel/ Agência Brasil)

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Teste rápido para diagnosticar tuberculose será fornecido pelo SUS

GeneXpert A partir do ano que vem, o Sistema Único de Saúde (SUS) irá disponibilizar um teste rápido para diagnosticar a tuberculose. Além de detectar a doença em duas horas, o kit, chamado GeneXpert, também identifica a resistência ou não ao antibiótico usado no tratamento da tuberculose (rifampicina), o que facilita a prescrição também mais ágil e correta do tratamento da doença. Segundo o Ministério da Saúde, a análise é automatizada, sem a necessidade de manuseio das amostras pelo profissional de saúde. Isto diminui o risco de contaminação. Desde fevereiro, 13.307 testes experimentais já foram realizados em Manaus (AM) e no Rio de Janeiro (RJ). Dos exames feitos,14,2% deram positivos. Baciloscopia No teste tradicional (a baciloscopia do escarro), o resultado sai em 24 horas. No entanto, são necessários 60 dias para realizar o cultivo da microbactéria e mais 42 dias para se obter o diagnóstico de especificidade e sensibilidade à rifampicina, que não ultrapassam 60% a 70% de precisão. Com o novo método, os índices de sensibilidade são de 92,5% e o de especificidade chegam a 99%. De acordo com o coordenador adjunto do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, Fábio Moherdaui, o teste rápido além de aumentar os percentuais de detecção segura da doença para o tratamento precoce, trará maior agilidade no diagnóstico da chamada "tuberculose resistente" e, consequentemente, permitirá uma redução da morbidade e mortalidade. "A agilidade na descoberta da doença vai evitar com que ela seja transmitida nas populações com maior vulnerabilidade social", afirma. Tuberculose A tuberculose é uma doença que deve ser tratada corretamente. Em média, com seis meses a pessoa já está curada. Entretanto, antes deste período, cerca de 9% dos contaminados desistem do tratamento devido à melhora aparente na tosse e febre. O abandono do tratamento é chamado de indução da resistência - bactérias que sobrevivem ao antibiótico, ficam mais resistentes, se multiplicam e são transmitidas. Com isso, a possibilidade de tratamento diminui, podendo até levar à morte do indivíduo. "No Brasil, a transmissão da doença é muito baixa, apenas 1%, mesmo assim devido à falta de conhecimento. A tuberculose é uma questão social muito importante, que atinge principalmente regiões com maior vulnerabilidade social. Porém, se a população recebesse mais informações de profissionais da saúde, este número seria nulo", explica Moherdaui. Dados do Ministério da Saúde indicam que, no ano passado, foram registrados 71.337 casos de tuberculose. A incidência da doença estava em torno de 37,1 novos casos a cada 100 mil habitantes, abaixo dos números de dez anos atrás, quando a proporção estava em 42,8 por 100 mil habitantes. Nesse período, a quantidade aproximada de óbitos pela doença foi 4,6 mil. Agência Brasil

