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quarta-feira, 30 de junho de 2010

5 armadilhas destroem a alimentação saudável, fuja delas

Seguir as orientações contidas na pirâmide alimentar para manter uma alimentação saudável é uma ótima iniciativa. Mas os planos para equilibrar a saúde podem ir por água abaixo (e ponteiro acima) se você não tomar cuidado na horade combinar as porções.

Para fugir dos erros comumente cometidos pelos iniciantes no método, a responsável pela equipe nutricional do Minha Vida, Roberta Stella, montou uma lista com os erros mais comuns. Veja se as dúvidas a seguir já rondaram sua cabeça na hora de montar seu prato guiado pela pirâmide e saiba como escapar dessas armadilhas, da melhor maneira.

Armadilha: Ficou difícil resistir à macarronada do almoço e você não pensou duas vezes na hora de encher o prato de carboidratos. Como não quer extrapolar as porções que tinha programado para o dia todo, resolve banir o nutriente do restante das refeições.

Dica: Faça um planejamento antecipado para não restar dúvidas sobre o número e a quantidade das porções que você precisa ingerir durante o dia. A princípio, parece um pouco trabalhoso. Mas basta fazer os cálculos no primeiro dia e seguir essa organização nos outros, usando atabela de substituições como guia , ensina a nutricionista. Se você escorregar em alguma refeição, nada de ficar rearranjando os grupos alimentares. O conselho da especialista é manter o planejamento como se o deslize não tivesse acontecido. Tentar consertar o erro pode gerar confusão e fazer com que nutrientes importantes para o organismo não sejam ingeridos na quantidade adequada , ressalta Roberta.


Armadilha: Seu objetivo é contar com os princípios da pirâmide alimentar para emagrecer. Por isso, você toma muito cuidado com o grupo dos cereais, pães, tubérculos e raízes, rico em carboidratos. Você dispensa algumas porções e garante o baixo valor calórico do seu cardápio.

Dica: A pirâmide nada mais é do que a representação global de um cardápio balanceado. O maior cuidado ao segui-la deve ser para que todos os grupos alimentares estejam presentes na alimentação na quantidade mínima , alerta Roberta. Ou seja, se a quantidade indicada. Isso diminui a possibilidade de excessos na alimentação, já que você não chega faminto à próxima refeição.


Armadilha: Como você não tem o costume de comer à noite, prefere agrupar as porções que deveriam compor o jantar com as do almoço. Afinal, o que vale é a soma final das porções dos grupos alimentares indicadas pela pirâmide.

Dica: A pirâmide alimentar estimula o bom hábito à mesa. Portanto, não é recomendado concentrar os grupos alimentares em poucas refeições , explica Roberta. O conselho da nutricionista do Minha Vida é optar por alimentos de fácil digestão e que façam parte da sua rotina alimentar.

Se você não está acostumado a jantar, substitua os alimentos típicos dessa refeição por outros que podem montar um lanche. Troque o arroz por pão, a carne por um embutido e assim por diante. Mas é importante seguir as porções de cada grupo , diz. Para acertar nos mandamentos da pirâmide, fuja da monotonia

Armadilha: Definitivamente, você não é fã das hortaliças e elas não fazem falta nenhuma no seu cardápio. Por isso, você nem se preocupa com as porções deste grupo alimentar. O melhor a fazer é riscá-las do menu e ingerir as calorias referentes a essas porções com outros grupos.

Dica: Deixar algum grupo alimentar de lado, segundo Roberta, não prejudica o andamento da pirâmide. Mas o propósito de criação dela é justamente oferecer uma alimentação rica em todos os nutrientes. Excluir os legumes, por exemplo, terá como conseqüência a carência de minerais e vitaminas, fundamentais para o corpo. Também é importante lembrar que nenhum grupo substitui outro. A conclusão é que deixar de ingerir legumes para aumentar a quantidade de porções das frutas não é atitude acertada. Uma alimentação adequada requer variedade alimentar decorrente da ingestão de alimentos pertencentes a todos os grupos alimentares

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Cientistas prevêem ano com recorde de temperaturas



A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA constatou que os primeiros meses de 2010 foram os mais quentes já observados e prevê que teremos um novo pico na média histórica talvez superando todos os registros desde 1880.

A previsão da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) para 2010 não é boa. Assim como os dois anos mais quentes na história, 1998 e 2005, este ano começou sob o forte efeito do fenômeno do El Niño e se seguir a tendência apontada por esses primeiros meses, chegaremos em dezembro com um novo ano recorde de aquecimento global.

Nesses cinco primeiros meses de 2010, temperaturas acima do normal se fizeram sentir principalmente no leste da América do Norte, Brasil, Europa e Rússia, no sul da Ásia e na África equatorial. Segundo o NOAA, o planeta está passando por seu período mais aquecido já registrado.

Além de projetar que viveremos o primeiro semestre mais quente da história, o NOAA constatou que este maio foi o mais quente já registrado, assim como também foi o outono no hemisfério sul - primavera no hemisfério norte (março ao fim de maio) -, com a mais alta média de temperaturas.

Maio esteve 0.69°C mais quente que a média registrada desde 1880. Já para o período referente ao nosso outono, a temperatura esteve 0.73°C acima do padrão. Como um todo, o ano de 2010 está 0.68°C mais aquecido que a média histórica.

