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terça-feira, 25 de junho de 2013

O BNDES dispõe de linhas e programas de financiamento para toda a cadeia de resíduos, da coleta à destinação final

Entre os principais instrumentos disponíves, estão: Linha de Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos - Para o setor público ou privado, destina-se a investimentos em infraestrutura para tratamento e/ou destinação ambientalmente adequada de resíduos e projetos de remediação de áreas degradadas, com participação do BNDES de até 80% e prazo de até 15 anos. Exemplos: implantação e modernização de Estação de Transbordo, Usinas de Triagem e Reciclagem, Usinas de Compostagem, implantação e ampliação de Aterros Sanitários e Plantas de Manufatura Reversa, entre outros. Especificamente para a implantação de aterros sanitários, a participação máxima do BNDES poderá ser ampliada para até 100% dos itens financiáveis, desde que o beneficiário arque com os custos referentes à aquisição do terreno destinado ao projeto nos 180 dias anteriores à data de protocolo da Consulta Prévia no BNDES e esteja contemplada uma solução associada de tratamento dos resíduos (compostagem, aproveitamento energético e transformação de resíduos em matéria-prima, entre outros). Linha BNDES Estados - Linha de financiamento com participação de até 90% do BNDES e prazo de até 10 anos para apoiar a formulação e implantação de programas de desenvolvimento integrado dos Estados, ou seja, um conjunto de investimentos definidos a partir de um planejamento estratégico, de longo prazo, com caráter multissetorial, integrado e sustentável. São passíveis de financiamento as despesas de capital constantes do plano plurianual e da lei orçamentária anual do beneficiário. Catadores - Com recursos não reembolsáveis do BNDES Fundo Social, é oferecido aos governos municipais (com mais de 500 mil habitantes e capitais do país) apoio complementar a seus investimentos em projetos destinados a promover a inclusão social e produtiva de catadores e gerar benefícios ambientais a partir da coletaseletiva domiciliar (porta a porta). Uma Secretaria Municipal deve procurar o banco para saber como apresentar o projeto ao BNDES (Porto Alegre, Curitiba, Distrito Federal e Rio de Janeiro já têm projetos aprovados). Para municípios com menos de 500 mil habitantes, o BNDES oferece aos governos estaduais a mesma oportunidade. Nesse caso, o banco deve ser procurado por uma Secretaria Estadual para saber como apresentar o projeto ao BNDES (o estado do Rio de Janeiro tem um projeto em análise). Programa Fundo Clima – Destinado a aplicar a parcela de recursos reembolsáveis do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima. Para o setor de resíduos sólidos, são apoiáveis projetos de implantação, modernização e ampliação de empreendimentos para disposição de resíduos sólidos com aproveitamento energético. FINAME – Para aquisição de máquinas e equipamentos novos, incluindo conjuntos e sistemas, produzidos no país e constantes do Credenciamento de Fabricantes Informatizado – CFI do BNDES que apresentem índices de nacionalização, em valor e peso, iguais ou superiores a 60%, calculado segundo Critérios e Instruções para Cálculo de Índice de Nacionalização, ou que cumpram o Processo Produtivo Básico – PP. Exemplo: caminhões de coleta. No caso das operações de financiamento feitas diretamente com o BNDES, a solicitação deve ser encaminhada por meio de carta-consulta - preenchida segundo as orientações do Roteiro de Informações para Consulta Prévia, disponível em http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/ bndes/bndes_pt/Ferramentas_e_Normas/Roteiros_e_ Manuais/index.html. As consultas prévias são o primeiro passo para obter financiamento junto ao banco. Existe ainda a possibilidade de operação indireta, através de instituição financeira credenciada. Essa modalidade é utilizada, em geral, para apoio a projetos de até R$ 10 milhões. www.bndes.gov.br

Linhas de crédito Caixa Econômica Federal visando à implantação de soluções sustentáveis de saneamento ambiental e infraestrutura

A Caixa Econômica Federal disponibiliza linhas de crédito para investimentos nos setores público e privado, visando à implantação de soluções sustentáveis de saneamento ambiental e infraestrutura. Um exemplo é o Programa Saneamento para Todos que utiliza recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e contempla, entre suas diversas modalidades, o manejo de resíduos sólidos. Os recursos destinam-se às atividades de acondicionamento, coleta, transporte, transbordo, triagem, tratamento e disposição final ambientalmente adequada de resíduos sólidos, dos serviços de limpeza pública e de saúde, de construção e demolição, além da disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Estão previstas ainda a reutilização, reciclagem, compostagem, recuperação e aproveitamento energético, bem como ações complementares de suporte à implantação do empreendimento, relativas à educação ambiental e promoção da participação comunitária e ao apoio à inclusão social dos catadores. A linha também financia a infraestrutura necessária à implementação de ações de redução de emissão de gases de efeito estufa em projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), no âmbito do Protocolo de Quioto. Para solicitação de financiamento junto à Caixa, o proponente deve entregar a carta-consulta disponibilizada eletronicamente pelo Ministério das Cidades, no site www. cidades.gov.br, acompanhada dos documentos necessários à análise de risco de crédito e o projeto básico juntamente com o orçamento do empreendimento constante da carta-consulta, peças de engenharia e de trabalho socioambiental que poderão ser entregues nas Superintendências Regionais da Caixa, nos endereços disponíveis no site www.caixa.gov.br. Na modalidade de Resíduos Sólidos do Programa Saneamento para Todos, há também a possibilidade de financiamento dos terrenos das obras com taxa de juros final de no máximo 9% ao ano, reajustada pela TR, além de percentual financiável de até 95% do valor do investimento e prazo de financiamento alongado, com até 48 meses de carência e 180 meses de amortização. FINISA - A Caixa lançou no final de 2012 o Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (FINISA) que, assim como o Programa Saneamento para Todos, é dirigido aos setores público e privado, mas com o diferencial de análise e enquadramento da operação concentradas na própria instituição. O FINISA permite financiar até 100% do valor de investimento, podendo ser celebrado contrato com prazo máximo de 20 anos, já incluído o período de carência de até cinco anos. Cabe ressaltar que a contratação de programas de financiamento junto ao setor público depende da existência de limite de endividamento autorizado pelo Conselho Monetário Nacional, ou do enquadramento do ente nas excepcionalidades da Resolução CMN No 2.827/01. www.cempre.org.br

Investigação na Anvisa encontra irregularidade em 23 agrotóxicos

Além dos seis agrotóxicos autorizados irregularmente pela Anvisa em 2012, a sindicância da estatal nos demais processos concluiu que outros 23 produtos começaram a ser vendidos sem passar por todas as etapas da análise regulamentar, que identificam, por exemplo, se o defensivo representa risco à saúde dos consumidores. Segundo a Anvisa, a auditoria criada a pedido de seu diretor-presidente para auditar os processos da agência relativos aos Informes de Avaliação Toxicológica avaliou 205 processos, sendo que em 23 foram identificados problemas relativos à incorreção processual, além dos seis detectados no fim do ano passado. À época, o então gerente-geral de Toxicologia, Luiz Cláudio Meirelles, denunciou que seis agrotóxicos receberam autorização para serem comercializados mesmo sem receberem todos os pareceres exigidos pela área. A Anvisa informou que o relatório foi encaminhado para a Controladoria-Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério Público Federal (MPOF) e Polícia Federal. O nome dos produtos ou os fabricantes não serão divulgados neste momento até deliberação da diretoria da Anvisa. (Fonte: Valor Online)

Rio ganha centro global de pesquisa sobre desenvolvimento sustentável

Um ano após a Rio+20, o Rio de Janeiro ganhou nesta segunda-feira (24) o Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, que vai ser responsável por criar projetos voltados a estabelecer uma “economia verde” no mundo, ou seja, como desenvolver a economia, auxiliando também as questões ambiental e social. Um seminário realizado na cidade, que contou com a presença da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, deu início aos trabalhos do “Centro Rio+”. Ele vai servir de base para iniciativas sustentáveis e renováveis que vão contemplar todos os países, desenvolvidos e em desenvolvimento. A sede do Centro Rio+, que vai funcionar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vai receber cientistas, pesquisadores e acadêmicos do mundo para apresentar ideias que ajudem as populações a se desenvolver, sem perder o foco na preservação. De acordo com a ministra, abre-se um canal internacional de discussão e trabalho. Segundo ela, a expectativa é de trabalhar este modelo inovador e integrar sociedades e governos na busca de soluções que visam o bem-estar das pessoas e do planeta. “A riqueza deste centro está em buscar a diversidade de pensamentos, construir uma convergência de ideias e projetos, e influenciar todos aqueles que tomam decisões em torno do bem-estar da população. Esta é uma grande oportunidade de integração mundial”, disse a ministra. Ela ressaltou também que os quatro primeiros temas que serão discutidos são as questões do clima, a erradicação da pobreza, a concepção de cidades e o desenvolvimento sustentável, sempre de olho nas agendas sociais e econômicas. De acordo com o coordenador do Centro Rio+, o brasileiro Rômulo Paes, o grupo já conta com 30 integrantes, que terão como objetivo produzir e promover conhecimento para as boas práticas públicas e privadas para a sustentabilidade dos países. O Centro Rio+ teve um financiamento de US$ 4,5 milhões oriundos da Conferência Rio+20. O Rio foi escolhido entre várias cidades estrangeiras pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que também fez a seleção e a contratação do pessoal. A nova instituição conta ainda com o apoio de 25 parceiros, como o BNDES e a Fundação Getúlio Vargas. Metas sustentáveis – A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável aconteceu de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro, e reuniu mais de cem chefes de Estado no Riocentro, onde debateram como o mundo pode se desenvolver sem impactar o meio ambiente e, ao mesmo tempo, reduzindo a pobreza. Esperados como um dos principais trunfos da Rio+20, o que não aconteceu, os ODS seriam metas perseguidas pelos países para avançar ambiental, política e socialmente, reduzindo a disparidade entre nações ricas e pobres. O documento “O futuro que queremos”, gerado na conferência, determinou a abertura do processo de discussão para criar essas metas. O primeiro rascunho dos objetivos terá que ser apresentado até setembro de 2013. Os ODS devem ser definidos para entrarem em vigor em 2015, quando terminam os prazos dos Objetivos do Milênio. Um grupo de especialistas de várias partes do mundo, coordenado pelo economista norte-americano Jeffrey Sachs, lançou em maio o primeiro rascunho com os dez Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) que as sociedades civil e científica acham necessários para nortear a criação de políticas ambientais, sociais e econômicas a partir de 2015. O relatório apresentado classificou diversos temas como prioritários, alguns não tão novos – mas que ainda precisam de políticas para resolver problemas relacionados a eles -, como o combate à pobreza e à fome, igualdade entre homens e mulheres ou a proteção à criança e ao jovem. Porém, desta vez, questões ambientais foram classificadas como assuntos importantes, como o uso sustentável da água e da energia, redução das emissões dos gases causadores do efeito estufa – com metas de corte previstos para os anos de 2020, 2030 e 2050 -, além de reforçar a proteção das florestas por meio da valoração dos serviços ambientais. Outras metas previstas na conferência – O documento produzido na Rio+20 prevê a criação de um fórum político de alto nível para o desenvolvimento sustentável dentro das Nações Unidas, além de reafirmar um dos Princípios do Rio, criado em 1992, sobre as “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”. Este princípio significa que os países ricos devem investir mais no desenvolvimento sustentável por terem degradado mais o meio ambiente durante séculos. Outra medida aprovada é o fortalecimento do Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (Pnuma) e o estabelecimento de um mecanismo jurídico dentro da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (Unclos, na sigla em inglês) que estabelece regras para conservação e uso sustentável dos oceanos. Pobreza – O texto estabelece a erradicação da pobreza como o maior desafio global do planeta e recomenda que “o Sistema da ONU, em cooperação com doadores relevantes e organizações internacionais”, facilite a transferência de tecnologia para os países em desenvolvimento. Esse sistema atuaria para facilitar o encontro entre países interessados e potenciais parceiros, ceder ferramentas para a aplicação de políticas de desenvolvimento sustentável, fornecer bons exemplos de políticas nessas áreas e informar sobre metodologias para avaliar essas políticas. (Fonte: G1)

