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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

“Preparem-se para um mundo 5ºC mais quente”, alerta ex-chefe do IPCC

“Todas as promessas do mundo, que de qualquer forma têm pouca probabilidade de se realizarem, não vão nos dar um mundo com um aquecimento de apenas 2°C”. A afirmação, nada otimista, não parte de ninguém leigo no assunto, mas sim de Robert Watson, cientista britânico que chefiou o IPCC (Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) nos anos de 1997 a 2002, segundo informou a Rede de Notícias sobre Clima. Ao participar de um simpósio na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, Watson destacou que o mundo perdeu a chance de manter as emissões de gases de efeito estufa abaixo do nível necessário para impedir um aumento de temperatura média superior a 2°C. Segundo Watson, que teria sido destituído do posto no IPCC pelo governo norte-americano, sob pressão de um executivo da ExxonMobil, há uma probabilidade de 50% de se evitar um aquecimento global superior a 3°C, comparado com o nível de temperatura no início da era industrial, mas isto significa que um aumento de 5°C também é possível. “Todas as evidências, na minha opinião, sugerem que estamos no caminho de um mundo de 3°C a 5°C mais quente. Algumas pessoas estão sugerindo que a saída do problema é através da geoengenharia, intervindo no sistema de clima para moderar o aquecimento”, ressaltou o cientista. De acordo com Watson, o mundo vai precisar de muita pesquisa. “Existem soluções justas, que têm uma boa relação custo/eficácia para abordar as mudanças de clima, mas há também necessidade de vontade política e uma forte liderança moral. As mudanças de políticas públicas, práticas e tecnologias necessárias não estão no cenário atual”. Para Watson, atual diretor do Tyndall Centre for Climate Change Research, na Universidade de East Anglia, no Reino Unido, o mundo precisa se preparar para a eventualidade de um aumento de temperatura na casa dos 5ºC. “Quando eu liderava o IPCC, nós estávamos todos bastante otimistas de que conseguiríamos um acordo global para limitar emissões, embora soubéssemos que seria difícil. Mas tínhamos a esperança de que as emissões não subiriam com a grande velocidade que assistimos agora”, observou. Um mundo 5°C mais quente hoje significa colheitas agrícolas em queda tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento, aumento do nível do mar ameaçando muitas cidades importantes e uma escassez significativa de água. Maior número de espécies estariam diante da perspectiva de extinção (cada 1°C coloca cerca de 10% das espécies em risco de extinção), haveria eventos climáticos mais extremos e um risco crescente de grandes mudanças abruptas no sistema climático. (Fonte: Portal EcoD)

Efeito do aquecimento por atividades urbanas é sentido em outras regiões

Cientistas estão descobrindo que as cidades aquecem até 2°C em um raio de mil quilômetros a seu redor Você não precisa viver em uma cidade – ou mesmo perto de uma – para que as atividades urbanas afetem seu clima, de acordo com um novo estudo. Pesquisadores usando um modelo computadorizado da atmosfera concluíram que as atividades das áreas urbanas podem aquecer o ar a mais de 1600 quilômetros de distância. Em algumas áreas, esse aumento foi maior do que um grau Celsius (1,8 grau Fahrenheit). As mudanças de temperatura foram causadas pelo comportamento humano nas cidades, como o aquecimento causado por edifícios e veículos no lugar do calor natural, que é absorvido pelas superfícies pavimentadas. O calor entra na atmosfera diretamente acima das cidades, segundo os cientistas, mas depois é disperso pelos movimentos naturais das corrente globais. Ao mesmo tempo, no entanto, ao afetar o movimento do ar na atmosfera, o calor dos centros urbanos resulta também em ar mais frio em algumas partes do mundo, incluindo certas partes da Europa. O estudo, conduzido por cientistas da Universidade Estadual da Flórida, da Instituição Scripps de Oceanografia e do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica dos Estados Unidos, foi publicado no periódico Nature Climate Change. Ele se baseou em dados climáticos da Organização das Nações Unidas e em vários relatórios publicados sobre o consumo de energia per capita. O aumento da temperatura pode explicar o motivo de algumas áreas estarem enfrentando invernos mais quentes do que modelos climáticos computadorizados haviam projetado, segundo os pesquisadores. Para melhor representar os efeitos do aquecimento global, cientistas do clima devem considerar a incorporação dos efeitos das zonas urbanas, concluíram eles. (Fonte: Portal iG)

Campanha da ONU contra o desperdício de alimentos tem adesão dos hotéis sustentáveis brasileiros

Os hotéis sustentáveis do Brasil querem transformar o quanto antes em realidade a campanha global contra o desperdício de alimentos lançada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Uma das primeiras iniciativas já em curso destaca a compra de produtos regionais de pequenos agricultores para a elaboração de cardápios sustentáveis. A hotelaria nacional foi representada na solenidade de lançamento da campanha da ONU, em Genebra, em janeiro passado, pelo presidente da Associação de Hotéis Roteiros de Charme, Helenio Waddington. A entidade reúne 59 hotéis e pousadas sustentáveis das cinco regiões brasileiras, em 16 estados e 51 destinos turísticos. Em entrevista Agência Brasil, Waddington ressaltou que a principal característica dos empreendimentos associados é aliar a qualidade do produto nacional à sustentabilidade. “Um sem o outro não funciona”. Segundo Waddington, todo o processo de desenvolvimento sustentável se baseia no princípio da redução do desperdício de água, energia e alimentos. No caso do desperdício de alimentos, o processo vai desde o tratamento que é dado ao que sobra até como fazer com que sobre menos. Ele disse que, além de valorizar a separação do lixo e o tratamento orgânico das sobras, a associação pretende agora influir no processo. “É como se evita o desperdício”. O Pnuma está elaborando um manual para implantação em nível mundial com procedimentos e técnicas para orientar as equipes de cozinha a elaborar cardápios sustentáveis. “Na parte de cozinha sustentável, você começa com o menu. Cardápio sustentável é aquele que prioriza a compra de produtos regionais. Com isso, você promove o desenvolvimento sustentável daquela região e ajuda a promover o pequeno agricultor, o pequeno criador de galinhas. É a comida ecológica”, disse Waddington. A inclusão de produtos regionais nos cardápios dos hotéis evita perda de mercadorias transportadas, ao mesmo tempo que reduz o consumo de combustível e diminui a emissão de gás carbônico, por exemplo. A associação está empenhada agora em trabalhar para que as cozinhas dos estabelecimentos desperdicem o mínimo possível de alimentos. “Tudo que você tirar, tem que aproveitar”. Ele acredita que dentro de 60 dias a associação receberá o manual do Pnuma, para fazer as adaptações necessárias à realidade brasileira. Segundo Waddington, a implementação do manual no Brasil “é um projeto maior” que deverá ocorrer antes do segundo semestre e contará com apoio da ONU, “inclusive para a constituição do grupo de monitores”. Waddington pretende estabelecer também parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para fazer o acompanhamento do processo, “que é muito caro”. A associação trabalha com equipes de biólogos e de engenheiros ambientais que visitam os hotéis associados, que se encontram, em média, localizados a mil quilômetros da sede da entidade, que é o Rio de Janeiro. As equipes fazem o levantamento do impacto ambiental e do desperdício em todos os níveis. Waddington disse que, diferentemente do que ocorre nos países do chamado primeiro mundo, no Brasil, assim como na América do Sul, 70% do projeto de redução do desperdício de alimentos é uma questão de educação. Cerca de 86% dos hotéis filiados à associação já adotam medidas para reduzir o desperdício de alimentos, transformando as sobras das refeições em produtos renováveis. A compostagem (reciclagem do lixo orgânico para produção de adubo) é uma dessas iniciativas. “A nossa meta para 2015 é reduzir o desperdício a 5%”, disse Waddington. A média de desperdício atual é inferior a 15%. O projeto está sendo iniciado nos nove hotéis da associação instalados no Rio de Janeiro. Em seguida, será replicado nos empreendimentos restantes. Waddington espera que a gastronomia como um todo, incluindo hotéis tradicionais, bares e restaurantes, possa aderir à campanha global da ONU e diminuir os níveis de desperdício de alimentos. Ele destacou a necessidade de passar a imagem para o cliente de que o hotel ou restaurante está tentando evitar o desperdício, mas com o cuidado de preservar o direito do hóspede ou do cliente de ter um atendimento de qualidade. “Isso é muito importante”. Fundada em 1992, a Associação de Hotéis Roteiros de Charme ocupa a vice-presidência da Junta Diretiva dos Membros Afiliados, fórum empresarial da Organização Mundial do Turismo (OMT), organismo de turismo da ONU sediado em Madrid. (Fonte: Agência Brasil)

ONU diz que derretimento do Ártico tem efeitos globais diretos

A região ártica atingiu seu ponto recorde de degelo em setembro de 2012: a cobertura congelada ocupou uma área 18% menor do que em 2007, ano em que havia sido registrada a menor superfície até então. Os 3,4 milhões de quilômetros quadrados representam uma marca 50% inferior que a média das décadas de 1980 e 1990. A situação é apontada com um dos problemas ambientais mais preocupantes pelo décimo relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), publicado nesta segunda-feira. O documento trata de outras questões ambientais emergentes, como o crescimento das populações urbanas e a caça de animais selvagens na África. O relatório alerta ainda para a necessidade de uma pesquisa ampla sobre os danos causados pela contaminação química em todo o mundo. “O relatório anual é uma revisão dos principais eventos e desenvolvimentos do ano relacionados ao meio ambiente, mas também é uma forma de apontar as questões emergentes. Também oferecemos uma atualização em importantes indicadores”, explica a coordenadora do documento, Tessa Goverse. A questão do Ártico é tratada sob uma perspectiva global e ilustra de forma visível os efeitos do aquecimento global. Tessa cita o aumento dos níveis dos oceanos em três milímetros todos os anos como uma relação direta das perdas nas calotas polares. Além disso, a incidência de fenômenos climáticos mais severos tende a aumentar. O derretimento das geleiras cria uma reação em cadeia, como explica o relatório. As camadas congeladas funcionam como espelhos e refletem cerca de 85% da radiação solar. Com menos área congelada, mais calor é absorvido: as superfícies de águas escuras refletem apenas 10% da radiação e absorvem o restante do calor. Além disso, as geleiras armazenam grandes quantidades de metano e seu derretimento libera o gás na atmosfera, contribuindo para o efeito estufa. Embora o documento aponte que a região ártica apresente um aquecimento duas vezes superior à media global, a redução na emissão de gases do efeito estufa tem uma relação direta com o problema. Químicos – O relatório faz ainda uma chamada para combater a poluição química. Dados indicam que o uso de químicos tem se deslocado de países industrializados para nações em processo de desenvolvimento ou países com economia em transição. Entre os efeitos diretos da contaminação por esses agentes estão doenças infecciosas, câncer, doenças cardiovasculares, respiratórias, de pele, neurológicas, disfunções reprodutivas e do sistema imunológico, diz o estudo. Além do uso direto de químicos, resíduos eletrônicos representam um problema crescente. Embora possam ser em sua maioria reciclados, equipamentos velhos podem liberar substâncias contaminantes altamente nocivas se não receberem o cuidado adequado. “O ambiente ainda está sob uma pressão muito grande quanto ao uso dos recursos naturais, a degradação de ecossistemas”, avalia Tessa. No entanto, ela aponta sinais positivos e diz que o relatório é um instrumento. “Usamos os dados e evidências científicas que temos sobre o que está acontecendo e quais são os riscos e tentamos preencher as lacunas em diferentes níveis – países, indústria, pesquisa – e apontar os melhores mecanismos para a tomada de decisões que possam possibilitar a solução de problemas ambientais”, explica. Exemplos positivos – Apesar dos dados alarmantes, o documento apresenta avanços e faz um retrospecto de 2012, com destaque para a conferência Rio+20. “Foi o maior evento para verificar os progressos”, avalia Tessa. Para ela, um exemplo positivo a ser citado é o avanço na proteção da camada de ozônio. Os 25 anos da celebração dos primeiros acordos internacionais nesse sentido são lembrados na abertura do relatório. “Leva tempo, mas é possível”, acredita a coordenadora. Na sua opinião, existe um esforço consolidado em torno de algumas questões. “Cerca de 90% de todos os países do mundo assinaram algum ou alguns dos maiores tratados internacionais de proteção ambiental”, aponta. Para ela, é preciso o apoio de todos os agentes envolvidos e de todo o mundo para que se possa construir um futuro sustentável. (Fonte: Terra)