O NOAA realiza relatórios periódicos sobre a temperatura global e para isso utiliza uma rede de coleta de dados que cobre praticamente todo o planeta. Dessa forma consegue construir previsões que estão entre as mais confiáveis disponíveis.

Fator Homem

Apesar de vários fatores naturais, como o já mencionado El Niño, serem fundamentais na composição da temperatura do planeta, uma parte desse aquecimento também é de nossa responsabilidade.

Um artigo publicado nesta semana no Proceedings of the National Academy of Sciences (NAS) analisou o trabalho de 1372 pesquisadores climáticos e concluiu que a noção de que as atividades humanas estão impulsionando o aquecimento global é um consenso entre a comunidade cientifica.

Para a Presidente do Comitê Científico do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, Suzana Kahn, a ação do homem deve provocar o aumento da temperatura mundial antes do previsto por especialistas. Se a emissão de dióxido de carbono (CO2) continuar na progressão atual, o planeta vai ficar 2°C mais quente em apenas 20 anos.

“Dois graus é o limite para termos alterações climáticas ainda suportáveis ou adaptáveis, baseadas nos recursos atuais de tecnologia”, alertou Suzana durante o Fórum Ambiental do XII Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), no começo de junho.

A conclusão que se pode chegar é que temos que fazer tudo ao nosso alcance para frear o aquecimento global, pelo menos na parte que cabe à humanidade, mas é fundamental que os governos se preparem para ajudar às populações para as mudanças climáticas e ambientais que invariavelmente acontecerão.

Fabiano Ávila
Fonte: CarbonoBrasil/NOAA

Registro de emissões de CO2 no Brasil ganha cartilha e base de dados pública

Para as companhias, o registro de emissões pode se tornar uma ferramenta de gestão, além de contribuir com o aumento da competitividade e ao fomento à inovação.


O Centro de Estudos de Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces), o World Resources Institute (WRI) e o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) lançaram, em 22 de junho, as especificações do Programa Brasileiro GHG Protocol - que orientam as empresas sobre as normas de elaboração de relatórios de emissão de CO2 - e o Registro Público de Emissões, no qual as empresas poderão incluir seus dados em uma base online aberta.

O evento contou também com a apresentação dos relatórios de 35 empresas, o que segundo Marina Grossi, presidente executiva do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (Cebds), representa um grande avanço para o país e mostra como o setor privado está se posicionando na discussão de metas do governo. "O setor produtivo que pode realmente reduzir as emissões e cumprir as metas adotadas pelo governo em Copenhague", afirmou Grossi.

Para as companhias, o registro de emissões pode se tornar uma ferramenta de gestão, além de contribuir com o aumento da competitividade e ao fomento à inovação, já que representa o registro histórico das emissões e estimula o surgimento de novas tecnologias que emitam menos carbono. "O registro de emissões representa um passo significativo das empresas no sentido de buscar alternativas para uma economia de baixo carbono", afirmou Maria Tereza Leme Fleury, diretora da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas.

A associada sênior do World Resources Institute, Taryn Fransen, declarou no evento que o registro de emissões fortalece a relação das empresas com seus investidores, clientes e fornecedores, indicando transparência em suas ações e influencia a formulação de políticas públicas. Os programas voluntários de registro de emissões, segundo Fransen, estão servindo de base para a formulação de políticas em vários estados dos EUA e do Brasil. "Em Nevada e em Massachusetts os registros já são obrigatórios”, disse.

Segundo a coordenadora adjunta do GVCes, Raquel Biderman, os estados de São Paulo, Pará, Amapá, Mato Grosso, Pernambuco e a cidade de São Paulo já consideram a hipótese de incluir os registros em projetos de lei para políticas voltadas ao clima. Os registros, podem também beneficiar as empresas em negociações internacionais sobre as políticas de mudanças no clima, além de aumentar a ênfase na cadeia de suprimentos, já que os investidores estão pedindo cada vez mais transparência e detalhes dos processos produtivos.

Relatórios

As emissões das 35 empresas que participaram do programa somaram quase 89 milhões de toneladas de CO2 equivalentes em 2009. O setor de transformação foi o responsável por 89% dessas emissões, sendo que as petroquímicas e a fabricação de combustíveis foram os segmentos que mais contribuíram com esse montante.

O setor de mineração emitiu 10% do volume e os setores de saneamento, energia, agronegócio, serviços financeiros e serviços públicos somaram 1%. Esses dados, quando comparados com os resultados do Inventário Nacional Preliminar do Ministério da Ciência e Tecnologia, indicam que as 35 empresas contribuíram com 4% das emissões brasileiras ou 20%, se excluirmos as emissões da agricultura e mudanças no uso da terra.

Revista Sustentabilidade/EcoAgência

Akatu lança relatório “Estado do Mundo” em português

Documento aponta que, sem mudança cultural que valorize a sustentabilidade em vez do consumismo, nada poderá salvar a humanidade dos riscos ambientais e de mudanças climáticas.


O Instituto Akatu pelo Consumo Consciente lança na próxima quarta-feira, dia 30 de junho, a versão em português do relatório Estado do Mundo – 2010, uma das mais importantes publicações periódicas mundiais sobre sustentabilidade. Produzido pelo Worldwatch Institute (WWI) – organização com sede em Washington (EUA) – o Estado do Mundo traz anualmente um balanço com números atualizados e reflexões sobre as questões ambientais.