5 invenções que estão revolucionando a biotecnologia

Biologia e tecnologia estão progredindo em rápida sinergia, trazendo avanços surpreendentes em diversas áreas como medicina, neurociência e computação. Cientistas, futurólogos e transumanistas se reuniram no Congresso Internacional do Futuro Global para 2045, em Nova York, realizado nos dias 15 e 16 de junho, para discutir como essas tecnologias estão abrindo um caminho para a imortalidade digital. Separamos cinco tecnologias incríveis que estão colocando a humanidade mais perto dessas inovações, ao ponto em que a tecnologia vai ultrapassar a inteligência humana e a “superinteligência” surgirá. Confira: 5. Androides surpreendentes Em “2001: Uma Odisséia no Espaço”, robôs conquistaram muito a imaginação do público. Mas a imaginação está dando lugar à realidade, com o desenvolvimento de androides cada vez mais realistas. O roboticista japonês Hiroshi Ishiguro, diretor do Laboratório de Robótica Inteligente da Universidade de Osaka, no Japão, demonstrou um clone avançado androide de si mesmo. Os androides ainda não podem se passar completamente por seres humanos, mas, no futuro, podem perfeitamente se misturar com a população. Alguns podem ter o propósito de ser amigos para crianças, e até de ser parceiros conjugais. 4. Interfaces cérebro-computador Interfaces cérebro-computador ou interfaces cérebro-máquina evoluíram significativamente nos últimos anos. Alguns visam restaurar a mobilidade para as pessoas que ficaram paralisadas por lesão medular, acidente vascular cerebral ou doença cerebral, outros auxiliam a restaurar sentidos como visão ou audição, e os pesquisadores estão ainda estão tentando desenvolver interfaces para restaurar a memória. Eles são implantados em áreas motoras do cérebro e podem gravar os sinais elétricos que representam movimentos particulares. Um computador decodifica os sinais e os usa para controlar um cursor de computador ou prótese. Os engenheiros José Carmena e Michel Maharbiz da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) descreveram, durante o congresso em Nova York, o trabalho que estão desenvolvendo para criar interfaces completamente sem fio. Também na conferência, o engenheiro neural Theodore Berger, da Universidade do Sul da Califórnia em Los Angeles (EUA), falou sobre o desenvolvimento de uma memória da prótese. O dispositivo poderia substituir a parte do hipocampo do cérebro, na qual a memória a curto prazo é convertida para a memória de longo prazo. Até agora, Berger teve sucesso em ratos e macacos, e está testando o dispositivo em seres humanos. 3. Membros biônicos O corpo robótico do Darth Vader, personagem de Star Wars, pode estar mais perto da realidade do que as pessoas pensam. Os membros protéticos atuais estão extremamente avançados. O chamado braço Luke – em homenagem a prótese de braço de Luke Skywalker em “Star Wars” e fabricado por Dean Kamen – é um dos membros biônicos mais sofisticados disponíveis. O braço é controlado através de um joystick e permite que a mão tenha força e possa segurar objetos. No congresso, o inglês Nigel Ackland demonstrou sua mão artificial, chamada de Bebionic 3, que rivaliza com o braço de Luke na medida em que utiliza sinais diretamente dos músculos do braço para controlá-lo, ao contrário de um joystick. Ackland, que perdeu sua mão em um acidente industrial, disse que a Bebionic melhorou sua vida tremendamente. Graças às interfaces cérebro-computador, alguns braços biônicos agora podem ser controlados diretamente pelo cérebro. O próximo desafio é ter resposta sensorial na prótese, dizem os cientistas. 2. Optogenética Optogenética é uma técnica recentemente desenvolvida para controlar a atividade dos neurônios individuais. Um dos primeiros pesquisadores da área é Ed Boyden, que descreveu como funciona o processo em uma palestra durante o congresso. Os sinais neurais são desencadeados pelo movimento de átomos ou íons carregados, através de canais nas suas membranas celulares. Alguns tipos de algas e outros organismos possuem proteínas sensíveis à luz, codificadas no seu DNA por genes específicos. Usando métodos do campo da terapia genética, os cientistas podem injetar esses genes em neurônios de um animal, fazendo com que as células “liguem” ou “desliguem” em resposta à luz. Usando optogenética, os pesquisadores podem, além de observar a atividade do cérebro, manipulá-lo ativamente. 1.Computadores moleculares Os computadores do futuro podem não ser feitos de silício, mas sim de DNA. Os computadores de DNA já são muito melhores do que os tradicionais, disse George Church, geneticista da Escola Médica de Harvard (EUA). O DNA é uma molécula rica em informação. Chips de computador são construídos usando portas lógicas que executam funções matemáticas em determinados serviços. Da mesma forma, estas portas podem ser construídas a partir de DNA, que pode ser conectado para executar cálculos dentro das células.[LiveScience]

Superbactérias proliferam enquanto produção e pesquisa de antibióticos diminui

Dois anos após a publicação de um manifesto sobre disseminação de superbactérias no mundo, na revista médica The Lancet, o cenário não é animador, apesar de alguns avanços. O manifesto, feito por profissionais e institutos de medicina, em 2011, chamava a atenção para o uso indiscriminado de antibióticos, o que pode levar a um quadro em que os medicamentos existentes tornem-se obsoletos. "Nós estamos perdendo essas drogas", declarou a médica Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e do Comitê de Imunização do Ministério da Saúde. Resistência rápida Richtmann destaca que basta pouco tempo para que se tenham relatos de resistência mesmo a antibióticos mais novos. "Eles [mecanismos de resistência] estão cada vez mais rápidos. Falo de questão de seis meses a um ano", informou. Ela explica que, com isso, os investimentos industriais estão mais voltados para doenças crônicas, como hipertensão. "Mesmo em relação a doenças infecciosas, desenvolver drogas contra hepatite ou fungos parece ser mais interessante, porque não tem o mesmo mecanismo de resistência da bactéria", avaliou. O último caso registrado no país ocorreu em maio deste ano, quando foi identificada a presença do gene tipo Carbapenemase New Delhi metallobetalactamase (NDM) em cinco pacientes do Hospital Conceição, em Porto Alegre. Em 2010, foram pelo menos 35 casos de contaminação pela superbactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) no Recife. A médica infectologista destaca, no entanto, que, para a grande maioria das bactérias existentes no Brasil, os antibióticos existentes são eficientes. Infecções urinárias Essa característica faz com que algumas infecções comuns, como a urinária, exijam drogas mais potentes das que eram utilizadas anteriormente. "É uma infecção banal, principalmente entre mulheres, mas a gente está vendo que bactérias que eram sensíveis a antibióticos básicos já não dá mais para usar, tem um grau de ineficiência avançado", explicou Richtmann. Outro exemplo destacado pela médica são as infecções provocadas pelo pneumococo, como meningite e pneumonia. "A gente sempre tratou com penicilina e agora estamos vendo que têm tipos menos sensíveis". Por outro a indústria farmacêutica mundial reduziu a pesquisa de novos medicamentos que seriam capazes de conter essas bactérias multirresistentes. "[Produzir antibióticos] não tem sido um bom negócio. Gasta-se, por exemplo, R$ 1 bilhão de dólares para pesquisar 10 mil novos compostos e chegar a um. Quando ele chega no mercado, a bactéria ficou resistente", explicou o médico Marcos Antonio Cyrillo, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia. Em 2008, por exemplo, nenhum novo antibiótico chegou ao mercado, informou o infectologista. A resistência das bactérias ocorre porque elas, diferentemente de outras doenças, são microrganismos vivos capazes de transmitir o gene de resistência. "Se temos dez bactérias no corpo, por exemplo, e nove são sensíveis ao antibiótico e uma é resistente, você toma o remédio e uma ficou. De 20 em 20 minutos ela se multiplica e vai transmitindo gene de resistência às filhas", explicou Cyrillo. Por isso é fundamental que os pacientes fazem uso do remédio no período e na dosagem prescrita pelo médico. Agência Brasil

Alecrim é a mais nova esperança contra infartos

Um famoso ingrediente de pratos e perfumes poderá no futuro ajudar o tratamento de vítimas de infarto do miocárdio, a parede do coração. Depois de misturar folhas de alecrim à ração de ratos infartados, pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP) constataram que o consumo da planta atenuou os efeitos dessa complicação. Este é mais um benefício na longa lista de efeitos benéficos à saúde promovidos pelo alecrim. "Nos baseamos em outros estudos sobre alecrim e decidimos testar seus benefícios para ratos induzidos a infarto", explica Bruna Paola Murino Rafacho, que fez o estudo orientada pelo professor Sérgio Paiva. Alecrim para o coração Na segunda etapa do estudo, novos testes identificaram os possíveis mecanismos com que o alecrim atua no coração. Foram avaliados o estresse oxidativo, relacionado ao envelhecimento precoce e surgimento de certas doenças, e o metabolismo de energia, isto é a transformação da energia no coração. "Vimos que o alecrim diminuiu a oxidação de lipídeos e melhorou as defesas antioxidantes, atuando nas enzimas glutationa peroxidase, superóxido dismutase, melhorando assim o estresse oxidativo cardíaco", explica Bruna. "Em relação ao metabolismo, a suplementação de alecrim melhorou a utilização de energia no coração dos ratos infartados, atuando em enzimas como citrato sintase e enzimas do complexo I e II da cadeia respiratória. A próxima etapa do estudo é analisar as proteínas e marcadores específicos do coração de ratos infartados, que podem explicar os resultados positivos com a ingestão do alecrim," explicou. Segundo a autora, os resultados apontam para a possibilidade de o estudo evoluir para a fase clínica - envolvendo seres humanos. O professor Paiva, porém, acrescenta que, por enquanto, não é possível recomendar o uso desse produto em tratamentos cardíacos. "Ainda é preciso saber, por exemplo, em quais doses é seguro inserir o alecrim na dieta", observa. http://www.diariodasaude.com.br/

Pesquisa brasileira revela impacto do efeito estufa na agricultura

Um dos principais produtos vendidos pelo Brasil no exterior, a carne bovina, que coloca o país no topo mundial dos fornecedores desse alimento, pode ser afetada pelo gradativo aumento da presença de dióxido de carbono na atmosfera. Os primeiros resultados de um estudo que faz parte do projeto Climapest da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sobre o impacto do efeito estufa na agricultura apontam para modificações na qualidade da pastagem do gado. O estudo será apresentado no encontro sobre o impacto do efeito estufa Greenhouse Gases & Animal Agriculture Conference, que vai até o dia 26 de junho, em Dublin, na Irlanda. Com base na quantidade presumível de dióxido de carbono no meio ambiente daqui a 30 anos, pesquisadores brasileiros do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Universidade de São Paulo (USP) criaram um ambiente com alto teor desse gás e constataram que, nessas condições, a gramínea brachiaria, mais utilizada na alimentação do gado no país, cresce com mais força, porém, com menos nutrientes. “Com mais fibras indigeríveis, em vez de se ter mais produção de carne – porque o boi vai ter mais pasto para comer, nós poderemos ter um problema porque a queda na qualidade dessa comida levará o pecuarista a ter de investir mais”, ponderou o coordenador da pesquisa, Adibe Luiz Abdalla, professor do Cena. Os trabalhos foram desenvolvidos em um campo experimental da Embrapa, em Jaguariúna, na região de Campinas, a cerca de 125 quilômetros da capital paulista. Nesse local foi criado um ambiente que se prevê como realidade no ano de 2040. Nele foram instalados 12 círculos de 10 metros quadrados nos quais foi injetado dióxido de carbono que ampliou a quantidade encontrada atualmente na atmosfera de algo em torno de 370 a 390 para cerca de 590 a 600 partes por milhão (ppm). O gás carbônico tem o papel de auxiliar no desenvolvimento das plantas por meio da fotossíntese. O professor Adibe estima que com mais fotossíntese haverá um aumento da biomassa. “Esse aumento da produção de biomassa no caso de forragens é interessante porque vai produzir mais e mais capim, só que esse capim pelas informações que a gente está obtendo até agora é de pior qualidade, tem mais fibra, mais componentes indigeríveis”, explicou ele. Isso poderia comprometer, igualmente, supõe o pesquisador, outras culturas como as de algodão, arroz, feijão, milho e trigo. Mas, segundo ele, ainda não se sabe ao certo o real impacto do efeito estufa sobre essas culturas. (Fonte: Agência Brasil)

Comer várias vezes ao dia acelera o metabolismo e ajuda a emagrecer: mito ou realidade?