Reciclagem ainda é um desafio no País

A reciclagem do cobre ainda é um desafio no Brasil. Mais de 40% do metal produzido na Europa já provem da reciclagem, mas no País o cobre secundário, obtido da sucata, atingiu em 2010, de acordo com o Sumário Mineral, do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), uma produção de 23 mil toneladas - quase 10% da produção nacional de cobre primário. Para um produto 100% reciclável e com valor de mercado cinco vezes superior ao da latinha de alumínio - campeão de reciclagem - faltam para o metal o trunfo da conscientização da sociedade sobre as vantagens ambientais do reaproveitamento e um freio na informalidade do setor. "A informalidade afeta a competitividade dos preços para a indústria", diz Edson Monteiro, vice-presidente da Paranapanema. "A informalidade gera uma descompensação entre as empresas", afirma Antonio Maschietto Júnior, diretor executivo do Procobre. A aposta do setor é que o governo regulamente a Resolução 13, do Senado Federal, que estabelece uma alíquota de 4% para o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), nas operações interestaduais com bens e mercadorias importados do exterior. A guerra fiscal faz com que a sucata produzida em São Paulo seja vendida com nota fiscal de outros Estados que têm ICMS menor. As indústrias de cobre têm procurado o governo para um acordo voluntário de logística reversa do material, mas têm esbarrado em outras prioridades das autoridades ambientais. "Quando criou e regulamentou o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, o governo escolheu os produtos que mais atacavam o meio ambiente, como pneus e pilhas elétricas. Temos protocolado, no Ministério do Meio Ambiente, a vontade de acordo em torno da política reversa do cobre, mas não conseguimos avançar porque o governo está dando prioridade aos produtos que mais agridem o meio ambiente", afirma Valdemir Romero, diretor executivo do Sindicel ABC. A reciclagem é capaz de recuperar virtualmente 100% do cobre utilizado, com a produção de pouco ou nenhum lixo industrial e uma economia de 85% de energia em relação à extração e refino do metal. É da sucata de computadores, equipamentos eletrônicos, válvulas e eletrodomésticos que os europeus reciclam 44,8% de cobre, de acordo com a International Copper Study Group (ICSG). Nada menos do que 5% do peso de um telefone celular é feito de cobre usado nos componentes eletrônicos de transmissão do aparelho. Em um terminal de computador o cobre representa quase 20% do peso. De acordo com o estudo da ICSG, o uso mundial de sucata de cobre atingiu 8,2 milhões de toneladas em 2010 e o uso total do metal no mundo chegou a 24,3 milhões de toneladas. Os países europeus reciclaram 2,2 milhões de toneladas no ano. Nos países do continente americano a reciclagem atingiu 1,2 milhão de toneladas, nas nações asiáticas chegou a 4,7 milhões de toneladas e na África e Oceania não passou de 24 mil toneladas. A taxa de reciclagem chegou a 32,3% na Ásia, 44,8% na Europa, 34,2% na América do Norte e 10,3% no restante do mundo. No Brasil, uma pesquisa da Procobre aponta para um aproveitamento de 26% da sucata de cobre. Em outubro, o quilo da sucata de cobre estava cotado, em São Paulo, entre R$ 14,00 e R$ 14,80 (cobre mel ou de primeira) e entre R$ 13,00 e R$ 13,80 (cobre misto ou de segunda). Na Paranapanema, maior produtora nacional de cobre refinado, toda a sucata é reciclada. A política de sustentabilidade da empresa é um caminho para diminuir a importação de concentrado de cobre, mas a informalidade dos sucateiros impede que a empresa absorva uma quantidade ainda maior. O fim da informalidade poderia estabelecer preços competitivos entre os sucateiros. "Se compro sucata de São Paulo, pago 18% de ICMS, mas o sucateiro me vende como se fosse um produto do Rio de Janeiro, onde o ICMS é de 12%, ou de Minas Gerais, onde é de 7%", diz Edson Monteiro, da Paranapanema. A Vale, maior mineradora de cobre do País, desenvolve em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) uma tecnologia de recuperação do produto de micro-organismos que se alimentam do metal. A pesquisa será feita na Mina do Sossego, em Canaã dos Carajás, no Pará, que entrou em operação em 2004. A barragem, de onde estão sendo colhidas as amostras dos micro-organismos, tem cerca de 90 milhões de toneladas de rejeito com um teor de 0,07% de cobre. Os investimentos no projeto de pesquisa somam R$ 15 milhões - R$ 3 milhões desembolsados pela Vale e R$ 12 milhões provenientes do Fundo Tecnológico (Funtec), criado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para estimular o desenvolvimento de tecnologias a partir do conhecimento científico produzido pelos institutos do País. "Em caso de sucesso, a pesquisa trará um retorno financeiro para o negócio", acredita o diretor operacional do cobre da Vale, Eugênio Victorasso. (Valor Econômico)

Ecologistas lutam para que se deixe de comer chimpanzés

Região de Albertine Rift, Uganda, 6/11/2012 – Conservacionistas que se esforçam para proteger a população remanescente de chimpanzés em Uganda estão preocupados porque pessoas que vivem perto das reservas de biodiversidade, no oeste do país, os matam para comer sua carne. “Não pensávamos que os ugandenses estivessem consumindo carne de chimpanzé, mas começamos a observar que estão comendo macacos e chimpanzés. Isto assusta. A ameaça à sua sobrevivência aumentou”, disse Lily Ajarova, que administra o Santuário de Chimpanzés de Ngamba, na ilha de mesmo nome no Lago Victoria, na região de Albertine Rift. Este santuário, onde vivem 48 primatas resgatados do cativeiro, foi criado com a ajuda do Instituto Jane Goodall e é administrado pelo Santuário de Chimpanzés e pela Wildlife Conservation Trust. Há décadas, dezenas de milhares de chimpanzés perambulavam pelas densas florestas tropicais que então cobriam um vasto trecho da região de Albertine Rift. A área cobre a parte ocidental do Grande Vale do Rift, desde o noroeste de Uganda até o extremo sudoeste, ao longo da fronteira com a República Democrática do Congo. Entretanto, segundo o Fundo Mundial para a Natureza, os chimpanzés já desapareceram de boa parte dos países africanos ou estão à beira da extinção, em boa parte devido ao desmatamento e à caça ilegal para se ter sua carne. Estima-se que atualmente existam apenas cinco mil exemplares em Uganda, segundo funcionários da área de conservação. A maioria dos que restam no país está protegida em seis reservas de caça e florestais na região de Albertine Rift, enquanto os outros estão em florestas de propriedade privada. Ajarova disse à IPS que, apesar de há dois anos sua equipe de conservacionistas notar pela primeira vez que havia gente que comia carne de primatas no oeste de Uganda, os que incorriam nessa prática eram principalmente imigrantes ou refugiados da vizinha República Democrática do Congo. Era incomum os ugandenses comerem essa carne, destacou. “Há muitas outras partes do mundo em que se come carne de primatas, mas isto não acontecia em Uganda. Com o passar do tempo começamos a testemunhar essa prática, que se desenvolve lentamente, da qual nos inteiramos quanto estivemos no lugar há dois anos”, disse Ajarova, acrescentando que agora é “um problema emergente”. A recente chegada de imigrantes da República Democrática do Congo mudou o equilíbrio demográfico da área e impactou na cultura local, observou. Em julho, o ministro de Alívio, Preparação para Desastres e Refugiados, Musa Ecweru, disse que Uganda estava se esforçando para alimentar a grande quantidade de pessoas que fugiam dso combates na província congolesa de Kivu do Norte. Estima-se que no ocidente de Uganda há 16 mil refugiados congolenses. “Na área há muitos refugiados congolenses, e eles podem ter influído na população local para que comesse macacos e chimpanzés”, opinou Ajarova. “Isto não foi parte da cultura ugandense no passado, mas agora está se tornando um problema. Descobrimos que agora esse hábito está estendido por toda a região ocidental. Acontece em quase todas as aldeias que visitamos. De vez em quando vemos aldeões carregando esqueletos de macacos e, às vezes, de chimpanzés”, disse Ajarova. Os funcionários também acreditam que as pessoas passaram a comer primatas porque a região de Albertine Rift está devastada pela pobreza e seus habitantes dependem principalmente dos recursos florestais para sobreviver, já que não podem se dar o luxo de comprar carne. Os especialistas se preocupam que a nova tendência possa causar um surto de ébola, uma febre hemorrágica frequentemente fatal, que se acredita ser passada aos seres humanos pelo contato com animais infectados. “É um problema sério. Toda carne que se come tem que passar por uma adequada inspeção veterinária, mesmo sendo de fazendas. As pessoas que ingerem carne de primatas correm o risco de contrair zoonoses, entre elas o éloba”, disse à IPS o diretor executivo da Autoridade da Natureza de Uganda, Andrew Seguya. “Não há nenhuma tribo ugandense que tradicionalmente coma carne de primata, mas há muitos refugiados congolenses nessa área e eles podem ter difundido o hábito entre os moradores locais”, afirmou. “O ébola se propaga pelo contato direto, e acredita-se que estes primatas sejam portadores da doença e possam transmiti-la a seres humanos por outras vias, como a matéria fecal. Inclusive há uma escola de pensamento que afirma que a aids pode ter sido transmitida por primatas”, disse Seguya, que é cirurgião veterinário. O distrito de Kibaale foi afetado por uma suposta epidemia de ébola em julho. Funcionários da saúde ainda não confirmaram que se trata mesmo dessa doença. Mas, segundo a imprensa, morreram 17 pessoas. Enquanto isso, Ajarova disse que são feitos esforços para mudar as atitudes das pessoas quanto ao consumo de carne de primata, mediante programas educativos e de projetos para criação de animais entre os aldeões. “Falamos para as pessoas que deixem de comer carne de primatas, informando-os que é perigoso para a saúde, podendo contrair o ébola. Esta é uma das principais mensagens em nossos programas educativos”, explicou Ajarova. “Também usamos rádio FM para transmitir mensagens conservacionistas às comunidades. Estas chegam a um grande público ao mesmo tempo”, acrescentou. Envolverde/IPS (IPS)

