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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Hipotireoidismo: oito dúvidas sobre a doença da tireoide

De acordo com os resultados recentes do censo IBGE 2010, as doenças endócrinas, como diabetes, obesidade e disfunções na tireoide respondem pela segunda causa que mais mata mulheres no país (7,8%), atrás apenas das doenças cardiovasculares. A tireoide é uma glândula endócrina que existe para harmonizar o funcionamento do organismo. Localizada no pescoço, é responsável pela produção de dois hormônios o T3 (tri-iodotironina) e o T4 (tiroxina), que estimulam o metabolismo e interferem no desempenho de órgãos como coração e rins, chegando a alterar o ciclo menstrual.

Por toda essa importância, a glândula tireoide precisa estar em perfeita ordem. Quando isso não acontece, o próprio corpo dá o alerta. Os tipos mais comuns de disfunção da tireoide são:

1. hipertireoidismo (liberação de hormônios em excesso, que aceleram muito o metabolismo);

2. hipotireoidismo (a glândula libera o T3 e o T4 em menor quantidade do que o necessário). No segundo caso e mais comum, o hipotireoidismo, os sintomas mais frequentes são desânimo, cansaço, sonolência, pele seca, inchaço dos olhos, lentidão física e mental. A doença costuma atingir vários membros de uma mesma família. Porém, o diagnóstico nem sempre é fácil, pois os sintomas podem ser atribuídos a outras doenças que se manifestam de forma semelhante, como depressão e anemia. A seguir, a endocrinologista Laura Ward, da Unicamp, esclarece oito dúvidas mais comuns sobre o hipotireoidismo.

1.Os sintomas podem ser identificados com clareza?

Os sintomas, infelizmente, são pouco específicos e se instalam lentamente, o que pode confundir as pessoas. Além disso, podem atingir vários órgãos, pois a tireoide é importante para regular o funcionamento de alguns sistemas do corpo, como cardiovascular, gástrico e nervoso. São: sentir frio, mesmo quando a temperatura não está baixa; desânimo; falta de interesse de todos os tipos, incluindo interesse para atividades corriqueiras ou prazerosas; lentidão de fala, de pensamento e de batimentos cardíacos; problemas no intestino (constipação, prisão de ventre), lentidão de reflexos; pele ressecada; cabelos e unhas quebradiços.

2.Por que o hipotireoidismo ocorre mais em mulheres e se manifesta predominantemente a partir de certa idade?

Não se sabe com exatidão por que o distúrbio afeta mais mulheres, mas acredita-se que um dos fatores seja a maior incidência, na fase da menopausa, da doença de Hashimoto ou tireoidite crônica, doença autoimune da tireoide em que o corpo produz anticorpos que atacam a tireoide, fazendo deste distúrbio a principal causa do hipotireoidismo. Durante o climatério, período em que as doenças autoimunes são mais frequentes, é possível que o metabolismo de hormônios, como estrógeno, esteja produzindo fatores desencadeantes para doenças autoimunes, entre as quais a doença de Hashimoto.

3.Como saber se estou no grupo de risco da doença?

São fatores de risco para o hipotireoidismo: a existência de outras doenças autoimunes (lúpus, artrite reumatoide, vitiligo, diabetes de tipo 1), a presença de bócio (aumento de volume da tireoide) e a existência de doença de tireoide na família.


4.Quais exames costumam ser feitos para o diagnóstico?

Eles devem ser feitos periodicamente? O exame mais comum para identificar os níveis dos hormônios da tireoide chama-se dosagem de TSH sérico. Recomenda-se que todas as pessoas acima de 60 anos realizem uma dosagem de TSH anual e que mulheres, particularmente aquelas que apresentam fatores de risco, dosem o TSH a partir dos 30 anos. Além disso, gestantes também devem realizar o exame periodicamente.

5.O hipotireoidismo tem cura?

Não existe uma cura definitiva para a doença, mas o controle pode fazer com que o paciente leve uma vida normal. O tratamento mais comum é feito com reposição hormonal, geralmente com hormônio sintético da tireoide, em geral, na forma de comprimido, que deve ser tomado diariamente pelo resto da vida. Mas vale o alerta: se estiver com falta ou excesso de medicação, podem aparecer os sintomas opostos, de hipertireoidismo. Os mais comuns são: agitação física e mental, insônia, irritação e perda de peso.

6.Quais são as possíveis consequências mais graves, se não houver tratamento?

A falta do hormônio tireoidiano pode levar ao coma mixedematoso, que é quando o paciente tem queda da temperatura corporal e ocorre a lentidão de todas as funções do organismo. Isso acarreta uma fragilização do sistema imune, facilitando a instalação de outras doenças, como pneumonia e infecções. O hipotireoidismo também pode afetar de forma importante o coração e os ossos, por isso é importante seguir o tratamento prescrito pelo médico.

7.O hipotireoidismo provoca aumento de peso?

Existe uma relação complexa entre as doenças da tireoide, o peso corporal e o metabolismo. Os hormônios tireoidianos também regulam o metabolismo, e a taxa metabólica basal também pode diminuir na maioria dos pacientes com hipotireoidismo, devido à baixa nos hormônios. No entanto, esse ganho de peso é menor e menos dramático do que o ocorre nos pacientes com hipertireoidismo.

8.O que é essencial para controlar o hipotireoidismo?

Se o paciente estiver com a medicação ajustada adequadamente, sua rotina não será muito afetada. A recomendação é a mesma válida para pessoas sem a doença, que é seguir hábitos de vida saudáveis. É fundamental manter uma alimentação equilibrada, rica em vegetais e frutas. Também é essencial praticar exercícios físicos regulares para a manutenção do peso para afastar a obesidade e seus efeitos negativos, como hipertensão, diabetes, aumento do colesterol e problemas cardiorrespiratórios. Não há grandes restrições em relação às atividades físicas, mas antes de começar a se exercitar o paciente deve sempre consultar seu médico.

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Medidas simples podem evitar contaminação por superbactérias, diz pesquisadora

O surto de contaminação pela superbactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) poderia ser evitado por medidas simples adotadas pelos hospitais, como obrigar as pessoas a lavarem as mãos ao visitar os pacientes. A sugestão é da bióloga Ana Paula Carvalho Assef, do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), unidade credenciada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para confirmar os casos de KPC no país.

“São as medidas básicas de controle de infecção, como lavar as mãos antes e depois de entrar em contato com o paciente. A comissão do hospital deve estar alerta para esse tipo de coisa e orientar os visitantes e toda a equipe clínica que esteja tratando esses pacientes”, afirmou.

A bióloga ressaltou que esses cuidados básicos evitam contaminações perigosas e que geram altos custos para serem tratadas. “Você fica sem opção de tratamento e as alternativas para combater essas bactérias são antibióticos tóxicos e muito mais caros.”

Segundo ela, a KPC foi identificada em 2001, nos Estados Unidos, a partir de uma amostra de 1996. Nos anos de 2003 e 2005, ela provocou surtos em Nova York e depois se espalhou pelo mundo, com casos registrados na Argentina, Colômbia, em Israel e outros países.

Apesar da grande expansão da KPC, a bióloga da Fiocruz afirmou que não há riscos de haver uma contaminação generalizada da população, pois a bactéria é inerente ao ambiente hospitalar, onde há um grande número de pacientes debilitados, com procedimentos invasivos e recebendo altas cargas de antibióticos. “Uma pessoa saudável não vai se infectar por essa bactéria, nem vai haver um surto de KPC na comunidade. É um problema dos hospitais que deve ser controlado. É preciso cuidado para a comunidade não servir de veículo para levar a bactéria a pacientes debilitados.”

Ana Paula Carvalho Assef explicou que a KPC é uma bactéria comum, presente no sistema digestivo de quase todas as pessoas, mas que nos últimos anos adicionou uma informação nova ao seu DNA, passando a produzir uma enzima, a carbapenemase, que destrói a maior parte dos antibióticos, garantindo resistência.

A bióloga considerou positivo o controle que o Ministério da Saúde quer implantar sobre a venda de antibióticos no país, a fim de evitar que as pessoas comprem os medicamentos sem receita médica e sem conhecimento da correta administração. Um dos motivos da resistência de bactérias é justamente o fato de o tratamento não ser seguido até o fim, abandonado quando se nota as primeiras melhoras.

Outro problema, segundo Ana Paula Carvalho Assef, é o excesso de antibióticos utilizados na criação de animais de corte, que acabam sendo ingeridos pelos seres humanos no consumo de carnes, ovos e leite. Além disso, há o problema dos antibióticos jogados no esgoto pelos hospitais e nos lixões, que contaminam o meio ambiente. “Tudo isso junto faz com que as bactérias resistentes sejam selecionadas e vai aumentando cada vez mais a multirresistência”, alertou.

(Fonte: Agência Brasil)

Tratamento de resíduos sólidos é desafio para governantes e sociedade

Acabar com os grandes depósitos de lixo que existem no país, os chamados lixões, e promover o tratamento dos resíduos sólidos de forma adequada é o grande desafio do país e uma das prioridades da agenda ambiental. O problema – a destinação dos resíduos sólidos – voltou aos grandes debates nacionais com a aprovação, em agosto, da Política Nacional sobre Tratamento de Resíduos Sólidos, que estava em tramitação há 19 anos no Congresso Nacional.

O diretor do Departamento de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental do Ministério do Meio Ambiente, Geraldo Abreu, deu destaque à importância da conscientização de gestores e da sociedade sobre o tema em palestra, na semana passada, no 1º Fórum sobre Resíduos Sólidos da Universidade de Brasília (UnB), na Faculdade de Educação.

O encontro marcou o início da implantação do sistema de coleta seletiva da instituição, que criou o Programa Recicla UnB. “O Brasil deve fazer a sua parte no sentido de garantir melhor qualidade de vida para as gerações futuras e dar a sua contribuição para a sobrevivência do planeta”, disse Abreu.

Ele recomenda, para que haja bons resultados numa política que trata da destinação do lixo, o compartilhamento de ações entre os gestores e a sociedade. Segundo Abreu, o governo federal vem abrindo linhas de financiamento e incentivando os estados e municípios a trabalharem de forma integrada na área da reciclagem de resíduos. Ele observou que, na construção civil, 80% das sobras podem ser recicladas, evitando que os aterros fiquem sobrecarregados recebendo apenas os rejeitos, ou seja, o que realmente for considerado inutilizável.

O diretor apontou a área de resíduos biológicos como uma das mais preocupantes, porque envolve necessidade de um tratamento mais delicado por causa do grau de toxicidade. “São resíduos perigosos, que podem contaminar lençóis freáticos e cursos d’água”.

Abreu enfatizou que, na política de resíduos sólidos, o objetivo não é “conter o consumo por parte da população, mas educar para consumir sem poluir o meio ambiente”. Segundo ele, o país passou “dezenas de anos tratando mal o meio ambiente”. O cenário mudou, na sua opinião, com a aprovação da legislação sobre a gestão de resíduos, em 2005, a aprovação da lei de saneamento, em 2007, e agora, com a lei que fixa regras para tratamento dos resíduos sólidos.

(Fonte: Agência Brasil)

Pesquisa Ecológica de Longa Duração é iniciada no Pampa

A aproximação entre a APA do Ibirapuitã, a Fundação Zoobotânica/SEMA/RS e a Geografia da UFRGS resultou no projeto intitulado "Avaliação da paisagem, composição, estrutura e dinâmica de comunidades terrestres e aquáticas na APA do Ibirapuitã - Bioma Pampa: potencialidades, conflitos de uso e sustentabilidade", o qual está sendo financiado pelo CNPq dentro do Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração - PELD/CNPq/MCT.

No final do mês de setembro foi realizada a primeira expedição de reconhecimento pelos técnicos da FZB no território da APA. Foram percoridas estradas, acessos, passos e algumas propriedades da porção sul da Unidade de Conservação, região onde predominam os solos basálticos. No início de novembro serão realizadas mais duas expedições: uma com os especialistas em organismos aquáticos, onde o foco será selecionar pontos do Rio Ibirapuitã e afluentes para as coletas ao longo dos 9 anos de duração do projeto; e outra com o mesmo grupo de pesquisadores que esteve na APA em setembro, desta vez visitando a porção norte da UC e as áreas de solos areníticos.