Reza a lenda que, se você fizer várias refeições por dia, ao invés de apenas três, seu metabolismo vai acelerar, gastando mais energia e fazendo com que você perca peso. O que a ciência tem a dizer sobre isso? Em janeiro deste ano, o nutricionista Dylan Klein, do site Calories in Context, reuniu uma série de estudos sobre o tema. A conclusão: não há fortes evidências para sugerir que aumentar a frequência de refeições acelera o metabolismo.Fatores de peso Ao longo do dia, seu corpo precisa de energia para todo tipo de atividade, seja metabólica, física ou mental. O gasto total depende de quatro fatores: metabolismo basal; efeito térmico do alimento; termogênese de atividade física; e termogênese de atividade não física. Assim, para que a frequência de refeições aumente o gasto de energia, ela deve afetar um ou mais desses fatores.“É claro que fazer mais refeições não vai afetar diretamente os fatores relacionados a exercícios físicos ou a atividade não física (…), o que nos deixa com o metabolismo basal e com o efeito térmico do alimento como possíveis fatores modificáveis”, resume Klein. De acordo com os estudos reunidos, a frequência de refeições não leva o corpo a gastar mais energia, nem para seu metabolismo, nem para processos ligados a alimentação (absorção, digestão e armazenamento).Isso não significa, porém, que não haja qualquer efeito benéfico. “De um ponto de vista prático”, explica Klein, “aumentar a frequência de refeições é uma boa maneira de aumentar a ingestão de calorias de um atleta, ou possivelmente reduzir a sensação de fome em uma dieta hipercalórica”. Ele lembra que há evidências de que o corpo “antecipa” refeições com base no padrão adotado pela pessoa. “Isso é manifestado pela grelina (um hormônio que causa a sensação de fome), sinalizando ao cérebro que você está com fome porque está ‘esperando’ uma refeição”. Esse fenômeno deve ser levado em conta ao se alterar a rotina de alimentação, seja para aumentar, seja para diminuir o número de refeições. No fim das contas, o ideal é ter uma rotina alimentar e de exercícios baseadas nos limites e particularidades do corpo, e, claro, uma dieta saudável.[Calories in Context]

O que é mais importante: duração ou frequência de exercícios?

Muitas pessoas que iniciam (ou pretendem iniciar) uma rotina de exercícios passam por um dilema: fazer atividades todo dia, ou escolher dias específicos para se exercitar? De acordo com estudo recente, feito por uma dupla de pesquisadores da Queen’s University (Canadá), não há por que sofrer com essa dúvida, contanto que você acumule pelo menos 150 minutos semanais de exercícios aeróbicos. Os autores reuniram 2.324 adultos no Canadá que cumpriam essa meta e os dividiram em dois grupos (um que se exercitava cinco a sete vezes por semana, e outro que se exercitava uma a cinco vezes por semana). Em seguida, avaliaram ao longo de sete dias o nível de atividade física que eles realizavam, para depois analisar fatores de risco de diabetes, derrame e doenças cardíacas.“Os resultados indicam que a maneira como adultos escolhem acumular seus 150 minutos semanais de atividade física não importa”, explica o pesquisador Ian Janssen. “Por exemplo, uma pessoa que não fez atividades físicas de segunda a sexta, mas esteve ativa por 150 minutos no fim-de-semana, teria os mesmos benefícios dessa atividade do que alguém que acumulou os 150 minutos ao longo da semana com atividades diárias de 20-25 minutos”. Em suma, o importante é encontrar (e seguir) uma rotina de exercícios que possa ser adequada a seu planejamento semanal – mas sem exagero, é claro.[MedicalXpress; Applied Physiology, Nutrition, and Metabolism]

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Governo anuncia que vacina da gripe H1N1 terá produção 100% nacional

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (18), em Brasília, que a vacina contra a gripe H1N1 terá produção 100% nacional. A medida foi possível por meio da transferência tecnológica do laboratório francês Sanofi Pasteur para o Instituto Butantan, em São Paulo. Segundo o governo, até 2015, o Butantan atenderá toda a demanda nacional de doses da vacina contra o vírus influenza. Até hoje, o instituto distribuiu 6,5 milhões de doses, e a meta para os próximos dois anos é chegar a 44 milhões de unidades. “Quando o Brasil tem tecnologia própria, nenhuma crise econômica, nenhuma variação do dólar, nenhuma decisão unilateral de empresas coloca em risco o tratamento dos pacientes aqui. Hoje, só conseguimos ampliar o calendário de vacinação contra a gripe porque mais de 90% das doses já são produzidas no Brasil”, destacou o ministro Alexandre Padilha. Ele reforçou, ainda, que essas parcerias representam mais autonomia ao país, pois, se houver alguma pandemia de gripe, haverá uma maior segurança para aumentar a produção da vacina. Medicamentos biológicos – Nesta terça, também foram anunciadas 27 novas parcerias com oito laboratórios públicos e 17 privados para a fabricação nacional de 14 medicamentos biológicos – produtos feitos a partir de células vivas, mais eficazes e com menos efeitos colaterais, por não conterem conservantes. Esses remédios são geralmente indicados para o tratamento de doenças crônicas. Entre os medicamentos biológicos que serão produzidos, estão seis para câncer (como de mama e leucemia), quatro para artrite reumatoide, um para diabetes, um cicatrizante, um hormônio do crescimento e uma vacina para alergia. Com a medida, o Brasil passa a fabricar 25 drogas desse tipo, que representam 43% dos gastos do Ministério da Saúde. De acordo com Padilha, um único tratamento com medicamento biológico custa até R$ 20 mil por mês, mas o governo tem oferecido os produtos à população de forma gratuita. “Há dois anos, o país não produzia insulina nem fazia parte do grupo de menos de dez países que produzem algum medicamento biológico para câncer e doenças inflamatórias”, disse Padilha. De acordo com o ministro, em dois anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) também passou de 500 para mais de 800 remédios oferecidos à população. Para impulsionar a área dos biológicos, o governo anunciou a instalação de uma fábrica no Ceará para produção de medicamentos com base vegetal, já aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela FDA, que regula remédios e alimentos nos EUA. Segundo o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, vários outros estados – como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais – estão montando parques tecnológicos próprios. A aposta nesse mercado, que movimenta R$ 90 milhões no país, poderá reduzir preços, afirmou Gadelha. “As parcerias refletem essa fase moderna, competitiva, de focar no futuro e não apenas pagar nossas dívidas com o passado”, ressaltou. O secretário também afirmou que, até 2014, haverá um investimento de R$ 2 bilhões em infraestrutura de laboratórios públicos, o dobro dos últimos dez anos. Gadelha explicou que essas ações cooperativas envolvem 15 ministérios e agências, como os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação; e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Também participam a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), entre outros. (Fonte: G1)

Um quarto das garotas entre 10 e 15 anos já usou a pílula do dia seguinte

Levantamento da Casa da Adolescente, em São Paulo, mostrou que 23% das garotas atendidas já usaram a pílula do dia seguinte para evitar uma gravidez indesejada. Foram ouvidas 600 delas, entre 10 e 15 anos de idade. De acordo com a pesquisa, 75% das meninas e 60% dos garotos já conheciam o medicamento para impedir a gestação. A preocupação é que as adolescentes estão deixando de lado a prevenção contínua - o uso de pílulas anticoncepcionais e do preservativo - para usarem a contracepção de emergência. "Para eles, a pílula de emergência é como uma varinha mágica. Virou a pílula do fim de semana, está sendo usada como se fosse anticoncepcional, porque algumas meninas chegam a tomar seis, sete vezes em um mês". disse a coordenadora do Programa Estadual de Saúde do Adolescente, Albertina Duarte. Segundo ela, a pílula de emergência é indicada em casos de estupro, quando o preservativo estoura, sai do lugar ou fica preso no corpo da mulher, ou até mesmo quando a mulher esqueceu de tomar o anticoncepcional rotineiramente. A segurança também não é garantida: De cada 20 garotas que tomam a pílula do dia seguinte, três engravidam, segundo Albertina. Entre os riscos de abusar desse método, além da possibilidade de gravidez, está o desequilíbrio hormonal, pois uma pílula do dia seguinte equivale a meia cartela do anticoncepcional comum. "É um bombardeio porque uma dose que tomaria em 15 dias, ela toma de uma vez. Pode ter hemorragia e não reconhecer mais seu organismo, podendo achar que está menstruada e que não tem risco de engravidar," diz Albertina. A pílula do dia seguinte usa os mesmos hormônios utilizados no anticoncepcional convencional, porém com dosagem maior. O uso é recomendado até 72 horas após a relação sexual.

Excesso de sal engorda?

Muitos processos do organismo requerem sal, ou sódio, um mineral essencial. O sal ajuda a equilibrar os açúcares no sangue, auxilia no desempenho das células, ajuda o intestino a absorver nutrientes e regula o equilíbrio de fluidos e eletrólitos em nossos corpos, para citar apenas algumas de suas funções. No entanto, o excesso de sal pode desequilibrar muitas das nossas funções corporais também, resultando em uma série de consequências adversas, incluindo ganho de peso.Muito sal sinaliza para o corpo reter água. A água ajuda o corpo a absorver o excesso de sódio e nivela a quantia da substância no organismo ao despachá-la. No entanto, a ingestão elevada e constante de sal nunca permite que este mecanismo natural de “despacho” aconteça, ou, pelo menos, o diminui significativamente. Isto resulta num ganho de peso sob a forma de acúmulo de líquidos (fluidos), não gordura. Uma pessoa pode aumentar cerca de 1,5 kg – em casos extremos, mais – de peso da água extra no seu corpo devido a ingestão exagerada de sódio. Há mais desvantagens para a saúde em se ingerir muito sal. O alto teor salino pode causar aumento da pressão arterial. Isto resulta em hipertensão, que por sua vez estressa o sistema cardiovascular do corpo. Muito sal também pode interferir com a função renal e digestiva, resultando em ainda mais o ganho de peso e, possivelmente, graves problemas de saúde por excesso de acúmulo de toxinas no corpo. A ingestão de sal diária máxima recomendada para adultos é de cerca de 2.300 mg, ou uma colher de chá. Pessoas que precisam controlar seu consumo de sal devem ingerir significativamente menos do que isso. Consulte o seu médico para saber a quantidade exata de sal que você deve consumir. Reduzir a ingestão de sal quase sempre exige mudanças na dieta e estilo de vida. Evite alimentos processados, especialmente os de fast food. Estes alimentos geralmente contêm uma grande quantidade de sódio. Além disso, evite o uso de sal ao cozinhar e não adicione sal a alimentos já cozidos. Preste atenção aos rótulos dos produtos que você come, e opte por opções de baixo teor de sódio. Mais importante ainda pode ser ingerir alimentos integrais e naturais, como frutas, legumes, cereais e proteínas magras. Fazer exercício físico regularmente e beber bastante água também ajudam a liberar o excesso de sal do sistema.[ehow] http://hypescience.com/