Consumo de legumes ajuda a controlar o diabetes tipo 2, diz pesquisa

Incluir mais legumes na dieta melhora o controle glicêmico e reduz os riscos de doenças do coração, em especial para pacientes com diabetes tipo 2. A pesquisa, publicada no periódico Archives of Internal Medicine, foi feita pela equipe de David Jenkins, da Universidade de Toronto, no Canadá, e já aparecem como sugestão de novos protocolos no controle da condição. O estudo, feito com mais de 120 pacientes, monitorou os hábitos alimentares de pessoas com a diabetes tipo 2 e que passaram a consumir mais leguminosas assim como fibras solúveis (presentes em diversos alimentos integrais). “Um consumo mínimo de aproximadamente 190g por dia de legumes contribuiu para a redução do índice glicêmico desses indivíduos em até 0,8%, o que é bastante positivo para aqueles que sofrem com o diabetes. A incidência da condição tem aumentado, especialmente nos grandes centros urbanos em todo o mundo, devido a uma dieta ocidental de baixa qualidade [com maior consumo de carnes, gorduras, açúcares e sal] e nossas descobertas podem ser importantes para prevenir o avanço do diabetes, e é especialmente benéfico para aqueles com outras doenças cardiovasculares”, diz o autor. * Publicado originalmente no site O que eu tenho.

Consumo abusivo de bebidas energéticas traz danos ao coração e sobe a pressão arterial