México detecta vírus de gripe aviária em 12 granjas do país

As autoridades mexicanas afirmaram ter detectado em 12 granjas o vírus da gripe aviária H7N3. O micro-organismo “altamente patogênico” é o mesmo que no ano passado obrigou produtores a sacrificarem 22 milhões de galinhas no país. “Localizamos outras cinco granjas afetadas, o que eleva a 12 o número unidades produtivas com a presença do vírus” informou a secretaria de Agricultura, Gado, Desenvolvimento Rural, Pesca e Alimentação (Sagarpa) em um comunicado. A Sagarpa apontou que, dessas 12 granjas, dez trabalham com o abate de frangos para o consumo da carne e outras duas comercializam apenas os ovos. A autoridade disse ainda que já avisou a Organização Mundial de Saúde Animal sobre a ocorrência. Na sexta-feira (15), a empresa avícola Bachoco, em cujas granjas foi encontrado o vírus, anunciou ter sacrificado 486 mil aves, procedentes do estado de Guanajuato. O número de aves potencialmente atingidas chega a 1 milhão, mas ainda não foi concluído um estudo para afirmar quantas teriam que ser sacrificadas. A gripe aviária é uma doença infecciosa viral que afeta as aves, mas que também pode ser transmitida para os mamíferos – inclusive para o ser humano. No entanto, o vírus não se transmite de um mamífero para outro. (Fonte: G1)

Marina Silva lança embrião de um novo partido político

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva lançou no sábado (16) o embrião de um novo partido voltado para a sustentabilidade total. Com o slogan “Rede Pró-Partido”, Marina acredita que, em três meses, será possível coletar as 500 mil assinaturas necessárias para dar entrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o pedido de registro definitivo da nova sigla, cujo nome deverá ser Rede Sustentabilidade. “Somos uma rede, estamos fazendo esforço para a criação de um novo partido político. Nós somos uma comunidade de pensamento. Estamos no esforço de que isso se viabilize. Depois é que vem o processo de registro”, disse Marina Silva. “Estamos aqui construindo essa possibilidade. A rede já mostrou seu esforço, reunindo aqui mais de mil pessoas”, acrescentou a ex-senadora, terceira colocada na última eleição para a Presidência da República, em 2010. De acordo com Marina, a base do programa do futuro partido será a sustentabilidade em todas as áreas: ambiental, política, econômica etc. Ela disse que, para fazer parte da nova agremiação, as pessoas podem ter posições diferentes em alguns temas, mas devem estar conectadas na rede voltada para a sustentabilidade. Sobre possíveis alianças com outras legendas para disputar eleições, a ex-ministra disse que o partido estará aberto para alianças que tiverem coerência programática. Segundo ela, as pessoas que vierem a integrar o futuro partido deverão faze a opção por identidade programática. “Não estamos fazendo recrutamento de parlamentares para integrar a futura legenda. Estamos sendo procurados para conversar por várias pessoas e conversando, na medida do possível.” Marina informou, em entrevista coletiva no lançamento da nova célula partidária, que a legenda vem para quebrar o monopólio que existe entre o PT e o PSDB. Para ela, uma “rede” expressa muito “e o movimento da sustentabilidade é muito maior do que um partido”. A coleta de assinaturas para criação da nova legenda será feita na rede da internet, por coleta presencial em todo o Brasil. Ela disse que está se esforçando para que, até outubro o partido esteja registrado e em condições de disputar as eleições do ano que vem. Perguntada sobre a possibilidade de se candidatar novamente à Presidência da República, Marina Silva respondeu que ainda não sabe. Compareceram ao ato de lançamento do novo partido deputados federais, ex-senadores, prefeitos e vereadores, entre outras autoridades, além de um grande número de jovens de todo o país. (Fonte: Agência Brasil)

Conservação Internacional entrega prêmios a governadores da Amazônia

Pela primeira vez, dois políticos brasileiros receberam o prêmio “Global Conservation Hero” (em português, Herói da Conservação Global), da organização não-governamental Conservação Internacional. Os escolhidos foram o governador do Amapá, Camilo Capiberibe, e o senador e ex-governador do Amazonas, Eduardo Braga. A cerimônia aconteceu na noite do dia 20 de fevereiro em São Paulo (SP) durante jantar oferecido pela Conservação Internacional (CI-Brasil) em homenagem ao Conselho de Administração da ONG. O evento reuniu importantes personalidades, como o músico Gilberto Gil, o presidente do banco BTG-Pactual, Andre Estevez, e o CEO do Walmart, Rob Walton. O jantar contou também com a presença de Harrison Ford, que é membro do conselho da CI há mais de 20 anos. Durante o jantar, ele afirmou: Eu tenho tido o privilégio de servir o conselho da Conservação Internacional por mais de 20 anos. Eu me juntei à organização devido a uma simples e clara convicção: “A natureza não precisa das pessoas. As pessoas que precisam da natureza”. Sobre a importância da conservação no Brasil, Harrison Ford afirmou: “O país é emblemático de como o trabalho da Conservação Internacional é importante e como podemos obter sucesso na nossa causa. Da Mata Atlântica, que fornece água para as maiores cidades do país, como Rio e São Paulo, até a magnífica floresta amazônica, que é fundamental para equilibrar o clima de todo o planeta, em nenhum outro país do mundo é mais evidente como a humanidade depende da natureza para sobreviver. Nossa saúde, nossa segurança alimentar, nossas economias, nosso bem-estar mais básico é dependente dos serviços que a natureza nos dá.” Global Conservation Hero – O “Global Conservation Hero” destaca pessoas cuja liderança foi fundamental na criação e implementação de áreas protegidas, bem como de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável. Em edições anteriores do prêmio, já foram contemplados o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e o produtor de cinema Jeffrey Katzenberg, dos estúdios Dreamworks. O senador Eduardo Braga, que governou o Amazonas de 2002 a 2010, criou programas que tiveram grande impacto para a população do estado. Em seu governo, o estado ampliou a rede de Unidades de Conservação (UC) de 12 para 41, aumentando de 7 para 19 milhões de hectares, além de instituir o Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC), com diversos avanços importantes em relação ao do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Outra política pública de destaque foi a criação da Zona Franca Verde e o Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus, o Prosamim, responsável pela maior transformação urbanística da capital nos últimos 50 anos. Como incentivo para a manutenção da floresta em pé e redução do desmatamento, Braga criou o Programa Bolsa Floresta (PBF). Trata-se do primeiro projeto do Brasil certificado internacionalmente para recompensar e melhorar a qualidade de vida das populações tradicionais pela manutenção dos serviços ambientais prestados pelas florestas tropicais. Atualmente o PBF é o maior programa de Pagamento por Serviços Ambientais do mundo – com 8,4 mil famílias atendidas em 15 UCs, uma área que totaliza 10 milhões de hectares. Além disso, durante seu governo foi promulgada a primeira Lei Estadual de Mudanças Climáticas do Brasil, em 2007. Dentre os avanços dessa lei, cabe destacar o desenvolvimento de mecanismos REDD+ (Redução de Emissões por Mudanças Climáticas e Degradação, mais Enriquecimento, Manejo e Conservação Florestal). O governador do Amapá, Camilo Capiberibe, pertence à nova geração de políticos brasileiros que vêem a conservação e o desenvolvimento como questões inseparáveis. O Amapá tem 73% de suas terras protegidas, um recorde mundial. O estado tem uma longa história de promover o desenvolvimento sustentável, que começou com o senador João Capiberibe e que agora está sendo realizado por seu filho, o governador Camilo. “Há 17 anos, quando pouco se falava sustentabilidade, o então governador e hoje senador João Alberto Capiberibe lançou o Plano de Desenvolvimento Sustentável do Amapá. Agora, recebendo este prêmio, reforço ainda mais a convicção de que estamos no caminho certo, construindo a consciência de que é preciso oferecer oportunidade de riqueza para o povo urbano e para quem vive nas florestas, mas com total equilíbrio, para garantir o futuro de todos”, declarou o governador Camilo Capiberibe. Centro de Sustentabilidade das Américas – Andre Esteves, do banco BTG-Pactual, também membro do Conselho da Conservação Internacional, lançou durante o jantar o Centro de Sustentabilidade das Américas, replicará as experiências de sucesso no Brasil em países vizinhos, como Peru, Bolívia, Equador e Guiana. “O centro pode definir os caminhos que vamos seguir para o desenvolvimento sustentável, envolvendo a iniciativa privada, engajando as empresas para que elas mudem sua cadeia de produção para modelos mais sustentáveis. Se conseguimos levar essa transformação do Brasil para a América Latina e depois para o mundo, poderemos atingir em escala global um novo modelo de desenvolvimento”, concluiu. Fabio Scarano, vice-presidente sênior da Divisão Américas da CI, completou: “Com uma forte base científica, nós estamos estabelecendo um diálogo entre diferentes setores. O Centro de Sustentabilidade das Américas irá buscar na ciência formas de enfrentar os maiores desafios para a região da América Latina, cujo desenvolvimento vai requerer investimentos em hidrelétricas, agricultura, rodovias, que terão um impacto tremendo no meio ambiente, e precisarão de políticas públicas regionais para estabelecer um modelo de desenvolvimento sustentável, conciliando conservação e crescimento econômico”. O CEO da Conservação Internacional, Peter Seligmann, fechou o evento declarando: “Nós consideramos o Brasil e o continente americano como nossa prioridade global. Essa região é a maior produtora de água doce do mundo. Mais da metade de todas as florestas tropicais do planeta estão aqui. E as economias da região estão passando por um momento incrível de crescimento. Esse é o lugar para mostrar ao mundo que é possível fazer a coisa certa, que desenvolvimento não significa destruição do incrível capital natural contido nesta região.” (Fonte: Conservação Internacional)

Novo medicamento contra gripe destrói vírus resistentes

Influenza resistente Uma nova classe de remédios contra a gripe está-se mostrado eficaz contra cepas resistentes do vírus influenza. A descoberta, feita por uma equipe internacional de cientistas, foi publicada na revista Science Express. O estudo detalha o desenvolvimento de um novo fármaco - um candidato a medicamento - que impede que o vírus da gripe se propague de uma célula para outra. A droga tratou com sucesso camundongos com cepas de vírus da gripe letais para os animais. Quebrando a chave A fim de se espalhar no organismo, o vírus da gripe primeiro usa uma proteína, chamada hemaglutinina, para se ligar aos receptores das células saudáveis. Uma vez que ele tenha inserido seu RNA célula e replicado, o vírus usa uma enzima, chamada neuraminidase, para cortar a ligação e passar para a próxima célula saudável. Ciclo de Vida: Esta figura mostra o ciclo de vida do vírus da gripe e como a nova droga contra a gripe evita a propagação do vírus de célula a célula, inibindo irreversivelmente a ação da neuraminidase, que fica como uma chave quebrada presa dentro da fechadura. [Imagem: Tom Wennekes/UBC] "Nosso fármaco usa a mesma abordagem que os tratamentos atuais contra a gripe - impedir que a neuraminidase corte seus laços com a célula infectada," explica o professor Steve Withers, da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá). "Mas o nosso agente agarra esta enzima, que fica como uma chave quebrada presa na fechadura, tornando-se inútil," complementa. Máquina molecular "Um dos grandes desafios dos tratamentos atuais contra a gripe é que novas cepas do vírus da gripe estão se tornando resistentes, deixando-nos vulneráveis à próxima pandemia," prosseguiu o pesquisador, cuja equipe inclui cientistas do Canadá, Reino Unido e Austrália. "Tirando vantagem da 'máquina molecular' do próprio vírus," acrescenta o pesquisador, "o novo medicamento pode permanecer eficaz por mais tempo, já que cepas de vírus resistentes não podem surgir sem destruir o seu próprio mecanismo de infecção."