O projeto é composto por 8 subprojetos e tem como objetivos gerais a realização do mapeamento de uso e de cobertura do solo da Área de Proteção Ambiental do Ibirapuitã, a caracterização da estrutura das comunidades terrestres e aquáticas, avaliando a sua evolução ao longo de uma série temporal de longa duração e a sua variação em relação à disponibilidade hídrica e impactos advindos das atividades de pecuária e agricultura, a fim de identificar conflitos e potencialidades de práticas sustentáveis. O projeto visa atender seis metas: Identificação das formas de interação entre os elementos bióticos e abióticos dominantes na APA do Ibirapuitã, e como estas interagem com atividades humanas nas áreas alvo diretas e seu entorno; Criação de mecanismos conjuntos com a administração da APA que possibilitem uma gestão ambiental, social, cultural e economicamente sustentáveis, e sirvam de modelo para serem levados para outras regiões; Promoção de ações de divulgação / educação ambiental nas regiões abrangidas pelo projeto, e outras com as quais se mantenham processos de integração; Incremento às coleções científicas de referência da flora e fauna do Bioma Pampa; Contribuição para o alcance de meta de proteção do Bioma Pampa, em atendimento à resolução 03/2006-CONABIO; e Colaboração com outras instituições nacionais e internacionais no sentido de promover a conservação de campos nativos de regiões temperadas.

Para saber mais acesse: http://sites.google.com/site/apadoibirapuita

FZB/Sema e Geografia da UFRGS - EcoAgência

Mudança climático ameaça a maior parte do planeta com graves secas

Os Estados Unidos e vários países de grande população enfrentam uma ameaça crescente de grave e prolongada seca nas próximos décadas, segundo um estudo do Centro Nacional Pesquisa Atmosférica (NCAR) americano.

O aumento das temperaturas, combinado com a mudança climática, provavelmente criará um ambiente mais seco em todo o planeta nos próximos 30 anos, afirma o cientista Aiguo Dai, coordenador do estudo e das projeções.

De acordo com Dai, existe a possibilidade que em certas regiões a seca alcance proporções incomuns e até mesmo nunca vistas na era moderna.

O estudo tem como base 22 modelos climáticos virtuais, um amplo índice de medidas de condições da seca e uma análise de estudos já publicados.

O trabalho conclui que a maior parte da América, Europa, Ásia, África e Austrália podem ser ameaçadas por secas extremas durante o século.

Já as regiões situadas em latitudes elevadas, do Alasca a Escandinávia, se transformarão provavelmente em zonas mais úmidas, segundo as projeções.

“Enfrentamos a possibilidade de seca extensa nas próximas décadas, mas isto ainda não é plenamente reconhecido pela população e pela comunidade que investiga as mudanças climáticas”, advertiu Aiguo Dai.

“Se as projeções deste estudo estiverem perto de concretizar-se, as consequências para as sociedades no mundo seriam gigantescas”, destaca o cientista.

Dai alertou que as conclusões do estudo são baseadas nas melhores projeções atuais das emissões de gases que provocam o efeito estufa sobre a Terra.

O que realmente acontecerá nas próximas décadas dependerá de muitos fatores, incluindo as futuras emissões de gás carbônico, assim como os ciclos climáticos naturais, como a corrente marinha do fenômeno El Niño.

(Fonte: G1)

Água para 123 milhões de brasileiros depende da Mata Atlântica

A Mata Atlântica apresenta hoje a área de vegetação nativa brasileira mais devastada do País. Reduzida a apenas 27% de sua cobertura original, ainda é uma das regiões do mundo mais ricas em diversidade biológica, embora dados apresentados pela SOS Mata Atlântica assegurem que apenas 7,26% de seus remanescentes permanecem bem conservados.

Sua manutenção e preservação deixou de ser uma prioridade restrita aos ambientalistas. Agora, depende do envolvimento de todos os setores produtivos, econômicos e sociais do Brasil, uma vez que em seus limites vivem 123 milhões de pessoas – 67% de toda a população brasileira.

Esse número expressivo de habitantes necessita da preservação dos remanescentes de vegetação nativa, dos quais depende o fluxo de mananciais de águas que abastecem pequenas e grandes cidades.

As áreas de cobertura vegetal nativa que ainda restam prestam serviços ambientais importantes, como a proteção de mananciais hídricos, a contenção de encostas, a temperatura do solo e a regulação do clima, já que regiões arborizadas podem reduzir a temperatura em até 2º C.

Segundo um estudo da entidade WWF, mais de 30% das 105 maiores cidades do mundo dependem de unidades de conservação para garantir seu abastecimento de água. As matas ciliares, nome dado ao conjunto de vegetação localizada às margens dos cursos de água, foram avaliadas como comprometidas na Mata Atlântica. São fundamentais para a proteção e preservação da diversidade da flora e fauna, pois além de evitar o agravamento de secas e o aumento das enchentes, também funcionam como corredores para que animais e sementes possam transitar entre as áreas protegidas e garantir a alimentação e variabilidade genética das mais diferentes espécies.

As áreas bem conservadas e grandes o suficiente para garantir a biodiversidade e manutenção da Mata Atlântica a longo prazo não chegam a 8% de sua cobertura vegetal original. A região continua a sofrer sérias ameaças, que podem se agravar caso o Código Florestal brasileiro sofra alterações que não garantam a utilização responsável e sustentável de seus recursos naturais.

Além de reduzidos, os remanescentes estão fragmentados e se distribuem de maneira não uniforme ao longo do território, fator que compromete a perpetuidade de espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção.

Hotspot - Especialistas estimam que a Mata Atlântica, considerada um hotspot (área prioritária para conservação, com alta biodiversidade e endemismo e ameaçada no mais alto grau) possua mais de 20.000 espécies de plantas, aproximadamente 35% de toda a flora existente no País.

Segundo dados da Conservação Internacional (CI), trata-se do hotspot número 1 entre as regiões monitoradas em todo o mundo. Levantamentos indicam que sua área abriga 849 espécies de aves, 370 de anfíbios, 200 de répteis , 270 espécies de mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes. Outro dado alarmante: das 472 espécies ameaçadas de extinção em todo o território nacional, 276 (mais de 50%) estão na região.

“As ações de proteção do MMA direcionadas à Mata Atlântica incluem o aperfeiçoamento da legislação, com a aprovação da Lei da Mata Atlântica e a instituição de projetos e programas de conservação e recuperação de mata nativa”, afirma o coordenador do núcleo Mata Atlântica do MMA, Wigold Schaffer. “Também envolvem o monitoramento e fiscalização dos desmatamentos e queimadas, a criação e implementação de unidades de conservação e a ampliação de parcerias com instituições públicas e privadas da sociedade civil.”

Considerada por especialistas como um avanço na legislação ambiental brasileira, a Lei da Mata Atlântica (nº 11.428/2006) e sua regulamentação possuem regras claras e incentivos para que a conservação, proteção, regeneração e utilização sustentável de seus componentes sejam implementadas.

Schaffer explica que uma das principais metas do Governo Federal é transformar pelo menos 10% da área total da região em unidades de conservação (UCs) de proteção integral e uso sustentável. Atualmente, existem 123 UCs federais e 225 estaduais na Mata Atlântica, o que resulta em quase 1,7 milhão de hectares transformados em áreas de proteção integral (3%) e pouco mais de 2 milhões de hectares de áreas de uso sustentável.

Ameaça - Dentre as espécies de flora ameaçadas em seus limites, destacam-se o pau-brasil, araucária, palmito-juçara, jequitibá, jaborandi, jacarandá e imbuia, além de orquídeas e bromélias.

Com relação à fauna, das 202 espécies de animais consideradas oficialmente ameaçadas de extinção no País, 171 eram da Mata Atlântica. Das 20 espécies de répteis ameaçadas no Brasil, 13 ocorrem neste bioma. Entre os animais terrestres que ocorrem na região sob alto risco de extinção, 185 são vertebrados (quase 70% do total ameaçado no Brasil), entre eles 118 aves, 16 anfíbios, 38 mamíferos e 13 répteis.

Alguns deles ficaram bastante conhecidos após campanhas de preservação, como o mico-leão-de-cara-dourada, mico-leão-da-cara-preta, a saíra-sete-cores, papagaio-da-cara-roxa e o tatu-bola.

Além da perda de hábitat, as espécies da Mata Atlântica são vítimas do tráfico de animais, comércio ilegal que movimenta no mundo US$ 10 bilhões por ano.

Fatores de perda – Entre os fatores de destruição da vegetação nativa da Mata Atlântica constam a expansão da pecuária bovina, a implantação de monoculturas agrícolas, o reflorestamento com espécies exóticas, a abertura de novas fronteiras de agricultura e de ferrovias e rodovias sem estratégias sustentáveis.

O avanço desordenado das cidades, empreendimentos e grandes obras de infraestrutura, bem como a mineração e a exploração madeireira também contribuíram para a degradação da cobertura vegetal original.

De 2005 a 2008, os estados que mais desmataram foram Minas Gerais, Santa Catarina e Bahia, responsáveis por mais de 80% do total de desmatamento ocorrido no período.

Em 2006, o MMA indicou 880 áreas prioritárias para conservação distribuídas em 429 mil km2 de Mata Atlântica. Desse total, 522 são áreas novas e 358 já possuem algum tipo de proteção.

Corredor Ecológico - O conceito de corredor ecológico ou corredor de biodiversidade se refere a extensões significativas de ecossistemas nos quais ocorre o fluxo de indivíduos e genes entre áreas remanescentes de ecossistemas, unidades de conservação e áreas protegidas. Aumentam, assim, a probabilidade de sobrevivência das diferentes espécies que neles habita, e asseguram a manutenção de processos evolutivos em larga escala.

O Corredor Central da Mata Atlântica, localizado nos estados da Bahia e Espírito Santo ao longo da costa atlântica, estende-se por mais de 1.200 km no sentido norte-sul, e foi implementado desde março de 2002. O corredor agrega ecossistemas aquáticos de água doce e marinhos (dentro da plataforma continental).

O projeto conta com a assistência técnica da Cooperação Brasil-Alemanha (GTZ) e com investimentos do banco alemão KFW e da União Europeia. Também atuam em projetos de conservação da região a Fundação SOS Mata Atlântica, Conservação Internacional, WWF, Mater Natura e outras entidades não-governamentais.

Outra grande área de preservação dentro dos limites da Mata Atlântica é o Corredor da Serra do Mar, que cobre cerca de 12,6 milhões de hectares, do Paraná ao Rio de Janeiro, englobando as serras do Mar e da Mantiqueira.

Bom exemplo - Quando adquiriu a Fazenda Bulcão, em Aimorés (MG), o fotógrafo Sebastião Salgado encontrou uma propriedade quase totalmente formada por pasto degradado. Com o processo de recuperação da área, realizado pelo Instituto Terra, o local foi transformado em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), e a fazenda foi tornou-se a primeira RPPN recuperada de área degradada na Mata Atlântica.

Nela já foram plantadas mais de 1 milhão de mudas nativas desde 1999. Como resultado, o fluxo de água da região ficou mais homogêneo ao longo do ano, e foram cadastradas sete nascentes que ainda não haviam sido identificadas no Córrego do Bulcão, que passa dentro da propriedade. O local funciona também como corredor ecológico e referência de envolvimento social na preservação da Mata Atlântica.

Definição e abrangência - A Mata Atlântica é composta por um conjunto de formações florestais, campos naturais, restingas, manguezais e outros tipos de vegetação que são considerados ecossistemas associados e compõem diferentes paisagens. Essas formações cobriam originalmente total ou parcialmente 17 estados brasileiros e abrangiam uma área de aproximadamente 1,3 milhão de quilômetros quadrados.

Ilhas oceânicas também se agregam aos seus domínios, além dos encraves de Mata Atlântica – como formações florestais e brejos interioranos – existentes em meio a outros biomas. As limitações da região estão estabelecidas no Mapa da Área de Aplicação da Lei nº11.428/2006, do IBGE, que pode ser encontrado nos sites www.ibge.gov.br ou www.mma.gov.br.

(Fonte: MMA)

Bioasfalto: asfalto verde substitui petróleo por óleo vegetal

Ao estudar os efeitos da adição de óleo vegetal ao asfalto comum, um engenheiro norte-americano pode ter descoberto um asfalto verde, um possível substituto para o asfalto à base de petróleo.