Neste ano, o tema é Transformando Culturas – do Consumismo à Sustentabilidade e aborda as mudanças no consumo, sob a ótica da economia, negócios, educação, mídia e movimentos sociais. Eduardo Athayde, diretor da WWI fará a apresentação do estudo. Em seguida, ele compõe a mesa de debate com Ricardo Abramovay, professor titutar da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e presidente do Conselho Acadêmico do Instituto Akatu e Lívia Barbosa, diretora de pesquisa do centro de Altos Estudos da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e membro do Conselho Acadêmico do Instituto Akatu. O debate será mediado por Hélio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu.

O Relatório

Segundo dados do relatório, na última década, a humanidade aumentou seu consumo de bens e serviços em 28%. Somente em 2008, foram vendidos no mundo 68 milhões de veículos, 85 milhões de refrigeradores, 297 milhões de computadores e 1,2 bilhão de telefones celulares. Para produzir tantos bens, é preciso usar cada vez mais recursos naturais. Entre 1950 e 2005, a produção de metais cresceu seis vezes, o consumo de petróleo subiu oito vezes e o de gás natural, 14 vezes. Atualmente, um europeu consome em média 43 quilos em recursos naturais diariamente – enquanto um americano consome 88 quilos, mais do que o próprio peso da maior parte da população.

Além de excessivo, o consumo é desigual. Em 2006, os 65 países com maior renda, que somam 16% da população mundial, foram responsáveis por 78% dos gastos em bens e serviços. Somente os americanos, com apenas 5% da população mundial, abocanharam uma fatia de 32% do consumo global. Se todos vivessem como os americanos, o planeta só comportaria uma população de 1,4 bilhão de pessoas. Atualmente já somos quase 7 bilhões, e projetam-se 9 bilhões para 2050.

A pior notícia é quem nem mesmo um padrão de consumo médio, equivalente ao de países como Tailândia ou Jordânia, seria suficiente para atender igualmente todos os habitantes do planeta. A conclusão do relatório não deixa dúvidas: sem uma mudança cultural que valorize a sustentabilidade e não o consumismo, não haverá esforços governamentais ou avanços tecnológicos capazes de salvar a humanidade dos riscos ambientais e de mudanças climáticas.

Editado há 28 anos e em cerca de 30 idiomas, o Estado do Mundo é publicado no Brasil desde 1999 pela Universidade Livre da Mata Atlântica (UMA), representante do WWI no Brasil. Neste ano, o Akatu foi convidado para a parceria devido ao tema abordar especificamente sustentabilidade e consumo. “Ao longo da sua existência, o Akatu vem se estabelecendo como referência no Brasil em abordagem de questões referentes ao comportamento de consumo, razão pela qual recebemos essa honrosa responsabilidade do Worldwatch Institute”, afirma Mattar.

“Este relatório proporcionará o acesso a informações abrangentes a respeito de uma vida mais saudável ambiental e socialmente, para toda a sociedade”, comenta Athayde. Para o presidente do Akatu, o Estado do Mundo é uma ferramenta primordial de consulta para todos aqueles que têm alguma intenção de cooperar com a preservação do planeta. “O relatório é um choque de realidade. Um material que impulsiona a todos os que têm acesso a ele a agirem em benefício da Terra”, conclui Mattar.

A edição do Estado do Mundo em português e o evento de lançamento são patrocinados pelo Itaú, parceiro pioneiro do Instituto Akatu.
Após o lançamento oficial no dia 30, o relatório estará disponível para ser baixado gratuitamente nos sites do Akatu e do WWI.

Abaixo, algumas das conclusões do relatório:

Economia e Negócios

No âmbito da economia e negócios, uma dos aspetos fortemente recomendados pelo relatório é a “reavaliação do papel das grandes corporações”. O documento considera o poder de alcance do setor: “em 2006, as 100 maiores companhias transnacionais empregavam 15,4 milhões de pessoas com um volume de vendas de US$ 7 trilhões — o equivalente a 15% do produto mundial bruto” e conclui que “um sistema econômico sustentável dependerá de convencer as companhias, por meio de um conjunto de estratégias, de que a condução de seus negócios de maneira sustentável”.

No âmbito social, empresarial e pessoal, a compreensão e a adoção de práticas de sustentabilidade são limitadas. Mudar uma organização costuma ser um processo ainda mais longo do que o da mudança pessoal. Muito se pode aprender com empresas que foram além das mudanças superficiais para abraçarem plenamente a sustentabilidade e que, assim, determinaram mudanças profundas em sua cultura organizacional. Para essas companhias, a sustentabilidade tem papel fundamental como um conjunto de valores que integram a prosperidade econômica, a gestão ambiental e a responsabilidade social, ou seja: lucro, planeta e pessoas.

Para alcançar esse nível de mudança, os líderes devem apresentar visões arrojadas e devem envolver suas organizações em discussões diversas, mais profundas, sobre o objetivo e a responsabilidade da empresa em oferecer valor verdadeiro para os clientes e a sociedade. Além disso, o engajamento de toda a empresa é essencial.

Educação

Segundo o relatório, uma pesquisa anual com alunos de primeiro ano de faculdades nos Estados Unidos investigou durante mais de 35 anos as prioridades de vida dos alunos. No transcorrer desse tempo, a importância atribuída a ter boa situação financeira aumentou de pouco mais de 40% para quase 80%, enquanto a importância atribuída à construção de uma filosofia de vida plena de sentido diminuiu de 75% para pouco mais de 45%. E “este não é um fenômeno apenas americano”, ressalta o documento.