Trabalho, estudo, buscar filhos na escola, frequentar academias. No final de semana, churrasco em casas de amigos, festas, atividades de lazer. Para aguentar tantas atividades, milhares de pessoas consomem bebidas energéticas ou produtos naturais, como o guaraná em pó. Porém, se forem consumidos em excessos, podem trazer danos à saúde. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite a venda de bebidas energéticas no país desde 1998, depois de analisar a segurança desses produtos. Atualmente, as bebidas energéticas são dispensadas da obrigatoriedade de registro junto a Anvisa e regulamentadas como alimentos pela Resolução RDC 273/2005. A nutricionista Leilane Fernandes, da Gerência de Alimentos da agência, afirma que as embalagens devem conter obrigatoriamente as seguintes advertências, em destaque e em negrito: “Crianças, gestantes, nutrizes, idosos e portadores de enfermidades: consultar o médico antes de consumir o produto” e “Não é recomendado o consumo com bebida alcoólica”. Ela esclarece que ainda há o suplemento de cafeína para atletas e o suplemento energético para atletas que são regulamentados pela Resolução RDC n. 18/2010. O suplemento de cafeína para atletas é o produto destinado a aumentar a resistência aeróbia em exercícios físicos de longa duração, enquanto suplemento energético para atletas é o produto destinado a complementar as necessidades energéticas em virtude do gasto calórico aumentado. Em relação ao guaraná em pó, Leilane explica que o produto é classificado como novo alimento e não possui e não tem comprovação de efeitos energéticos. A quantidade de cafeína no guaraná em pó varia de acordo com a matéria-prima utilizada dependendo do estágio de maturação do fruto, condições de cultivo, processo de obtenção. A regulamentação sobre o tema não exige uma padronização dos componentes ativos desse produto, visto que não há necessidade de ter um limite mínimo para que se alegue algum efeito, nem limite máximo considerando que quantidades de cafeína naturalmente presentes no guaraná são consideradas seguras. Por determinação de Anvisa, os rótulos das bebidas consideradas energéticas devem trazer orientações sobre o consumo e advertências para grupos específicos. Isto porque qualquer alimento usado em excesso pode trazer danos à saúde. O cardiologista Stephan Lachtermacher, do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), vinculado ao Ministério da Saúde, os energéticos são ricos em cafeína, que é um estimulante do sistema nervoso. Segundo ele, as pessoas não costumam ler os rótulos e, se não tivesse qualquer tipo de perigo, não teriam advertências nas embalagens dos produtos. O risco maior está na dose, principalmente para quem tem sensibilidade à cafeína ou predisposição às arritmias ou faz parte do grupo citado nas embalagens (crianças, idosos, nutrizes, grávidas, com problemas de saúde). Ele alerta: “A cafeína pode estimular o aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos”. Por isso, pacientes cardíacos, hipertensos e renais não devem usar estas substâncias. O médico acrescenta que também é arriscado o consumo da bebida com álcool. “Essa associação pode aumentar os efeitos excitatórios e reduzir os depressores no sistema nervoso e também precipitar ou predispor arritmias cardíacas”, diz o cardiologista. * Publicado originalmente no site Blog da Saúde.

Descoberto como nicotina de cigarros alivia ansiedade de fumantes

Efeitos da nicotina no cérebro Dados pré-clínicos sugerem que a inativação de uma subclasse de receptores nicotínicos pode ser uma estratégia eficaz para ajudar os fumantes a parar de fumar sem sofrerem de ansiedade. De posse das novas informações, os cientistas poderão se dedicar ao desenvolvimento de novas terapias para ajudar os fumantes a deixar o vício. Fumantes usam o cigarro por muitas razões, mas muitos deles relatam que fumam para aliviar a ansiedade, apesar dos danos para a saúde. Há muito se procura compreender os caminhos neuroquímicos expliquem esse alívio e que, em última instância, induzem as pessoas a continuar fumando. Receptores de nicotina Os cientistas observaram que doses baixas de nicotina e de um bloqueador do receptor nicotínico tiveram efeitos semelhantes para reduzir comportamentos similares à ansiedade em um modelo animal. Eles verificaram que a inativação da subunidade beta2, uma subclasse específica de receptores de nicotina - que "capturam" a nicotina - parece reduzir a ansiedade. Isto é diferente do mecanismo que regula a recompensa da nicotina - o "prazer de fumar" - e provavelmente ocorre em uma área diferente do cérebro, embora a região não tenha sido identificada neste estudo. "Este trabalho é único porque sugere que a nicotina pode estar agindo através da inativação, e não da ativação, dos receptores nicotínicos de alta afinidade," disse Darlene Brunzell, da Universidade da Virgínia (EUA), coautora do estudo, publicado na revista PLoS ONE. "A nicotina atua como uma chave que destrava os receptores de nicotina no cérebro. Normalmente essa chave abre o receptor, mas em outros momentos a nicotina é como uma chave que quebrou dentro da fechadura. "Nossas descobertas sugerem que baixas doses de nicotina podem bloquear a abertura de um subtipo específico de receptor que é importante para a regulação do comportamento de ansiedade," disse ela, acrescentando que a ansiedade é um dos principais motivos para as recaídas das pessoas que tendem deixar o vício. Alívio da ansiedade Brunzell e seus colegas estão conduzindo novos que, esperam eles, ajudarão a identificar quais áreas do cérebro regulam os efeitos ansiolíticos da nicotina. Usando estratégias genéticas, eles estão tentando determinar a estrutura molecular dos receptores nicotínicos que regulam a ansiedade. De acordo com Brunzell, de um ponto de vista terapêutico é importante descobrir se bloquear a subunidade beta2, que contém receptores nicotínicos, alivia a ansiedade nos fumantes. "Entender quais outras subunidades se combinam com a beta2 para formar os receptores críticos que regulam a ansiedade pode levar ao desenvolvimento de terapias seletivas e com menos efeitos colaterais," disse ela. Diário da Saúde