Cientistas usam vírus modificado para curar cegueira

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) pode tornar mais seguro o uso de vírus para tratar doenças genéticas que levam à cegueira – o vírus atua como “mensageiro”, levando genes modificados até células específicas e fazendo com que eles substituam os defeituosos. Embora sofisticado, o método não é simples. “Introduzir uma agulha através da retina e injetar atrás dela o vírus modificado é um procedimento cirúrgico arriscado”, explica o professor David Schaffer, um dos responsáveis pela pesquisa. Para aumentar o leque de opções, Schaffer e sua equipe geraram cerca de 100 milhões de variantes de um vírus (cada uma carregando diferentes proteínas em sua superfície) e, após diversos testes com cobaias, escolheram cinco capazes de penetrar a retina com eficiência.“Com base em 14 anos de pesquisa, nós conseguimos criar um vírus que você precisa apenas injetar no humor vítreo [o líquido que preenche o globo ocular] para que eles levem genes a um grupo difícil de alcançar de células delicadas, de modo cirúrgico, seguro e não invasivo”, resume. “É um procedimento de 15 minutos, e você poderá ir pra casa no mesmo dia”.Os testes foram realizados em cobaias com retinosquinose (doença que provoca buracos na retina e compromete a visão) e atrofia óptica de Leber (que faz a pessoa perder gradualmente a visão) e tiveram bons resultados. Agora, a equipe procura colaborar com médicos para que, em alguns anos, a técnica possa ser usada clinicamente.[Sci-news, Science Translational Medicine]

Adesivos podem substituir agulhas em vacina do futuro, dizem cientistas

Um adesivo que é colocado na pele para aplicar vacinas de forma barata e eficaz foi apresentado durante a conferência TEDGlobal em Edimburgo, na Escócia. Substituir a agulha por um nanoadesivo pode transformar a prevenção de doenças mundo afora, disse o inventor da tecnologia, o pesquisador Mark Kendall, da University of Queensland, em Brisbane, Austrália. Segundo ele, o novo método abre caminho para vacinas de uso fácil para doenças como a malária, por exemplo. Outros especialistas deram boas vindas à novidade, mas disseram que o método pode não ser apropriado para todos os pacientes. A série de conferências TEDGlobal (a sigla inglesa TED quer dizer “Think, Exchange, Debate” ou “Pense, Troque, Debata”) é realizada anualmente em diferentes partes do mundo. Ela é financiada pela fundação privada sem fins lucrativos Sapling Foundation, que promove a circulação de grandes ideias pelo mundo. Método antigo – A palestra de Kendall em Edimburgo teve uma simbologia histórica: há 160 anos, na capital escocesa, Alexander Wood pediu a primeira patente para a agulha e a seringa. “A patente era quase idêntica às agulhas que usamos hoje. É uma tecnologia de 160 anos”, disse Kendall. Aliada à água limpa e saneamento, ela cumpriu um papel fundamental no aumento da longevidade em todo o mundo, acresentou. Mas para Kendall, talvez tenha chegado a hora de atualizarmos essa tecnologia. O nanoadesivo é baseado na nanotecnologia – que permite manipular a matéria em escala atômica e molecular, ou seja, em dimensões infinitamente pequenas. Ele supera algumas das desvantagens mais óbvias de vacinas convencionais, como o medo da agulha e a possibilidade de contaminação provocada pelo uso de agulhas sujas. Mas há outras razões pelas quais o método pode ser transformador, disse o professor. Milhares de minúsculas saliências no adesivo perfuram a pele e liberam a vacina, que é aplicada, seca, sobre a pele. “As saliências no adesivo trabalham com o sistema imunológico da pele. Nosso alvo são essas células, situadas a um fio de cabelo de distância da superfície da pele”, disse Kendall. “Talvez estejamos errando na mira e deixando de atingir o ponto imunológico exato, que pode estar na pele e não no músculo, que é onde as agulhas tradicionais vão”. Em testes feitos no laboratório de Kendall na University of Queensland, o adesivo foi usado para administrar a vacina contra gripe. A equipe australiana disse ter notado que as respostas para vacinas aplicadas por meio do nanoadesivo foram completamente diferentes daquelas aplicadas com o uso da seringa tradicional. “Isso significa que nós podemos trazer uma ferramenta completamente diferente para a vacinação”, disse o pesquisador. A quantidade de vacina necessária, por exemplo, é muito menor – até um centésimo da dose normal. O preço de “uma vacina que custa US$ 10 pode ser reduzido para US$ 0,10, o que é muito importante no mundo em desenvolvimento”, acrescentou. Vacinas sem efeito – Outro ponto fraco das vacinas tradicionais é que, por serem líquidas, precisam ser mantidas no refrigerador, desde o laboratório até a clínica onde é feita a vacinação. “Metade das vacinas aplicadas na África não estão funcionando direito por causa de falhas na refrigeração em algum momento”. Quando Kendall disse, durante a conferência, que a vacina nanoadesiva poderia ser mantida a 23ºC durante um ano, a plateia respondeu com aplausos calorosos. Um representante da Brithish Society for Immunology, a sociedade britânica de imunologia, deu boas vindas à tecnologia, mas fez algumas ressalvas. “Essa abordagem traz esperanças de vacinação fácil e em grande escala, já que ela tem como alvo um tipo de célula imunológica chamada célula Langerhans, que existe em abundância na pele”, disse Diane Williamson. “Essas células absorvem avidamente a vacina e são capazes de desencadear a resposta imunológica”. “Porém, um dos problemas em potencial na aplicação (da vacina) sobre a pele é o tempo de aplicação e como garantir a administração da quantidade adequada de vacina. Além disso, talvez haja problemas de tolerância do adesivo em alguns pacientes. Mas se esses problemas puderem ser superados, o nanoadesivo tem o potencial de substituir a aplicação convencional, baseada em aplicação intramuscular por agulha”. O nanoadesivo começará a ser testado em breve na Papua Nova Guiné, onde suprimentos de vacina são escassos. Kendall disse que acha difícil imaginar um mundo sem agulhas e seringas tradicionais, mas espera que o novo método possa ser utilizado em grande escala. (Fonte: Terra)

Alternativas à desertificação

Será realizado nesta quarta-feira (19), de 9 às 16 horas, o Seminário de Sistema de Alerta para a Seca e Desertificação, na sede do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em Brasília. O encontro, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com Inmet, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto Nacional do Semiárido (Insa) e Comissão Nacional de Combate à Desertificação (CNCD), integra as atividades comemorativas da Semana Nacional de Combate à Desertificação, Mitigação dos Efeitos da Seca e Convivência com a Semiaridez. O diretor do Departamento de Combate à Desertificação do MMA e secretário-executivo da CNCD, Francisco Campello, explica que a desertificação é c, para o atendimento às demandas socioeconômicas da região. “Diferente das secas, que são fenômenos naturais, a desertificação pode ser evitada, por isso a importância de ações de convivência sustentável com a semiaridez para combater a desertificação”. afirma. Segundo ele, a partir de estratégicas e métodos específicos, muitas vezes já utilizados por pequenos agricultores, é possível enfrentar e conviver, de forma sustentável, em regiões semiáridas. “Como exemplo temos a construção de cisternas de baixo custo para armazenamento de água por maiores períodos e adoção de práticas corretas de irrigação (água em excesso causa o acúmulo de sais mineiras que também em excesso fazem mal ao solo e causam a degradação do solo) como práticas de convívio com a semiaridez. O diretor do Ministério do Meio Ambiente mostra que, no Brasil, o processo de desertificação é consequência do uso inadequado dos recursos florestais da Caatinga e do Cerrado principalmente para fornecimento de biomassa florestal para o atendimento de 30% da matriz energética do Nordeste e de outras regiões, por meio de desmatamentos. Além de práticas agropecuárias sem manejo adequado dos solos, provocando os processo erosivos e esgotando os solos, superpastejo (sobre carga) animal na pecuária extensiva comprometendo a regeneração de espécies e pelo manejo inadequado dos sistemas de irrigação, salinizando os solos. Programação - A abertura do seminário será às 9 horas com palestra do diretor do Inmet, Antônio Divino Moura, sobre aprofundamento metodológico para sistemas de alerta. Em seguida, os pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), Regina Alvalá e Javier Tomasela, falarão sobre a construção e os resultados do Sistema de Alerta Precoce de Secas e Desertificação. O diretor do MMA, Francisco Camepello, abordará, ainda, a convivência com a desertificação no semiárido. No período da tarde, a analista ambiental do Departamento de Combate à Desertificação do MMA, Luciana Valadares, fará um breve relato do Guia de Boas práticas para o Combate da Degradação de Terras e Desertificação e o diretor do Insa, Ignácio Salcedo, falará sobre o Projeto Desertwatch: Uma alternativa metodológica para um sistema de informação para avaliação e monitoramento da degradação do solo nos espaços semiáridos. O seminário será realizado no Auditório Maurílio Sampaio, na sede do Inmet, em Brasília, localizada no Eixo Monumental Sul Via S1, Setor Sudoeste. (Fonte: MMA)