Para romper com o padrão do consumismo, todos os aspectos da educação terão de ser pautados pela sustentabilidade. Hábitos, valores, preferências – todos são, em grande medida, formados na infância. E durante a vida, a educação pode ter um efeito transformador sobre quem aprende. Portanto, explorar essa instituição poderosa será essencial para redirecionar a humanidade para culturas de sustentabilidade.

Nenhum sistema educacional é isento de valores, pois todos ensinam e são orientados por um determinado conjunto de ideias, valores e comportamentos, quer seja o consumismo, comunismo, crenças religiosas, ou sustentabilidade. Quanto mais a sustentabilidade puder estar integrada aos sistemas escolares atuais, maior será o número de pessoas que internalizarão os ensinamentos da sustentabilidade desde a infância. Dessa forma, as ideias, valores e hábitos se tornarão “naturais”. A partir de então, a educação funcionará como ferramenta poderosa para criar sociedades sustentáveis.

Mídia

A maior parte da mídia ainda reforça o consumismo, mas existem esforços no mundo todo para que seu vasto poder e alcance seja utilizado para promover culturas sustentáveis. Segundo o relatório, 83% das residências no mundo têm aparelhos de televisão e 21 em cada 100 pessoas têm acesso a internet. Entretanto, a maior parte da mídia ainda reforça o consumismo, apesar de existirem esforços no mundo todo para que seu vasto poder e alcance seja utilizado para promover culturas sustentáveis.

Por meio de ações publicitárias globais, o setor de água engarrafada, por exemplo, ajudou a criar a impressão de que água na garrafinha é mais saudável, mais saborosa e está mais na moda do que a boa e velha água “torneiral”, mesmo quando estudos demonstram que algumas marcas de água engarrafada são menos seguras do que água da rede e custam de 240 a 10 mil vezes mais. A indústria de água engarrafada movimenta hoje US$ 60 bilhões e vendeu 241 bilhões de litros de água em 2008, mais que o dobro da quantidade vendida em 2000.

Akatu/EcoAgência

Fabricantes terão seis meses para alertar sobre riscos de alimentos em propagandas

Nova regulamentação da Anvisa, órgão do Ministério da Saúde, quer inibir consumo excessivo dos produtos com grande quantidade de açúcar, gordura saturada ou trans e sódio (sal).


Os fabricantes de alimentos e bebidas têm o prazo de seis meses para se adequar às novas regras impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão do Ministério da Saúde, para as propagandas dos produtos com grande quantidade de açúcar, gordura saturada ou trans e sódio.

Com a nova resolução da Anvisa (RDC 24/2010), publicada hoje (29/06), a agência quer inibir o consumo excessivo desses alimentos e bebidas. As empresas serão obrigadas a apresentar alertas nas propagandas sobre os riscos à saúde do consumo excessivo.

No caso dos alimentos ricos em açúcar, o alerta deverá aparecer da seguinte maneira: “O [nome da marca] contém muito açúcar e, se consumido em grande quantidade, aumenta o risco de obesidade e de cárie dentária”. Para os alimentos sólidos, o alerta é válido para aqueles com mais de 15 gramas (g) de açúcar por 100 gramas do produto.

A chamada é obrigatória também para as bebidas com mais de 7,5g de açúcar a cada 100 ml – no caso, refrigerantes, refrescos, concentrados e chás prontos. De acordo com a Anvisa, os alertas devem aparecer nas propagandas de TV, rádio, impresso, internet e, inclusive, em amostras grátis, cupons de desconto, patrocínio e campanhas sociais.

As empresas, os anunciantes, as agências de publicidade e os veículos de comunicação que descumprirem as exigências sofrerão punições - desde notificação, interdição a pagamento de multa, que poderá variar de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão.

As crianças são o principal foco das novas regras da Anvisa, por ser o público mais vulnerável ao consumo exagerado dos alimentos e bebidas com quantidade elevada de açúcar, gordura e sódio.

Estudos internacionais revelaram que a vontade das crianças pesa na escolha de até 80% do consumo alimentar de uma família. Uma pesquisa recente do Ministério da Saúde constatou que mais de 46% da população brasileira está acima do peso – o que estaria diretamente ligada à queda da ingestão de frutas, verduras e outros alimentos saudáveis e o aumento do consumo de produtos industrializados e refeições prontas.

Agência Brasil/EcoAgência

Conhecer seu risco para doenças do coração é muito importante

Sedentarismo, sobrepeso e histórico familiar são fatores de risco consideráveis.

Doença Arterial Coronariana (DAC) é uma condição em que há a formação de placas de gorduras dentro das artérias (arteriosclerose). Com o tempo, estas placas podem provocar diversas doenças, sendo as mais conhecidas, o infarto e a angina do coração, a doença arterial periférica e/ou trombose e o derrame cerebral.

Existem vários fatores que podem aumentar ou diminuir o seu risco de desenvolver as doenças do coração. Esses fatores podem ser modificáveis ou não modificáveis.