Acidente vascular cerebral é a doença que mais mata no Brasil

Mortes evitáveis O acidente vascular cerebral (AVC) é a doença que mais mata no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. O número de mortes por AVC chega a quase 100 mil pessoas. Em 2000 foram 84.713 óbitos, passando para 99.726 em 2010. Apesar dos números absolutos, a mortalidade por AVC caiu 32% em dez anos no Brasil. O acidente vascular cerebral decorre da insuficiência no fluxo sanguíneo em uma determinada área do cérebro. Essa falta ou restrição no fornecimento de sangue pode provocar lesão ou morte celular e danos nas funções neurológicas. Além de provocar mortes, o AVC é a principal causa de incapacidade em adultos no mundo. Prevenção e diagnóstico do AVC Há cuidados que devem ser adotados para a prevenção da doença, entre eles o controle da pressão arterial, da taxa de glicose no sangue e do colesterol. Além disso, é necessário manter uma dieta balanceada, fazer exercícios físicos, não fumar e evitar ingerir bebidas alcoólicas. Para saber se uma pessoa está tendo AVC, primeiramente, pedir que a pessoa sorria e que se observe se o sorriso está torto. Em seguida, verificar se ela consegue levantar os dois braços. Outro passo é verificar se há alguma diferença na fala, se está arrastada ou enrolada. Hábitos mais saudáveis A neurologista da Academia Brasileira de Neurologia, Gisele Sampaio, disse que, se medidas saudáveis forem adotadas, as chances de se ter um derrame ou qualquer outra doença relacionada aos fatores de risco como hipertensão, diabetes, colesterol alto e tabagismo são mínimas. "Além de obter hábitos mais saudáveis, é importante fazer um acompanhamento médico regular. Caso os sintomas sejam identificados, procure um atendimento médico o mais rápido possível", alertou. Para diminuir a mortalidade e ampliar a assistência das vítimas do AVC, o Ministério da Saúde investirá até 2014 R$ 437 milhões no Sistema Único de Saúde (SUS). Desse total, R$ 370 milhões vão financiar leitos hospitalares. Também serão investidos recursos na incorporação e oferta do medicamento usado no tratamento. No Brasil inteiro, apenas 200 hospitais estão preparados para atender pacientes com AVC. Agência Brasil

Farmácias devem receber e garantir destinação de medicamentos vencidos

É lei: todo medicamento deve ter o descarte adequado. Em vigor desde julho, a lei estadual 17.211 estabelece que os fabricantes, importadores, distribuidores e revendedores de medicamentos, incluindo farmácias e drogarias, devem dar a destinação adequada aos produtos. Isso significa que os medicamentos não podem ser descartados em lixo comum, aterro sanitário ou na rede de esgoto, mesmo porque cada quilo de medicamento contamina 450 litros de água. De olho no cumprimento da lei, algumas farmácias já oferecem recipiente exclusivo para o descarte dos medicamentos vencidos pela população. É o caso da Farmácia Líder, localizada na Zona 2, em Maringá. A loja conta, há nove meses, com recipiente próprio para o descarte correto de medicamentos vencidos ou em desuso. A iniciativa tem gerado resultados positivos, de acordo com a gerente Tassia Melina Bezan Silveira. Segundo ela, os clientes aderiram à iniciativa e têm elogiado a ação por saberem que os medicamentos terão a destinação correta. Cumprir a determinação legal implica no envolvimento de uma ampla cadeia de empresas capazes de assegurar a logística reversa e o descarte adequado. Uma delas é a Farma Coletta Ambiental, a primeira empresa, no Paraná, especializada na coleta de medicamentos vencidos de farmácias e drogarias. A Coletta Ambiental desenvolveu um display próprio para o descarte, feito de papelão reciclável e com um recipiente plástico interno. Carros exclusivos para esta finalidade coletam medicamentos em desuso ou vencidos em todo o Estado e todos os clientes recebem um certificado que atestam que o material coletado terá destinação ambientalmente correta e dentro da lei. E é de Fábio Ribeiro, sócio da Coletta Ambiental, que vem uma dica importante: o consumidor deve se certificar que a farmácia garantirá a destinação correta dos medicamentos, em vez de descartar em lixo comum, fundos de vale ou qualquer outro local impróprio. Depois de acoplados em embalagem especial, estes medicamentos em desuso são encaminhados para uma empresa especializada, a única do gênero no Paraná e que está instalada em Curitiba. Os medicamentos são incinerados em queimadores automáticos em temperatura superior a 800 graus. Depois, as cinzas restantes são enviadas para aterro industrial especial, armazenadas em tambores especiais, de forma segura para a população e o meio ambiente. Intoxicação Consumir medicamento vencido pode causar intoxicação ou comprometer a eficácia do tratamento. O alerta é do farmacêutico Emyr Franceschi, que integra o Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná e é gerente de suprimentos em um hospital de Maringá. Segundo ele, a maioria dos antibióticos deve ser consumida em até sete dias. “A diferença entre o medicamento e o veneno está na dose”, ressalta. Ele conta que os remédios, incluindo as várias origens de ingestão, são a segunda maior causa de intoxicação, perdendo apenas para os agrotóxicos. Saiba mais A lei estadual 17.211, de 2012, que trata sobre a responsabilidade de fabricantes, importadores, distribuidores e revendedores garantirem a coleta e destinação adequada de medicamentos não é a única a tratar do assunto. A resolução 358 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabelece que os geradores de resíduos de serviços da saúde, incluídos distribuidores de medicamentos e farmácias, devem elaborar plano de gerenciamento e garantir que os resíduos sejam acondicionados, coletados e transportados atendendo às exigências legais. Outra resolução que trato do assunto é a 306, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A lei estadual vai ao encontro da Política Nacional de Resíduos Sólidos e a logística reversa, instituídas em 2010 por meio da lei 12.305. No caso da lei estadual, a fiscalização fica a cargo da Vigilância Sanitária. Em caso de descumprimento, os estabelecimentos estão sujeitos à advertência e ao pagamento de multas. Sobre a Farma Coletta Ambiental Com sede em Maringá, a Farma Coletta Ambiental é a primeira empresa paranaense especializada no atendimento de farmácias e drogarias nos serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos de saúde. A empresa está devidamente licenciada pelos órgãos ambientais e de saúde. http://www.paranashop.com.br