Milionário da reciclagem chinês lidera protesto contra empresas poluidoras

O multimilionário chinês Chen Guangbiao (de gravata na foto abaixo) participou nesta quinta-feira (21) de um protesto na cidade de Nanquim, no leste do país, ao lado de pessoas que “representam” empresas acusadas de poluir o meio ambiente. A manifestação pública na província de Jiangsu teve como objetivo envergonhar essas companhias e promover a conscientização sobre a poluição do ar. A campanha teatralizada de Guangbiao, que fez fortuna com o setor de reciclagem e atualmente se dedica à filantropia, incluiu a distribuição, semanas atrás, de latas de refrigerantes cheias de ar puro, supostamente retirado de regiões distantes e intocadas da China, que vão de Xinjiang, no noroeste, até Taiwan, na costa sudeste do país. (Fonte: G1)

Dilma promulga protocolo de acordo ambiental entre países do Mercosul

A presidenta Dilma Rousseff promulgou o Protocolo Adicional ao Acordo-Quadro sobre Meio Ambiente do Mercado Comum do Sul (Mercosul) em Matéria de Cooperação e Assistência frente a Emergências Ambientais. A ratificação foi oficializada por meio do Decreto 7.940 publicado no Diário Oficial da União de quinta-feira (21). Aprovado pelo Congresso Nacional brasileiro em 2011, o protocolo foi adotado pela Decisão 14/04 do Conselho do Mercado Comum. Na ocasião, os ministros do Meio Ambiente fizeram um acordo para promover a cooperação mútua entre os países do bloco. De acordo com o protocolo, o país que enfrentar uma emergência ou ameaça ambiental deve comunicá-la imediatamente aos outros Estados-Membros, para prevenir, inclusive, que chegue aos seus territórios. Os países potencialmente afetados, conforme o acordo, devem designar especialistas, que farão um parecer do ocorrido com possíveis soluções para os problemas. As formas de cooperação envolvem, entre outras, capacitação de recursos humanos; incorporação ao Sistema de Informações Ambientais do Mercosul de estatísticas sobre situações de emergências ambientais produzidas na região; e criação de um banco de especialistas. Para o país que necessite da assistência, há um formulário a ser preenchido com informações como data, hora e local do incidente. Deve ser informado ainda se ocorreu em uma zona urbana ou rural; qual o tipo de acidente; e se ainda está ocorrendo ou é uma ameaça. A resolução pode ser baixada no site do Grupo Mercado Comum. (Fonte: Agência Brasil)

Brasil tem mais médicos, mas distribuição é irregular

Profissão feminina Apesar do número de médicos no Brasil ter crescido 557% nos últimos 40 anos, chegando a dois profissionais para cada 1.000 habitantes, sua distribuição pelo território nacional é cada vez mais irregular, concentrando-se principalmente nas capitais das regiões Sudeste e Sul. Esta é a conclusão do estudo "Demografia Médica no Brasil", elaborado por pesquisadores da Faculdade de Medicina (FMUSP) da USP. O Brasil possui atualmente 400 mil médicos. De 1970, quando havia 59 mil médicos, até hoje, houve um salto de 557%. No mesmo período a população brasileira cresceu 101%. A partir do ano 2000 houve um saldo de crescimento 6 a 8 mil médicos por ano, devido a entrada (novos registros) ser maior que a saída (aposentadorias, mortes etc). "A idade média é 46 anos e 41% dos médicos têm menos de 40 anos, com perspectiva de longevidade profissional. É também uma profissão cada vez mais feminina, tendência irreversível desde 2009", destaca o professor Mário Scheffer, coordenador da pesquisa. Médicos por região Quem mora na região Sul e Sudeste conta com duas vezes mais médicos que os habitantes do Norte, Nordeste e Centro-Oeste (excluindo o Distrito Federal). A região Sudeste alcança 2,7 médicos por 1.000 habitantes. "Quem vive em alguma capital conta com duas vezes mais médicos que os que moram em outras regiões do mesmo estado", conta Scheffer. "A diferença entre os extremos, morador do interior de um estado do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e o residente de uma capital do Sul ou Sudeste, é de quatro vezes, no mínimo". Quem tem plano de saúde no Brasil conta com pelo menos quatro vezes mais médicos à disposição do que quem depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). "A persistência e a intensidade das desigualdades de distribuição demonstram que apenas o aumento global do quantitativo de médicos pode não garantir a disponibilidade de médicos nos locais, nas especialidades e nas circunstâncias em que hoje há carência de profissionais", enfatiza o professor. "Há necessidade de mudanças substantivas nos rumos do sistema de saúde, a começar pela solução do subfinanciamento público, pelo balanço crítico do processo de privatização da gestão do SUS e de seu impacto sobre os recursos humanos, e pela regulação mais eficiente do mercado de planos de saúde." Escolas de Medicina Em 2012, 197 escolas médicas ofertavam aproximadamente 17 mil vagas. Mais de 180.000 médicos não concluíram um programa de Residência Médica ou não tem título de especialista. "É um cenário preocupante de deterioração do ensino de graduação e da falta de vagas na Residência para todos os egressos de cursos de Medicina", diz Scheffer. Sete especialidades concentram mais da metade dos profissionais titulados, sendo que quatro áreas básicas (Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Cirurgia Geral e Clínica Médica) têm 37% dos médicos. A maior parte dos médicos formados fora do Brasil - tanto brasileiros quanto estrangeiros - se instala nas maiores cidades, especialmente no sudeste. "É um indício de que eventuais flexibilidades de revalidação de diplomas poderão não surtir o efeito desejado de suprir definitivamente locais hoje desprovidos de médicos," avalia o pesquisador. Agência USP

Consumo de medicamento para hiperatividade aumenta 75% no Brasil

Dependência física ou psíquica A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou estudo mostrando que o uso do metilfenidato, medicamento usado no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), aumentou 75% entre crianças e adolescentes com idades de 6 e 16 anos de 2009 a 2011. Ampliando a faixa etária entre 6 e 59 anos, houve um aumento de 27,4% no mesmo período. O metilfenidato é um medicamento de tarja preta, ou seja, só pode ser comprado com receita médica. A tarja traz o alerta de que o medicamento pode causar dependência física ou psíquica. Segundo o levantamento da ANVISA, entre os prescritores do medicamento, há um predomínio de médicos que se dedicam à assistência à criança e ao adolescente e dos que tratam de distúrbios estruturais do sistema nervoso. Exageros De acordo com a ANVISA, o TDAH é um dos transtornos neurológicos do comportamento mais comuns da infância. Contudo, tem havido uma crítica crescente dentro da própria comunidade médica acerca do excesso de diagnósticos de TDAH, afirmando que a medicalização de crianças está transformando modo de ser em doença. Cientistas alertam para excesso de diagnósticos de hiperatividade Para a ANVISA, o diagnóstico do TDAH é complicado pela ocorrência de comorbidades (ocorrência simultânea de dois ou mais problemas de saúde em um mesmo indivíduo), como dificuldades de aprendizagem, transtornos de conduta e de ansiedade. Por isto o diagnóstico e depende fortemente de relatos dos pais e professores para ser identificado. Nenhum exame laboratorial confiável faz o diagnóstico desse transtorno. Agência Brasil e Anvisa

Novo medicamento contra gripe destrói vírus resistentes

Influenza resistente Uma nova classe de remédios contra a gripe está-se mostrado eficaz contra cepas resistentes do vírus influenza. A descoberta, feita por uma equipe internacional de cientistas, foi publicada na revista Science Express. O estudo detalha o desenvolvimento de um novo fármaco - um candidato a medicamento - que impede que o vírus da gripe se propague de uma célula para outra. A droga tratou com sucesso camundongos com cepas de vírus da gripe letais para os animais. Quebrando a chave A fim de se espalhar no organismo, o vírus da gripe primeiro usa uma proteína, chamada hemaglutinina, para se ligar aos receptores das células saudáveis. Uma vez que ele tenha inserido seu RNA célula e replicado, o vírus usa uma enzima, chamada neuraminidase, para cortar a ligação e passar para a próxima célula saudável. "Nosso fármaco usa a mesma abordagem que os tratamentos atuais contra a gripe - impedir que a neuraminidase corte seus laços com a célula infectada," explica o professor Steve Withers, da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá). "Mas o nosso agente agarra esta enzima, que fica como uma chave quebrada presa na fechadura, tornando-se inútil," complementa. Máquina molecular "Um dos grandes desafios dos tratamentos atuais contra a gripe é que novas cepas do vírus da gripe estão se tornando resistentes, deixando-nos vulneráveis à próxima pandemia," prosseguiu o pesquisador, cuja equipe inclui cientistas do Canadá, Reino Unido e Austrália. "Tirando vantagem da 'máquina molecular' do próprio vírus," acrescenta o pesquisador, "o novo medicamento pode permanecer eficaz por mais tempo, já que cepas de vírus resistentes não podem surgir sem destruir o seu próprio mecanismo de infecção." Com informações da UBC

Mosquito da dengue desenvolveu resistência a repelentes

DEET O mosquito da dengue parece ter desenvolvido resistência contra o princípio ativo da maioria dos repelentes fabricados atualmente em todo o mundo, inclusive no Brasil. A substância, conhecida como DEET, ou dietiltoluamida, é largamente empregada em repelente contra insetos, combatendo mosquitos, pernilongos, muriçocas e borrachudos. O composto age interferindo nos receptores sensoriais desses animais, inibindo seu desejo de picar o usuário. O estudo analisou a reação dos pernilongos da espécie Aedes aegypti, vetores da dengue e da febre amarela, à substância. Os cientistas concluíram que, ainda que inicialmente repelidos pelo composto químico, os insetos depois o ignoraram. Eles recomendaram que governos e laboratórios farmacêuticos realizem mais pesquisas para encontrar alternativas à DEET. Resistência ao inseticida Para testar a eficácia da DEET os cientistas pediram a voluntários que aplicassem repelente com DEET em um braço e soltaram mosquitos. Como esperado, o repelente afastou os insetos. No entanto, poucas horas depois, quando ofereceram aos mesmos mosquitos uma nova oportunidade de picarem a pele, os cientistas constataram que a substância se mostrou menos eficiente. Para investigar os motivos da ineficácia da DEET, os pesquisadores puseram eletrodos na antena dos insetos. "Nós conseguimos registrar a resposta dos receptores na antena dos mosquitos à DEET, e então descobrimos que os mosquitos não eram afetados pela substância", disse James Logan, um dos autores do estudo. "Há algo sobre ter sido exposto ao composto químico pela primeira vez que muda o sistema olfativo dos mosquitos. Ou seja, a substância parece mudar a capacidade dos mosquitos de senti-la, o que a torna menos eficiente", acrescentou. Citronela e mosquiteiro Uma pesquisa anterior feita pela mesma equipe descobriu que as mudanças genéticas em uma mesma espécie de mosquito podem torná-los imunes à DEET. "Os mosquitos evoluem muito rapidamente", disse ele. "Quanto mais nós pudermos entender sobre como os repelentes funcionam e os mosquitos os detectam, melhor poderemos trabalhar para encontramos soluções para o problema quando tais insetos se tornarem resistentes à substância". O especialista acrescentou que as descobertas não devem impedir as pessoas de continuarem usando repelentes com DEET em áreas de alto risco, mas salientou que caberá aos cientistas tentar desenvolver novas versões mais efetivas da substância. "Como alternativa, as pessoas podem usar repelentes com citronela e tomar complexo B, cujo cheiro desagrada os mosquitos, além, é claro, de usar mosquiteiros", disse. Jorge Huberman, pediatra do Hospital Albert Einstein. Recentemente, a Anvisa determinou a proibição do uso de repelentes com DEET em crianças menores de dois anos, além de exigir estudo prévio para produtos com dosagem acima de 30% para um público acima de 12 anos. Com informações da BBC