Fatores de Risco Modificáveis:

- Sobrepeso ou Obesidade - índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 25.
- Circunferência abdominal maior ou igual a 89 cm para mulheres
- Circunferência abdominal maior ou igual a 101 cm para homens.
- Sedentarismo (não praticar atividade física).
- Pressão arterial maior ou igual a 130 x 90.
- Tabagismo
- Colesterol LDL (mau colesterol)- maior do que 160 mg/dL
- Colesterol HDL (bom colesterol) - menor do que 40 mg/dL

Fatores de Risco não modificáveis:
- Idade - maior de 65 anos
- Sexo - homens têm maiores chances de ter DAC do que mulheres.
- História de DAC de parentes em 1º grau (pai, mãe, irmãos ou filhos) - antes dos 55 anos (para homens) e/ou 65 anos (para mulheres).

Recomendações médicas

A partir dos 40 anos, todas as pessoas com dois ou mais fatores de risco devem conhecer o seu risco de doença coronária no mínimo a cada 5 anos (ou mais freqüentemente, caso haja mudança nos fatores de risco).

Pessoas portadoras de Diabetes ou com risco da doença maior que 20% são possuem um risco semelhante aqueles com doença arterial coronária já estabelecida.

Algumas fórmulas para o cálculo do Risco de DAC estão à disposição da população. Confira alguns sites:

- http://www.diabetes.org.br/risco-cardiovascular
- http://portaldocoracao.uol.com.br/calc-calculos-risco-coronariano-homens.php
- http://portaldocoracao.uol.com.br/calc-calculos-risco-coronariano-mulheres.php

Uso da Aspirina na Prevenção Primária da DAC

Os benefícios do uso da aspirina em baixas doses na prevenção desse tipo de doença superam os riscos e está indicado para pessoas que possuem um risco maior ou igual a 10% em 10 anos, salvo contra-indicações. Por isso, o uso de aspirina, mesmo em baixas doses, aumenta as chances de sangramento gastrointestinal e sangramento cerebral e não deve ser usada por pessoas que possuem risco aumentado para estas doenças.

Entenda o Infarto

O infarto do miocárdio nada mais é do que a morte do músculo cardíaco por falta de irrigação. Isso acontece quando alguma coronária o nome das artérias da nossa bomba fica entupida, num processo chamado aterosclerose, obstruindo a passagem de sangue que leva oxigênio e nutrientes aos tecidos. Se isso durar mais que 20 minutos, o dano é irreversível e as células são destruídas. Nem sempre os sintomas são tão evidentes: além da clássica dor ou aperto no peito e da falta de ar, a pessoa pode sentir enjôos, dores nos braços, no pescoço, nos ombros e nas costas, e até desmaiar. Mas às vezes a vítima nem chega a sentir nada.

No tratamento, podem ser usados desde remédios para revascularizar a área atingida até procedimentos como a angioplastia, que devolve a irrigação através de um cateter que viaja pelos vasos até o coração. Lá, infla-se uma espécie de balão que alarga as artérias estreitadas, liberando a passagem do sangue. Muitas vezes coloca-se também um stent, espécie de molinha que mantém a abertura por onde circula o líquido.

A taxa de sucesso dessas técnicas chega a 90%. Nos casos mais graves, quando há vários bloqueios em grandes artérias, a saída é a cirurgia de ponte de safena. Nela, o médico constrói uma espécie de desvio no local da obstrução usando um pedaço da veia safena, por onde o sangue passa a circular normalmente.

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Refrigerantes aceleram o envelhecimento precoce

Elevados níveis de fosfato contribuem para o avanço dos sinais de envelhecimento .

Especialistas apontam os refrigerantes como inimigos da saúde, pois carregam boas doses de açúcar e sódio, que favorecem o ganho de peso e retém líquido.

Agora, a ciência aponta mais um motivo para bebê-los com moderação. Uma pesquisa da Universidade de Harvard, dos Estados Unidos, apresenta os altos níveis de fosfato encontrados na bebida como um dos fatores de aceleramento do envelhecimento precoce.

Segundo os pesquisadores, elevados níveis de fosfato podem acelerar os sinais de envelhecimento, aumentando a prevalência de doenças relacionadas com a idade, como doença renal crônica e calcificação cardiovascular, além de induzir à atrofia muscular e da pele.

Para chegar a tal conclusão, os pesquisadores analisaram os efeitos do nutriente em 200 voluntários e os resultados foram surpreendentes: dos 200 voluntários avaliados durante seis semanas de pesquisa, 90 apresentaram sinais de envelhecimento celular após consumir dois copos de refrigerante por dia.

60 tiveram sintomas de doença renal, e apenas 50 não sofreram nenhuma alteração com a ingestão da bebida. De acordo com os pesquisadores, quando o fosfato entra no organismo, reage com as substancias responsáveis pelo metabolismo celular acelerando o processo de envelhecimento.

O fosfato é encontrado naturalmente em alguns grãos, leite, gema do ovo, mas é adicionado em quantidades maiores em refrigerantes, chocolates, pirulitos, balas, doces industrializados, sorvetes, ketchup, maionese e pratos prontos, incluindo os congelados.

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Exame de sangue pode prever quando mulher vai entrar na menopausa

Cardápio variado desde cedo ajuda a amenizar calorões e a falta de libido

Um simples exame de sangue pode ser capaz de prever com precisão com que idade as mulheres vão atingir a menopausa.