Fumante: saiba quanto tempo você vai perder de expectativa de vida

Não é segredo que o tabagismo pode prejudicar a saúde, especialmente se você fuma muitos cigarros por dia. Muita gente acredita, porém, que o problema não é “tão grave assim” – e, até pouco tempo atrás, estudos realizados no Japão sugeriam que o cigarro poderia diminuir em “apenas” quatro anos a expectativa de vida da pessoa. Contudo, uma nova pesquisa mostrou que o impacto pode ser maior do que se imaginava: 10 anos a menos. Em 1950 teve início o Life Span Study, que tinha como objetivo investigar os efeitos da radiação na saúde de moradores de Hiroshima e Nagasaki – cidades que haviam sido bombardeadas pelos Estados Unidos cinco anos antes. Cientistas acompanharam 100 mil cidadãos e, como grande parte não foi exposta a níveis altos de radiação, o estudo trouxe informações importantes sobre outros fatores de risco para a saúde. Foram acompanhados 68 mil fumantes durante uma média de 23 anos. Por terem começado a fumar em geral depois de adultos, aqueles que nasceram antes de 1920 sofreram um impacto menor em sua expectativa de vida (cerca de 4 anos, resultado que aparecia em estudos anteriores). Na geração seguinte (1920-1945), porém, era muito comum que a pessoa começasse a fumar antes dos 20 anos – nesses casos, a expectativa de vida caiu em média 10 anos, e o índice de mortalidade era duas vezes maior do que o de não fumantes. Além dos riscos do tabagismo, os pesquisadores também analisaram os benefícios de se cortar o hábito: aqueles que largaram o cigarro antes dos 35 anos acabaram evitando praticamente todos os riscos excessivos enfrentados pelos fumantes (parar antes dos 40 também se mostrou efetivo). O estudo foi publicado no periódico British Medical Journal.

Check-ups de rotina não trazem benefícios, dizem médicos

Prevenção sem efeito Fazer exames gerais preventivos de saúde não reduz as mortes por todas as causas e nem por doenças graves, como câncer e doenças do coração, de acordo com pesquisadores da Cochrane. Os pesquisadores, que fizeram uma revisão sistemática sobre o assunto para a renomada publicação científica The Cochrane Library, manifestam-se contra a oferta de exames de saúde em geral como parte de programas de saúde pública. Em alguns países, os check-ups, as verificações gerais de saúde periódicas e de forma preventiva, são oferecidas como parte da prática padrão da medicina. Lado negativo dos exames preventivos Os exames de saúde em geral se destinam a reduzir as mortes e os problemas de saúde, permitindo a detecção precoce e o tratamento rápido das doenças. No entanto, existem potencialmente implicações negativas, como por exemplo o diagnóstico e o tratamento de condições que poderiam não ter conduzido a quaisquer sintomas da doença ou ter levado a um encurtamento da vida em relação à expectativa. Os pesquisadores basearam suas conclusões em 14 estudos envolvendo 182.880 pessoas. Todos os estudos dividiram os participantes em pelo menos dois grupos: um onde os participantes foram convidados a realizar exames preventivos de saúde gerais, e outra onde eles não participaram desses programas. Quem procura... O número de novos diagnósticos decorrentes dos exames preventivos foi geralmente pouco estudado mas, em um dos testes, os exames preventivos levaram a mais diagnósticos de doenças ou condições de todos os tipos. Em outro estudo, as pessoas do grupo de convidados para verificações gerais de saúde apresentaram maior propensão a serem diagnosticadas com pressão alta ou colesterol alto, como seria de esperar. Em três ensaios, um grande número de "anormalidades" foram identificadas nos grupos selecionados para exames. No entanto, com base em nove dos 14 estudos, com um total de 11.940 mortes, os pesquisadores não encontraram nenhuma diferença entre o número de mortes nos dois grupos no longo prazo, seja geral ou, especificamente, devido a câncer ou doenças do coração. Evitar exames desnecessários Outras consequências dos exames preventivos foram pouco estudadas, mas os dados sugerem que a oferta de exames de check-up em geral não tem impacto sobre internações hospitalares, incapacitação, preocupações com a saúde, encaminhamentos a especialistas, visitas adicionais ao médico ou tempo de afastamento do trabalho. "A partir das evidências que vimos, incentivar os pacientes a fazer exames de saúde geral provavelmente não trará benefícios," disse Lasse Krogsboll do Centro Cochrane, em Copenhague (Dinamarca). "Uma razão para isso pode ser que os médicos identificam problemas adicionais e tomam medidas ao ver pacientes por outros motivos." "Nós não estamos dizendo que os médicos devam parar de pedir exames ou oferecer tratamentos quando suspeitam que possa haver um problema. Mas acreditamos que as iniciativas de saúde pública que sistematicamente oferecem exames preventivos de saúde em geral devem ser evitadas," continuou. Equilíbrio entre benefício e malefício De acordo com a revisão, novos estudos devem ser focados sobre os componentes individuais dos exames preventivos de saúde e em uma melhor definição das condições, tais como doença renal e diabetes. Esses estudos devem ser projetados para explorar mais os efeitos nocivos dos exames de saúde em geral, que muitas vezes são ignorados, produzindo conclusões enganosas sobre o equilíbrio entre danos e benefícios. Outro problema é que as pessoas que fazem exames preventivos de checagem da saúde quando recebem a recomendação podem ser diferente daquelas que não atendem aos chamados. As pessoas que apresentam elevado risco de doença grave podem ser menos propensas a participar. Excesso de prevenção O estudo é mais um em uma longa série de evidências científicas que vêm mostrando que o encaminhamento médico de pessoas saudáveis, em nome de uma pretensa prevenção, pode gerar mais males do que benefícios: Exames preventivos de câncer de ovário são ineficazes Mamografias preventivas caem nos EUA após novas recomendações Sobrediagnósticos já representam perigos para saúde humana Exames intermináveis não trazem saúde eterna Medicina está sendo reduzida às questões econômicas Exame PSA faz mais mal do que bem, dizem especialistas Detecção precoce do câncer de próstata não traz benefícios se PSA for baixo Mamografia pode aumentar risco de câncer de mama em grupo de risco Cientistas defendem mudanças nas orientações sobre mamografia para prevenção do câncer de mama Público superestima benefícios dos exames de prevenção do câncer Médicos europeus descartam exames de câncer de próstata como rotina Toque retal para prevenção de câncer de próstata não deve ser rotina. www.diariodasaude.com.b