Brasileiros não ingerem carotenoides em quantidade suficiente

Transição nutricional O Brasil encontra-se em uma fase de transição nutricional, período em que os problemas de sobrepeso coexistem com a inanição e problemas relacionados à desnutrição. "Em 2008 e 2009, os índices de déficit de peso reduziram drasticamente e a obesidade dobrou na população adulta feminina e está quatro vezes maior na população masculina adulta, se comparados com dados da década de 1970", aponta o pesquisador Rodrigo Dantas Amâncio, da USP. Comer demais já mata mais do que fome no mundo Apesar de conseguir alimentar-se mais, o brasileiro não está necessariamente se alimentando melhor. Carotenoides Rodrigo aponta especificamente para o consumo de carotenoides, que podem contribuir para retardar e até mesmo prevenir diversos tipos de doenças e suprir a falta de vitaminas. Os carotenoides podem ser consumidos a partir da ingestão de frutas, legumes e verduras, "Os níveis prudentes de ingestão de carotenoides totais são de 9.000 a 18.000 microgramas por dia. A pesquisa revelou que a média de consumo nacional foi de 4.117 microgramas por dia, abaixo dos valores preconizados como seguros", registra Rodrigo. Para suprir o valor indicado bastaria comer um prato de salada de agrião, brócolis e cenoura e, como sobremesa, escolher uma fruta como manga ou pêssego. Entretanto, mais que apenas isso, recomenda-se o aumento no consumo destes alimentos nas refeições realizadas ao longo do dia, sobretudo quando a refeição é realizada fora do domicílio. Família do caroteno A carência de nutrientes na dieta pode trazer problemas como a hipovitaminose A, que consiste em uma insuficiência de vitamina A no organismo, podendo levar até mesmo à cegueira. Por outro lado, o sobrepeso pode causar doenças crônicas não transmissíveis como câncer, hipertensão, doenças cardíacas e diabetes, que são as principais causas de morte no País. Enquanto isso, Para evitar tanto um extremo quanto o outro, a ingestão de carotenoides é indispensável. O pesquisador destaca a importância do consumo de substâncias bioativas, "como os carotenoides, (alfa-caroteno, beta-caroteno, beta-criptoxantina, licopeno, luteína e zeaxantina), que são antioxidantes, podendo prevenir as doenças crônicas não transmissíveis". Alimentos como tomate e seus derivados, manga, cenoura, acerola, cajá, goiaba, mamão, abóbora, alface, agrião, couve e milho são apenas alguns exemplos de alimentos ricos em carotenoides. A pesquisa teve âmbito nacional e o objetivo foi analisar e conhecer o consumo de carotenoides de acordo com região, sexo, faixa etária, escolaridade e Índice de Massa Corporal (IMC). Foram analisados 34.003 casos de pessoas a partir de 10 anos de idade de todo o Brasil. Agência USP

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Refrigerante “Light” pode aumentar risco de diabetes

Trocar o refrigerante convencional por sua versão light pode não ser tão saudável quanto parece: depois de analisar dados de 66.000 mulheres, pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França observaram que, entre aquelas que optaram pelo refrigerante light, o risco de desenvolver diabetes tipo 2 era elevado.Em comparação com aquelas que tomavam refrigerante convencional, o aumento do risco foi considerável: 15% para as que bebiam 500 ml por semana e 59% para aquelas que bebiam 1,5 litro. Entre as mulheres que bebiam apenas suco natural sem adição de açúcar, não foi observada qualquer elevação de risco de diabetes. Segundo os autores do estudo, vale destacar o risco de se consumir mais dessa bebida devido à suposição de que, por ser “light”, é “mais saudável”.Os próprios cientistas, porém, reconhecem as limitações do estudo. “Informações sobre o consumo de bebidas não foram atualizadas, e hábitos alimentares podem ter mudado ao longo do tempo”, escrevem no artigo, publicado no The American Journal of Clinical Nutrition (as informações foram coletadas de 1993 a 2007, de mulheres nascidas entre 1925 e 1950). Além disso, eles observam que pode haver outros fatores envolvidos, além do consumo de refrigerante.Recentemente, um dos autores, Guy Fagherazzi, apontou que os resultados não eram suficientes para “aconselhar as pessoas a parar de consumir qualquer um dos tipos de bebida” – são necessários mais estudos sobre as consequências do consumo de refrigerantes. Ainda assim, o suco natural apareceu, de fato, como a opção “mais saudável” das três bebidas estudadas.[Medical Xpress] [The American Journal of Clinical Nutrition] Um refrigerante por dia aumenta em 40% seu risco de câncer de próstata Já citamos várias razões para largar o refrigerante aqui: eles podem prejudicar o esperma, causar problemas musculares, engordam, causam envelhecimento precoce, aumenta o risco de câncer de pâncreas e, além de tudo, viciam. Agora você tem mais um motivo para trocar a Coca-Cola comum pela versão sem açúcar ou pelo suco natural. Um novo estudo sueco sugere que homens que tomam um refrigerante por dia (330 ml, pouco menos do que uma lata) podem aumentar em 40% o risco de desenvolver formas graves de câncer de próstata. Pesquisadores da Universidade de Lund (Suécia) examinaram minunciosamente a dieta de mais de 8 mil homens entre 45 e 73 anos por 15 anos, em média. “Entre os homens que consomem uma grande quantidade de refrigerantes ou outras bebidas com adição de açúcar, constatamos um risco de câncer de próstata aproximadamente 40% maior”, disse uma das autoras do estudo, Isabel Drake. A partir da análise da dieta masculina, os pesquisadores suecos também descobriram que uma dieta rica em carboidratos, com arroz e massas, aumentou em 31% o risco de contrair formas mais leves de câncer de próstata – que muitas vezes não exigem tratamento. Comer muito açúcar no café da manhã (como cereais açucarados) aumentou esse índice para 38%. Estudos anteriores já haviam demonstrado que imigrantes chineses e japoneses que viviam nos Estados Unidos, o maior consumidor de refrigerantes do mundo, desenvolviam câncer de próstata com mais frequência do que os compatriotas que permaneceram em seu país. As mulheres também têm muitos motivos para parar de tomar refrigerante. Além de todos os problemas citados acima, o consumo da bebida aumenta em 80% o risco de acidente vascular cerebral em mulheres. http://hypescience.com

Quase 70% dos países que recebem dinheiro de fundos climáticos são corruptos, diz Transparency International

A maioria dos países que recebem ajuda financeira para combater os efeitos do aquecimento global enfrentam problemas de corrupção, o que compromete as ações de mitigação (diminuição das emissões) e de adaptação aos problemas climáticos, segundo o Índice de Percepção de Corrupção (CPI, na sigla em inglês). Criado pela Transparency International, o ranking mede a percepção da corrupção do setor público de cada país. Dos 176 territórios analisados em 2012 pela organização, 123 receberam menos de 50 pontos (sendo zero um nível alto de corrupção e cem, um nível baixo), ou seja, quase 70% dos governos são vistos como fraudulentos pela comunidade internacional. O Brasil está dentro desse grupo, com 43 pontos no índice, na 69º posição. Nenhum país foi considerado “limpo” para ter a graduação máxima, de cem pontos. O primeiro lugar da lista, que obteve 90 pontos, foi dividido entre três países: Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia. Já os piores colocados, com apenas 8 pontos, foram o Afeganistão, a Coreia do Norte e a Somália. Todos os 20 maiores beneficiários desses fundos climáticos ganharam notas vermelhas no ranking, assim como o nosso país. Desse total, 17 governos conseguiram menos de 40 pontos, indicando um nível alto de corrupção. É o caso da China, cujas grandes cidades têm visto graves problemas de poluição, e das Filipinas e do Vietnã, que precisam urgentemente de investimentos em obras de infraestrutura. (Fonte: UOL)

Em defesa da Amazônia

O governo federal deve concluir, até o fim do ano, a estratégia nacional de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+). A medida tem o objetivo de incentivar projetos e ações de proteção da Floresta Amazônica, como forma de conter a liberação de gases de efeito estufa. A expectativa é que a construção dos aspectos relacionados ao tema esteja definida a tempo da Conferência das Partes (COP) de Mudanças Climáticas, marcada para o fim de novembro, em Varsóvia, capital da Polônia. A previsão é realizar uma consulta pública aos envolvidos no assunto e concentrar os esforços do Ministério do Meio Ambiente (MMA) na finalização de procedimentos legais que garantirão a adoção de novos projetos de preservação da Amazônia. O diretor de Políticas para o Combate ao Desmatamento, Francisco Oliveira, explica que a estratégia será fundamental para as negociações internacionais. “Este é o ano em que vamos fazer a diferença para chegar à próxima COP com uma posição forte”, afirma. Recorde - Entre as principais iniciativas do MMA voltadas para o combate à devastação florestal, está o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm). Com a instituição do programa, o Brasil alcançou, no ano passado, taxa recorde de redução do desflorestamento do bioma. Entre agosto de 2011 e julho de 2012, o país registrou queda de 27% da degradação da Amazônia. Instituído em 2004, o PPCDAm é dividido em três eixos: ordenamento territorial, monitoramento e fomento a atividades sustentáveis. De acordo com Francisco Oliveira, o plano se encontra na terceira fase, em que a fiscalização e o acompanhamento por imagens de satélite ocorrem ininterruptamente. “É preciso levar a população a uma mudança de comportamento”, alerta. O caminho para conter a destruição da Amazônia e evitar as emissões de gases de efeito estufa, segundo o diretor, é aliar o comando e o controle com o incentivo a ações sustentáveis, como os projetos de REDD+. “Serão feitas parcerias para implantar o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Isso representará um marco e ajudará a catalisar o processo”, acrescenta. (Fonte: MMA)

Desperdiçado, lixo é valorizado com matéria-prima do futuro

No decorrer da vida, uma pessoa joga um monte de coisa fora. Cada habitante da Alemanha produz em média cerca de meia tonelada de lixo por ano, quase 1,4 quilos por dia. Os campões, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, na sigla em inglês), são os Estados Unidos, com 730 quilos de lixo por pessoas ao ano. O que fazer com tanto resíduo? Enquanto houver espaço, ele irá para aterros sanitários. Entretanto, o lixo prejudica não só a paisagem, mas também o meio ambiente e a saúde da população. Além disso, muitos recursos valorosos são perdidos. Especialistas consideram o lixo a matéria-prima do futuro. Reciclagem e incineração – O primeiro passo dessa transformação é a reciclagem. Através dela, recursos como plástico, vidro e papel são separados e reaproveitados. O resto do lixo é incinerado, produzindo dessa maneira energia e calor. Muitos países emergentes e em desenvolvimento já reconheceram o potencial do reaproveitamento do lixo. Günther Wehenpohl, da Agência Alemã para Cooperação Internacional (GIZ, na sigla em alemão) trabalha na Costa Rica em um projeto que visa a melhorar a economia de resíduos. E ele já observa os primeiros resultados.​ Muitos países podem lucrar com o “tesouro” escondido nos sacos de lixo – “Antigamente garrafas plásticas eram exportadas para a Ásia, onde seriam reaproveitadas na produção têxtil. Hoje, elas são recicladas aqui mesmo e viram garrafas novas. Esse processo é muito mais eficiente”, explica Wehenpohl. A consciência ecológica já existe. Novas leis se encarregam de estimular o reaproveitamento do material reciclável. Em outros países, resíduos orgânicos são reaproveitados como adubo, por exemplo na ilha indonésia de Bali. Os cem habitantes da vila Temesi resolveram não só o problema do lixo como também o do meio ambiente. As montanhas de lixo produzem metano, um gás do efeito estufa mais nocivo que o dióxido de carbono. Wehenpohl lembra que a reciclagem é importante para o clima e para a produção de recursos. Sucata eletrônica: uma mina de ouro – Segundo especialistas, há um potencial enorme na reciclagem de aparelhos eletrônicos. Cerca de 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico são produzidas por ano, conforme dados das Nações Unidas (ONU). Dessa maneira, muitos metais preciosos, como ouro, prata e cobre, vão parar nos aterros sanitários, e bilhões de euros são jogados fora. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 40 celulares possuem a mesma quantidade de ouro que uma tonelada de minério. Somente na China são desperdiçados por ano quatro toneladas de ouro, seis de cobre e 28 de prata. O lixo como ciência – Muitos cientistas pesquisam uma maneira eficiente de reaproveitar esse tesouro oculto. Stefan Gäth, da Universidade de Gießen, trabalha em uma pesquisa financiada pelo ministério alemão do Meio Ambiente e por alguns municípios. Os locais de trabalho de Gäth são três depósitos de lixo do estado de Hessen e Baden-Württemberg. Ele estima que só no aterro sanitário da cidade de Reiskirchen, em Hessen, estão enterrados recursos no valor de até 120 milhões de euros. “Apesar disso, a reciclagem desses recursos ainda não é uma atividade lucrativa”, diz Gäth. As principais razões são a falta de tecnologia e, principalmente, o preço das matérias-primas. Mesmo com o alto valor pago pelo mercado, os custos para recuperar esses metais não são cobertos. Reconhecer o lixo como matéria-prima – O pesquisador reconhece o potencial do Urban Mining, ou seja, o garimpo nas montanhas de lixo nas cidades. Entretanto, a população ainda precisa descobrir o valor dos recursos escondidos nos produtos. “Por exemplo, as pessoas precisam saber quanto ouro, cobre ou prata possuiu o seu celular. Assim como já existe para o dióxido, cada matéria-prima deveria ter uma impressão digital”, explica Gäth. Nesse contexto, Gäth defende um sistema de depósito de dinheiro na compra de produtos eletrônicos. Assim, após o uso, esses aparelhos seriam devolvidos aos fabricantes que poderiam reciclá-los. Wehenpohl pensa da mesma maneira: “A reciclagem desse materiais deve ser incentivadas.” Gäth vai mais adiante e sugere um depósito para armazenar aparelhos que não são mais usados. “Assim, quando o preço da matéria-prima subir, valerá a pena reciclá-los.” Entretanto, em alguns casos a reciclagem não é uma atividade lucrativa, diz Wehenpohl. Mas no geral, muitos países podem lucrar “com o tesouro escondido nos sacos de lixo”. (Fonte: Terra)