A técnica foi desenvolvida por um grupo de cientistas iranianos da Universidade de Teerã, que avaliaram amostras de sangue de 266 mulheres com idades entre 20 e 49 anos durante 12 anos. A cada três anos, eles mediram as concentrações do hormônio AMH.

Este hormônio controla o desenvolvimento dos folículos nos ovários (a partir dos quais os óvulos se desenvolvem), por isso, os pesquisadores acreditam que ele poderia ser útil para avaliar a função ovariana.

Os pesquisadores também colheram informações sobre o perfil socioeconômico das mulheres estudadas e sua história reprodutiva.

Segundo a pesquisa, a diferença média entre a idade prevista e idade real das mulheres na menopausa foi de quatro meses e a margem máxima de erro foi de três a quatro anos. Para os pesquisadores, os resultados mostraram "um bom nível de concordância" entre a idade prevista estatisticamente e a idade real da menopausa de 163 mulheres que atingiram a menopausa durante o estudo, o que significa que o teste pode ser um grande aliado no combate aos males que a menopausa pode trazer.

Para a ginecologista Carolina Ambrogini, a importância de um tratamento preventivo e multidisciplinar para combater os incômodos que rondam a fase da menopausa é indiscutível.

A especialista explica que os cuidados com a alimentação e exercícios físicos são fundamentais e que investir em pratos à base de soja, rica em isoflavonas, ajuda a amenizar os calorões repentinos, a falta de libido e as mudanças de humor, típicos do fim da fertilidade feminina.

Segundo Carolina, a deficiência de magnésio também é notada durante a menopausa. O mineral está associado à sensação de bem-estar.

A ingestão para mulheres com mais de 30 anos precisa ser de 320 miligramas por dia. Boas opções para encontrá-lo são as verduras e legumes verdes, cereais integrais e oleaginosas.

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Cientistas desenvolvem plástico capaz de se autodestruir

Cientistas nos Estados Unidos desenvolveram um plástico capaz de se autodestruir, o que poderia facilitar sua reciclagem e degradação no ambiente.

Plásticos (polímeros) são formados pela união de compostos químicos idênticos (monômeros). Scott Phillips e Wanji Seo, da Universidade Estadual da Pensilvânia trabalharam com polímeros de ftalaldeído, adicionando um de dois “gatilhos” químicos (éter de silil ou éter de alil) para cada molécula de ftalaldeído que compõe o polímero.

Quando um pedaço do plástico foi exposto a íons fluoreto (de flúor) em temperatura ambiente, sua parte central, onde as moléculas estavam cobertas com éter de silil, sofreram rápida despolimerização e quebraram. As partes cobertas com éter de alil permaneceram sem alterações.

A técnica poderia ser modificada para o desenvolvimento de produtos plásticos que se degradam rapidamente quando expostos a “gatilhos” no ambiente. Se uma sacola feita de um determinado plástico chega ao oceano, por exemplo, enzimas de micro-organismos na água poderiam fazer o material despolimerizar-se e desaparecer, diz Phillips.

O uso de polímeros com “gatilhos” também tem a vantagem de fornecer um método barato de reciclagem de lixo plástico. Isso porque os monômeros resultantes da quebra dos polímeros poderiam ser repolimerizados para criar novos plástico, um processo provavelmente mais barato do que separar diferentes polímeros (plásticos) antes de começar a reciclagem, opina Phillips.

Até o momento, a equipe desenvolveu polímero com “gatilhos” que reagem com íons fluoreto, paládio e peróxido de hidrogênio. Eles também esperam desenvolver polímeros que respondem a enzimas.

A equipe, porém, adverte que o resultado da pesquisa é apenas uma prova de conceito. Ainda é preciso encontrar polímeros que se quebram em substâncias mais ambientalmente corretas do que ftalaldeído. Outro problema é que os polímeros usados até agora são sensíveis a acidez; eles precisam ser mais estáveis para serem utilizáveis.

O estudo foi publicado na revista “Journal of the American Chemical Society”.

(Fonte: Folha.com)

Votação sobre Código Florestal fica para a próxima semana

A votação na comissão especial que discute mudanças no Código Florestal ficou para a próxima semana. A intenção do presidente da comissão, Moacir Micheletto (PMDB-PR) é votar até terça-feira (06/07). Integrantes da bancada do agronegócio querem votar o tema rapidamente ainda em plenário, mas os ambientalistas e o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), já defenderam que o tema fique para depois das eleições. Nesta terça-feira (29), os deputados discutiram o tema na comissão por cerca de quatro horas, mas não se avançou para a votação.

O relator do Código Florestal, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), já anunciou que fará mudanças no texto. Ele afirma que a intenção do projeto é regularizar a situação de 90% dos produtores rurais brasileiros, que estariam atualmente na ilegalidade.

O parecer final, segundo ele, vai focar a consolidação de áreas que já estão sendo usadas na agricultura. Aldo quer dispensar de atividade de reflorestamento propriedades com área de até quatro módulos rurais. Em propriedades com áreas maiores, essa isenção da responsabilidade de recompor as florestas só começaria a partir do quinto módulo rural.

Uma mudança que o deputado deseja fazer no texto está justamente nesta questão. Aldo quer deixar claro que a isenção é apenas para a recomposição de áreas que já foram desmatadas. “Vou colocar que estão dispensados exclusivamente de recompor a reserva legal. Não estamos autorizando a desmatar nada a mais”, assegurou.