Pesticidas causam impacto na fronteira agrícola da Amazônia

Os pequenos produtores estabelecidos na fronteira agrícola amazônica brasileira estão utilizando pesticidas em doses maiores, com maior frequência do que as recomendações agronômicas e, em alguns casos, de maneira inadequada para as pragas que pretendem controlar. Já os grandes produtores de soja e cana-de-açúcar da região seguem mais as recomendações agronômicas e até mesmo substituem compostos mais tóxicos para a saúde humana por outros menos danosos. O balanço entre esses distintos padrões de uso parece ser negativo: uma pesquisa indica que os riscos de impactos de pesticidas sobre espécies aquáticas, como os peixes, aumentou significativamente. Isso porque, com a intensificação da agricultura na fronteira agrícola amazônica, elas estão sendo aplicadas em doses maiores e, apesar de serem menos tóxicas para os humanos e outras espécies de mamíferos, podem ser mais maléficas para organismos menores. O trabalho foi feito por pesquisadores da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com colegas do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), do Departamento de Ciências Biomédicas da Universidade de Medicina Veterinária de Viena, na Áustria, e do Instituto Alterra, da Holanda. Os resultados da pesquisa, desenvolvida no âmbito de um projeto com apoio da FAPESP, foram publicados em um volume temático especial sobre a fronteira agrícola amazônica publicado pela Philosophical Transactions of The Royal Society. “Observamos que os pequenos produtores na fronteira agrícola amazônica fazem uso grosseiro e descontrolado de pesticidas e, apesar de alguns grandes produtores da região seguirem as recomendações técnicas e terem substituído voluntariamente defensivos tóxicos por outros menos danosos, a ‘pegada ecológica’ desses compostos aumentou ao longo do tempo”, disse Luís César Schiesari, professor da EACH e primeiro autor do estudo, à Agência FAPESP, referindo-se ao impacto ecológico do uso inadequado de pesticida. Os pesquisadores analisaram os padrões de uso de pesticidas por produtores de diferentes perfis na fronteira agrícola amazônica e os potenciais riscos de seu uso sobre a biodiversidade da região. Para isso, realizaram, a partir de 2005, entrevistas com 220 pequenos produtores de frutas e verduras de quatro cidades na região central da Amazônia, na várzea do rio Solimões, e com administradores de uma fazenda de cultivo de soja de 80 mil hectares, localizada no Mato Grosso, na borda da Amazônia, e de outra propriedade, com 60 mil hectares, em processo de conversão para plantio de cana-de-açúcar, situada na região do rio Negro. Os dados de aplicação de pesticidas, fornecidos pelos próprios produtores, revelaram que 96% dos pequenos agricultores aplicam as substâncias em suas lavouras em dose e frequência maiores do que a recomendação técnica. Já os grandes produtores seguem mais de perto as recomendações técnicas e até mesmo diminuíram o uso de compostos mais danosos à saúde humana e ao meio ambiente, conforme a classificação de risco toxicológico e ambiental adotada pelos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente. Por outro lado, aumentaram o arsenal e a dose de pesticidas utilizados – o que elevou os riscos de danos a espécies de animais, conforme os pesquisadores observaram por meio de uma série de cálculos feitos para medir o impacto do uso inadequado dos pesticidas na biodiversidade da região. “Constatamos que o aumento da dose e da diversidade de pesticidas utilizados pelos grandes produtores causou uma queda no risco para os mamíferos que habitam esses ambientes”, contou Schiesari. “Em contrapartida, o risco para os organismos aquáticos aumentou até 135 vezes, conforme verificamos por meio de cálculos baseados em dados de toxicidade dos pesticidas utilizados para algas, peixes e zooplâncton [animais microscópicos que vivem em suspensão no ambiente aquático]”, afirmou. De acordo com Schiesari, uma das explicações para essa diferença é que a categorização desses compostos segundo seus possíveis impactos à saúde humana é feita utilizando como modelo ratos de laboratório. Dessa forma, o sistema de classificação de riscos só é válido para os mamíferos. “O risco de toxicidade apresentado por um determinado pesticida, no entanto, pode variar muito de um organismo para outro. Um composto menos danoso para ratos não apresenta, necessariamente, menor risco para peixes, aves e insetos”, comparou. Áreas mais suscetíveis – Segundo Schiesari, as fronteiras agrícolas (regiões de conversão de habitats naturais para a agricultura) são as áreas mais suscetíveis aos impactos ambientais. Isso porque, como estão concentradas hoje em florestas tropicais – caracterizadas por grande biodiversidade –, são ambientes onde há um número maior de espécies que até então não tinham sido expostas aos riscos de práticas de manejo da terra potencialmente danosas, como o uso indiscriminado de pesticidas. São, portanto, espécies mais vulneráveis à contaminação ambiental, por exemplo. “Em paisagens agrícolas tradicionais, muitas espécies já foram perdidas e as remanescentes podem apresentar algum nível de evolução de tolerância à contaminação ambiental não só por pesticidas, mas também por metais pesados”, disse Schiesari. “No caso das fronteiras agrícolas isso não acontece, porque há fauna e flora mais diversa, sem contato prévio com práticas agrícolas danosas.” Os pesquisadores defendem que as fronteiras agrícolas recebam uma atenção maior de ações voltadas a promover práticas de manejo mais sustentáveis, como a regulamentação e o controle do uso de substâncias. Reconhecidos como ferramentas importantes para a agricultura, por possibilitarem o aumento da produtividade agrícola, os pesticidas são formulados para terem efeito biológico sobre pragas agrícolas, mas podem causar danos a outras espécies, agindo sobre mecanismos fisiológicos basais e comuns a diversos organismos, conta Schiesari. “Muitos pesticidas têm mecanismos de ação que consistem em agir sobre processos fisiológicos comuns a um vasto número de organismos – na respiração celular, transmissão de impulsos neuronais ou formação de fusos que separam os cromossomos na divisão celular, por exemplo. Dessa forma, podem ter impactos sobre diversos organismos sem nenhuma relação com a praga que o defensivo pretende controlar”, disse. O pesquisador avalia que a minimização do risco de contaminação ambiental por pesticidas só pode ser efetivamente feita com o envolvimento de múltiplos atores, como organizações governamentais e ambientais, entre outras. “É preciso uma regulamentação mais adequada, que leve em consideração particularidades de regiões tropicais megadiversas e, ao mesmo tempo, maior rigor no controle de uso dos pesticidas”, afirmou Schiesari. “Os produtores têm que ter amplo acesso à educação e aos serviços de extensão rural e serem recompensados pelo governo ou pelo mercado por adotarem de forma voluntária de melhores práticas agrícolas”, disse. “Há espaço para melhora no uso de pesticidas tanto entre os pequenos agricultores, cuja produção é familiar e voltada para abastecer a demanda por alimentos de Manaus, quanto entre os grandes produtores que, mesmo adotando práticas que não só atendem, mas até ultrapassam a legislação, ainda que possivelmente movidos por interesses econômicos, causam impactos substanciais pela escala e intensidade de produção”, avaliou Schiesari. (Fonte: Agência FAPESP)

Solo congelado do Ártico pode derreter em até 30 anos, diz estudo

O permafrost, solo permanentemente congelado do Ártico, pode começar a derreter entre 10 e 30 anos, liberando gases de efeito estufa na atmosfera e agravando o aquecimento global, indicou um estudo divulgado nesta quarta-feira (19) pelo Departamento de Ciências da Terra na Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha. O permafrost poderia começar a derreter a partir de uma elevação das temperaturas globais de 1,5 °C, em comparação com níveis pré-industriais, antecipa este estudo realizado a partir de estalagmites antigas e que será publicado em 27 de junho na revista “Geological Society”. A temperatura global média já aumentou 0,8 ºC após a Revolução Industrial e se a tendência atual se mantiver, limite poderá ser alcançando de “10 a 30 anos”, calcula a equipe chefiada por Gideon Henderson. “É necessário fazer um esforço urgente para reduzir os gases de efeito estufa”, alertaram os cientistas, que realizaram o estudo sobre estalagmites e estalagmites encontradas em uma gruta perto de Lensk, no leste da Sibéria. Estes espeleotemas se formam quando a água da superfície se infiltra no teto da gruta, onde a temperatura ambiente é a mesma da superfície. Por isso, são testemunhos preciosos de uma época em que a região não era congelada. Graças a vestígios de urânio e isótopos de chumbo, foi possível estabelecer que eles se formaram, em média, há 945 mil anos, depois novamente há 400 mil anos. Estes períodos de degelo do permafrost coincidem com os períodos em que a superfície da Terra era 1,5 ºC mais quente do que a era pré-industrial, com uma margem de erro de 0,5 ºC. Estoque de carbono – Também chamado de “pergelissolo”, o permafrost representa, em média, um quarto da superfície das terras no hemisfério norte. Em nível mundial, encerra 1,7 trilhão de toneladas de carbono, ou seja, cerca do dobro do CO2 já presente na atmosfera. Se esta matéria orgânica congelada derreter, ela liberará lentamente todo o carbono acumulado e “neutralizado” com o passar dos séculos. Este excesso de devolvido à atmosfera não foi até agora levado em conta nas projeções sobre o aquecimento global que são objeto de negociações em nível mundial. A comunidade internacional se colocou como meta limitar o aquecimento a 2 °C e conseguir alcançar um acordo global e ambicioso de limitação dos gases-estufa em 2015 durante a conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU) prevista para ser celebrada em Paris. De outra forma, as ações realizadas até o presente colocam o planeta numa trajetória de 3 ºC a 5 ºC. (Fonte: G1)

Mais da metade dos parques nacionais ainda estão irregulares

Mais da metade dos 68 parques nacionais (Parnas) continuam irregulares, quase oito décadas depois da criação da primeira unidade de conservação (UC) com as regras vigentes. A falta de regularização fundiária dessas áreas tem sido uma das cobranças mais frequentes feitas pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em reuniões com autoridades ambientais federais. Ainda assim, o Instituto Chico Mendes (ICMBio), criado em agosto de 2007 para coordenar os parques, não conseguiu resolver o problema. A situação que se prolonga por décadas é apontada como um dos sinais da deficiente política de Estado para a área, criticada tanto por especialistas do próprio governo quanto por organizações não governamentais. A falta de investimentos nessas unidades é um dos principais problemas constatados. No orçamento do ICMBio não existe uma destinação específica para as unidades de conservação. “Alguns estudos já mostravam que com 10% dos recursos usados em Belo Monte seria possível regularizar os parques nacionais. Com R$ 2 bilhões, [o governo] regularizaria todo o sistema, não apenas os parques”, disse a engenheira agrônoma Maria Tereza Pádua, presidente do site ECO e integrante da Comissão de Parques Nacionais da União Mundial para a Conservação da Natureza (UICN). Falta de investimento: Sem estrutura, 21% de parques e unidades de conservação do Brasil estão fechados O valor estimado já considera a realidade do atual mercado imobiliário. Além de negociar com proprietários rurais, o governo terá que chegar a preços adequados em regiões próximas aos centros urbanos, onde o preço da terra é cada vez mais valorizado, como os casos de unidades próximas das capitais São Paulo e Rio de Janeiro. Enquanto não há orçamento claramente definido, Maria Tereza Pádua aponta outras fontes que poderiam ser utilizadas para essa regularização. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços Ecológico (ICMS Ecológico), por exemplo, foi criado para compensar os municípios pela restrição de uso de áreas protegidas, estimular a criação de outras e melhorar áreas já protegidas como forma de aumentar a arrecadação. Em Minas Gerais, ficaram definidos “índices de qualidade ambiental” para balizar os cálculos do imposto. Segundo a agrônoma, algumas cidades pequenas chegam a arrecadar R$ 2,7 milhões por ano com esse imposto. Para a especialista, esses recursos deveriam compor o esforço financeiro pela regularização dos parques nacionais. O Parna do Itatiaia, no Rio de Janeiro, foi o primeiro criado no país e, até hoje, está irregular. Como outras unidades, o parque aguarda uma solução para que possa cumprir o papel de conservação de espécies identificadas na região. Quando o parque está implementado, como é o caso da Serra do Cipó, em Minas Gerais, ou o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, os municípios percebem o valor do local e ganham dinheiro com o ecoturismo e as concessões, disse a agrônoma. Maria Tereza acrescentou que todo ano há desmatamento em algumas regiões porque a sociedade não compreende o valor dessas áreas. Ela disse ainda que quando percebem os benefícios econômicos que essas unidades podem trazer, elas passam a ser bem vistas pela comunidade local. (Fonte: Agência Brasil)

Pesquisadores criam Rede Brasileira de Astrobiologia

Com o objetivo de integrar a comunidade científica e partilhar os trabalhos, pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), do Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia da Universidade de São Paulo (NAP–Astrobio-USP) e do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) criaram a Rede Brasileira de Astrobiologia (RBA). Para viabilizar o sistema de troca de informações, instituições de diversos estados contribuíram na criação da RBA. O site www.astrobilogia.net.br está em funcionamento desde maio deste ano. “A ideia da rede é criar um sistema, em princípio, virtual para aumentar a integração de pesquisadores e educadores na área de astrobiologia no Brasil. Como essa é uma área relativamente recente no país, tanto em pesquisa quanto em educação, as pessoas ainda não se conhecem muito bem e falta informação de quem faz o que e sobre qual assunto”, explicou Douglas Galante, pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, em Campinas, também pesquisador associado do Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia da USP e um dos fundadores da rede. Por astrobiologia, disse Galante, entende-se uma área multidisciplinar. “Astrobiologia é uma área de pesquisa relativamente recente no país e no mundo. A ideia dessa área é entender o fenômeno da vida no universo: quais os processos que levaram à origem da vida no nosso planeta, como ela se desenvolveu e evoluiu no planeta ao longo do tempo, como esse desenvolvimento foi alterado, como a biologia está relacionada a fenômenos astronômicos e astrofísicos e como a vida se distribuiu no nosso planeta, entre outros”, disse o pesquisador. Para incluir o trabalho de pesquisa na rede basta entrar no site, na seção chamada Associe-se. Não há cobrança de taxa de inscrição ou de mensalidade. No entanto, é necessário comprovar que o trabalho realmente exista. O pedido de associação de qualquer membro ou trabalho será avaliado pela Comissão de Implantação, que poderá ou não aceitar o pedido. “Na seção Associe-se será preenchido um formulário no qual se informa, além dos dados básicos [do pesquisador], os dados do trabalho que está sendo desenvolvido nessa área. As informações são enviadas para a coordenação da rede, da qual faço parte, e serão analisadas. Uma vez que, de fato, elas sejam comprovadas, o cadastro será incluído e ficará disponível online”, explicou Galante, em entrevista à Agência Brasil. Segundo ele, qualquer pessoa poderá consultar o banco de dados. (Fonte: Agência Brasil)