Uso de recurso natural na economia latina não é sustentável, diz OIT

A dependência que a economia latino americana tem de recursos naturais não é sustentável, diz o relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre empresas sustentáveis na América Latina e no Caribe, divulgado nesta sexta-feira (15). Por isso, o documento orienta os governos a priorizar o uso adequado de seus recursos e implementar políticas eficazes. “Há uma literatura crescente mostrando que tais políticas podem ser aplicadas em conjunto com o desenvolvimento de indústrias e crescimento econômico, o que tem como consequência na criação de novas empresas e, portanto, a criação de emprego”, aponta o relatório. A OIT fala sobre a criação de incentivos fiscais e econômicos que levem ao investimento em novas tecnologias verdes, com as quais as empresas pequenas e médias (PME) de diferentes setores podem se integrar a cadeias de valor e novos mercados sustentáveis. Apesar de bom desempenho econômico da região, o estudo verifica que existiram, no entanto, fraquezas por conta do problema “crônico de baixa produtividade”, principalmente sobre as micro e pequenas empresas, “que mostram grande nível de informalidade e pobreza”. Entre as saídas propostas, a OIT recomenda, entre outras ações, manter o crescimento econômico como estabilidade macroeconômica, expandir e aprofundar reformas no ambiente de negócios, elevar níveis de produtividade e formalizar mais empresas. O estudo analisa a situação da promoção de empresas sustentáveis na América Latina e no Caribe na última década, comprando os países da região com os de alta renda da OCDE (HIC-OCDE). A avaliação usa 17 indicadores relacionados com o ambiente em torno das empresas sustentáveis, o que permitiu uma análise quantitativa e qualitativa dos temas centrais relativos ao meio ambiente econômico, social, político e institucional. (Fonte: G1)

Brasil e mais três países buscam posição única sobre efeito estufa

O Brasil negocia, até este sábado (16), com África do Sul, Índia e China as medidas que devem ser adotadas para conter os avanços do efeito estufa. Juntos, os quatro países formam o chamado grupo Basic nas reuniões internacionais ligadas às mudanças climáticas. O bloco discute em Chennai, na Índia, o posicionamento que defenderá diante das demais nações do mundo a respeito das medidas futuras de controle das emissões de poluentes. Apesar de ser considerado um fenômeno natural, o efeito estufa tem sofrido alterações que se tornaram as causadoras do aquecimento global. As mudanças decorrem do aumento descontrolado das emissões de gases poluentes, entre eles o dióxido de carbono e o metano. A liberação dessas substâncias na atmosfera ocorre por conta de diversas atividades humanas e econômicas, entre elas o transporte, o desmatamento, a agricultura e a pecuária. A questão central do encontro é a Plataforma de Durban, que prevê o estabelecimento de um novo regime climático até 2015 para passar a valer a partir de 2020. Até sábado, os países do Basic se empenharão em afinar os interesses e definir o formato que consideram ideal para o novo acordo. O alinhamento dos quatro emergentes deve levar em consideração aspectos ambientais, econômicos e sociais comuns. Preparação - Esta é a 14ª vez que o bloco se reúne. Em Chennai, o Brasil está sendo representado pelo secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, Carlos Klink, e técnicos do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Os encontros do Basic são realizados nos quatro países e funcionam como uma preparação para a Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). A COP é uma negociação anual com a presença de representantes de mais de 190 países. A última reunião do Basic realizada em território nacional ocorreu em Brasília, em setembro de 2012. O bloco informal de diálogo sobre as negociações internacionais climáticas foi formado pelos quatro países em 2007. A atuação coordenada tem estimulado maior ambição no tema e contribuído para o apoio financeiro, tecnológico e técnico internacional das ações. (Fonte: MMA)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Saiba tudo sobre asteroide que baterá recorde de aproximação com a Terra

O asteroide está vindo em direção ao pólo Sul, ou seja, ele passará pela Terra cruzando o sentido Sul-Norte. [Imagem: NASA/JPL-Caltech] De baixo para cima O pequeno asteroide 2012 DA14 vai passar muito perto da Terra no próximo dia 15 de Fevereiro. Tão perto que ele vai passar dentro do anel onde ficam os satélites geoestacionários, usados para telecomunicações e monitoramento climático. Mas não há razões para preocupações, segundo o Programa de Objetos Próximos à Terra, da NASA. O caminho do asteroide já foi calculado com precisão com as observações obtidas até agora e, por isso, a NASA garante que não há chance de que o asteroide possa estar em rota de colisão com a Terra. Por outro lado, o sobrevoo vai proporcionar uma oportunidade única para os cientistas estudarem um objeto próximo à Terra de muito perto - esta será a maior aproximação de um asteroide já documentada. Para tirar todas as dúvidas, a NASA publicou uma série de perguntas e respostas sobre o asteroide 2012 DA14. O que é o asteroide DA14? O asteroide 2012 DA14 é um pequeno corpo rochoso catalogado como um "objeto próximo à Terra" (ou NEO, Near-Earth Object). Os últimos cálculos indicam que ele tem cerca de 45 metros de diâmetro, com uma massa de cerca de 130.000 toneladas. No dia 15 de fevereiro de 2013, o asteroide vai passar muitíssimo perto do nosso planeta. Mas o caminho do asteroide - que está vindo em direção ao pólo Sul e passará pela Terra cruzando o sentido Sul-Norte - é muito bem compreendido e não há chance de uma colisão com a Terra. Em que data e hora o asteroide estará mais próximo da Terra? O asteroide 2012 DA14 estará mais próximo da Terra no dia 15 de fevereiro, aproximadamente às 17:24 no horário de Brasília, com uma margem de tolerância de um minuto ou dois para mais ou para menos. Conforme ele se aproxima, o horário será calculado com maior precisão. Sua passagem pelo sistema Terra-Lua deverá durar cerca de 33 horas. No momento de maior aproximação, o asteroide estará sobre o leste do Oceano Índico, ao largo de Sumatra, não podendo, portanto, ser visto do Brasil. Existem muito poucos satélites na órbita da Terra na altitude prevista para a passagem do asteroide. [Imagem: NASA/JPL-Caltech] A que distância o asteroide estará no momento de maior aproximação? A cerca de 27.700 quilômetros acima da superfície da Terra. Esta distância está bem fora da atmosfera da Terra, mas dentro do cinturão de satélites em órbita geoestacionária, que circundam a Terra a 35.800 quilômetros acima da superfície. Outra forma de expressar a distância entre asteroide e da Terra no momento da aproximação máxima é de 4,4 raios terrestres acima da superfície da Terra - ou cerca de duas vezes o diâmetro da Terra. Há risco de que o asteroide choque-se com a Terra? Não. A órbita do asteroide 2012 DA14 é bem conhecida e ele não se aproximará a mais do que 27.650 quilômetros acima da superfície da Terra em 15 de fevereiro de 2013. A órbita do asteroide em torno do Sol é mais ou menos semelhante à da Terra, e ele chega relativamente perto do nosso planeta duas vezes por órbita. O sobrevoo de 2013 é o mais próximo que o asteroide vai chegar do nosso planeta em muitas décadas. A próxima aproximação será em 16 de fevereiro 2046, quando o asteroide passará a uma distância de 1.000 milhões de km a partir do ponto central da Terra. Qual será a velocidade do asteroide no momento de maior aproximação? O 2012 DA 14 estará viajando a cerca de 28,1 mil km por hora, ou 7,82 km por segundo em relação à Terra. Quantos asteroides há lá fora, semelhantes em tamanho ao asteroide DA14? Os cientistas acreditam que existam cerca de 500 mil asteroides próximos da Terra do tamanho do 2012 DA14. Mas isto é uma estimativa - menos de 1% deles foram descobertos até agora. Esse tipo de evento de aproximação é comum? Os cientistas da NASA estimam que um asteroide do tamanho do 2012 DA14 passe tão perto da Terra a cada 40 anos em média. E que um deles cai sobre a Terra, em média, cerca de uma vez a cada 1.200 anos. Há chances de que o asteroide DA14 colida com um ou mais satélites artificiais? Há uma chance muito pequena de que o asteroide 2012 DA14 choque-se com um satélite ou sonda espacial. Como o asteroide se aproxima da Terra a partir de baixo, ele vai passar entre a constelação exterior de satélites, localizados em órbita geoestacionária (35.800 quilômetros). E e grande concentração de satélites em órbita mais próxima da Terra fica bem abaixo do ponto de sua passagem - a Estação Espacial Internacional, por exemplo, orbita a uma altitude de cerca de 386 km. Quase não há satélites que orbitam na distância que o asteroide vai passar. Site Inovação Tecnológica