O professor Christopher Williams, da Universidade do Estado de Iowa, estava testando composições capazes de aguentar melhor as intensas variações de temperatura a que os asfaltos estão sujeitos, sobretudo no Hemisfério Norte, com nevascas severas onde não nevava há anos, e verões que batem recordes de temperatura ano após ano.

Mas o resultado foi muito melhor do que o esperado – o asfalto não apenas assimila uma parcela maior de bio-óleo do que o esperado, como também sua qualidade aumenta muito, em condições de rodagem e em durabilidade.

Bioasfalto – Nasceu então o bioasfalto, cujos primeiros testes começaram a ser feitos neste mês. Os ganhos começaram a ser verificados já na aplicação, uma vez que o bioasfalto pode ser aplicado a uma temperatura menor do que o asfalto tradicional de petróleo.

Como esses primeiros testes serão focados na durabilidade e na resistência às variações de temperatura, os pesquisadores escolheram uma ciclovia na própria universidade como laboratório.

O monitoramento sobre o bioasfalto será feito durante um ano, para cobrir todas as estações.

O professor Williams afirma que o bioasfalto permite que a mistura à base de petróleo seja substituída parcialmente por óleos derivados da biomassa de diversas plantas e árvores.

Pirólise rápida – O bio-óleo utilizado no bioasfalto é criado por um processo termoquímico chamado pirólise rápida, no qual talos de milho, resíduos de madeira ou outros tipos de biomassa são aquecidos rapidamente em um ambiente sem oxigênio.

O processo produz um óleo vegetal líquido que pode ser usado para a fabricação de combustíveis, produtos químicos e asfalto.

O processo gera ainda um produto sólido chamado biocarvão – um carvão vegetal – que pode ser usado para enriquecer os solos e para remover gases de efeito estufa da atmosfera.

(Fonte: Site Inovação Tecnológica)

Debate da ONU sobre natureza avança, mas divergências persistem

Uma reunião da ONU destinada a debater um tratado de proteção à biodiversidade global avançou nesta sexta-feira (22) rumo a um acordo, mas continuam havendo divergências entre países ricos e pobres a respeito de um novo marco regulatório para o uso dos recursos genéticos.

Representantes de quase 200 países estão reunidos de 18 a 29 de outubro em Nagoya, no Japão, para tentar estabelecer novas metas de preservação, depois de os governos em geral descumprirem aquelas que haviam sido adotadas para 2010.

Mas as negociações têm sido afetadas por divergências entre nações ricas e pobres, a exemplo do que acontece nos debates a respeito de um novo tratado climático.

As nações em desenvolvimento se recusam a aceitar metas de conservação para 2020 se não houver um acordo a respeito de um novo protocolo da ONU que lhes assegure maior participação nos lucros obtidos por empresas, principalmente laboratórios farmacêuticos, a partir da exploração de seus recursos genéticos.

Isso significaria bilhões de dólares para as nações em desenvolvimento, onde se concentra a maior parte das riquezas naturais do planeta. Mas os enviados ainda não se puseram de acordo sobre a abrangência desse protocolo e como seria verificada a origem de um recurso genético.

Os delegados não conseguiram cumprir a meta de concluir até esta sexta-feira a nova versão do protocolo, conhecido pela sigla ABS (de “acesso e compartilhamento de benefícios”, em inglês). Mas eles disseram que alguns avanços ocorreram sobre detalhes, e que ainda há esperanças de uma conclusão bem-sucedida até o final da conferência.

“Se todas as partes de ambos os lados, grupos com diferentes visões sobre as questões, conseguirem encontrar um terreno comum, é possível que possamos chegar a um bom texto de compromisso”, disse à Reuters o diplomata brasileiro Paulino Franco de Carvalho, diretor da divisão de Meio Ambiente do Itamaraty.

As divergências a respeito do protocolo ABS ameaçaram impedir um acordo em Nagoya para conter ou tomar medidas urgentes para deter a perda da diversidade global até 2020.

Além disso, um plano estratégico com 20 itens visa a proteger estoques pesqueiros, combater a perda e degradação dos habitats naturais e conservar grandes áreas terrestres e marítimas. Mas o grau de ambição dessas metas ainda está sendo debatido, e depende do financiamento que for aprovado.

“Eles precisam acelerar, chegar muito rapidamente a concessões, do contrário isso levará muitas noites e muitos dias”, afirmou Gunter Mitlacher, diretor de biodiversidade do WWF Alemanha.

Por enquanto, não há sinais de que os países desenvolvidos estejam dispostos a bancar a preservação nos países em desenvolvimento, mas promessas nesse sentido podem ser feitas na semana que vem, quando começar a fase ministerial da conferência.

A atual verba para a preservação é de cerca de 3 bilhões de dólares anuais, e alguns países em desenvolvimento dizem que seria necessário cem vezes esse valor.

(Fonte: G1)

Destruição de rios e lagos ameaça saúde e alimentos, diz ONU

Danos causados aos rios, pântanos e lagos ameaçam desestabilizar a diversidade das espécies de peixes de água doce, apresentando um risco à segurança alimentar, nutrição de pessoas e rendimentos do setor, informou um relatório apoiado pela ONU nesta sexta-feira (22).

Rios e lagos são a fonte de 13 milhões de toneladas de peixe ao ano em uma indústria que emprega 60 milhões de pessoas, segundo um estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep) e do Centro Mundial do Peixe.

Peixes de água doce também são importantes para a nutrição, principalmente na África e em partes da Ásia, por fornecerem micronutrientes como vitamina A, cálcio, ferro e zinco, acrescentou o relatório.

Esses fatores, segundo o estudo, aumentam o risco para os seres humanos da destruição de ecossistemas de água doce e há urgência em protegê-los da poluição, das mudanças climáticas, sobrepesca e construção de usinas hidrelétricas.

O relatório foi divulgado paralelamente à reunião da ONU que está sendo realizada entre os dias 18 e 29 de outubro em Nagoya, no Japão. A reunião tem como objetivo pressionar governos e empresas a contribuírem mais no combate ao acelerado desaparecimento de espécies de animais e plantas.

Apesar da produção pesqueira ter aumentado na Ásia e na África nos últimos 40 anos, a pesca em outras regiões nivelou e em alguns casos, tem sofrido queda, principalmente devido aos danos ambientais, segundo o relatório.

(Fonte: G1)

Mudanças climáticas e energia

Garantir serviços de energia à população mundial em crescimento, levar energia por vias modernas a bilhões de pessoas e garantir um custo viável desses serviços estão entre os maiores desafios a serem encarados pelo setor energético mundial, segundo Thomas Johansson, professor da Universidade Lund, na Suécia.

O cientista participou da mesa “Energia e mudanças climáticas”, durante o fórum “Mudanças Climáticas Globais – Desafios e oportunidades de pesquisa”, realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) nos dias 14 e 15 de outubro.

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luiz Pinguelli Rosa, e o coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Unicamp, Gilberto Januzzi, também participaram da sessão.

Além da universalização da energia a preços acessíveis, Johansson defende que o setor deve se preocupar também com os desafios ambientais e os riscos colaterais provocados pela produção e distribuição de energia. “O setor energético também pode afetar a competição por alimentos e por recursos naturais e até a proliferação de armas nucleares”, apontou.

Segundo ele, o desenvolvimento do setor deve se pautar na eficiência energética, na busca por novos combustíveis sustentáveis e na captura de carbono.

Como exemplo, citou a experiência de reforma de edifícios energeticamente pouco eficientes no Japão. “Naquele país, a reforma proporcionou uma queda no consumo de 150 quilowatts/hora por metro quadrado para cerca de 15 quilowatts/hora por metro quadrado”, disse.

Os edifícios são responsáveis por 40% da energia elétrica consumida no Japão, sendo que a maior parte dela é consumida pelos sistemas de refrigeração e aquecimento.

Johansson apontou algumas saídas para o problema, como a utilização de energia eólica, a ampliação da reciclagem de materiais para poupar a indústria de matérias-primas e a adoção de planejamentos urbanos eficientes.

“Essas medidas não trarão somente economia de energia, mas vários outros benefícios, como empregos e melhoria na saúde e na segurança da população. Uma reestruturação energética é uma janela de oportunidades que se abre”, ressaltou.

Januzzi destacou a necessidade de se planejar a transição das atuais fontes energéticas para uma economia de fontes renováveis. O também professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp defendeu a utilização e a adaptação da infraestrutura atual para efetuar essa transição.

“Oleodutos e gasodutos poderão ser adaptados para transportar novos combustíveis”, exemplificou, ressaltando a importância de um planejamento que leve em conta a infraestrutura atual.

Esse planejamento teria de prever também mudanças institucionais e de regulamentação. “Poderemos ter casas que serão ao mesmo tempo unidades consumidoras e produtoras de energia, mas será preciso regulamentar situações como essa”, disse.

Outro obstáculo a ser contornado pelas energias renováveis, segundo Januzzi, é a inconstância de seu fornecimento. Diferentemente do petróleo, que pode ser estocado e sua disponibilidade está relacionada ao tamanho estimado de reservatórios, as energias renováveis estão mais sujeitas aos eventos naturais.

Ventos, marés, sol e chuva são alguns elementos que influenciam a produção de energias limpas e de plantações que fornecem biocombustíveis. “As mudanças climáticas globais aumentam ainda mais a imprevisibilidade dessas fontes energéticas”, disse.

Veículos irracionais – Pinguelli Rosa destacou a exclusão de 12 milhões de brasileiros que não têm acesso à energia elétrica. Falou também sobre a dificuldade de distribuição de energia em regiões como a amazônica, em que populações dependem de geradores movidos a óleo diesel. “Esse combustível é subsidiado e a conta já chegou a US$ 2 bilhões”, disse.

Outro ponto criticado por Pinguelli, que também é secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, é o tamanho crescente dos automóveis atuais no país, o que tem demandado motores maiores e menos econômicos. “São veículos irracionais e que apresentam um padrão de consumo muito alto. Deveria haver restrições pesadas para quem adquirisse carros desse tipo”, defendeu.

Os carros bicombustíveis foram outro alvo de críticas de Pinguelli, que ressaltou o fato de seus motores não serem otimizados. “O flex não é tão eficiente como um motor que queima somente álcool ou somente gasolina”, disse.

A utilização do lixo como fonte de energia foi uma das alternativas apresentadas por Pinguelli Rosa, que acredita ser possível aproveitar toda a parte de material reciclável presente no lixo e incinerar o restante para a geração de energia.

(Fonte: Fabio Reynol/ Agência Fapesp)

Clima: quinze países do Mediterrâneo lançam iniciativa comum

Quinze países do Mediterrâneo, incluindo Israel, Autoridade Palestina, Grécia e Turquia, superaram seus conflitos para assinar nesta sexta-feira (22), na Grécia, uma declaração comum de luta contra o aquecimento global.

Estes países, que não se encontram entre os mais poluentes do mundo, preveem, entretanto, enfrentar uma alta de quatro graus em suas temperaturas médias e uma queda de 70% das chuvas nos próximos anos, indicaram os signatários, reunidos em Vouliagmeni, um balneário ao sul de Atenas.

O aquecimento global ameaça em particular esta região do mundo e seu modo de vida, afirmou Jeffrey Sachs, da Universidade de Columbia, em Nova York.

(Fonte: G1)

Paranaense representará o Brasil em projeto ambiental

Um estudante paranaense representará o Brasil na 7.ª edição do Programa Jovens Embaixadores Ambientais. Daniel Isfer Zardo, aluno do 4.º ano de Engenharia Ambiental da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), apresentará o projeto Ecohabitare Sistemas Sustentáveis.

Ele é um dos representantes brasileiros, ao lado de outros três estudantes de São Carlos (SP), Canguçu (RS) e Natal (RN). O programa Jovens Embaixadores Ambientais é realizado pela empresa Bayer, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Daniel entrou em maio deste ano no projeto, que funciona como um centro de pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias a partir de resíduos sólidos urbanos e industriais que façam com que a construção civil tenha impacto menor no meio ambiente.

Sediado na PUCPR, o Ecohabitare hoje conta com 20 alunos, sendo interdisciplinar e interinstitucional. “Tudo aconteceu por um acaso. Estava procurando uns e-mails antigos quando vi o do programa Jovens Embaixadores Ambientais para outro ano. Procurei e tinha edição em 2010”, comenta o estudante.