Caça ilegal ameaça vida selvagem africana

A caça ilegal de animais selvagens em alguns países africanos pode levar à erradicação de muitas espécies e a um colapso ecológico em grandes áreas, afirma um novo estudo da ONG Panthera, da Sociedade de Conservação da Vida Selvagem (WCS) e da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL). Segundo a pesquisa, a explosão populacional ocorrida nas últimas décadas na África, mais especificamente nos países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), está fazendo com que muitas áreas protegidas sejam invadidas por seres humanos, o que contribui para o aumento da caça em locais proibidos. Além disso, a carne de animais selvagens está se tornando um artigo de luxo nos centros urbanos, o que faz com que as comunidade rurais vejam a caça ilegal como uma forma de subsistência. Com isso, além dos animais reconhecidamente caçados, como antílopes, zebras e outros mamíferos de grande porte, espécies que não são procuradas por sua carne, como os predadores – chitas, cães selvagens, leões, leopardos –, também estão sendo dizimados, seja pela falta de presas, seja por caírem nas armadilhas destinadas aos herbívoros caçados. “Armadilhas são o método de caça ilegal mais comum e são particularmente indesejáveis de uma perspectiva conservacionista, já que são altamente eficazes, difíceis de controlar, não seletivas em termos de gêneros ou espécies de animais capturados e têm implicações graves ao bem-estar animal”, afirma o relatório. Dos predadores atingidos, as chitas e os cães selvagens são os mais prejudicados, e essas espécies estão classificadas na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) como vulnerável e ameaça de extinção, respectivamente. “A maioria das chitas e cães selvagens africanos está fora de áreas protegidas, coexistindo com pessoas e seu gado, e elas são muito vulneráveis a armadilhas e à perda de suas presas selvagens”, comentou Netty Purchase, da WCS e da ZSL. Por isso, o documento recomenda que se resolvam os problemas do crescimento da população humana através da educação e do planejamento familiar; do planejamento do uso da terra; do fornecimento de meios de subsistência alternativos e outras fontes de proteína em áreas rurais; do estímulo ao turismo e uso sustentável da vida selvagem; e da aprovação e aplicação de leis melhores. “Uma discussão franca sobre a questão dos altos níveis de crescimento populacional dentro e perto de áreas protegidas é necessária, porque se as atuais tendências continuarem, outras intervenções para enfrentar a caça ilegal e o comércio de carne selvagem provavelmente não terão sucesso”, diz o relatório. Felizmente, essa questão não ficou restrita ao relatório, e na última semana foi debatida em um encontro de dois dias em Johanesburgo, na África do Sul. ONGs, organizações comunitárias, órgãos governamentais e internacionais e membros da SADC concordaram unanimemente sobre a necessidade de combater a prática da extração ilegal de carne selvagem. Os participantes alegaram que, além de proteger as espécies e os ecossistemas, o combate à prática também ajudaria a melhorar a vida das comunidades rurais, já que, de acordo com especialistas, a caça ilegal rende apenas 4% do que a caça regulamentada poderia gerar de lucro para essas populações. “A diversidade e densidade únicas da vida selvagem nos países da SADC têm potencial para criar benefícios econômicos e sociais significativos para as pessoas da região. No entanto, esses ativos estão seriamente ameaçados pela caça ilegal e o comércio de carne selvagem”, observou Peter Lindsey, da ONG Panthera. “Há uma necessidade urgente de procurar por soluções viáveis que garantirão o uso sustentável dos recursos da vida selvagem da SADC enquanto contribuem para o desenvolvimento de comunidades rurais pobres”, concluiu Rene Czudek, do escritório sub-regional da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). * Publicado originalmente no site CarbonoBrasil. (CarbonoBrasil)