Conheça 10 transgênicos que você pode estar comendo sem saber

Animais e plantas geneticamente modificados No final de dezembro passado, a agência que zela pela segurança alimentar nos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration) aprovou para consumo um tipo de salmão geneticamente modificado, reacendendo o debate sobre a segurança dos transgênicos e suas implicações éticas, econômicas sociais e políticas. É a primeira vez que um animal geneticamente modificado é aprovado para consumo humano. Mas muitos consumidores nos Estados Unidos, Europa e Brasil, regiões em que os organismos geneticamente modificados (OGMs) em questão de poucos anos avançaram em velocidade surpreendente dos laboratórios aos supermercados, passando por milhões de hectares de áreas cultiváveis, continuam desconfiados da ideia do homem cumprindo um papel supostamente reservado à natureza ou à evolução - e guardam na memória os efeitos nocivos, descobertos tarde demais, de "maravilhas" tecnológicas como o DDT e a talidomida. Boa parte do público ainda teme possíveis efeitos negativos dos transgênicos para a saúde e o meio ambiente. Pesquisas de opinião nos Estados Unidos e na Europa, entretanto, indicam que a resistência aos OGMs tem caído, refletindo, talvez, uma tendência de gradual mudança de posição da percepção pública. Polêmica científica As principais academias de ciências do mundo e instituições como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) insistem em dizer que os transgênicos são seguros e que a tecnologia de manipulação genética realizada sob o controle dos atuais protocolos de segurança não representa risco maior do que técnicas agrícolas convencionais de cruzamento de plantas. Mas muitos cientistas discordam, ainda que os alertas não ganhem nas manchetes a mesma importância que os anúncios dos eventuais benefícios dos transgênicos. Pesquisas já demonstraram que os vegetais consumidos podem alterar os genes humanos, e até livros já foram escritos mostrando o risco de que os transgênicos espalhem-se pela natureza. Plantas transgênicas: Por que e para quem? A preocupação é ainda maior no caso dos animais transgênicos, como é o caso dos mosquitos transgênicos soltos no Brasil e em outros países para combater a dengue, e cujos efeitos sobre o homem não são conhecidos. Animais transgênicos: cientistas alertam para falta de informações Salmão transgênico O salmão transgênico, que pode chegar às mesas de jantar em 2014, será o primeiro animal geneticamente modificado (GM) consumido pelo homem. Vários produtos transgênicos já estão nos supermercados, um fato que pode ter escapado a muitos consumidores - apesar da discreta rotulagem obrigatória, no Brasil e na UE, de produtos com até 1% de componentes transgênicos. Veja abaixo uma lista com 10 produtos e derivados que serve de exemplo de como os transgênicos entraram, estão tentando ou mesmo falharam na tentativa de entrar na cadeia alimentar. Milho transgênico Com as variantes transgênicas respondendo por mais de 85% das atuais lavouras do produto no Brasil e nos Estados Unidos, não é de se espantar que a pipoca consumida no cinema, por exemplo, venha de um tipo de milho que recebeu, em laboratório, um gene para torná-lo tolerante a herbicida, ou um gene para deixá-lo resistente a insetos, ou ambos. Dezoito variantes de milho geneticamente modificado foram autorizadas pelo CTNBio, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia que aprova os pedidos de comercialização de OGMs. O mesmo pode ser dito da espiga, dos flocos e do milho em lata que você encontra nos supermercados. Há também os vários subprodutos - amido, glucose - usados em alimentos processados (salgadinhos, bolos, doces, biscoitos, sobremesas) que obrigam o fabricante a rotular o produto. O milho puro transgênico não é vendido para consumo humano na União Europeia, onde todos os legumes, frutas e verduras transgênicos são proibidos para consumo - exceto um tipo de batata, que recentemente foi autorizado, pela Comissão Europeia, a ser desenvolvido e comercializado. Nos Estados Unidos, ele é liberado e não existe a rotulação obrigatória. Óleos de cozinha geneticamente modificados Os óleos extraídos de soja, milho e algodão, os três campeões entre as culturas geneticamente modificadas - e cujas sementes são uma mina de ouro para as cerca de dez multinacionais que controlam o mercado mundial - chegam às prateleiras com a reputação "manchada" mais pela sua origem do que pela presença de DNA ou proteína transgênica. No processo de refino desses óleos, os componentes transgênicos são praticamente eliminados. Mesmo assim, suas embalagens são rotuladas no Brasil e nos países da UE. Soja transgênica No mundo todo, o grosso da soja transgênica, a rainha das commodities, vai parar no bucho dos animais de criação - que não ligam muito se ela foi geneticamente modificada ou não. O subproduto mais comum para consumo humano é o óleo de cozinha, mas há ainda o leite de soja, tofu, bebidas de frutas e soja e a pasta missô, todos com proteínas transgênicas (a não ser que tenham vindo de soja não transgênica). No Brasil, onde a soja transgênica ocupa quase um terço de toda a área dedicada à agricultura, a CTNBio liberou cinco variantes da planta, todas tolerantes a herbicidas - uma delas também é resistente a insetos. Mamão papaia transgênico Os Estados Unidos são o maior importador de papaia do mundo - a maior parte vem do México e não é transgênica. Mas muitos norte-americanos apreciam o papaia local, produzido no Havaí, Flórida e Califórnia. Cerca de 85% do papaia do Havaí, que também é exportado para Canadá, Japão e outros países, vem de uma variedade geneticamente modificada para combater um vírus devastador para a planta. A fruta não é vendida no Brasil, nem na Europa. Queijo transgênico Aqui não se trata de um alimento derivado de um (OGM) organismo geneticamente modificado, mas de um alimento em que um OGM contribuiu em uma fase de seu processamento. A quimosina, uma enzima importante na coagulação de lacticínios, era tradicionalmente extraída do estômago de cabritos - um procedimento custoso e "cruel". Biotecnólogos modificaram microrganismos como bactérias, fungos ou fermento com genes de estômagos de animais, para que estes produzissem quimosina. A enzima é isolada em um processo de fermentação em que esses microrganismos são mortos. A quimosina resultante deste processo - e que depois é inserida no soro do queijo - é tida como idêntica à que era extraída da forma tradicional. Essa enzima é pioneira entre os produtos gerados por OGMs e está no mercado desde os anos 90. Notem que o queijo, em todo seu processo de produção, só teve contato com a quimosina - que não é um OGM, é um produto de um OGM. Além disso, a quimosina é eliminada do produto final. Por isso, o queijo escapa da rotulação obrigatória. Pão, bolos e biscoitos geneticamente modificados Trigo e centeio, os principais cereais usados para fazer pão, continuam sendo plantados de forma convencional e não há variedades geneticamente modificadas em vista. Mas vários ingredientes usados em pão e bolos vêm da soja, como farinha (geralmente, nesse caso, em proporção pequena), óleo e agentes emulsificantes como lecitina. Outros componentes podem derivar de milho transgênico, como glucose e amido. Além disso, há, entre os aditivos mais comuns, alguns que podem originar de microrganismos modificados, como ácido ascórbico, enzimas e glutamato. Dependendo da proporção destes elementos transgênicos no produto final (acima de 1%), ele terá que ser rotulado. Abobrinha transgênica Seis variedades de abobrinha resistentes a três tipos de vírus são plantadas e comercializadas nos Estados Unidos e Canadá. Ela não é vendida no Brasil ou na Europa. Arroz transgênico Uma das maiores fontes de calorias do mundo, mesmo assim, o cultivo comercial de variedades modificadas fica, por enquanto, na promessa. Vários tipos de arroz estão sendo testados, principalmente na China, que busca um cultivo resistente a insetos. Falou-se muito no golden rice, uma variedade enriquecida com beta-caroteno, desenvolvida por cientistas suíços e alemães. O "arroz dourado", com potencial de reduzir problemas de saúde ligados à deficiência de vitamina A, está sendo testado em países do sudeste asiático e na China, onde foi pivô de um recente escândalo: dois dirigentes do projeto foram demitidos depois de denúncias de que pais de crianças usadas nos testes não teriam sido avisados de que elas consumiriam alimentos geneticamente modificados. Estudo com arroz transgênico em crianças chinesas vira escândalo internacional Feijão transgênico A Empresa Brasileira para Pesquisa Agropecuária (Embrapa), conseguiu em 2011 a aprovação na CTNBio para o cultivo comercial de uma variedade de feijão resistente ao vírus do mosaico dourado, tido como o maior inimigo dessa cultura no país e na América do Sul. As sementes devem ser distribuídas aos produtores brasileiros - livre de royalties - em 2014, o que pode ajudar o país a se tornar autossuficiente no setor. É o primeiro produto geneticamente modificado desenvolvido por uma instituição pública brasileira. Salmão transgênico Após a aprovação prévia da FDA, o público e instituições americanos têm um prazo de 60 dias (iniciado em 21 de dezembro) para se manifestar sobre o salmão geneticamente modificado para crescer mais rápido. Em seguida, a agência analisará os comentários para decidir se submete o produto a uma nova rodada de análises ou se o aprova de vez. Francisco Aragão, pesquisador responsável pelo laboratório de engenharia genética da Embrapa, afirma que tem acompanhado o caso do salmão "com interesse", e que não tem dúvidas sobre sua segurança para consumo humano. "A dúvida é em relação ao impacto no meio ambiente. (Mesmo criado em cativeiro) O salmão poderia aumentar sua população muito rapidamente e eventualmente eliminar populações de peixes nativos. As probabilidades de risco para o meio ambiente são baixas, mas não são zero...na natureza não existe o zero". Transgênicos que não deram certo A primeira fruta aprovada para consumo nos Estados Unidos foi um tomate modificado para aumentar sua vida útil após a colheita, o "Flavr Savr tomato". Ela começou a ser vendida em 94, mas sua produção foi encerrada em 97, e a empresa que o produziu, a Calgene, acabou sendo comprada pela Monsanto. O tomate, mais caro e de pouco apelo ao consumidor, não emplacou. O mesmo ocorreu com uma batata resistente a pesticidas, lançada em 95 pela Monsanto: a New Leaf Potato. Apesar de boas perspectivas iniciais, ele não se mostrou economicamente rentável o suficiente para entusiasmar fazendeiros e foi tirada do mercado em 2001. http://www.diariodasaude.com.br

Plantas brasileiras inibem até 10 tipos de câncer

Plantas nativas contra o câncer Espécies de plantas dos gêneros Croton e Astraea, muito comuns no Brasil, demonstraram atividade antioxidante e antiproliferativa de linhagens de células cancerígenas em experimentos realizados no Instituto de Biociências (IB) da USP. As plantas pesquisadas pela bióloga Daniela Carvalho Ogasawara apresentam extratos que possuem grande capacidade de inibição de linhagens tumorais, como as de câncer de pulmão, mama e leucemia, com potencial para utilização no desenvolvimento de novos medicamentos. A pesquisa buscou ampliar o conhecimento químico e avaliar o potencial de seis espécies herbáceas nativas da flora brasileira: Astraea comosa, Astraea lobata, Croton lundianus, Croton glandulosus, Croton campestris e Croton triqueter. "Elas pertencem ao mesmo gênero do sangue-de-adave ou sangue-de-dragão, espécies conhecidas por seu látex de cor avermelhada", afirma Daniela. "Praticamente todos os ecossistemas brasileiros possuem representantes do gênero". Plantas anticâncer Os extratos das folhas e dos caules de todas as espécies, em especial a Croton triqueter, apresentaram capacidade de sequestro de radicais livres, com mais eficiência nas folhas. "Para as atividades antiproliferativas, 11 dos 12 extratos demonstraram atividade contra as dez linhagens de células cancerígenas analisadas e nenhum foi tóxico à linhagem de controle, composta por células normais", destaca Daniela. As linhagens celulares utilizadas na pesquisa foram de câncer de mama, melanoma, glioma, cólon, ovário resistente a múltiplos fármacos, pulmão, próstata, ovário, leucemia e rim. Quatro das espécies pesquisadas, que mostraram grande eficácia contra linhagens de células de vários tipos de câncer. Ogasawara/Paleari/Melilo/Motta] "Os resultados demonstram alta potencialidade para alguns extratos, como o das folhas de Astrea comosa e das folhas e caules de Croton campestris para as linhagens tumorais de pulmão, mama e leucemia, sugerindo que os estudos sobre eles devem ser aprofundados", sugere a bióloga. Benefícios dos gêneros Croton e Astraea Como o trabalho se concentrou nos extratos brutos, as substâncias responsáveis pelas atividades não foram isoladas. "Trata-se de um estudo preliminar, para identificar se as espécies possuem ou não potencial para investimentos, públicos e privados, e maiores investigações", afirma a bióloga. "Muitos experimentos são necessários para que uma das substâncias vire um medicamento, é difícil prever o tempo que será necessário até que o fármaco esteja disponível". De acordo com Daniela, diversas espécies dos gêneros Croton e Astraea possuem atividade comprovada pelos cientistas. "O látex vermelho de Croton lechleri apresenta atividades antibacteriana e inibidora da proliferação de células da leucemia e os extratos aquosos e etanólicos de Croton schideanus têm atividade vaso-relaxante e anti-hipertensiva", conta. "Na Croton cajucara, comprovaram-se efeitos hipolipidêmico e hipoglicêmico, além de antiestrogênico e antitumoral". Agência USP