O projeto permite ainda que leis estaduais tratem de temas como a fixação do percentual de reserva legal, área que precisa ser preservada dentro das propriedades rurais. O relator fala ainda em proibir qualquer desmatamento durante cinco anos para que se faça a regularização de todas as propriedades. Ele defende ainda a realização de um censo para verificar a situação de todas as florestas no Brasil.

O parecer tem recebido muitas criticas de parlamentares ligados a causas ambientalistas. No debate dessa terça-feira, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou que os colegas têm usado o argumento de que outros países desmataram para derrubar florestas no Brasil. “Não podemos ter um raciocínio de que se eles devastaram nós temos o direito de devastar também”.

O líder do governo já deu entrevistas elogiando o trabalho de Aldo, mas diante da polêmica, ele quer deixar a votação do tema em plenário para depois da eleição. Um dos líderes da bancada ligada ao agronegócio, o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) está entre os que cobram uma definição rápida. “Nós queremos votar. Existem milhões de produtores multados e outros que não conseguem produzir por causa da legislação atual. Temos que mudar isso”.

(Fonte: Eduardo Bresciani/ G1)

domingo, 27 de junho de 2010

Algumas certificadoras de produtos Ecologicos do Brasil




IBD – Instituto Biodinâmico – Botucatu (SP) – http://www.ibd.com.br/

AAO – Associação de Agricultura Orgânica – São Paulo – http://www.aao.org.br/

MOA – Fundação Mokiti Okada- Rio Claro (SP) – http://www.mokitiokada.org.br/

AAOPA – Associação de Agricultura Orgânica do Paraná – Curitiba – aaopa@avalom.com.brs

ABIO – associação de Agricultores Biológicos – Campinas (SP) – http://www.abio.org.br/

Coolméia Cooperativa Ecológica – Porto Alegre (RS) – c.ecologico@terra.com.br

Associação de Certificação de Produtos Orgânicos do ES - http://www.chaovivo.com.br/


José Carlos da Fonseca Maciel
Biólogo

Desperdício de Alimentos: um assunto que merece reflexão

Um artigo recente no Washington Post levantou uma questão sobre o desperdício de alimentos nos EUA. O que podemos fazer para diminuir a quantidade de lixo, produzido a partir de alimentos que desperdiçamos e por que isso é tão importante?

Primeiro: os alimentos que são desperdiçados levam junto para o lixo os recursos que entraram para a produção, transporte e armazenamento dos mesmos, incluindo a água, um elemento vital (e que possui seus dias contados).

Segundo: os resíduos dos alimentos perecíveis que são deixados no aterro apodrecendo, emitem metano, um poderoso gás de efeito estufa que contribui para as alterações climáticas. (Amplie este fato computando todo o lixo produzido no mundo inteiro, todos os dias, e aceite que a quantidade de gás é enorme).

Terceiro: com o aumento da população e a automação e industrialização dos alimentos, mais pessoas são alimentadas de maneira errada, sem nutrientes e mais lixo é produzido. Se pudermos fazer um trabalho melhor, minimizando os resíduos e maximizando a produtividade, podemos alimentar mais pessoas com a mesma quantidade de terra e com mais nutrientes.


Alimentos apodrecem por falta de cuidado e má distribuição.
A fome e o desperdício de alimentos são dois dos mais importantes problemas que o Brasil enfrenta, constituindo-se em um dos maiores paradoxos de nosso país, já que produz 25,7 % a mais de alimentos do que necessita para alimentar a sua população. E ao mesmo tempo temos milhões de excluídos sem acesso ao alimento em quantidade e/ou qualidade para que se mantenham, primeiramente, vivos e, quando assegurada a sobrevivência, com saúde e capacidade adequada ao desenvolvimento humano.

É claro que esta situação poderia ser evitada se os alimentos fossem aproveitados melhor e só podem ser aproveitados melhor, se esta informação for passada adiante. Ou seja, sem gastar nem mais um centavo com a produção de alimentos, apenas com responsabilidade e informação, pode-se reverter este quadro e oferecer alimentação a 72 milhões de brasileiros que se encontram em insegurança alimentar.

As receitas do dia-a-dia podem ser enriquecidas, por exemplo, com a parte branca da melancia, com as sobras de frutas que ficam na centrífuga ou de verduras e legumes depois de feito o suco coado. Para isso, basta mudar o olhar e observar o mundo à volta.

Abaixo uma receita fácil e gostosa, aproveitando partes que você jogaria fora de alguns alimentos.

Farofa com casca de abacaxi e talos

Ingredientes

1/2 xícara (chá) de óleo

1 cebola picada

2 dentes de alho amassados

100 g de bacon ou toucinho picado (opcional)

2 xícaras (chá) de talos ou verduras picadas

1 xícara (chá) de cenoura ralada

sal e pimenta a gosto

1 xícara (chá) de casca de abacaxi batida no liquidificador

1/2 kg de farinha de mandioca crua

Modo de Preparo

Leve ao fogo para refogar o óleo, cebola, os dentes de alho e o bacon picado. Acrescente aos poucos as verduras e legumes e tempere com sal e pimenta a gosto. Coloque a casca do abacaxi, e aos poucos, acrescente a farinha de mandioca cru, mexendo sempre para não grudar. Depois de uns 5 minutos desligue o fogo e sirva com espetinhos de legumes.