Alemanha

Os quatro projetos brasileiros serão apresentados na Alemanha entre os dias 6 e 12 de novembro, quando acontece o Encontro Internacional de Jovens Embaixadores Ambientais, que reúne os 50 ganhadores de 18 países.

Como o Ecohabitare ficou em primeiro lugar no Brasil, Daniel ainda mostrará o projeto para uma banca julgadora que vai avaliar os melhores trabalhos de todos os países participantes.

O Ecohabitare já produziu 20 mil tijolos ecológicos, com pó de mármore, um resíduo industrial. Estes tijolos estão sendo utilizados em duas obras. A primeira é um abrigo para resíduos no campus São José dos Pinhais da PUCPR.

Parte do material também está na chamada Casa de Conscientização, no campus Curitiba, que funcionará como brinquedoteca e espaço para atividades relacionadas à educação ambiental.

“A Casa de Conscientização também terá telhado verde, hortas verticiais feitas com garrafas pet, reutilização da água da chuva e maior aproveitamento da luz natural”, explica Daniel.

http://www.parana-online.com.br

Monte um prato ecologicamente correto

Percorrer o supermercado e deparar com os alimentos orgânicos deixou de ser uma ocorrência exótica. Eles estão nas mais diversas prateleiras e não se restringem mais às frutas, legumes e verduras. Vão da simples alface da saladinha às carnes, bebidas, sem deixar de lado os industrializados, como açúcar e o achocolatado.Estudos já indicam que esses alimentos ganham em valor nutricional em relação aos convencionais. Mas o que são os orgânicos exatamente? Nada mais que o resultado de um sistema de produção agrícola que maneja o solo e os recursos naturais de forma equilibrada, mantendo a harmonia desses elementos entre si e com os seres humanos , explica a nutricionista Fabiana Honda.

Agrotóxicos, adubos químicos e sementes transgênicas vivem a milhas de distância da terra onde brotam esses alimentos. A harmonia do ambiente faz com que as plantas apresentem um metabolismo mais resistente a pragas e doenças.

Hormônios e anabolizantes para engordar e acelerar o crescimento dos animais são totalmente renegados na agropecuária orgânica. Até a caminho dos supermercados e feiras, os orgânicos são separados dos outros alimentos para não terem contato nenhum com qualquer tipo de substância artificial , conta Fabiana.

Benefícios dos orgânicos
Os orgânicos possuem cargas extras principalmente dos minerais. Segundo o Instituto Biodinâmico (IBD), eles apresentam em média, 63% a mais de cálcio; 73% a mais de ferro; 118% a mais de magnésio; 178% a mais de molibdênio; 91% a mais de fósforo; 125% a mais de potássio e 60% a mais de zinco.

Outro estudo, realizado pela Universidade de São Paulo (USP), mostrou que os ovos da galinha caipira, criadas de acordo com os métodos da agropecuária orgânica, possuem cerca de quatro vezes mais vitamina A que os de granja. Entretanto, ainda não há certeza se esse tipo de cultivo dá mesmo origem a alimentos mais potentes na prevenção e tratamento de doenças.

Parte-se do princípio que, sem agrotóxicos nem pesticidas, a planta cria mecanismos próprios de defesa. Isso, então, estimularia a produção de vitaminas e fitoquímicos com ação antioxidante, como os flavonóides e o licopeno, que previnem certos tipos de câncer.

A maioria das pesquisas sobre alimentos orgânicos e convencionais faz comparativos nos teores de nutrientes. Mas ainda são praticamente inexistentes os estudos epidemiológicos que fazem uma associação com a saúde humana , explica a nutricionista Fabiana Honda.

Orgânicos fiscalizados

Os critérios para produção dos orgânicos são tão rígidos que há empresas habilitadas a conferir o certificado de qualidade ao produtor. Ou seja, quando for comprar uma alimento orgânico, observe se ele estampa na sua embalagem um selo de inspeção.

É a prova de que as técnicas de agricultura orgânica foram analisadas e aprovadas por orgãos especializados , explica Leontino Balbo Junior, diretor comercial da Native, empresa que trabalha com orgânicos há 10 anos. O próprio mercado começou a exigir produtos mais saudáveis, seguros e limpos e que obedecessem aos princípios ambientais , explica.

A presença cada vez maior na mesa do consumidor pode ser refletida nas vendas da Native. A empresa, com sede em Sertãozinho (SP), possui o açúcar, o café, o suco de laranja e o achocolatado entre sua linha de produtos. De 2006 a 2007, obteve crescimento de 60% das vendas. O interesse por produtos ecologicamente corretos não se restringe ao Brasil. Carro chefe da Native, o açúcar é exportado para mais de 50 países, dentre os quais Estados Unidos, Inglaterra, Japão, Canadá, França, Alemanha.

Nós sabemos o que esse novo consumidor quer ética na produção, com o meio ambiente e com o social. O açúcar orgânico é fruto de colheita de cana crua (sem queimadas) e totalmente isento de química desde a preparação do solo até o processo final , explica Balbo Junior.

Aspectos que diferenciam produtos orgânicos dos convencionais

1. Respeito ao ciclo das estações do ano e às características das regiões;
2. Colheita de vegetais na época da maturação (sem indução);
3. Uso de adubos orgânicos e reciclagem de materiais;
4. Tratamentos naturais contra praga e doenças nos vegetais e plantas;
5. Acesso dos animais a piquetes abertos;
6. Os animais também recebem nutrição orgânica, além de de práticas terapêuticas;
7.Permanecem separados dos não-orgânicos durante o manuseio, a passagem pelo maquinário, o transporte e a venda.
8. Nos pontos-de-venda, são armazenados em prateleiras e geladeiras limpas e desinfetadas sob critério e fiscalização das certificadoras.
9. Propriedades que exploram os trabalhadores ou usam mão-de-obra infantil não recebem o certificado.

Alimentos orgânicos à venda

Frutas
Legumes
Verduras
Lacticínios
Ovos
Café
Açúcar
Azeite
Achocolatado
Chá
Mel
Grãos
Sucos
Aguardente de cana
Cacau
Cogumelos
Erva-mate
Ervas medicinais
Carnes
Aves
Óleos essenciais

http://www.minhavida.com.br

Sucos Poderosos soltam o intestino e refrescam

Suco Refrescante
Ingredientes
- 2 pires de rúcula picada
- 2 laranjas sem sementes -
1/2 copo de água
- 1 colher (sopa) de açúcar

Modo de Preparo
Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata. De preferência, tome sem coar.

Saiba mais!
A rúcula contém poucas calorias e muitas fibras. É uma hortaliça rica em vitaminas A e C, além de ser uma boa fonte o cálcio, ferro, enxofre, potássio e ômega 3. A laranja contém fibras e é a fruta com o mais alto nível de antioxidantes. Ela apresenta propriedades antiinflamatórias e inibe a formação de coágulos no sangue.

Rendimento: 1 copo
Análise calórica e nutricional (por copo)
Calorias: 228 Kcal
Carboidratos: 56,1 g
Proteínas: 3,8 g
Gorduras: 1,9 g
Fibras: 7,8 g

Vitamina Deliciosa
Ingredientes
- 1 unidade média de mamão papaya
- 2 laranjas sem sementes
- 1 colher (sopa) de semente de linhaça
- 1 colher (sopa) de açúcar

Modo de Preparo
Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata. De preferência, tome sem coar.

Rendimento: 1 copo
Análise calórica e nutricional (por copo)
Calorias: 401,2 Kcal
Carboidratos: 81,9 g
Proteínas: 7,8 g
Gorduras: 8,1 g
Fibras: 16,9 g

Saiba mais!
A laranja é rica em fibras e o mamão papaya possui uma substância chamada papaína que estimula a mucosa intestinal de maneira natural, facilitando os movimentos de expulsão das fezes. A linhaça, além de ótima para o intestino, previne o envelhecimento precoce e as doenças degenerativas.

Vitamina cremosa
Ingredientes
- 2 ameixas pretas sem caroço
- 1 pote de iogurte desnatado 0% de gordura
- 1 colher (sopa) de aveia
- 1 colher (sopa) de açúcar

Refresque-se neste verão e fique em forma.

Modo de Preparo
Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata. De preferência, tome sem coar.
Rendimento: 1 copo
Análise calórica e nutricional (por copo) Calorias: 199,1 Kcal Carboidratos: 35,2 g Proteínas: 10,3 g Gorduras: 2,0 g Fibras: 13,7 g

Saiba mais! A ameixa é laxativa graças ao seu conteúdo em fibra, especialmente pectina. A pectina tem ação cicatrizante, diminui o colesterol e ajuda na digestão. A aveia é rica em fibras e aumenta o bolo fecal, facilitando a expulsão das fezes. Dicas de saúde A adição de linhaça, aveia, lecitina de soja e fibras solúveis pode ser feita em qualquer uma das receitas para aumentar a quantidade de fibras e, portanto, a eficácia dos sucos. Prefira ingerir os sucos sem coar, para que todas as fibras dos alimentos sejam aproveitadas pelo organismo. O iogurte pode ser substituído por leite fermentado (Yakult, Chamyto).

Aumento de infecções faz governo mudar regra para venda de antibióticos

Superbactéria KPC

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou nesta terça-feira que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está concluindo uma regulamentação para evitar a venda de antibióticos sem receita médica.

As mudanças serão feitas para coibir o uso indiscriminado de antibióticos, que leva as bactérias a ficar mais resistentes ao medicamento, fazendo com que o corpo humano não reaja tão bem no caso de infecções mais graves.

Para Temporão, esse pode ter sido o motivo para o surgimento da superbactéria KPC, cujo número de casos no Distrito Federal chega a 135.

Infecção hospitalar

Além disso, o ministro acredita que tenha havido falhas no processo de controle de infecção hospitalar.

"Infelizmente, no Brasil, ainda temos uso indiscriminado de antibióticos. A Anvisa está concluindo uma nova regulamentação com a indicação de acesso a antibióticos nas farmácias que só poderá ser dado por meio de receita médica. A má prescrição é que leva a situações como essa. Claro que temos que avaliar também aspectos internos da dinâmica dos hospitais que podem ter levado a falhas do processo de controle de infecção hospitalar", disse.

Em junho, a Anvisa abriu consulta pública sobre as mudanças nas regras para a venda de antibióticos para aumentar a fiscalização sobre esses produtos. Hoje, o paciente precisa apenas de uma receita simples para comprar a medicação, mas muitas farmácias ignoram essa exigência e vendem o produto sem prescrição médica.

O número de casos de contaminação pela bactéria Klebsiella Penumoniae Carbapenemase (KPC), no Distrito Federal, havia subido de 108 para 135 no início desta semana.

http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=regra-compra-antibioticos&id=5875&nl=nlds

Vírus da gripe suína tem nova cepa, indica artigo médico

O vírus H1N1 da gripe suína pode estar começando a sofrer mutação, e uma forma um pouco diferente começou a predominar na Austrália, na Nova Zelândia e em Cingapura, relataram pesquisadores na quinta-feira (21).

São necessários mais estudos para dizer se a nova cepa apresenta um risco maior de matar os pacientes e se a vacina atual é capaz de proteger contra ela, disseram Ian Barr, do Centro Colaborativo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Referência e Pesquisa sobre Influenza em Melbourne, na Austrália, e seus colegas.

“No entanto, isso pode representar o início de uma mudança antigênica mais drástica dos vírus A (H1N1) do influenza que poderá exigir uma atualização da vacina mais cedo do que o esperado”, escreveram eles na publicação online Eurosurveillance.

É possível que a nova cepa seja mais letal e ainda capaz de infectar pessoas já vacinadas, segundo os pesquisadores.

Os vírus da gripe sofrem mutação constantemente – é por isso que as pessoas precisam de uma nova vacina da gripe a cada ano. Depois de seu surgimento em março de 2009 e da disseminação global, o vírus H1N1 da gripe suína permaneceu bastante estável com praticamente nenhuma mutação.

Cientistas de todo o mundo permanecem atentos a todas as cepas de gripe, alertas para o caso do surgimento de uma mutação especialmente perigosa. Embora o H1N1 não tenha se tornado especialmente letal, ele se espalhou pelo planeta em algumas semanas e matou mais crianças e adultos jovens do que uma cepa comum.

A OMS anunciou o fim da pandemia em agosto, mas o H1N1 agora é a principal cepa de gripe sazonal em circulação em quase todos os lugares, com exceção da África do Sul, onde o H3N2 e o influenza B são mais comuns. A atual vacina da gripe protege contra o H1N1, o H3N2 e a cepa B.