Fenômeno das rochas deslizantes pode ter sido desvendado pela Nasa

Na superfície obscura e rachada de um lago seco no Vale da Morte, na Califórnia (Estados Unidos), pedras se movem sozinhas no deserto. Sobre a árida Racetrack Playa, as rochas – algumas pesando mais de 300 quilos – deixam rastros sobre a areia, marcando seus inexplicáveis movimentos. Algumas das trilhas têm quase 200 metros de comprimento. A força “mágica” por trás dessas “rochas deslizantes” tem sido um mistério para cientistas há quase um século. Agora, um geólogo da Nasa, a agência espacial americana, acredita ter finalmente encontrado a resposta. O professor Ralph Lorenz, um cientista planetário, crê que essas rochas ficam envoltas em gelo durante o inverno, então quando o leito do lago derrete e se torna lamacento, o gelo permite às pedras “deslizar” sobre o barro – fazendo com que sejam facilmente levadas pelos fortes ventos dos desertos. Em uma entrevista concedida à revista Smithsonian, ele resumiu a descoberta que publicou em 2009 da seguinte maneira: “Basicamente, uma placa de gelo se forma em torno da rocha, e o nível do líquido muda até que a pedra começa a flutuar na lama. É uma pequena camada de gelo flutuando que tem uma espécie de quilha voltada para baixo e pode cavar uma trilha no barro mole”, afirmou Lorenz. Até hoje, nenhum cientista conseguiu gravar uma rocha se movendo. Acredita-se que ninguém tenha jamais visto uma delas deslizando. Apesar dessa nova explicação para a movimentação das rochas deslizantes, muitos visitantes do Vale da Morte continuam atribuindo propriedades mágicas às pedras de Racetrack Playa. Alguns alegam que o fenômeno é causado por magnetismo, a ação de alienígenas ou ainda campos de força misteriosos. (Fonte: Terra)

Cabecear frequentemente no futebol causa danos cerebrais

Jogadores de futebol que cabeceiam a bola com alta frequência têm pior desempenho em testes de memória, apresentando anormalidades cerebrais semelhantes àquelas encontradas em pacientes com traumatismo crânio-encefálico. "Optamos por estudar os jogadores de futebol porque o futebol é o esporte mais popular do mundo," disse Michael Lipton, do Centro Médico Montefiore, em Nova Iorque. "O esporte é amplamente jogado por pessoas de todas as idades, incluindo crianças, e há uma preocupação significativa que esse movimento - um componente chave do futebol - possa causar danos ao cérebro." Em 2011, a mesma equipe havia concluído que cabecear com frequência no futebol pode prejudicar cérebro, mas o estudo foi criticado por outros pesquisadores, cujas conclusões diferiam. Por isso, Lipton e sua equipe ampliaram o estudo, analisando um número maior de jogadores ao longo de um período maior de tempo. Substância branca Segundo o levantamento inicial, os jogadores de futebol cabeceiam a bola de seis a 12 vezes durante os jogos de competições. Embora cabecear possa levar a uma concussão e à apresentação de sintomas pós-concussão, os estudos indicam que isto não é comum. "Cabecear uma bola de futebol não gera um impacto de magnitude que vá dilacerar as fibras nervosas no cérebro," disse o Dr. Lipton. "Mas cabecear repetitivamente pode desencadear uma cascata de respostas que podem levar à degeneração das células cerebrais ao longo do tempo." "Os cérebros dos cabeceadores mais frequentes em nosso estudo mostraram anormalidades da substância branca semelhantes às que vimos em pacientes com concussão," acrescenta o pesquisador. Os jogadores com mais de 1.800 cabeceadas por ano foram os mais propensos a demonstrar resultados piores nos testes de memória. Os danos à substância branca apareceram, bem antes, sendo documentadas em atletas com relataram acima de 885 cabeceadas por ano. Se, em média, o atleta disputar uma partida por semana ao longo do ano, isso equivalerá a algo entre 17 e 34 cabeceadas por jogo - mais do que as 12 cabeceadas que a equipe contou em seu levantamento dos jogos de campeonatos. http://www.diariodasaude.com.br/

Tamiflu pode induzir resistência ao novo vírus da gripe H7N9

Cientistas da China e de Hong Kong descobriram que vírus H7N9, da nova gripe aviária, que provocou 37 mortes em cidades chinesas, é resistente ao medicamento Tamiflu. O H7N9 tem infectado principalmente idosos. Foram confirmados 131 casos de infecções, com 39 mortes e outros 14 pacientes que continuam internados. Os demais já foram considerados curados e liberados. A idade média dos infectados pelo H7N9 é 61 anos. O tratamento com o antigripal da farmacêutica suíça Roche, utilizado em 2009 no combate ao vírus da gripe aviária H5N1, foi ineficaz em três dos 14 pacientes analisados. Em 11 dos 14 casos estudados, o Tamiflu conseguiu reduzir a quantidade de vírus na garganta dos pacientes e ajudou a acelerar a recuperação clínica. Segundo os especialistas, em um dos pacientes o gene do vírus responsável pela resistência apareceu ativo depois de a infecção ter-se manifestado. Com isso, segundo eles, pode-se interpretar que a medicação estimula o desenvolvimento da resistência ao vírus. A Roche informou que os índices mundiais de resistência ao Tamiflu são baixos. A indústria farmacêutica ressaltou que considera a conclusão preliminar e que colabora com as autoridades médicas mundiais. http://www.diariodasaude.com.br/

Criação de banco de dados científicos é discutida pelo MMA

Formas de garantir o acesso a dados científicos da fauna e flora brasileiras para todos os interessados no país foram discutidas, na manhã desta quinta-feira (13), pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). A ideia é criar o Sistema de Informação de Biodiversidade, com o objetivo de integrar os bancos de dados das diversas entidades públicas e de pesquisa do país e, assim, promover a proteção ambiental. A iniciativa foi o ponto central do seminário “Política de dados e gestão de informação sobre biodiversidade: cooperações com a ciência e experiências internacionais”. Promovido pelo MMA em cooperação técnica com a Alemanha, o evento teve o objetivo de debater experiências internacionais e o estágio do Brasil em relação ao tema, além de trocar opiniões acerca da criação do sistema nacional. Compartilhamento - O secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, Roberto Cavalcanti, destacou a importância do compartilhamento das informações coletadas, dia após dia, sobre as espécies brasileiras. “A sociedade espera que o governo tome decisões com base em situações concretas”, explicou. “Para isso, é preciso que todos tenhamos acesso às informações científicas necessárias.” A intenção é que o sistema em discussão funcione como um portal com a compilação dos bancos de dados das pesquisas em andamento em áreas como o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e outras entidades do país. “Dessa forma, será possível, por exemplo, gerar mapas com a distribuição de uma determinada espécie pelo país”, explicou o chefe de gabinete da Secretaria de Biodiversidade e Florestas, Fernando Tatagiba. “Além de reduzir o risco de extinção de espécies e auxiliar na recuperação da biodiversidade, um sistema como esse melhora a eficiência no uso da informação.” (Fonte: MMA)

Cientistas sequenciam genoma da bactéria causadora da hanseníase

Uma equipe internacional de biólogos e arqueólogos sequenciou o genoma de cinco linhagens da bactéria Mycobacterium leprae, causadora da hanseníase, para tentar entender por que houve uma queda súbita na incidência da doença no fim da Idade Média e como esse micro-organismo se transformou ao longo do tempo. Os resultados do estudo estão publicados nesta quinta-feira (13) na edição online da revista “Science”. Essa doença infecciosa, conhecida como lepra, atinge a pele, os nervos, as extremidades do corpo (braços, mãos, coxas, pernas e pés), o rosto e órgãos como olhos e fígado, podendo causar deformidades físicas se não tratada. A hanseníase é um dos males mais antigos da humanidade, já citado na Bíblia e em registros de 600 a.C. na África e Ásia. Segundo o Ministério da Saúde, 33 mil novos casos são detectados por ano no Brasil. Em todo o mundo, a doença atinge 225 mil pessoas anualmente, apesar da existência de remédios eficazes. No estudo, o DNA da Mycobacterium leprae foi sequenciado a partir de cinco esqueletos da Idade Média e de pacientes vivos, para compará-los e se ter uma ideia de como essa bactéria evoluiu ao longo dos séculos. Segundo os cientistas – alemães, suíços, britânicos, suecos, dinamarqueses e malineses –, coordenados por Verena Schuenemann, do Instituto de Ciências Arqueológicas da Universidade de Tübingen, na Alemanha, o micro-organismo não teve uma mudança genética importante nos últimos mil anos. Análise de 16 genomas – Os restos mortais analisados eram de pessoas doentes que viveram entre os séculos 10 e 14 no Reino Unido, na Suécia e na Dinamarca. Também foram feitas biópsias em pessoas vivas com hanseníase ao redor do mundo. Ao todo, os pesquisadores encontraram 16 genomas antigos e contemporâneos da Mycobacterium leprae. Os autores viram que apenas 800 mutações ocorreram nesses 16 materiais genéticos, e as diferentes cepas da bactéria que existem hoje nas Américas provavelmente se originaram na Europa. A hanseníase era altamente prevalente no continente europeu, onde os doentes eram desprezados pela sociedade e forçados a usar sinos para informar seu paradeiro. Em certas regiões, estima-se que quase uma em cada 30 pessoas estava infectada naquela época. Desde o século 16, porém, a doença começou a diminuir em toda a Europa, ou porque as condições sociais melhoraram, ou porque outras doenças infecciosas, como a tuberculose e a peste negra, ofuscaram a hanseníase, sugerem os autores. Possível resistência – Muitas pistas indicam que, com o tempo, os seres humanos desenvolveram resistência à doença, apontam os cientistas. Além disso, pode ter havido um intenso processo de seleção natural, pois os indivíduos doentes eram isolados dos demais. “Em certas situações, as vítimas poderiam simplesmente ser pressionadas a não procriar. Outros estudos também identificaram as causas genéticas que fizeram com que a maioria dos europeus fosse mais resistente à doença que o resto da população mundial, o que também dá credibilidade a essa hipótese”, explica o coautor Stewart Cole. Os cientistas também descobriram que uma cepa medieval da Mycobacterium leprae achada na Suécia e no Reino Unido era quase idêntica à encontrada no Oriente Médio. “Não temos dados para determinar a direção em que a epidemia se espalhou. O patógeno pode ter sido levado para a Palestina durante as Cruzadas. Mas esse processo também pode ter ocorrido na direção oposta”, diz Cole. Além da importância histórica, a pesquisa pode melhorar a compreensão sobre a hanseníase e a forma como a bactéria age. A Mycobacterium leprae também tem uma resistência muito grande, provavelmente por causa de suas paredes celulares grossas, o que abre a possibilidade de rastrear seu caminho em um passado ainda mais remoto em estudos posteriores, destaca a equipe. Tipos de hanseníase – Existem dois tipos básicos de hanseníase. Em um deles, os pacientes desenvolvem resistência à bactéria e a doença é mais localizada – a cura consiste no uso de dois medicamentos por seis meses. Na outra forma, que é mais disseminada, os pacientes não têm resistência e transmitem a infecção. Nesse caso, o tratamento é feito com três drogas, ao longo de um ano. A hanseníase pode ser passada de uma pessoa para outra pelo contato com alguém sem tratamento, por meio das vias respiratórias (tosse ou espirro). Apesar disso, a maioria dos indivíduos tem resistência natural para combater a doença, portanto não adoece. Além disso, o contágio só acontece quando há um convívio muito próximo e prolongado – cerca de dois anos – com um doente que não esteja sendo tratado. (Fonte: G1)

