O artesanato que utiliza materiais recicláveis está fazendo parte da rotina de reeducandos da Penitenciária Harry Amorim Costa (Phac), em Dourados. Nessa quinta-feira (6) ocorreu a Mostra Cultural “do lixo ao luxo” no presídio, uma parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a Escola Polo Professora Regina Lúcia Anffe Nunes Betine, responsável pelo ensino em unidades penais da Capital e do interior.
O resultado do trabalho dos internos teve tanto sucesso que a administração da unidade decidiu dar continuidade ao projeto. A ideia é organizar uma exposição na Câmara Municipal de Dourados, para que toda a população possa ter acesso. Outra medida é que agora serão aceitas encomendas para quem quiser adquirir as peças, com a renda sendo revertida aos familiares dos custodiados. As encomendas podem ser feitas pelos telefones ou 3902-2855.
Criatividade não falta. Entre as peças produzidas, estantes feitas com caixas de madeira de frutas e verduras, trabalhadas com detalhes em papel de revistas e jornais; bolsas produzidas com embalagens de biscoitos e papel de maços de cigarros; abajures de papelão, com aplicação de restos de massa corrida; vasos de caixas de leite com detalhes em coadores descartáveis de café; redes e tapetes com embalagens plásticas de arroz; brinquedos de variados modelos feitos com garrafas pet, madeira em papel.
Para se ter uma ideia – a partir de caixas e tablados de madeira, almofadas, jornais e algumas mãos de verniz – um grupo de internos confeccionou uma sala de estilo rústico, com estante, mesa de centro e dois sofás. O acabamento ficou firme e capaz de sustentar qualquer tipo de peso. Diante da qualidade e resistência dos objetos, a missão deles agora é construir uma estante para a biblioteca da unidade.
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A atividade poderá representar também uma importante ferramenta de ressocialização. Além da conscientização ambiental, para alguns reeducandos o aprendizado adquirido durante a preparação da exposição poderá se transformar um ofício para a vida fora da prisão. É o caso do interno A. S.; prestes a ganhar a liberdade, ele acredita que poderá fazer da produção de vasos uma fonte de renda no futuro. Da mesma forma, M. J. pretende reverter suas redes feitas de embalagens de arroz, em benefício social.
Atualmente, 168 reeducandos estudam no presídio – da alfabetização ao ensino médio – e outros 145 trabalham. Segundo o diretor da Phac, a ocupação laboral dos internos, aliada às ações de disciplina, contribui significativamente para reinserção social.http://www.correiodoestado.com.br
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