“O vírus pouco mudou desde que surgiu em 2009; entretanto, nesse artigo descrevemos diversas mudanças distintas geneticamente no vírus influenza H1N1 pandêmico”, escreveu a equipe de Barr no artigo.

“Essas variantes foram detectadas pela primeira vez em Cingapura no começo de 2010 e depois se espalharam pela Austrália e Nova Zelândia.”

As mudanças ainda não são significativas, afirmam eles. Mas houve casos de pessoas vacinadas que se infectaram, e também algumas mortes.

(Fonte: G1)

Tigres podem estar extintos em 12 anos, adverte WWF

Os tigres podem estar extintos em 12 anos, mas um encontro de alto nível na Rússia, no próximo mês, poderá reverter o declínio da população destes animais, anunciou nesta quinta-feira (21) a organização ambientalista Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

“O pior cenário é aquele no qual os tigres podem estar extintos quando entrarmos no próximo ano do tigre, em 12 anos”, disse Ola Jennersten, diretor do programa de preservação internacional da WWF sueca.

A organização lidera uma campanha global para tentar dobrar o número de tigres até 2022, quando começará o próximo ano do tigre.

O WWF informou que no último século, a caça ilegal, a redução do hábitat e o comércio de partes de tigre utilizadas na medicina oriental fizeram o número de grandes felinos cair, em todo o mundo, 97%, diminuindo sua população para 3.200 indivíduos, atualmente.

“Apesar dos números pessimistas, a situação é mais esperançosa do que nunca”, disse Jennersten, enaltecendo a iniciativa política dos 13 ‘estados tigres’ e de diferentes entidades de se encontrar na Rússia de 21 a 24 de novembro a fim de deter uma possível extinção da espécie.

“Isto será alcançado com um maior envolvimento político, concentrado em áreas para tigres, que têm a maior chance de garantir a conservação a longo prazo dos animais, e um controle maior sobre o comércio” ligado aos felinos, afirmou.

Espera-se que o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, que no passado deu demonstrações de seu amor pela natureza, beijando animais publicamente e exibindo-se em uma série de peripécias na natureza, algumas envolvendo tigres, participe da conferência, em São Petersburgo.

Segundo a WWF, 1.800 tigres vivem na Índia, no Nepal, no Butão e em Bangladesh; 450, em Sumatra, 400 na Malásia, 350 estão espalhados em todo o sudeste asiático e 450 vivem, em hábitat natural, na Rússia.

(Fonte: G1)

Mundo perde, ao ano, uma Itália em áreas cultivadas, afirma ONU

A cada ano são perdidas no mundo 30 milhões de hectares cultivados, o equivalente à superfície da Itália, devido à degradação ambiental, à industrialização e à urbanização, disse nesta quinta-feira (21) um especialista da ONU.

“Esta tendência tem consequências dramáticas para milhões de agricultores, pescadores e povos indígenas”, assegurou Olivier de Schutter, enviado especial das Nações Unidas sobre o direito à alimentação, ao apresentar seu relatório à Assembleia Geral.

“Hoje, 500 milhões de pequenos agricultores sofrem de fome porque seu direito à terra é atacado”, disse.

“Enquanto as populações rurais aumentam e a competição com as grandes entidades industriais cresce, as parcelas cultivadas pelos pequenos exploradores diminuem ano a ano. Os agricultores são frequentemente deslocados a solos áridos, montanhosos ou sem irrigação”, acrescentou.

O relatório destaca que a combinação entre a degradação ambiental, a urbanização e as compras de grandes terrenos por investidores estrangeiros é “um coquetel explosivo”.

(Fonte: G1)

Encontrados resíduos de herbicida em ovos comercializados

Agrotóxicos em ovos

Pesquisa apresentada na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP identificou resíduos de herbicida em amostras de ovos comercializadas em São Paulo.

A substância, possivelmente incorporada por intermédio da alimentação das galinhas, pode contribuir com o aparecimento de doenças crônicas em seres humanos.

O estudo recomenda maior orientação aos produtores de alimentos, visando evitar o uso inadequado de pesticidas e medicamentos nos cultivos agrícolas e criações de animais.

A pesquisa buscou resíduos de agrotóxicos existentes nos ovos, por serem alimentos bastante consumidos pela população em geral.

"Sabe-se que essa produção utiliza grande quantidade de agrotóxicos, para combater doenças nos animais", afirma a bióloga Cláudia Ciscato, que realizou a pesquisa.

Pesticidas fora da legislação

Parte das amostras foi enviada por uma granja e as demais adquiridas no comércio, para simular o consumo do produto e verificar a presença de contaminantes.

Os ovos foram submetidos a análises capazes de identificar de 140 a 150 substâncias tóxicas diferentes, entre organoclorados, organofosforados, carbonatos, pireticidas e alguns tipos de fungicidas e herbicidas.

"Durante os testes, detectou-se a presença de herbicida, possivelmente utilizado para combater pragas surgidas no cultivo do alimento fornecido aos animais", conta. "O mais provável é que o pesticida, ao ser incorporado pela galinha durante a alimentação, tenha se translocado para o ovo."

Segundo Cláudia, cerca de 80% das amostras alimentos de origem vegetal e animal analisados habitualmente em laboratórios não possuem resíduos de agrotóxicos, ou estes são encontrados em valores abaixo dos tolerados pela legislação. "O restante das amostras, porém, contém produtos que não possuem legislação pertinente, ou seja, são usados de forma indevida pelos produtores para o controle de doenças e pragas, podendo trazer riscos para a saúde humana."

De alergias a tumores

O contaminante encontrado nos ovos não necessariamente irá causar impacto imediato no consumidor, aponta a pesquisadora.

"Seria necessário verificar a dieta de quem consome o produto, pois as quantidades encontradas não são suficientes para causar uma intoxicação aguda", observa. "Entretanto, a longo prazo, há a possibilidade do herbicida contribuir para alguma doença crônica, como alergia, reumatismo, problemas nos sistemas nervoso e reprodutivo, além do aparecimento de tumores."

De acordo com Cláudia, os maiores riscos de contaminação recaem sobre os próprios animais e as pessoas que aplicam os agrotóxicos. "Em muitos casos, por falta de orientação, os aplicadores não tem ideia da dosagem adequada para aplicação", alerta. "Também faltam indicações sobre o perigo de adotar produtos inadequados para uso animal, como defensivos agrícolas."

Riscos de contaminação

Para prevenir os riscos de contaminação, a pesquisadora recomenda maior orientação aos produtores de alimentos de origem vegetal e animal. "E necessário que haja monitoramento da parte do governo, para verificar a situação da alimentação e dessa forma, orientar o pessoal do campo, para que haja produção de alimentos com qualidade", enfatiza.

O trabalho faz parte da tese de doutorado de Cláudia Ciscato, orientada pela professora Elenice Souza Espinosa, do Departamento de Patologia Experimental Comparada da FMVZ.

Os testes com as amostras de ovos aconteceram no Laboratório de Resíduos de Pesticidas do Instituto Biológico, vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura de São Paulo.

http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=herbicida-ovos&id=5878&nl=sit

Cientistas conseguem inibir crescimento dos cálculos renais

Pedras de cistina

Um grupo interdisciplinar de pesquisadores, reunindo físicos e médicos, desenvolveu um método para reduzir o crescimento dos cristais que formam os cálculos renais de cistina.

Os resultados, publicados na última edição da revista Science, podem representar um caminho para a criação de um novo método para a prevenção das pedras nos rins.

O estudo foi realizado por cientistas da Universidade de Nova York e do Medical College de Wisconsin, ambos nos Estados Unidos.

Tipos de pedras nos rins

As pedras nos rins compostas de L-cistina afetam centenas de milhares de pessoas todos os anos, ainda que em um número menor do que aquelas que sofrem com as pedras de oxalato de cálcio monohidratado.

Mas as pedras de L-cistina são maiores, repetem-se com mais frequência e são mais propensas a causar doença renal crônica. Os tratamentos atuais para esta doença produzem resultados, mas muitas vezes têm efeitos secundários adversos.

A formação das pedras L-cistina é uma consequência de níveis excessivos de L-cistina na urina. A L-cistina acaba formando cristais, que se agregam em pedras, chegando a até um centímetro de diâmetro.

Os tratamentos preventivos contra a formação de pedras de L-cistina, como o de diluição através de uma grande ingestão de líquidos, podem retardar, mas não impedir completamente, a formação da pedra.

Alguns medicamentos podem reagir com a L-cistina, gerando compostos mais solúveis, mas esses medicamentos podem causar efeitos colaterais adversos, como náuseas, febre, cansaço, alergias na pele e hipersensibilidade.

Com tantas limitações dos tratamentos atuais, os pesquisadores sonham em reduzir a formação e o crescimento dos cristais de L-cistina, eliminando o problema pela raiz.

Crescimento do cálculo renal

Usando um microscópio de força atômica (AFM), que permite a observação de objetos do tamanho de moléculas individuais, os pesquisadores descobriram que os cristais de L-cistina crescem fixando continuamente moléculas de L-cistina às margens de suaves colinas em forma de hexágono na superfície do cristal.

Este processo resulta em um cristal que cresce seguindo um padrão em espiral.

Sabendo como esses cristais crescem, os cientistas puderam então selecionar agentes químicos para inibir o processo de cristalização.

O crescimento de cristais pode ser alterado através do uso de inibidores de crescimento específicos. Estes inibidores reduzem o ritmo de cristalização ligando-se à superfície dos cristais, impedindo a adição de novas moléculas em sua superfície.

Prevenção das pedras nos rins

Neste estudo, os pesquisadores usaram um agente sintético, chamado L-CDME, que é estruturalmente idêntico à L-cistina em seu centro, mas é equipado com diferentes grupos moleculares nas extremidades, que impedem a agregação de moléculas de L-cistina à superfície do cristal.

Os cientistas tiveram o mesmo sucesso com a introdução de um outro agente sintético similar, o L-CME.

"Isto poderá levar a uma nova abordagem para a prevenção dos cálculos renais de cistina, simplesmente interrompendo sua cristalização," explicou Michael Ward, um dos autores do estudo. "Além disso, estes resultados são um exemplo dos avanços significativos que podem ser alcançados através de colaborações entre pesquisadores em ciências físicas e na medicina."

http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=crescimento-pedras-rins&id=5862&nl=sit

sábado, 23 de outubro de 2010

Plantar árvores com a Google



E você, o que pensa sobre o futuro do Brasil?
Solte a imaginação e participe da competição Doodle4Google.

Você já reparou que em diversos eventos o Google costuma brincar com o seu logo?
Chamamos esse logo especial de "Doodle".
O Google então decidiu abrir esta brincadeira para estudantes de 6 a 15 anos e permitir que seus desenhos apareçam no lugar do logo.

Para a avaliação, os desenhos serão divididos nos seguintes grupos de idade:

6 a 9 anos
10 a 12 anos
13 a 15 anos


Esta competição é chamada de Doodle4Google e mais de 300 mil alunos já participaram ao redor do mundo.

Agora chegou a sua vez!

Pela primeira vez o logo do Google será desenhado por um estudante brasileiro. O tema da primeira edição é "O Brasil do Futuro".
Solte a criatividade e desenhe sua versão do logo do Google mostrando o que você espera do futuro do Brasil.

O seu desenho pode parar na página inicial do Google Brasil e você pode ganhar:


Uma bolsa de estudos de R$ 30 mil reais
Um computador
Uma sala Google na sua escola!


Para ajudar-nos na difícil escolha do desenho vencedor, contamos com uma lista de Jurados Especializados na arte de desenhar. Cartunistas e ilustradores consagrados nos ajudarão a escolher os finalistas desta competição e participarão da cerimônia de premiação em Dezembro.

Além de ter o seu desenho na página inicial do Google Brasil, nós também teremos alguns prêmios muito especiais para o ganhador e sua escola. Saiba mais na opção "Regras e Prêmios".

Ao participar você e o Google ajudam a construir o futuro do Brasil pois cada desenho recebido, vamos plantar uma árvore*.