Educação ambiental sem fronteiras

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) participou do 7º Congresso Mundial de Educação Ambiental, em Marrakesh, no Marrocos. O evento teve como tema este ano “Educação ambiental em cidades e áreas rurais – buscando maior harmonia”, reunindo 2 mil educadores, pesquisadores e gestores de todo o mundo. O diretor do Departamento de Educação Ambiental (DEA), Nilo Diniz, apresentou o Programa de Educação Ambiental e Agricultura Familiar (PEAAF), que desenvolve, no Brasil, ações educativas, buscando a construção coletiva de estratégias para o enfrentamento da problemática socioambiental rural. Em outra mesa do congresso, o analista ambiental Alex Bernal apresentou o projeto de Boas Práticas em Educação Ambiental e Agricultura Familiar, como uma das principais iniciativas do PEAAF. A iniciativa selecionou 25 experiências em educação ambiental na agricultura familiar, premiadas no ano passado. Agentes populares - Diniz também reforçou o lançamento de um edital do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), que prevê R$ 5 milhões para formação de agentes populares de educação ambiental na agricultura familiar e implementação de projetos comunitários de educação ambiental. “O projeto aprovado contará com apoio financeiro para formação em educação ambiental, agroecologia e regularização ambiental, além de poder implantar projetos de formação a outros agricultores em sua própria comunidade”, destacou. “Foi muito interessante o intercâmbio entre os mais de 100 educadores e pesquisadores do Brasil presentes, porque esses estão entre aqueles que levam as ações de educação ambiental do nosso país, a serem conhecidas no mundo, sempre despertando boa repercussão sobre a experiência avançada de nossa legislação e das iniciativas de movimentos, comunidades e governos”, avaliou Nilo Diniz. Segundo ele, a delegação brasileira estava entre as maiores e contou com apresentações de pesquisadores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Itaipu Binacional e universidades públicas. O congresso foi encerrado com palestra da ativista Vandana Shiva, que destacou a importância da preservação das sementes nativas e do enfrentamento do êxodo rural, com fortalecimento da agricultura familiar, para se assegurar o futuro da humanidade. Ficou decidido que o próximo WEEC acontecerá em 2015 na Suécia. Esta sétima edição contou com o apoio da realeza marroquina, que tem patrocionado importantes eventos internacionais. O próprio Processo de Marrakesh, chamado assim por ter resultado de importante reunião nesta cidade do Marrocos, foi concebido para dar aplicabilidade ao conceito de Produção e Consumo Sustentáveis. Ele estimula que cada país membro das Nações Unidas, e participante do processo, desenvolva seu plano de ação. O Ministério do Meio Ambiente lançou o seu Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS) em novembro de 2011, com o objetivo de promover políticas, programas e ações que envolvam a produção e o consumo sustentáveis no país. (Fonte: MMA)

Aquecimento dos mares provoca derretimento de gelo na Antártida

O aquecimento dos oceanos faz derreter as plataformas glaciares em torno da Antártida e é o responsável pelas maiores perdas da massa de gelo, tradicionalmente atribuídas à formação de icebergs, afirma a Nasa em um estudo publicado esta quinta-feira (13). Cientistas estudaram as taxas de derretimento destas massas de gelo, prolongamentos das geleiras flutuantes no oceano, que cobrem uma superfície de 1,5 milhão de quilômetros quadrados. Este primeiro estudo realizado sobre as plataformas de gelo em torno da Antártida revela que o derretimento de sua base respondeu por 55% da perda total de sua massa de 2003 a 2008, um volume muito mais importante do que o previamente calculado. A Antártida contém, em média, 60% das reservas de água doce do planeta nestas plataformas, espécies de barreiras de gelo, reduzindo o escorregamento das geleiras para o oceano. Determinar como elas derretem ajudará os glaciologistas e outros cientistas a melhorar suas previsões sobre a resposta da massa glaciar antártica ao aquecimento do oceano e sobre sua contribuição para a elevação do nível dos oceanos. Segundo estes cientistas, este estudo refinará os modelos sobre a circulação oceânica, ao fornecer uma estimativa melhor do volume de água doce procedente do derretimento destas plataformas de gelo na zona costeira da Antártida. Para esta pesquisa, publicada na edição desta sexta-feira da revista Science, os cientistas reconstituíram o acúmulo de gelo e a espessura com satélites e aviões, assim como as mudanças na elevação destas plataformas e a velocidade de deslocamento. Eles conseguiram, ainda, determinar com qual velocidade derreteram e compará-las com a formação de icebergs. “O ponto de vista tradicional sobre a perda da massa de gelo da Antártida é que ela ocorre quase totalmente da ruptura de um iceberg”, explicou Eric Rignot, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena (Califórnia, oeste), principal autor deste trabalho. “Nosso estudo mostra que o derretimento da base das plataformas de gelo no entorno da Antártida contribui de forma muito mais importante”, afirmou. (Fonte: Terra)

Economia de consumo, Brasil despenca em competitividade

"O país possui uma economia mais baseada no consumo do que na produção. Como resultado, deixou de priorizar investimentos em setores em que poderia ser se tornar competitivo." Esse foi o veredito dado por Stéphane Garelli, diretor do centro de competitividade mundial do instituto suíço IMD, que publica anualmente o relatório World Competitiveness Yearbook (Livro Anual da Competitividade Mundial). De 2012 para 2013, o Brasil caiu do 46º para o 51º lugar entre 60 nações. Entre o ano passado e 2011, o Brasil já havia recuado duas posições no ranking. O relatório analisa o gerenciamento das competências de cada país na busca por mais prosperidade. "A competitividade de uma economia não pode ser reduzida apenas a PIB e produtividade; cada país ou empresa também tem que lidar com dimensões políticas, sociais e culturais", diz o documento. "Cada nação tem que criar um ambiente que tenha a estrutura, as instituições e as políticas mais eficientes para encorajar a competitividade dos negócios". O ranking avaliou o desempenho de cada país em quatro áreas: desempenho econômico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura. A liderança da lista foi ocupada pelos Estados Unidos, que desbancaram Hong Kong e voltaram ao topo, enquanto que a Venezuela foi considerado o menos competitivo dos países pesquisados. O Brasil foi um dos que mais perderam posições desde que o ranking global de competitividade, incluindo países desenvolvidos e emergentes, começou a ser compilado pelo instituto, em 1997 - aquele ano, o país ocupava a 34º colocação entre 46 países. "O Brasil deixou de fazer reformas importantes que, se postas em prática, poderiam aumentar a competitividade do país frente a outras nações do globo", afirmou Stéphane Garelli. Carlos Arruda, professor de Inovação e Competitividade da Fundação Dom Cabral (FDC) e coordenador no Brasil dos estudos do World Competitiveness Yearbook do IMD, concorda. "Entre essas ações, estão o investimento em infraestrutura e em educação. Essas são algumas áreas que claramente não estão acompanhando o grau de sofisticação da nossa economia, puxando o nosso crescimento para baixo", disse. Os dados divulgados pelo IBGE nesta semana, apontando um modesto crescimento de 0,3% no PIB, por exemplo, escondem uma queda de 1,4% na produção industrial brasileira. "No final, as regras de ouro da competitividade são simples: produzir, diversificar, exportar, investir em infraestrutura, dar apoio a pequenas e médias empresas, incrementar disciplina fiscal e manter coesão social", diz Garelli. O pesquisador também lembrou que medidas de austeridade fiscal em geral reduzem a competitividade dos países que as implantaram para conter gastos. http://www.inovacaotecnologica.com.br/

Gestão integrada das águas

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) participa de evento internacional sobre gestão integrada de recursos hídricos. Será a reunião do Grupo de Trabalho sobre Participação Pública, Comunicação e Educação (PPCE), do Programa Marco para a Gestão Sustentável dos Recursos Hídricos da Bacia do Prata, que acontece de 17 a 19 de junho, em Sucre, na Bolívia. Além do Brasil e Bolívia, também participam representantes da Argentina, Paraguai e Uruguai. O objetivo da reunião é avaliar e consolidar conjuntamente um plano que atenda as especificidades de cada país, envolvendo atividades de participação pública, comunicação e educação na gestão compartilhada dos recursos hídricos, por meio da troca de experiências dos países. Participação social – A experiência brasileira de participação social na gestão integrada de recursos hídricos é referencial importante para o desenvolvimento das atividades do plano. Representando o Ministério do Meio Ambiente brasileiro irá o gerente de projetos da Secretária de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Franklin de Paula Júnior, e a analista ambiental do Departamento de Educação Ambiental, Nadja Janke. O grupo de trabalho já realizou reuniões e oficinas ao longo de 2012. Uma delas aconteceu em Cuiabá, durante o XIV Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (ENCOB), em novembro do ano passado. O encontro envolveu membros de comitês de bacia e conselhos de recursos hídricos atuantes na bacia platina para discutir soluções para a sustentabilidade da gestão das águas. As atividades desenvolvidas também estão alinhadas ao Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), no que diz respeito à inserção geopolítica da gestão integrada de recursos hídricos e cooperação com os países fronteiriços e transfronteiriços, assim como atividades de capacitação, educação ambiental, comunicação, mobilização e participação social. O plano é um dos instrumentos que orienta a gestão das águas no Brasil. Contexto - O Programa Marco para a Gestão Sustentável dos Recursos Hídricos da Bacia do Prata foi criado com o objetivo de fortalecer a cooperação transfronteiriça entre os governos da Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. A meta é garantir a gestão dos recursos hídricos compartilhados da Bacia de maneira integrada e sustentável, levando em consideração o impacto da mudança do clima e gerando, assim, oportunidades para o desenvolvimento. A Bacia do Prata abrange uma área de 3,5 milhões de km² e uma população de aproximadamente 130 milhões de habitantes, compreendendo partes dos territórios de cinco países sul-americanos: Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. A porção brasileira da Bacia Platina é composta por três Regiões Hidrográficas (Paraguai, Paraná e Uruguai) e integra áreas do Distrito Federal e mais oito estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. (Fonte: MMA)

Uzbequistão e Cazaquistão apelam à ONU por ‘guerra da água’

Os presidentes do Uzbequistão e do Cazaquistão apelaram nesta sexta-feira (14) à arbitragem das Nações Unidas sobre projetos de usinas hidrelétricas dos dois países, que provocam regularmente conflitos e despertam temores de uma “guerra da água” na Ásia Central. Os uzbeques e os cazaques dependem dos vizinhos Tadjiquistão e Quirguistão, duas ex-repúblicas soviéticas pobres da Ásia Central, para se abastecer de água. No centro do conflito estão dois projetos gigantescos de usinas hidrelétricas, concebidos há várias décadas, ainda na era soviética, suspensos depois da queda da URSS, mas que foram retomados após alguns anos. Desta forma, o Tadjiquistão, que enfrenta a cada inverno severas quedas de energia que impõem um racionamento drástico na capital Duchambe, iniciou após alguns anos a construção da barragem de Rogun, no rio Vakhsh, abandonada nos anos 1990 devido a uma guerra civil. Com altura projetada de 335 metros, se for concluída, a obra será a maior do tipo no mundo. O Quirguistão, por sua vez, quer construir outra barragem concebida na época da União Soviética, a de Kambarata-1 sobre o rio Naryn, com 275 metros de altitude. Essas duas obras são muito mal vistas pelo vizinho Uzbequistão, que teme consequências para sua indústria algodoeira, dependente da irrigação, assim como um impacto negativo em seu meio ambiente. Tachkent, além disso, adverte para os riscos sismológicos à região. “Precisamos nos convencer de que nada ameace nosso meio ambiente e que Uzbequistão e Cazaquistão recebam os mesmos volumes de água que recebem atualmente”, declarou o presidente uzbeque, Islam Karimov, depois de ter pedido um parecer das Nações Unidas sobre as possíveis consequências destes dois projetos, em acordo com os países beneficiados pelo rio. “Nós queremos enviar uma mensagem amistosa a nossos vizinhos: que nós devemos solucionar estes problemas sozinhos”, afirmou o presidente cazaque Nursultan Nazarbayev, em visita ao Uzbequistão. (Fonte: G1