Há mais calorias nos alimentos do que as embalagens afirmam

Fazer dieta nem sempre é fácil, especialmente porque exige que contemos as calorias de tudo que ingerimos. É bem simples: se você queimar mais calorias do que consome, vai perder peso. Sendo assim, a caloria é a métrica que vai definir o que você deve comer. Por conta disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) brasileira exige rotulagem nutricional obrigatória de alimentos e bebidas embalados. O descumprimento desta resolução constitui infração sanitária. O mesmo ocorre nos EUA, país no qual a Administração de Drogas e Alimentos (FDA, na sigla em inglês) requer que produtos embalados listem suas calorias, entre outros dados, nos pacotes. Para ajudar a combater a obesidade em Nova York, o Departamento de Saúde americano passou a exigir também que restaurantes fast food listassem o conteúdo de calorias em seus cardápios. Leis similares estão sendo implementadas pelo Brasil. Em 2011, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou o projeto de lei que obriga as redes de fast food a informar aos consumidores os valores calóricos e nutricionais das refeições, e em 2012, a Assembleia Legislativa do Paraná aprovou um projeto que define regras para estabelecimentos do setor alimentício, como especificação das calorias dos alimentos oferecidos em cardápios de bares, restaurantes, hotéis, fast foods e similares. Tanto no Brasil como nos EUA, os restaurantes que não cumprirem tal ordem estão sujeitos a multas, mas há um problema evidente: a falta de fiscalização. Aparentemente, não há verificação da precisão destas listagens de calorias. O sistema depende essencialmente da honra e honestidade dos vendedores de alimentos, que podem listar os números que quiserem, até que alguém (de alguma forma) perceba algum erro e faça uma reclamação. Se você, por acaso, tem uma desconfiança natural de redes de fast food e não acredita na sinceridade incondicional dos restaurantes, está certo. Mentiras calóricas O cineasta americano Casey Neistat fez um documentário opinativo chamado “Calorie Detective” (em português, “detetive de calorias”) sobre a listagem de calorias em cadeias de fast food e produtos embalados. Levando em conta que temos que confiar nos restaurantes e empresas para saber as calorias do que consumimos, ele quis verificar se produtos que comprava regularmente estavam atendendo as exigências da FDA. Então, selecionou cinco itens que consumiria em um dia médio: um muffin, um sanduíche de tofu, um sanduíche da rede Subway, um Frappuccino da rede Starbucks e um burrito da rede Chipotle. Em seguida, dois cientistas de alimentos do Centro de Pesquisa e Nutrição para Obesidade de Nova York (EUA) no Centro Hospitalar St. Luke’s-Roosevelt cuidadosamente testaram o conteúdo calórico de cada item, usando um dispositivo chamado de calorímetro. Foi um processo lento, mas preciso. Resultado: quatro dos cinco itens testados tinham mais calorias do que os seus rótulos relatavam. Se alguém dependesse dessa contagem, ingeriria, sem saber, cerca de 550 calorias extras todos os dias, ganhando até 226 gramas em uma semana. Neistat contatou as empresas fabricantes dos itens para tentar obter explicações sobre as diferenças encontradas. A empresa Morrisons Pastry, que faz os muffins vendidos em variados locais em Nova York, disse que não tinha comentários. Segundo eles, um muffin deve ter 640 calorias, mas os cientistas descobriram que tem na verdade 734. Um funcionário da empresa do sanduíche de tofu, cujo produto tinha quase o dobro do número de calorias que constava no rótulo (em vez de 228, tinha na verdade 548, o mesmo de um Big Mac do McDonald’s), disse que não tinha certeza de como a companhia havia chegado àqueles dados, e que iria revê-los. Se encontrasse resultados semelhantes aos de Neistat, alteraria as informações em seus rótulos. Tanto a Starbucks quanto a Chipotle explicaram que, uma vez que seus produtos são feitos à mão em suas lojas, muitas vezes há pequenas variações de calorias. Nenhuma delas mede calorias em laboratório, como Neistat fez. Em vez disso, as empresas somam as calorias de cada ingrediente. Os cientistas explicam que esse processo pode ser especialmente impreciso, já que os valores de calorias de cada ingrediente estão muitas vezes desatualizados. No caso, o Frappuccino deveria ter 370, mas tinha 392 calorias, e o burrito, em vez 1.175, tinha 1.295. Por fim, o Subway afirmou que realiza em laboratórios próprios e “independentes” estudos para fundamentar a sua informação de calorias. Um porta-voz da empresa destacou enfaticamente que a precisão dos dados nutricionais é importante para eles. Deve ser verdade, já que o sanduíche testado tinha menos calorias do que as listadas: 350, versus a informação do rótulo de 360 (vale notar que consumidores já processaram a rede por vender sanduíches menores do que o anunciado). Neistat conclui que, por testar apenas cinco itens, sua pesquisa é pouco conclusiva. “Fiquei com mais perguntas do que respostas. Portanto, seria injusto tirar conclusões mais amplas sobre a indústria de alimentos ou apontar o dedo para empresas específicas”, explicou. Mas ele acredita que uma coisa pode ser dita com certeza: o sistema atual de regulação de calorias é totalmente inadequado e falho. “Com toda a atenção voltada para o que o nosso governo pode fazer para conter a epidemia de obesidade, por que não começar pelo policiamento dos dados nutricionais?”, questiona. Abaixo, você pode assistir o minidocumentário de 5 minutos e 50 segundos (em inglês).[NYTimes, Estadao, Anvisa, G1]

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Grupo vai traçar plano para assistência à saúde de índios isolados

Os grupos de índios que vivem isolados e com recente contato com a sociedade passarão a ter estratégias de atenção à saúde específicas. O governo federal formalizou a criação de um grupo de trabalho para tratar da questão e também estabelecer um plano de contingência para situações de contato e surtos epidêmicos nesses povos. A portaria instituindo o grupo foi publicada na quinta-feira (7) no Diário Oficial da União. A medida leva em consideração a vulnerabilidade desses povos a doenças contagiosas, principalmente em razão do contato com madeireiros, garimpeiros e traficantes de drogas. Formados por pequenos grupos nômades, os índios sofrem com o a invasão de seu território, de obras estruturais e com ações de desmatamento, correndo risco real de desaparecer. O grupo de trabalho será formado por representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), representantes dos distritos sanitários especiais indígenas (Disei). Também farão parte da iniciativa integrantes das coordenações das frentes de proteção etnoambiental (FPE/Funai) e do Fórum de Presidentes dos Conselhos Distritais de Saúde Indígena. A portaria estabelece que os membros serão indicados em até 15 dias. Existem no Brasil aproximadamente 220 povos com uma população de 700 mil índios. A Amazônia Legal concentra quase todos as referências de índios isolados no país. Ainda são encontrados registros de cerca de 60 grupos de indígenas isolados, sem ou de pouco contato com a sociedade. Em novembro, ocorrerá a 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena, que deverá traçar as diretrizes para a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, incluindo a assistência aos índios isolados. (Fonte: Agência Brasil)

Biodiversidade na alimentação

Usar produtos nativos brasileiros para a alimentação e nutrição adequada é o que vem sendo discutido na primeira reunião do comitê nacional que trata da biodiversidade para alimentação e nutrição, realizado nesta sexta-feira (08/02), em Brasília. O secretário de Biodiversidade e Florestas, do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Cavalcanti, que abriu o encontro, destacou que o uso sustentável da biodiversidade para a alimentação e nutrição é uma solução que permite o aumento da qualidade de vida, sem danificar o meio ambiente. Ele citou que 90% da flora nativa do país não fazem parte da alimentação dos brasileiros, lembrando que muitas espécies nativas se reproduzem gratuitamente. “O uso da biodiversidade para alimentação e nutrição tem grande potencial que ainda não é usado”, afirmou. O secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, Paulo Guilherme Cabral, reforçou a importância do uso biodiversidade, ressaltando iniciativas convergentes com o assunto, como o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), que propõe o uso sustentável dos recursos naturais e a oferta e consumo de alimentos saudáveis. Cabral também enfatizou o valor da parceria de tantas instituições em favor de um tema tão relevante. “Essa atuação integrada é necessária e reforça a importância do uso da biodiversidade para a alimentação”, disse. Mudança de hábito - “Queremos chamar a atenção para a riqueza da biodiversidade brasileira, para que a dieta simplificada seja trocada pela dieta diversificada”, sugeriu o gerente de Recursos Genéticos do Departamento de Conservação da Biodiversidade, Lídio Coradin. Ele também é diretor do Comitê Nacional de Coordenação do Projeto Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade para a Melhoria da Nutrição e do Bem Estar Humano, também conhecido como Biodiversidade para Alimentação e Nutrição (BFN, sigla em inglês). “A alimentação saudável tem que fazer parte da rotina das pessoas, por isso é necessário uma recuperação cultural, quando se usava muito mais produtos naturais do que alimentos processados”, enfatiza Coradin. Lembrou que o arroz, a batata, o trigo e o milho fazem parte dos alimentos básicos. Parcerias - Durante a reunião, foi instalado o Comitê Nacional de Coordenação do Projeto e discutido o plano operacional. A coordenadora, Deborah Bastos, da Universidade de São Paulo (USP), apresentou os objetivos e o histórico do projeto, assim como o papel de cada parceiro. O objetivo é mostrar a ligação existente entre a biodiversidade, a alimentação e a nutrição. Para isso, está previsto o desenvolvimento de atividades em âmbito nacional, envolvendo parcerias com uma série de iniciativas do governo federal: Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade (PNPSB), além da ação voltada ao Desenvolvimento da Agricultura Orgânica (Pró-Orgânico). Participam do Comitê representantes dos ministérios do Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Saúde e Educação, além do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Federação Nacional dos Nutricionistas (FNN), do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Histórico - O desafio de assegurar ao ser humano uma alimentação adequada e saudável, sem comprometer a sustentabilidade do planeta, vem sendo discutida em todo o mundo desde 2006, quando o projeto foi criado nos Estados Unidos. A ação é coordenada pelo Bioversity International (Instituto Internacional de Recursos Genéticos Vegetais – IPGRI, sigla em inglês), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Para promover as ações de desenvolvimento na área estudada pelo projeto – Biodiversidade para Alimentação e Nutrição, Bioversity International e PNUMA decidiram convidar alguns países para integrarem a ação. Dessa forma, hoje fazem parte da iniciativa Brasil, Quênia, Sri Lanka e Turquia. O objetivo é promover a conservação e a promoção do uso sustentável da biodiversidade em programas que contribuam para melhorar a segurança alimentar e a nutrição humana, além de valorizar a importância alimentícia e nutricional das espécies relacionadas à biodiversidade agrícola e resgatar o valor cultural desempenhado no passado por muitas dessas espécies. (Fonte: MMA)

Associação entre morcegos e ebola africano sugere dispersão do vírus

Cientistas encontraram pela primeira vez evidências da presença do vírus africano da febre hemorrágica Ebola em morcegos frugívoros asiáticos, o que sugere uma disseminação bem maior do vírus em todo o mundo do que se tinha conhecimento. Isso não significa que surtos de Ebola sejam inevitáveis, afirmou Kevin J. Olival, líder da equipe que capturou os morcegos, da EcoHealth Alliance, embora isso seja possível. Acredita-se que os morcegos bebam a seiva de potes presos às árvores usados para a coleta da saborosa seiva da tamareira. A causa dos surtos fatais do vírus Nipah – que não tem relação com o Ebola – ocorridos em Bangladesh foi atribuída à seiva fresca, contaminada pela saliva de morcegos. Os coletores de seiva de tamareira devem ser estimulados a colocarem tampas de bambu sobre os potes de coleta para evitar a aproximação dos morcegos, afirmou Olival. A equipe do cientista capturou 276 morcegos, de quatro regiões de Bangladesh, para realizar o estudo publicado este mês no periódico Emerging Infectious Diseases. “Esses morcegos pernoitam em cavernas, mas existem muito poucas em Bangladesh, por isso colocamos redes de nylon do lado de fora de ruínas antigas que pareciam tiradas de um filme de Indiana Jones”, afirmou. “Eles saíram à noite para procurar comida.” A equipe desenredou os morcegos, retirou amostras de sangue, saliva, urina e fezes, e depois os liberou. Cinco dos morcegos capturados, todos da espécie Rousettus leschenaultia , reagiram ao teste de anticorpos do vírus Ebola Zaire. Como os pesquisadores não encontraram o vírus, não foi possível realizar o sequenciamento genético nem verificar o grau de semelhança com a cepa africana. Embora espécies relacionadas de morcegos frugívoros sejam encontradas na África, Índia e China, elas não possuem territórios comuns e não percorrem distâncias longas, afirmou. É provável, portanto, que o vírus tenha se hospedado em uma espécie ancestral do morcego durante milênios, afirmou Olival. O Ebola Reston, um vírus relacionado que não é conhecido por tornar doentes os seres humanos, foi descoberto em morcegos frugívoros das Filipinas, e um vírus semelhante ao Ebola foi encontrado em morcegos da Espanha que se alimentam de insetos. Mas as evidências de Bangladesh se assemelham mais ao Ebola Zaire. No início, acreditava-se que o Ebola fosse um vírus de gorilas, porque os surtos humanos começavam depois que as pessoas comiam gorilas mortos. Mas os cientistas acreditam que os morcegos sejam os hospedeiros naturais do vírus e que os primatas talvez sejam infectados por meio da ingestão de frutas nas quais os morcegos salivaram ou defecaram. (Fonte: Portal iG)