* até 100 mil árvores

Para saber como participar

http://www.google.com.br/doodle4google/

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A biodiversidade pouco conhecida do Pampa

Restrito ao estado do Rio Grande do Sul, o bioma Pampa não era reconhecido oficialmente como bioma até 2004, quando entrou para o Mapa de Biomas Brasileiros, uma parceria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Ministério do Meio Ambiente. Pastagens, campos, pecuária e agricultura são imagens comumente identificadas com o bioma Pampa. Poucos sabem, no entanto, que a área de 700 mil km2, dividida em quatro países – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai -, guarda uma grande e rica biodiversidade, com flora e fauna próprias. Estimativas indicam valores em torno de 3000 espécies vegetais, mais de 100 mamíferos e quase 500 espécies de aves.

Com uma área original no território brasileiro de 176,5 mil km2 , a vegetação nativa do Pampa vem sofrendo uma supressão sistemática e histórica pela expansão agrícola, que se iniciou nos anos 1970, estende-se até os dias de hoje e se agrava atualmente com os reflorestamentos de espécies exóticas plantadas para a fabricação de papel. Segundo dados do IBGE, de 1970 a 1996, as áreas de campos diminuíram de 14 para 10,5 milhões de hectares, uma conversão de 25%. De acordo com os dados do inédito Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélite, já foi suprimida 54% da área original do Pampa. Entre os anos de 2002 e 2008, foram perdidos 364 km2 1,23% da área original do bioma.

Representando 2,07% do território nacional e cerca de 63% da área do estado gaúcho, o Pampa tem quatro paisagens predominantes, sendo o planalto da campanha o mais reconhecido: relevo suave ondulado coberto por gramíneas e usado como pastagem natural, pastagem manejada e para atividades agrícolas, principalmente o cultivo de arroz, que precisou drenar grandes áreas alagadas.

Outra atividade econômica característica do Pampa é a pecuária que, segundo o último Censo Agropecuário Brasileiro (IBGE, 2006), cobre 44% da cobertura vegetal do Rio Grande do Sul, o que equivale a 70% do total da área destinada à pecuária na região sul. São dois tipos de pastoreio: o intensivo e o extensivo. O intensivo contribui para a degradação dos campos, acelerando o processo de arenização em boa parte do estado. Já a criação de gado extensiva, atividade que acontece desde o século 17, é a própria imagem da cultura gaúcha e contribui para a manutenção e preservação da vegetação, ajudando a manter a integridade dos ecossistemas campestres, com uma linha tênue que separa o uso sustentável da degradação.

Conservação da biodiversidade – A conservação da biodiversidade contribui para a manutenção de áreas de nascentes nas regiões de campo, dos mananciais hídricos e das áreas de recarga do aquífero Guarani. A descoberta recente de novas espécies de peixes e crustáceos em corpos d’água inseridos na região dos campos do Rio Grande do Sul vem corroborar a importância da manutenção de tais áreas, uma vez que ainda há organismos desconhecidos.

Segundo dados da atualização das Áreas e Ações Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade, apenas 3,6% das áreas prioritárias estão sob algum tipo de proteção – unidades de conservação ou terras indígenas. Recentemente, MMA e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio concluíram estudos e audiências públicas para criação de três novas unidades de conservação de proteção integral nos Campos Sulinos: Parque Nacional do Campo dos Padres (SC), com cerca de 56.000 hectares, Refúgio de Vida Silvestre do Rio Tibagi (PR), com 23.100 hectares; e Refúgio de Vida Silvestre do Rio Pelotas (RS/SC), com 262.000 hectares. Outras iniciativas importantes para o uso sustentável do bioma Pampa são o turismo rural, o turismo de aventura e o turismo ecológico, assim como a atividade agropecuária, indissociável da cultura local.

(Fonte: Ana Flora Caminha/ MMA)

Cronobiologia explica como o corpo se ajusta ao horário de verão

Adiante o relógio

O horário de verão começa à meia-noite deste sábado para domingo (16-17/10) e os relógios deverão ser adiantados em uma hora em algumas partes do país.

Se para algumas pessoas isso significa apenas mais uma hora de dia claro, para outras é sinônimo de sonolência e mau humor.

Isso ocorre porque a mudança não ajusta somente os relógios que temos à nossa volta, mas altera também nosso relógio biológico.

Relógio biológico

O nosso corpo apresenta diversos ritmos biológicos, ou seja, fenômenos que se expressam de maneira periódica, indo desde a secreção de um hormônio até um comportamento, como o sono e a vigília, explica Lúcia Rotenberg, pesquisadora do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz.

Estes ritmos são controlados por uma estrutura do sistema nervoso (o núcleo supraquiasmático) localizada no hipotálamo anterior, região do cérebro que atua como principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais.

Esta estrutura é denominada "relógio biológico", uma vez que é responsável pela temporização das funções biológicas.

Características herdadas geneticamente e informações cíclicas do ambiente interferem no nosso relógio biológico. Em condições normais, ele está adaptado ao ambiente externo.

No entanto, quando o ambiente se modifica - como no horário de verão -, o organismo também precisa se ajustar. É o mesmo fenômeno que ocorre quando cruzamos fusos horários. "Os horários que regulam nossas vidas, como parte do ambiente social onde estamos inseridos, podem interferir em nosso relógio biológico", sintetiza.

Cronobiologia

Se todos têm um relógio biológico e ritmos biológicos funcionando de forma semelhante (somos uma espécie diurna), por que a mudança para o horário de verão afeta algumas pessoas e outras não?

A cronobiologia dá a resposta. "A forma como cada indivíduo vivencia as alterações de horário depende da característica genética de cada um, porque as pessoas apresentam cronotipos diferentes. Algumas pessoas são do tipo matutino, com maior predisposição genética para realizar suas tarefas bem cedo. Essas pessoas têm o relógio biológico adiantado e, por isso, tendem a dormir cedo e levantar cedo. Outras são vespertinas, ou seja, tendem a dormir tarde e acordam mais tarde", a pesquisadora descreve.

De acordo com a especialista, a tendência matutina ou vespertina também se expressa em outros ritmos biológicos, como o ciclo de temperatura corporal. "O pico de temperatura do corpo é atingido mais cedo pelos matutinos do que nos vespertinos", destaca.

Quem sofre mais com o horário de verão

A pesquisadora explica que as pessoas matutinas costumam sofrer mais com a alteração do horário.

Há indícios de que pessoas que tendem a dormir pouco (chamadas de pequenos dormidores) também apresentariam maior dificuldade em relação à implantação do horário de verão.

"Enquanto o organismo não se ajusta completamente ao novo horário, as pessoas se sentem mais irritadas e mal-humoradas, com sensação de cansaço e sono durante o dia", ressalta.

"No entanto, esse desconforto fica restrito aos primeiros dias e a queixa costuma ir embora em até uma semana depois da implantação do novo horário", completa, acrescentando que este é um tema ainda pouco investigado.

Cristiane Albuquerque - Fiocruz

Adote mais fibras na sua dieta

Você deve ouvir por aí que fibras fazem bem para o bom funcionamento do intestino. É verdade, mas não servem apenas para isso. "Fibras desempenham uma série de funções importantes, como auxiliar a assimilação de outros nutrientes, reduzir o mau colesterol (LDL), prevenir doenças e até evitar o mau hálito", explica a nutricionista Daniela Jobst.

Mas antes de entender como funcionam, é preciso saber que são divididas em dois tipos: solúveis e insolúveis. "As insolúveis atuam principalmente na parte inferior do intestino grosso, ampliando o bolo fecal. Já as solúveis agem no estômago e no intestino delgado, fazendo com que a digestão seja mais lenta", complementa Daniela.


A nutricionista Carolina Mesquita afirma que para funcionar, as fibras solúveis devem ser consumidas com a ingestão de água. "O líquido ajuda na formação do bolo fecal e no funcionamento intestinal".

Outras funções também são responsabilidades das fibras, como a prevenção ou tratamento da diabetes melitos, arteriosclerose, câncer de cólon, síndrome do intestino curto e a doença diverticular dos cólons. Elas agem no controle da glicemia, na redução dos triglicerídeos e do colesterol.

Para aproveitar todos esses benefícios, você deve então procurar boas fontes de fibras. O mais importante é consumi-las na medida certa. O primeiro sinal de que a quantidade ingerida está sendo insuficiente é a prisão de ventre.

Fibras são aliadas da dieta
Agora que você já conhece a função de "faxina" que as fibras exercem no organismo, citamos mais um motivo para você acrescentá-las no cardápio: elas emagrecem!

O fato foi comprovado por uma pesquisa publicada no Journal of Clinical Nutrition, que mostrou que o consumo de fibras provenientes dos cereais é capaz de diminuir o peso total e também a circunferência da cintura.

Mas nada de se entupir! A quantidade ideal de ingestão gira em torno de 25 a 30 gramas por dia e é importante não exagerar, como explica a nutricionista Daniela Jobst: "O estômago se adapta ao 'efeito esponja' das fibras e acaba se dilatando. Se a pessoa ultrapassa essa quantidade precisará comer mais do que antes para se sentir saciada. Além disso, alguns tipos reduzem a absorção de cálcio e de vitaminas A, D, E e K. Há fibras que roubam a água do organismo, provocando desidratação".

Quem não tem o costume de consumir fibras precisa tomar cuidado. O aumento da quantidade na rotina alimentar deve ser feito de maneira gradual. Mudanças bruscas podem causar gases, cólicas e diarreias.

Fontes de fibras insolúveis: cereais (farelos), hortaliças, frutas (com cascas), leguminosas, verduras, trigo, cereais integrais (arroz, pão, torrada).
Fontes de fibras solúveis: aveia, cevada, no bagaço de frutas cítricas, maçã, goiaba, castanha, nozes, ervilha, leguminosas em geral.

Conheça cinco motivos para comer fibras:
1- Aumenta a saciedade: as fibras solúveis absorvem água e formam um gel, permanecendo mais tempo no estômago. Com isso, a sensação de saciedade é mais duradoura.
2- Reduz o colesterol: estudos indicam que, quando combinadas com uma dieta pobre em gorduras, as fibras ajudam a reduzir a taxa do mau colesterol (LDL).
3- Controla a glicose: as fibras promovem a liberação mais lenta e constante de glicose, ajudando a regular os níveis de açúcar no sangue.
4- Facilita a digestão: refeições ricas em fibras exigem uma melhor mastigação, o que torna a digestão mais eficiente.
5- Melhora o funcionamento do intestino: as fibras aceleram a passagem do bolo fecal pelo intestino, evitando prisão de ventre e outras doenças.

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Coma cinco variedades de frutas todos os dias

Um estudo publicado no Journal of Clinical Nutrition mostra que consumir cinco variedades de frutas todos os dias diminui as taxas de colesterol, os riscos de problemas vasculares, prolonga a vida e ainda melhora o pique para fazer as tarefas do dia a dia. Quer mais motivos para ir à feira?

A nutricionista Daniela Jobst afirma que as frutas em geral, por conter fibras e fitoquímicos, são capazes de reduzir os riscos de diversos tipos de câncer, além de constituírem importantes aliadas na luta contra o envelhecimento, já que têm ação antioxidante, agentes que combatem os radicais livres.

Por que os radicais livres são tão temidos?
A nutricionista Márcia Curzio explica que as células precisam de oxigênio para converter os nutrientes absorvidos dos alimentos em energia.

"A queima desse oxigênio libera radicais livres. Esse processo danifica as células sadias, podendo atingir e prejudicar o DNA e até desencadear doenças", afirma a especialista.

Os alimentos com propriedade antioxidante anulam a ação dos radicais livres. Uma alimentação rica em frutas, legumes, vegetais, hortaliças e cereais garantem esta proteção extra ao organismo.

Dentre tantas excelentes opções, Antônio Carlos do Nascimento, endocrinologista da clinica Montenegro, ressalta a importância do consumo de frutas ricas em vitamina C.

"As frutas cítricas protegem o corpo contra gripes e outras infecções. A concentração desta vitamina é essencial para o bom funcionamento do sistema imunológico".

No entanto, o hábito de comer frutas ainda é pequeno no Brasil. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, apenas 18,9 % da população consome cinco porções diárias - o equivalente aos 400 gramas recomendados pela Organização Mundial da Saúde.

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Criada tinta capaz de matar superbactérias resistentes a antibióticos

Usando as técnicas da nanotecnologia e uma enzima natural, cientistas desenvolveram uma tinta capaz de eliminar a temível superbactéria resistente a antibióticos que tem vem infectando hospitais ao redor do mundo.

