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domingo, 23 de outubro de 2011

Ribeirinhos exploram floresta de forma sustentável no AM

Um lote de madeira foi tirado de uma unidade de conservação no Amazonas e está pronto para ser vendido. Ele vai para uma serraria de Novo Airão, a 115 quilômetros de Manaus, e não caracteriza crime ambiental.

A reserva de desenvolvimento sustentável do Rio Negro foi criada há três anos. Protege 103 mil hectares de florestas vizinhas ao Arquipélago de Anavilhanas, o segundo maior arquipélago fluvial do mundo. Em vez de retirar os moradores de dentro da reserva, as mais de 200 famílias foram incentivadas a ganhar dinheiro de modo sustentável. A madeira está entre as atividades mais rentáveis.

Uma das áreas pertence a Luís Carlos e a produção deste ano já foi vendida. Na floresta preservada para os próximos anos, eles dividem as árvores em “avós”, “mães” e “netas”, de acordo com o tempo que será derrubada.

O trabalho de retirada das árvores da floresta só é feito no período de cheia dos rios, quando é possível fazer o transporte da madeira. Agora, a atividade só deve ser retomada em janeiro.

Com a madeira legalizada, o preço subiu. O valor do metro cúbico que era de R$ 160 triplicou dependendo da espécie da madeira. Tudo porque, agora, os ribeirinhos trabalham com nota fiscal de venda.

“Melhorou muito. Nós tirávamos madeira clandestina e levávamos para Manaus. Saíamos daqui, mas não sabíamos o que aconteceria pela frente porque a fiscalização poderia nos pegar”, explica Luís Carlos de Sena, madeireiro.

Os ribeirinhos da Comunidade do Carão já sabem o que vão fazer com parte do dinheiro da madeira. Todo ano na época da seca surge uma imensa praia de areia branca bem em frente às casas. Eles decidiram investir no turismo. “Queremos fazer uma pousada porque sempre vêm muitas pessoas e pensamos em um jeito de incrementar a renda da comunidade”, explica Osete Ramos, líder comunitária.

(Fonte: G1)

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