Brasil bate novo recorde na reciclagem de latas de alumínio

Somente 17, em cada mil latinhas de alumínio consumidas no Brasil, em 2011, foram parar no lixo. O índice de reciclagem de 98,3% atingiu um novo recorde e continua garantindo a liderança do país no setor, segundo informações do Valor Econômico. Em 2010, o percentual foi de 97,6%. Na realidade, de acordo com o diretor executivo da Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade), Renault de Freitas Castro, o Brasil pode considerar que toda a latinha consumida vai para a reciclagem. Isso porque não são contabilizadas as latas utilizadas para outros fins, como artesanato e fundições caseiras. Por ser reciclável infinitamente sem perder a qualidade, a latinha também é o material mais reciclado internamente. O plástico PET, que ocupa a segunda posição, possui índices bem menores, com a reciclagem de 56% do material consumido. A indústria brasileira reciclou no ano passado 18,4 bilhões de latas de alumínio, o equivalente a 50,4 milhões por dia, de acordo com a Abal (Associação Brasileira de Alumínio). Logo abaixo do Brasil, figuram na lista de recicladores o Japão, com o percentual de 92,6%, e a Argentina, com 91,1%. A Europa possui uma média 66,7%, pouco acima dos Estados Unidos (65,1%). A reciclagem, que é estimulada neste setor no país há duas décadas, é feita essencialmente da coleta dos catadores de materiais recicláveis, responsáveis por encaminhar 85% das latinhas à reciclagem. Anualmente, a reciclagem gera um incremento de R$ 645 milhões na economia e economiza 3.780 GWh de energia, ao dispensar a utilização de mais matéria-prima para fabricação de novas latinhas, 95% a menos do que uma nova. * Publicado originalmente no site EcoD.

O que emagrece mais: dieta ou exercícios?

Estudo acompanhou os participantes do reality show norte-americano “The Biggest Loser” e mostra que, neste caso, a dieta sozinha é responsável por 65% da perda de peso e que, para manter os resultados alcançados ao fim do programa, uma dieta modesta e exercícios diários já seriam suficientes. O programa reúne pessoas com obesidade que buscam mudar de estilo de vida e emagrecer ao longo de vários meses. As fases do programa se dividem em momentos onde os participantes ficam confinados em um rancho onde passam por uma mudança drástica na alimentação e na prática de exercícios, que passam a ser mais intensos. Em outro momento eles devem voltar para suas casa e adaptar o que aprenderam ao seu cotidiano. Existem eliminações dos membros dos grupos, que se baseiam na quantidade de peso perdido pela equipe toda e, ao final, ganha aquele grupo que conseguiu emagrecer mais. O líder do estudo, Kevin Hall, explica que para analisar os efeitos individuais dos exercícios e da dieta, ele e sua equipe usaram modelos matemáticos. Para chegar aos resultados, eles mediram a gordura corporal, o gasto energético total e taxa metabólica de repouso – a energia queimada durante a inatividade – três vezes: no início do programa, na 6ª semana e na 30ª semana (pelo menos 17 semanas após os participantes voltarem para casa). A participação no programa levou a uma perda de peso médio de 128 quilos, com cerca de 82% sendo de gordura corporal e o resto de tecido magro. Esta preservação de tecido magro, mesmo com a perda de peso rápida e substancial, é o que ajuda a manter a força e mobilidade e reduz o risco de lesões nos músculos, entre outros benefícios. Hall usou um modelo de computador matemática do metabolismo humano – atualmente destinado à pesquisas conduzidas por pesquisadores e profissionais de saúde – para calcular as mudanças da dieta e exercícios subjacentes à perda de peso corporal observada. Como o programa de TV não foi projetado para abordar diretamente como as intervenções de cada exercício e dieta contribuem para a perda de peso, o modelo de computador simulou os resultados de dieta e exercício sozinhos para estimar suas contribuições relativas. Os resultados, divulgados no periódico Obesity, indicaram que a dieta sozinha foi responsável por 65% da perda de peso que consistiu em gordura corporal e 35% de massa magra, sendo mais significativa que o exercício. Porém, o modelo calculou que o exercício sozinho resultou apenas na perda de gordura dos participantes, e não na perda de massa magra, ou muscular. Na verdade a simulação de exercício sozinho apontou um pequeno aumento na massa magra, apesar da perda de peso global. As simulações também sugerem que os participantes poderiam manter e evitar a recuperação do peso perdido adotando mudanças de estilo de vida mais moderados do que os do show – como praticar 20 minutos de exercícios vigorosos diariamente e manter uma dieta modesta – com restrição calórica de 20% da que foi seguida durante o programa. “O estudo reforça a necessidade de uma dieta saudável e de exercício físico em nosso cotidiano”, diz. Griffin P. Rodgers, que também participou da pesquisa. “Ele também ilustra como a ciência do metabolismo e modelagem matemática podem ser usados para desenvolver recomendações para a perda de peso sustentável – uma ferramenta importante no tratamento da obesidade – baseadas em circunstâncias únicas de um indivíduo”, finaliza. * Publicado originalmente no site O que eu tenho.