Os pesquisadores do Instituto Politécnico Rensselaer, nos Estados Unidos, descobriram como criar um revestimento em nanoescala que erradica a MRSA (Methicillin Resistant Staphylococcus aureus).

Durante os testes, 100% da MRSA em solução morreu dentro de 20 minutos em contato com uma superfície pintada com tinta látex misturada com o nanorrevestimento.

Segundo os pesquisadores, a tinta poderá ser aplicada em instrumentos cirúrgicos, móveis e mesmo nas paredes dos hospitais.

“Aqui nós temos um sistema onde a superfície contém uma enzima que é segura para se lidar, não parece desenvolver resistência, não vaza para o meio ambiente e não se entope com restos celulares. A bactéria MRSA entra em contato com a superfície e simplesmente morre,” explica Jonathan Dordick, coordenador da pesquisa.

Nanotubos com enzimas – O segredo do aditivo para a tinta está na mistura de nanotubos de carbono com a lisostafina, uma enzima natural usado por cepas não-patogênicas de bactérias Staph para se defender contra a Staphylococcus aureus, incluindo a MRSA.

A enzima é ligada aos nanotubos de carbono por uma cadeia de polímero flexível, o que aumenta sua capacidade de atingir as bactérias MRSA.

O compósito nanotubo-enzima resultante pode ser misturado em qualquer acabamento de superfície – nos testes, ele foi misturado com tinta látex comum, usada para pintar paredes.

Ao contrário de outros revestimentos antimicrobianos, a cobertura é tóxica somente para a MRSA, não depende de antibióticos e não sofre lixiviação, ou seja, não libera substâncias químicas no ambiente ao longo do tempo.

As bactérias mortas também não entopem o sistema, que continua ativo, podendo ser lavado repetidamente sem perder eficiência.

“A lisostafina é extremamente seletiva,” diz Dordick. “Ela não funciona contra outras bactérias e não é tóxica para as células humanas. Nós passamos um bom tempo demonstrando que a enzima não sai da tinta durante os experimentos.”

(Fonte: Site Inovação Tecnológica)

Países assinam protocolo sobre responsabilidade e compensação de transgênicos

Após seis anos de intensas negociações, as partes do Protocolo de Biossegurança concluíram em Nagoya, no Japão, as bases de um novo tratado, batizado de Protocolo de Nagoya-Kuala Lumpur sobre Responsabilidade e Compensação, um documento suplementar ao Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança.

O nome faz referência às duas cidades onde as etapas finais das negociações ocorreram. O novo tratado irá estabelecer regras e procedimentos internacionais de responsabilidade e compensação em caso de danos causados à diversidade biológica resultante de organismos geneticamente modificados.

O texto do protocolo complementar foi concluído horas antes da abertura da quinta reunião da Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-MOP), por um grupo de representantes dos governos, conhecido como Grupo dos Amigos dos co-presidentes sobre Responsabilidade e Compensação, estabelecido pela última reunião do órgão de gestão da COP-MOP em Bonn, Alemanha.

O grupo foi designado para realizar novas negociações que resultassem em um instrumento juridicamente vinculativo sobre responsabilidade e reparação, com a finalidade de apresentar a versão final do documento no quinto encontro.

Durante discurso na abertura da quinta reunião da COP-MOP, o ministro da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão, Michihiko Kano, afirmou que o acordo sobre uma questão tão controversa e complexa de responsabilidade e reparação, após mais de seis anos, representa um enorme avanço para o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança.

“O novo tratado constitui uma boa oportunidade para renovar nossos esforços e enfrentar os desafios da biodiversidade global, a fim de proteger a vida das gerações atuais e próximas. É nosso dever e responsabilidade assegurar para a próxima geração uma riqueza de biodiversidade e estilos de vida que coexistem harmoniosamente com a natureza”, disse o anfitrião.

Para o secretário executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica, Ahmed Djoghlaf, o acordo para aprovar o Protocolo Nagoya-Kuala Lumpur sobre Responsabilidade e Compensação é um marco importante no esforço global para proteger a vida na Terra. “O nome do novo tratado, que inclui cidades dos Hemisférios Norte e Sul, envia uma mensagem política clara e forte, a de que enfrentar os desafios hoje exige uma parceria de cooperação norte-sul, e aponta para uma nova forma de negociação”, disse.

(Fonte: MMA)

Site divulga áreas ambientais protegidas no mundo inteiro

O Programa Ambiental dos Estados Unidos está a recorrer ao mundo virtual para proteger o planeta real, divulgando áreas protegidas pouco conhecidas no mundo inteiro, nomeadamente mais de 200 em Portugal, através do site www.protectedplanet.net, noticia a Lusa.

Em Portugal, o portal recomenda 213 áreas protegidas e parques naturais. A Serra d`Aire, os Parques Naturais da Árrábida, de Sintra e da Madeira, o Estuário do Tejo, a Costa Vicentina e o Litoral de Esposende são alguns dos primeiros resultados.

Segundo a BBC online, com o lançamento do portal, na Convenção de Biodiversidade dos Estados Unidos, as autoridades norte-americanas pretendem também alertar para a necessidade de aumentar rapidamente a protecção dos oceanos. Isto porque, alegam, o objectivo de proteger dez por cento dos oceanos até 2012 não vai ser cumprido, por larga margem.

As áreas protegidas são uma das formas mais eficazes de salvaguardar plantas, animais e ecossistemas, afirmou Charles Besancon, chefe da divisão de áreas protegidas do Programa Ambiental norte-americano (UNEP, na sigla em inglês).

«Sabemos que os parques nacionais e as áreas protegidas são importantes por muitas razões: eles abastecem água potável a um terço das maiores áreas urbanas do mundo, protegem as emissões de carbono e as espécies ameaçadas», afirmou à BBC.

Charles Besancon exemplifica: «Os últimos 600 gorilas de montanha estão em áreas protegidas rodeadas por comunidades. Sem as áreas protegidas, já tínhamos perdido o gorila da montanha.»

O UNEP tem uma base de dados de áreas protegidas em todo o mundo, uma informação compilada a partir de dados dos governos e de outras autoridades.

No entanto, apesar de estarem identificadas mais de 150 mil áreas protegidas, a informação sobre o que está nesses espaços e a forma como são protegidos é, em muitos casos, escassa.

O portal www.protectedplanet.net inclui informação de outros sites, como o Google Maps, a Wikipedia e o Panoramio, um site de partilha de fotografias da Google.

Os cibernautas podem procurar locais protegidos e pouco conhecidos antes de irem de férias, por exemplo, e descobrir que há parques naturais que não são divulgados nos itinerários turísticos mas que vale a pena conhecer.

Com isto, o Programa Ambiental dos Estados Unidos espera que o número de visitantes destes locais aumente, gerando receitas que possam ser canalizadas para a sua conservação.

O portal também permite que os turistas que visitem um local protegido pela primeira vez criem entradas na Wikipédia ou que publiquem fotografias online, de forma a atrair outros visitantes.

http://diario.iol.pt/ambiente/ambiente-portugal-tvi24-protectedplanet/1200741-4070.html

Desafios das mudanças climáticas

Paulo Artaxo e outros especialistas avaliam em fórum possíveis impactos que as alterações no clima podem trazer ao Brasil e ao mundo


Em média, cada metro quadrado da superfície terrestre recebe 342 watts de energia em forma de radiação solar. Desse montante, estima-se que 1,66 watt fique no solo e contribua para tornar o planeta mais quente. Os dados foram calculados por meio do conceito da forçante radiativa, uma das contribuições da física ao problema do aquecimento global, segundo apresentação do físico Paulo Artaxo durante o fórum Mudanças Climáticas Globais - Desafios e oportunidades de pesquisa, realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) nos dias 14 e 15 de outubro.

Artaxo, que é professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e membro da coordenação do Programa Fapesp de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), apresentou os aspectos físicos presentes nessas mudanças. "Essa é uma área de pesquisa muito dinâmica e na qual a cada semana são publicados em torno de sete artigos científicos", disse. Além de acompanhar a produção na área, outro desafio é a complexidade dos dados envolvidos. O resultado, segundo Artaxo, é que o quadro geral mundial com relação às mudanças climáticas é ainda pouco preciso ou, então, é formado por um mosaico de conhecimentos fragmentados os quais, ainda que precisos, apresentam pouca conexão entre eles.

Mesmo com essas limitações, Artaxo estima ser possível concluir que a ação humana tem causado sérios impactos sobre o planeta, a ponto de alguns pesquisadores proporem chamar a era contemporânea de Antropocênica, na qual a atividade humana teria suplantado a da natureza na modificação do planeta. "Já ultrapassamos a capacidade de regeneração do planeta em três áreas: na razão da perda da biodiversidade, nas alterações do ciclo do nitrogênio e nas mudanças climáticas", destacou o também membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Na mesma mesa, Carlos Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e coordenador executivo do PFPMCG, falou sobre o impacto das mudanças climáticas na Amazônia. A contribuição do Brasil nas mudanças climáticas ocorre principalmente nas emissões de dióxido de carbono (CO2) por queimadas na região amazônica, que contribuem com 56% das emissões brasileiras. Elas são seguidas pela atividade agropecuária (24% das emissões) e pelos meios de transporte e geração de energia (12%).

Segundo Nobre, o Brasil está em uma posição privilegiada por conseguir reduzir as emissões com a diminuição das queimadas. "A China, por exemplo, não conseguirá cortar as emissões sem afetar seu produto interno bruto. O Brasil não sofreria esse mesmo efeito em sua economia", disse. Outra boa notícia é que as queimadas brasileiras têm diminuído nos últimos anos. Enquanto em 2004 o país emitiu cerca de 900 toneladas de CO2 na atmosfera dessa forma, em 2008 o total caiu para 500 toneladas.

Nobre, que também integra o IPCC, apresentou resultados de pesquisas que simulam a recuperação vegetal que ocorreria caso a Floresta Amazônica fosse totalmente devastada. As simulações apontam o índice de 40% como limite de devastação para que a cobertura vegetal não sofra uma degradação irreversível. Nesse ponto, o Cerrado se misturaria à Floresta Amazônica, descaracterizando boa parte desse bioma, em processo chamado de savanização da floresta.

Outro limite importante para que a Amazônia seja preservada, de acordo com Nobre, está relacionado à temperatura global, que não poderia se elevar em mais do que 3ºC. Acima disso, a floresta estaria seriamente ameaçada, conforme indicam vários modelos climáticos. Nobre ainda apontou a necessidade de se avançar em mais experimentos que envolvam florestas tropicais. "As informações de que dispomos sobre a influência do aumento de carbono na cobertura vegetal são de florestas temperadas", disse.

Em experimentos realizados no hemisfério Norte, descobriu-se que o aumento na concentração de carbono na atmosfera é capaz de elevar em até 25% a capacidade dos vegetais em fixar material orgânico, o que aceleraria o seu crescimento e poderia compensar a falta de outros recursos. "No entanto, não podemos dizer que isso também vale para a Floresta Amazônica, pois não temos estudos sobre o tema", disse. Para o cientista, apenas uma parte da preservação da floresta passa por questões de políticas públicas. "Podemos reduzir as queimadas, mas não temos controle sozinhos sobre o aumento da temperatura global. Se a temperatura aumentar em mais de 5º C, as florestas tropicais estarão em grande risco", afirmou.

Homenagem a Daniel Hogan

O fórum Mudanças Climáticas Globais também contou com uma homenagem ao demógrafo Daniel Hogan, morto em abril. Professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, Hogan se dedicou nos últimos anos ao estudo de mudanças climáticas e de centros urbanos. "Tive o privilégio de trabalhar com o professor Daniel, que participou de forma intensa da vida universitária. Ele marcou de uma maneira importante os docentes de todas as unidades de pesquisa da Unicamp", disse o reitor da Unicamp, Fernando Costa, durante cerimônia que contou com a presença de vários ex-colegas de trabalho de Hogan.

Hogan foi pró-reitor de Pós-Graduação da Unicamp de 2002 a 2005 e teve vasta produção científica na área de demografia. Atuou junto aos Núcleos de Estudos da População (Nepo) e de Estudos e Pesquisas Ambientais (Nepam), centros de pesquisa que ajudou a criar. Nascido nos Estados Unidos, Hogan graduou-se em 1964 em letras pela universidade Le Moyne College e fez mestrado em sociologia do desenvolvimento (1968) e doutorado em sociologia e demografia (1974), ambos pela Universidade Cornell.