Combater fome no Brasil com insetos é ideia extrema, dizem cientistas

As Nações Unidas recomendam: o consumo de insetos e as florestas onde eles vivem são ferramentas de combate a fome. O assunto está na pauta da Conferência da FAO, Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, que começa neste sábado (15), em Roma. Mas essa proposta esbarra em uma questão cultural e, no Brasil, a viabilidade é questionável. “O México vende gafanhotos em lata. Na China, tem churrasco de escorpião. Para nós (brasileiros) é difícil. Vai ser complicado. Vai demorar alguns anos”, comenta a bióloga Waleska Bretas, da Univale, em Minas Gerais. A mudança de padrão no Brasil ocorreria “só mesmo em caso de necessidade extrema ou costume”, avalia Bretas. “Como em algumas populações indígenas da Amazônia, que já comem larvas de coqueiros e besouros”, adiciona. Existem, no entanto, outras maneiras de usar a floresta como aliada para alimentar a população, defende Yeda Maria Malheiros, pesquisadora da Embrapa há 35 anos no Paraná. “E estamos perto de uma revolução”, afirma. A solução que o Brasil testa é integrar as matas e as áreas cultiváveis para produzir comida sem degradar o meio ambiente. Agrofloresta - Para Yeda, a solução pode estar no programa Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que incentiva produtores rurais a cultivar de forma sustentável na própria terra. A lei foi sancionada em abril deste ano e passa a valer a partir de novembro. A Embrapa vai fornecer toda a tecnologia para provar que a diversificação de culturas e o replantio de florestas podem melhorar a qualidade da produção rural e gerar lucros. O programa quer, na verdade, manter a agricultura e evitar que a mata nativa se acabe – uma forma indireta de usar as florestas no combate a fome. Na visão da Embrapa, essa é a resposta do Brasil frente à crescente demanda mundial por alimentos. Embora reconheça muitas vantagens no método, o engenheiro agrônomo Alexandre Sylvio acha difícil conciliar floresta e lavoura. “Isso seria mais viável para pequenas comunidades, aldeias. Não dá para sustentar São Paulo num sistema agroflorestal. O que é possível fazer é aumentar a produtividade sem desmatar mais. Já desmatamos o suficiente”, pondera. Outro problema na efetivação da agrofloresta seria a ausência de mão de obra rural. “Na década de 1950, tínhamos uma pessoa produzindo alimento para 20 pessoas. Hoje temos uma para 150. E na agrofloresta tudo tem que ser manual e você produz menos. Se você produz menos, o preço dispara”, argumenta Alexandre. Historicamente, floresta e agricultura no Brasil têm problemas de convivência. No Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, parte da vegetação típica da região desapareceu. A paisagem foi modificada, a transformação foi nítida, mas gerou resultados econômicos para os agricultores. “O Cerrado suporta muita seca, tem frutas, bichos, só que em quantidade pequena. Como fonte de alimento, não atenderia a demanda que temos”, explica Nery Ribas, diretor técnico da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho). Restam 62% de Cerrado no Mato Grosso. A atividade agrícola estaria ocupando o mínimo de território, que também é dividido com os índios. “Qualquer expansão a partir de agora vai se dar em cima de área de pastagem, sem derrubar uma árvore sequer”, prevê o diretor. O esquema de lavoura no Mato Grosso é por revezamento. Entre janeiro e fevereiro, planta-se o milho, que é colhido em meados julho. Em agosto, sobre a palha das espigas, vem a soja. As safras seguem em volumes cada vez maiores, de acordo com a associação. Todos os anos, são cerca de 50 sacas de 60 quilos, ou seja, três toneladas por hectare, sendo que a soja já ocupa oito milhões de hectares no estado. Potencial brasileiro – Pelas contas da União, o Brasil tem hoje 500 milhões de hectares de florestas, o que equivale a 56% do território nacional. Os biomas são diferentes, mas têm a mesma grandeza: uma variedade imensa de plantas e animais que poderiam servir de comida, principalmente para os moradores do campo. “Não tem como não olhar para a floresta com um uso importante, ainda que esse uso tenha sido convertido apenas para fins urbanos”, lembra Yeda. Além de toda essa diversidade, a estimativa é de que existam 30 milhões de hectares de pastagens degradadas, onde poderia haver criação de gado e cultivos de todo tipo. Aos poucos, a pesquisadora da Embrapa acredita que esses espaços vão ser mais bem aproveitados e a monocultura vai deixar de ser prioridade diante de desafios maiores: matar a fome do mundo e evitar o caos do clima. (Fonte: UOL)

Manter aquecimento global em 2°C é ‘impossível’, dizem climatologistas

A comunidade internacional começa a trabalhar para alcançar em 2015 um importante acordo para conter um máximo de 2 ºC de aumento na temperatura, um desafio colossal que alguns especialistas consideram uma “missão impossível”. O ciclo de negociações da ONU de dez dias que terminou nesta sexta-feira (14), em Bonn, na Alemanha, deu início à contagem regressiva para a cúpula de Paris, dentro de dois anos e meio, quando deverá ser adotado o mais ambicioso plano na luta contra o mudanças climáticas. Qual será o marco obrigatório? Que compromissos vão ser tomados para reduzir as emissões de gases do efeito estufa? Devem ser mantida a flexibilidade para grandes países emergentes, como China, em nome do direito ao desenvolvimento? As questões são muitas e complexas, mas o objetivo é conter o aquecimento em 2°C acima dos níveis pré-industriais. “Em teoria, é possível”, considera o climatologista Jean Jouzel, “mas parece muito difícil”, diz ele. Com o aumento contínuo das emissões, a concentração de CO2 na atmosfera chegou recentemente a 400 ppm (partes por milhão), nível sem precedentes na história da humanidade. De acordo com o grupo de referência de especialistas do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), limitar o aumento da temperatura entre 2°C e 2,4°C supõe que a concentração de CO2 não exceda 350-400 ppm. ‘Teríamos que diminuir pelo menos pela metade as emissões antes de 2050′, explica Jouzel, vice-presidente do IPCC. A meta de 2 °C foi oficialmente adotada na Cúpula de Copenhague em dezembro de 2009. O valor foi determinado por políticos a partir de pesquisas científicas sobre o impacto de vários limiares de temperatura em corais, calotas polares da Groenlândia e na produtividade agrícola. “Os 2 °C são, possivelmente, simbólicos, mas a ideia é que, se superá-los, nós iremos correr riscos com relação à nossa capacidade de nos adaptar”, resume Jouzel. No final de 2012, o ex-negociador da ONU para questões do clima, Yvo de Boer, havia considerado “fora do alcance” tal meta. E esta semana, um influente grupo de especialistas da alemã SWP dedicou um artigo no jornal britânico “The Guardian” ao “anunciado fracasso da meta de 2 °C, algo que ninguém quer falar realmente”. Nos corredores do Hotel Maritim de Bonn, onde aconteceram as negociações sobre o clima, e apesar das dificuldades, ninguém quer colocar em dúvida o único objetivo tangível das negociações, por medo de abrir a caixa de Pandora. Botes salva-vidas – Para o embaixador de Seychelles, Ronald Jumeau, cujo país é um dos muitos Estados insulares ameaçados pelo aumento do nível do mar, e que defende um objetivo de 1,5 °C, uma ambição revisada para baixo “sacrificará os mais vulneráveis”. “Os negociadores das pequenas ilhas teriam, então, que voltar a seus países e comprar barcos salva-vidas”, comentou o embaixador. Questionada recentemente sobre esta questão, a comissária europeia para o Clima, Connie Hedegaard, lembrou que os 2 °C foi “aceito por 120 líderes de todo o mundo há três anos e meio”. E perguntou: “devemos mudar de ambição, porque é difícil?”. “Precisamos de vontade política e visão, e até este momento, não encontramos”, admitiu o negociador europeu. “O problema é que, se abandonarmos a meta de 2 °C, o que garante que vamos parar em 3 °C? Não podemos permitir que essa lógica prevaleça”, disse. (Fonte: Globo Natureza)

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Conheça a Horizon, uma revista de divulgação científica gratuita e em português

Para os interessados em ciência e pesquisas acadêmicas, uma nova revista gratuita acaba de chegar ao mercado: a Horizon, que foi criada pelos alunos do Departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL). A Horizon destina-se à promoção das ciências, com especial foco na Física e competências associadas, como Astronomia, Matemática, Química, Biofísica, Biologia, História da Ciência, Filosofia, Medicina e Engenharia. O conteúdo é diverso e pode ser interessante tanto para leigos quanto para especialistas.A primeira edição da revista foi lançada no último 10 de junho e já está disponível em PDF. Neste número, você poderá ler também sobre um concurso de criação de um logotipo e mascote para a revista, e saber como participar. A periodicidade da Horizon é trimestral. Para quem quiser mais informações, pode acessar http://horizon.fc.ul.pt/ ou página no Facebook da revista. http://hypescience.com/

O que são genes, cromossomos, DNA e genoma?

Boa parte das suas características físicas (cor dos olhos e do cabelo, formato do nariz, altura) tem origem em uma “biblioteca de genes” presente em cada uma das suas células. A seguir, você verá como essas minúsculas estruturas fazem você ser o que é.
Feitos de DNA (sigla em inglês para “ácido desoxirribonucleico”), os genes contêm “instruções” para que suas células possam produzir certas proteínas. De acordo com estimativas do Projeto Genoma, seres humanos têm entre 20 mil e 25 mil genes.Mesmo pessoas muito diferentes entre si possuem um código genético quase idêntico, e uma variação em menos de 1% dos genes é suficiente para explicar as diferentes características entre elas. Um gene é um trecho de um cromossomo que codifica para uma proteína que tem alguma função no corpo. Cromossomos
No interior do núcleo de cada célula, o DNA está “enrolado” em torno de proteínas (histonas) e compactado em estruturas chamadas “cromossomos”, cujo formato lembra o de uma letra X. Eles só são visíveis quando a célula vai se dividir. Normalmente, seres humanos possuem 23 pares de cromossomos, sendo que, em cada um destes pares, metade é herdada da mãe e o outra metade, do pai. Nesse conjunto, existe um par de cromossomos sexuais, que é diferente dos outros, e define o sexo da pessoa (homens têm um cromossomo X e um Y, e mulheres têm dois cromossomos X). DNA
O DNA contém o material genético de um ser vivo e é formado, basicamente, por quatro bases químicas, açúcares e fosfato. As bases – adenina (A), guanina (G), citosina (C) e timina (T) – formam pares entre si (A com T e C com G) e, junto com moléculas de açúcar e fosfato, se organizam na forma de dupla hélice, similar a uma escada retorcida (nessa comparação, cada “degrau” seria formado por um par, e os “suportes laterais” seriam formados pelos açúcares e pelo fosfato). Estima-se que o DNA humano contenha cerca de 3 bilhões de bases.Cada gene é responsável por uma determinada característica, e pequenas diferenças na ordem das bases fazem com que essa característica se manifeste de maneira diferente (uma pessoa pode ter cabelos loiros, castanhos, ruivos, dependendo do gene que regula essa característica). Genes correspondentes, mas diferentes entre si, são chamados de “alelos”. Uma das características mais importantes do DNA é sua capacidade de se duplicar, o que ajuda a preservar o material genético de uma célula durante sua divisão. Boa parte do DNA de uma pessoa está contida no núcleo da célula, e o restante se encontra nas mitocôndrias (estruturas celulares que, entre outras funções, produzem “combustível” para a célula).[Genetics Home Reference (1) (2)] Genoma
Genoma é o conjunto de todos os cromossomos de um indivíduo. No caso dos humanos, o genoma é o conjunto dos 23 pares de cromossomos que ficam no núcleo de cada célula do corpo. Estas são as instruções que formam você com as características físicas e parte das psicológicas que exibe. Por Guilherme de Souza em 16.06.2013 as 14:00 http://hypescience.com/