Cientistas encontram vida pela 1ª vez sob camada de gelo da Antártica

Cientistas dizem haver encontrado, pela primeira vez, evidências de bactérias vivas abaixo de uma grossa camada de gelo da Antártica, com aproximadamente 1 km de espessura. A descoberta, anunciada nesta semana, foi feita por pesquisadores de um projeto da Fundação Nacional para a Ciência dos EUA (NSF, na sigla em inglês) que conta com a participação de várias universidades. O achado ocorreu em um lago gelado, situado abaixo de uma camada de neve do continente – o chamado Lago Whillans. Em entrevista ao jornal “New York Times”, pesquisadores atestaram a importância da pesquisa, que pode ter encontrado a “primeira imagem de um vasto ecossistema de vida microscópica em lagos subterrâneos na Antártica”, segundo o periódico. “A descoberta transforma a forma como vemos o continente antártico”, disse o pesquisador John Priscu, da Universidade Estadual de Montana, ao jornal. Para atingir o fundo lago, os cientistas usaram um sistema de perfuração com água quente, tecnologia desenvolvida para prevenir contaminações. Após coletar água e sedimento, os cientistas analisaram as amostras e encontraram micro-organismos vivos e ativos. Mais testes, incluindo análises de DNA, são necessários para saber que tipo de bactérias foram encontradas e como elas vivem. Não há luz, então provavelmente os seres unicelulares dependem de matéria orgânica trazida ao lago por outras fontes. Vida em outros planetas – Os pesquisadores acreditam que a descoberta pode ajudar a entender e levantar hipóteses sobre a existência de vida ou não nas luas geladas de planetas como Júpiter e Saturno. “Se os micro-organismos estiverem usando uma fonte de energia local, pode ser interessante” como um possível paralelo para a vida extraterrena, disse o pesquisador Chris McKay ao “New York Times”. O projeto, chamado Whissard, levou anos para ser planejado e executado e custou US$ 10 milhões da NSF. Trata-se de um dos três programas internacionais para estudar lagos sob o gelo na Antártica, diz o jornal. Outros dois projetos são mantidos pela Rússia e pela Grã-Bretanha. Os pesquisadores acreditam que o lago Whillans é diferente de outros estudados por estar em uma região mais superficial – a 1 km abaixo do gelo – e porque sua água é “renovada” a cada década com outras fontes, como o gelo que derrete da camada acima do lago. (Fonte: Globo Natureza)

Após descoberta carne de cavalo em lasanha, empresas abrem processos

O grupo Findus anunciou neste sábado (9) que abrirá na segunda-feira (11) um processo contra uma pessoa – cujo nome não foi revelado -, depois que na Grã-Bretanha foi descoberta carne de cavalo em sua linha de lasanha de carne bovina. A empresa de alimentos afirmou neste sábado sentir-se enganado e anunciou que vai processar judicialmente o responsável pela situação. Por sua parte, o fornecedor de carne francês Spanghero, com sede em Castelnaudary (sudoeste da França), que revendeu a carne ao Findus, também anunciou que vai processar o produtor romeno que forneceu a carne. “Compramos carne bovina e a revendemos. Se era de cavalo, vamos processar o fornecedor romeno”, afirmou a empresa através de Barthélémy Aguerre, seu presidente. Ele não proporcionou o nome do fornecedor romeno, alegando ainda não ter os dados no momento. A Findus retirou na sexta-feira os produtos contaminados vendidos na França, mas garantiram que não há riscos para a saúde. A empresa francesa Comigel, que também fornece desde 2011 “lasanhas de carne” à Findus e vende seus produtos congelados em inúmeros países, também indicou que a carne atingida por este escândalo procedia da Romênia, via o fornecedor Spanghero, e anunciou a retirada de todos seus produtos. Num primeiro momento, as autoridades sanitárias de Luxemburgo consideraram que a carne era de origem francesa. A empresa luxemburguesa Tavola, filial da francesa Comigel, se encarregava da venda destas lasanhas. A descoberta de carne de cavalo nas lasanhas provocou um escândalo no Reino Unido, onde os cavalos são muito respeitados e o consumo de sua carne é quase um tabu. (Fonte: G1)

Rica em biodiversidade, Antártida vira centro de pesquisa a céu aberto

Contribuindo para o equilíbrio ambiental do planeta, a Antártica exerce grande influência sobre a biodiversidade terrestre, servindo de base para pesquisadores de diferentes países, inclusive o Brasil. A Antártica é um continente rico em biodiversidade, mas que ainda é considerado quase inacessível. O continente se estende por cerca de 14 milhões de quilômetros quadrados, é dono de 90% das reservas de gelo e 70% da água doce do planeta, bem como de recursos minerais e energéticos incalculáveis. Esse potencial vem despertando o interesse de estudiosos de todo o mundo, o que intensificou os projetos de pesquisas sobre o derretimento acelerado da camada de gelo polar nos últimos anos. Segundo dados do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), o nível dos oceanos subiu cerca de 20 centímetros no século passado. Aumento do nível do mar – Até 2100, os pesquisadores preveem um aumento do nível do mar entre 18 e 59 centímetros, em função do derretimento das plataformas de gelo. Os números revelam que esse é um dos aumentos mais rápidos já registrados no planeta. Assim, a Antártica exerce um papel essencial nos ecossistemas terrestres e funciona como um centro de pesquisas a céu aberto. A principal função do continente é a de regulador térmico, controlando as circulações atmosféricas e oceânicas e influenciando no clima e nas condições de vida na Terra. Com vista a permitir a liberdade de exploração científica do continente, 12 países concordaram, inicialmente, em ratificar o Tratado da Antártica. O documento, assinado em 1º de dezembro de 1959, estabelece a pesquisa científica, a cooperação internacional para esse fim e a utilização pacífica da Antártica. Hoje, são mais de 30 o número de países signatários. Brasil na Antártica – O documento também dita regras em relação à remoção e ao destino do lixo produzido no local. A lei diz que todo país deve se responsabilizar integralmente pelo correto armazenamento e transferência de qualquer resíduo no continente gelado. Mais de 60 estações de pesquisa funcionam no território antártico. Elas estão localizadas principalmente na costa. Em 1984, o Brasil passou a ser um dos países a manter uma delas, com a implantação da Estação Antártica Comandante Ferraz na Ilha Rei George, no arquipélago das Shetlands do Sul. No local são realizadas pesquisas relacionadas ao impacto das mudanças ambientais na Antártica e suas consequências para as Américas, inclusive a Amazônia. Os estudos também ajudam na identificação de recursos econômicos vivos e não vivos da região e o levantamento das condições fisiográficas e ambientais do continente. No entanto, em fevereiro do ano passado, um incêndio causado por uma explosão na casa de máquinas provocou a destruição de 70% das instalações da base. Nova base – Uma instalação temporária composta pelos chamados Módulos Antárticos Emergenciais contribuirá para o funcionamento das pesquisas que eram realizadas na estação. O complexo está localizado na área que atualmente é destinada ao pouso de helicópteros, longe da base que foi atingida pelo fogo. A distância entre as duas estruturas é necessária para que as novas instalações sejam reconstruídas sem problemas. A estação provisória terá capacidade para receber cerca de 60 pessoas, entre cientistas e militares – quase o mesmo número comportado pela antiga base. Segundo a Marinha, a construção da base temporária deve ir até o fim de março deste ano. A reconstrução de fato está prevista para ocorrer entre o verão de 2013/2014. O investimento será de R$ 100 milhões, verba que deve custear o prêmio ao escritório vencedor, o projeto e as despesas com o processo logístico. (Fonte: Terra)

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Educação ambiental em debate

Quais são os atuais desafios da educação ambiental no cenário nacional? Para responder essa questão, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) reúne especialistas em um painel de debates que vai discutir os temas que envolvem as políticas públicas de educação ambiental e mobilização social. O encontro acontece nesta quinta-feira (7), a partir das 14h30, no auditório do MMA da unidade 505 Norte. O painel contará com palestras dos educadores José Quintas, ex-coordenador geral de Educação Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); Marcos Sorrentino, assessor especial do Ministro da Educação e livre docente da Universidade de São Paulo (USP); Leila Chalub e Vera Catalão, professoras da Universidade de Brasília (UnB). O encontro também terá com o debatedor o coordenador-geral de Educação Ambiental do Ministério da Educação (MEC), José Vicente Freitas, além de representantes do Ibama, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Agência Nacional de Águas (ANA), que integram a Comissão Intersetorial de Educação Ambiental do MMA. Ação conjunta – O encontro é organizado pelo Departamento de Educação Ambiental (DEA), da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (SAIC), do MMA. O diretor do departamento, Nilo Diniz, destaca que o encontro servirá para pautar e fortalecer a ação conjunta em prol da Educação Ambiental. “Este painel de debates encerra um mês de autoformação da equipe do DEA, com o objetivo de fortalecer conceitualmente as ações conjuntas de toda a área ambiental, no que concerne à formação de educadores ambientais. Neste momento de grandes desafios sociais e econômicos, é preciso que a agenda da sustentabilidade socioambiental, por meio de processos educativos, de comunicação e mobilização social, preste a sua colaboração”, enfatiza Diniz. O DEA está elaborando ações de educação ambiental, projetos e programas para este ano, com base na política e no programa Nacional de Educação Ambiental. As ações destinam-se a garantir, no âmbito educativo e a nível nacional, a integração da sustentabilidade ambiental, social, ética, cultural, econômica, e política ao desenvolvimento do país. Servidores do ministério, assim como do IBAMA, ICMBio, Serviço Florestal Brasileiro e Jardim Botânico do Rio também participarão do painel de debates. (Fonte: MMA)

Álcool e direção, mistura explosiva

O consumo de bebida alcoólica afeta de forma incontestável o reflexo e a atenção de motoristas, mesmo assim muitos insistem em unir direção e álcool. Apenas durante o Natal e o Réveillon de 2012 a Polícia Rodoviária Federal (PRF) aplicou 1716 multas em razão do uso de bebidas etílicas – em 2011 foram 740 delas. Na ocasião o número de prisão passou de 322 para 723, um aumento de 125%. Já os testes de bafômetro passaram de 70 mil, ante pouco mais de 25 mil do ano anterior. Apesar do aumento da fiscalização o número de mortes registrado nas rodovias federais cresceu. Entre 21 de dezembro e 2 de janeiro de 2012 a Polícia Rodoviária Federal registrou 392 mortes, enquanto que em 2011, no mesmo período, foram 353. Com a proximidade do Carnaval o assunto merece atenção redobrada. É comum o aumento do consumo de álcool durante as festas de fevereiro e isso obriga uma reflexão mais aprofundada sobre o trânsito. O problema ganha proporções maiores se analisarmos um espaço de tempo mais extenso: de acordo com o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), entre 2002 e 2010, o número total de óbitos por acidentes com transporte terrestre cresceu 24%, passando de 32.753 para 40.610 mortes por ano. Com base nesses números, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o Brasil como 5º país do mundo em mortes no trânsito. O problema é que, mesmo com dados tão alarmantes, o assunto não ganha a repercussão que merece. A boa notícia é que medidas simples podem minimizar a questão. O primeiro passo é investir mais na conscientização dos motoristas. No passado, ações publicitárias e aplicação de multas favoreceram o uso do cinto de segurança. Foi um trabalho árduo, cujos resultados são extremamente positivos – a utilização do cinto com certeza reduziu o número de mortes no trânsito. Agora, o foco das campanhas deve é a redução do consumo de álcool. O endurecimento da chamada Lei Seca é uma ação positiva, mas somente isso não basta. Educação é fundamental. Demonstrar aos motoristas que é importante investir também em itens de segurança para os veículos é essencial. Entretanto, mesmo com o aumento das vendas de veículos nacionais, que de janeiro a novembro de 2012 foi 10,2% maior que 2011, conforme dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a preocupação com artigos imprescindíveis não se expandiu. Ainda hoje são opcionais itens como freios ABS e air bags e, devido ao custo excessivo, acabam limitados a versões mais sofisticadas de carros, inacessíveis à grande maioria da população. A realização de manutenções preventivas, fundamentais para garantir o funcionamento adequado do veículo e evitar problemas, também ainda é considerada item “de luxo”. Vale lembrar que a “culpa” não é só do motorista, há ainda desafios estruturais, de responsabilidade dos governos. Nesse ponto incluem-se a necessidade de melhoria nas condições de ruas e estradas e até mesmo a disponibilização de sistemas de transporte público de maior qualidade, de modo a desestimular o uso de veículos individuais para os deslocamentos cotidianos. Se as ações do governo são demoradas, a mudança de hábitos dos motoristas pode ser mais rápida. Isso porque depende exclusivamente de cada pessoa. Não beber quando for dirigir é o hábito mais importante a ser adotado. Respeitando a lei, o motorista não só favorece a sua própria segurança, mas também a de todos que utilizam as estradas. Portanto, por mais banal que seja o aviso dado ao final de cada propaganda utilizada pelas mais variadas marcas de cerveja, no momento, ele se torna mais atual do que nunca: seja consciente, se beber, não dirija! * Amanda Kardosh é gerente de Sustentabilidade da Ecofrotas. (Ecofrotas)