Hogan ministrou na Unicamp aulas nos cursos de pós-graduação de demografia, de ambiente e sociedade e de geografia. Suas atividades de pesquisa se concentraram nas relações entre dinâmica demográfica e mudança ambiental, focando também as dimensões humanas das mudanças ambientais globais. Ele também integrou a coordenação do PFPMCG.

Agência Fapesp/EcoAgência

Lixo perigoso

Mercúrio de uma lâmpada fluorescente contamina 20 mil litros de água e se acumula no organismo humano, que não consegue metabolizá-las.

Pilhas, baterias automotivas, de celulares e outros aparelhos portáteis, lâmpadas, eletroeletrônicos, pneus, termômetros de mercúrio, embalagens de agrotóxicos, de tintas e de solvente. Todos esses materiais são considerados perigosos à saúde e ao meio ambiente quando descartados incorretamente. Por não se degradarem, contaminam o solo, a água, os animais e as plantas do entorno se encaminhados aos lixões. “Se são dispostos num aterro comum, as substâncias tóxicas penetram e contaminam solo e água, e isso chega até nós”, alerta Priscila Flores Magnano, acadêmica de engenharia ambiental da UFRGS e funcionária da Secretaria de Meio Ambiente de Porto Alegre (Smam).

O perigo está nos metais pesados presentes nesses aparelhos, como mercúrio, chumbo, zinco e manganês. A quantidade de mercúrio em uma lâmpada fluorescente comum, por exemplo, polui cerca de 20 mil litros de água. Através da ingestão direta dessa água contaminada ou de alimentos irrigados com ela, as substâncias tóxicas chegam ao organismo humano, que não consegue metabolizá-las. Portanto, os metais se acumulam no organismo, o que pode gerar doenças como anemia, paralisia parcial, câncer e até mutações genéticas, além de prejudicar o sistema nervoso central, fígado, rins e pulmões.

Por isso, o descarte desses produtos deve ser diferenciado dos demais recicláveis. É necessária a descontaminação dos objetos perigosos e encaminhamento para aterros especiais. A lei que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada em 2 de agosto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estabelece que as fabricantes e lojas recebam de volta os itens e providenciem o destino correto.

Em Porto Alegre, uma resolução do Conselho Municipal de Meio Ambiente obriga, desde 2006, as empresas que produzem ou comercializam lâmpadas, pilhas e baterias a oferecerem postos de coleta e dar destino adequado aos materiais. Caso não cumpram a regra, os estabelecimentos podem ser multados. Denúncias sobre empresas que se negam a receber os produtos podem ser feitas pelo telefone 3289-7595, com a equipe de resíduos sólidos da SMAM. No site do Departamento de Limpeza Urbana de Porto Alegre (DMLU), há uma lista dos pontos de recebimento de resíduos perigosos. Clique aqui e veja os locais.

Eduardo Fleck, engenheiro químico do DMLU, explica que os municípios não coletam esses resíduos. “Todo comerciante tem um licenciamento pela SMAM em que alguns condicionantes ao destino são estabelecidos. Em Porto Alegre, as empresas têm o dever legal de dar o destino adequado e a SMAM vai cobrar que não seja somente a recepção do material, mas que seja dado o tratamento adequado, em vez de só receber e depois colocar no lixo comum”.

Números

O engenheiro diz que não há um número preciso de lixo perigoso descartado atualmente na capital gaúcha: “podemos estimar que o descarte de pilhas e baterias está na casa de alguns milhões por ano”. Em pesquisa que realizou em 2005, Eduardo concluiu que eram consumidas entre 9,5 milhões e 11,5 milhões de pilhas anualmente na cidade. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE), são produzidos cerca de 1,2 bilhões de pilhas e baterias por ano no Brasil.

A partir de 2011, o governo federal deve repassar cerca de R$ 1,5 bilhão aos estados, municípios e cooperativas para aplicação das novas normas. Um problema, porém, pode prejudicar a execução da lei. O setor empresarial terá autonomia para definir os prazos e organizar o recolhimento dos materiais.

Mercado informal

A venda irregular de pilhas e baterias pelos camelôs corresponde a quase 40% das vendas no país, o que agrava o problema ambiental, já que os produtos piratas não respeitam normas técnicas e apresentam quantidade de metais pesados até sete vezes maior ao permitido pela lei brasileira. Além disso, o mercado informal não realiza o descarte correto desses produtos.

Reaproveitamento

Se encaminhadas à descontaminação, as lâmpadas são reaproveitadas. O mercúrio presente nelas é usado na fabricação de novas lâmpadas. O vidro e o alumínio são reciclados. O chumbo, mercúrio e cádmio de pilhas e baterias também são reutilizados em novas unidades. Para isso, as pessoas devem entregar os materiais em ferragens ou em agências bancárias que fazem a coleta.

Os termômetros de mercúrio devem ser devolvidos às farmácias. “Em Porto Alegre, ainda há poucos locais que recebem esse item”, diz Priscila Magnano. As latas de tinta e solvente devem retornar ao fabricante. Quanto aos pneus, as pessoas também devem devolvê-los às lojas. Em Porto Alegre, pode-se fazer a entrega de pneus velhos em vinte e seis locais de recebimento do DMLU. Os pneus são recolhidos pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), que encaminha à reciclagem e reaproveitamento. Para saber onde estão os postos de coleta, ligue para (51) 3289-6979.

Vida Orgânica/EcoAgência

Conferência debate nova estratégia para salvar biodiversidade

As Nações Unidas estão realizando uma conferência para estabelecer políticas de preservação da biodiversidade no mundo. O encontro de 12 dias em Nagoia, no Japão, foi aberto nesta segunda-feira e conta com mais de 15 mil participantes. Segundo o Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, a Terra está perdendo sua biodiversidade, em níveis alarmantes, devido à ação humana.

Na abertura, o chefe do Pnuma, Achim Steiner, disse que é possível implementar políticas inteligentes que têm sido testadas por anos em muitos países e comunidades. Participam do evento, delegados de 193 países. Até o final da conferência deve ser acordado um plano estratégico sobre biodiversidade de 2011 a 2020.

Fronteiras Políticas

O ex-secretário especial do Meio Ambiente, Paulo Nogueira Neto, disse à Rádio ONU que a cooperação internacional é fundamental para o sucesso da iniciativa. "A atenção para os problemas ambientais é internacional. Tem um peso internacional. E isso é muito adequado porque nós estamos lidando com o futuro da vida no planeta. Isso não tem fronteiras políticas", afirmou.

O texto será submetido a um segmento de alto nível da conferência, que se reunirá no próximo dia 27. Mais de 100 ministros do Meio Ambiente participarão da discussão. As mudanças à biodiversidade, registradas nos últimos 50 anos por atividades humanas, ocorreram num ritmo mais rápido que em qualquer outro momento da história.

Rádio ONU, parceira da EcoAgência

Políticas públicas para mudanças climáticas

Se o Estado de São Paulo fosse um país estaria em 39º no ranking das nações que mais emitem dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Em 2003, foram 83 milhões de toneladas do gás, praticamente um quarto do montante brasileiro. Esses números lançam ao estado um enorme desafio para reduzir as emissões e já estimularam a implantação de várias políticas públicas, entre as quais a ativação do Conselho Estadual de Mudanças Climáticas, ocorrida na sexta-feira (15/10).

O tema foi tratado em mesa durante o fórum Mudanças Climáticas Globais - Desafios e oportunidades de pesquisa, realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) nos dias 14 e 15 de outubro. A mesa teve a participação do diretor-presidente da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Fernando Rei, do diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, e do diretor do Instituto de Estudos Avançados da Faculdade de Economia e Administração da USP, Jacques Marcovitch. "As emissões de CO2 em São Paulo são tímidas em relação aos países desenvolvidos, mas, ao se considerar o índice de ocupação do solo, são emissões superiores à média nacional", disse Rei.

O executivo fez um histórico das políticas públicas paulistas desde o Programa Estadual de Mudanças Climáticas do Estado de São Paulo (Proclima), lançado em 1995, e destacou a participação paulista em organizações internacionais de estados subnacionais, que englobam regiões internas de países como estados e províncias. "São Paulo é copresidente pela segunda vez da rede de Governos Regionais para o Desenvolvimento Sustentável", destacou.

O Conselho Estadual de Mudanças Climáticas estava previsto na Lei Estadual 13.798, assinada em novembro de 2009, e possui uma estrutura tripartite: um terço de representantes do governo estadual, um terço vindo de governos municipais e um terço de membros da sociedade civil. São Paulo também iniciou o Registro Público de Emissões a fim de identificar, por setores e por empresas, os maiores emissores de gases de efeito estufa. Todas essas medidas têm como objetivo tentar alcançar uma redução de 20% do CO2 emitido até o ano de 2020 em relação aos valores de 2005, meta que o Estado se comprometeu a cumprir.

"Trata-se de um objetivo extremamente difícil e que exigirá a participação da sociedade civil", salientou Rei. No ano de 2005, São Paulo lançou na atmosfera 122 milhões de toneladas de CO2, o que significa que em 2020 poderia lançar até 98 milhões de toneladas, de acordo com a meta. A tarefa é ainda mais complexa ao considerar que São Paulo já substituiu quase a metade das fontes energéticas de origem fóssil para fontes renováveis na última década, como ressaltou Brito Cruz. "Cerca de 60% do consumo de energia do estado era de origem fóssil e hoje esse índice é de apenas 33%", disse.

O diretor científico da Fapesp focou na contribuição que a ciência deu ao longo da história à questão do clima, desde o matemático francês Jean Jacques Baptiste Fourier, que em 1827 publicou um artigo no qual concebeu o conceito de efeito estufa, até as experiências do norte-americano Charles Kelling, que de 1957 a 1972 escalou periodicamente o vulcão inativo Mauna Loa, no Havaí, para coletar amostras de ar e medir o teor de carbono da atmosfera. "Foram pesquisas que pareciam inúteis em suas épocas e que hoje se mostram extremamente pertinentes em relação aos problemas que estamos enfrentando", disse, destacando que o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) foi criado pela Organização das Nações Unidas para que as lideranças políticas pudessem entender a produção científica a respeito do clima.

Brito Cruz também apresentou os principais pontos abordados pelo Programa Fapesp de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), que tem procurado intensificar a produção científica nacional no clima e conta com projetos em andamento em áreas como agronomia, química, geociências, demografia e economia. "Não queremos apenas aumentar a quantidade dos trabalhos científicos, mas também a sua qualidade para que ganhem visibilidade internacional", disse. Nesse sentido, a Fapesp financiou a compra de um supercomputador em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Ciência e Tecnologia.

A máquina está sendo instalada no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em Cachoeira Paulista (SP) e será dedicada a processar modelos de simulação do clima. O supercomputador deverá colocar o Brasil entre os maiores do mundo em investigação do clima e poderá processar modelos que contemplem os sistemas climáticos nacionais, como a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica e o Cerrado. Além do computador, Brito Cruz anunciou que a Fapesp também está financiando a compra de um barco e de um navio oceanográfico que deverão auxiliar pesquisas sobre a temperatura, acidificação e nível dos oceanos, entre outras pesquisas.

Aprimorar incentivos e aumentar sanções

Marcovitch falou sobre os impactos econômicos e a participação do setor empresarial no esforço para mitigar as mudanças climáticas. O professor, que foi reitor da USP entre 1997 e 2001, afirmou que é preciso respeitar o tempo de ação de cada ator social para que o esforço conjunto funcione. "As pautas de cada um são diferentes: membros do governo enfatizam o poder, cientistas se pautam na busca pela verdade, empresas focam no resultado e a sociedade civil trabalha com valores. É preciso enxergar isso para haver o diálogo e avançar", disse.

No caso do setor empresarial, Marcovitch defende políticas públicas que promovam incentivos mais eficientes para as companhias que participarem e, ao mesmo tempo, sanções mais rigorosas para aquelas que não quiserem colaborar. Por fim, o pesquisador apresentou partes do Estudo Econômico das Mudanças Climáticas no Brasil, que coordenou junto a 11 instituições. O trabalho procurou identificar as vulnerabilidades que a economia e a sociedade brasileira possuem em relação às alterações do clima. "Os países que promoveram os maiores saltos da civilização foram os mais ousados e que enfrentaram grandes desafios, a área do clima é um deles", disse.

Agência Fapesp/EcoAgência