Daniela Meira
http://atitudesustentavel.uol.com.br

Dados mostram que produção de cigarro polui o planeta

Além de todo mal que faz para os fumantes, o cigarro polui também o meio ambiente.

O tabagismo mata cerca de 5 milhões de pessoas por ano. Além disso, 90% dos casos de câncer de pulmão acontecem em fumantes ou fumantes passivos. Mas, fora todo mal que causa no corpo das pessoas, o cigarro também faz mal para o meio ambiente.

Áreas verdes são desmatadas para a plantação de tabaco, bitucas poluem e podem causar incêndios, a fumaça libera substâncias tóxicas no ar e as embalagens são jogadas fora, poluindo muito mais que as pessoas imaginam.

Segundo a Virginia Tobacco Settlement Foundatio (instituição contra tabagismo precoce dos EUA), 1,5 milhão de árvores são cortadas diariamente para a plantação de fumo. Isso porque, além de áreas serem desmatadas para que o tabaco seja plantado, o processo de secagem das folhas é feito com calor e precisa de combustível – normalmente a madeira.

A Organização Mundial de Saúde estima que todo esse processo consuma uma árvore a cada 300 cigarros produzidos. Em um ano, 12% das árvores cortadas se destinam para a indústria tabagista.
Só na safra de 2007/2008, o Brasil produziu 730 mil toneladas da folha de fumo (quase tudo nos três estados da região sul país). O Brasil é o segundo maior produtor de tabaco no mundo (atrás da China) e o maior exportador. Calculando, o Brasil cortou 360 milhões de árvores para a produção de cigarro, um total de 240 mil hectares de floresta. Um total de 121.500 toneladas de papel são usados nas embalagens dos cigarros.

Além disso, estima-se que 25% dos incêndios florestais tem início com bitucas de cigarros jogadas em áreas verdes. Vinte restos de cigarro são responsáveis por uma poluição equivalente a um litro de esgoto.

Por fim, a bituca do cigarro não é biodegradável. Apenas o resto de fumo que é absorvido pelo ambiente. O filtro é feito de acetato de celulose, que não é biodegradável. Um estudo publicado na American Chemical Society revelou que 4,5 trilhões de filtros de cigarro são descartados no meio ambiente a cada ano.

Os oceanos também sofrem com o fumo. Segundo o relatório Marine Litter: a Global Chalenge (Lixo nos Oceanos, um desafio para o mundo, em tradução livre), feito pela ONU, embalagens e restos de cigarro se acumulam nos mares, formando 40% do lixo encontrado no Mar Mediterrâneo, por exemplo. No Equador, o número chegou a ser mais da metade de resíduos encontrados na costa em 2005.

Gisele Eberspächer
http://atitudesustentavel.uol.com.br

Comissão debate denúncias de hidropirataria

O Governo brasileiro desconhece casos de captação ilegal de água por navios estrangeiros em rios da Amazônia, a chamada hidropirataria, garantiram os representantes do Ministério da Defesa, Polícia Federal, Ministério do Meio Ambiente e Agência Nacional de Águas(ANA)


O Governo brasileiro desconhece casos de captação ilegal de água por navios estrangeiros em rios da Amazônia, a chamada hidropirataria, garantiram os representantes do Ministério da Defesa, Polícia Federal, Ministério do Meio Ambiente e Agência Nacional de Águas(ANA). As denúncias sobre hidropirataria foram debatidas pela Comissão da Amazônia por iniciativa do deputado Lupércio Ramos(PMDB-AM), nesta terça-feira, dia 22.
Todos os órgãos representados na audiência comprometeram-se a realizar uma fiscalização mais severa, caso seja apresentada denúncia formal com informações mais precisas sobre locais e embarcações que estariam enchendo seus porões com água doce em rios brasileiros para vender em outros países. “Esse compromisso é um passo importante. Acredito que as autoridades ficarão mais atentas para evitar que estrangeiros se apossem de nossas riquezas naturais, como a água da Amazônia”, afirmou o deputado Lupércio.
As denúncias sobre hidropirataria surgiram há mais de seis anos. A principal vantagem seria de ordem econômica, já que a água captada gratuitamente em rios da Amazônia garantiria lucros polpudos em países com grande deficiência de abastecimento, principalmente no Oriente Médio.

Roubo é um mito, diz Ministério do Meio Ambiente

Conforme o divulgado pela Agência Brasil, o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Agência Nacional de Águas (ANA), a Marinha e a Polícia Federal (PF) descartaram ontem (22) qualquer possibilidade de que esteja ocorrendo roubo de água em rios da Amazônia por navios estrangeiros. O contra-almirante Monteiro Dias, do Comando de Operações Navais do Ministério da Defesa, explicou ao parlamentar que o enchimento de navios descarregados e esvaziamento dos navios carregados com a chamada “água de lastro” são procedimentos normais para que as embarcações mantenham o equilíbrio e possam fazer as manobras de navegação. “Se eles não fizerem isso poderemos ter acidentes”, esclareceu.


Conforme o militar, o uso da água de lastro obedece a regras internacionais e a Marinha brasileira exige que os navios esvaziem os tanques duas vezes antes de entrar na foz do Rio Amazonas, para evitar a contaminação com organismo estranhos ao ecossistema do rio. O militar informou que as 12 Capitanias dos Portos que cuidam da navegação na Amazônia examinaram, no ano passado, cerca de 43 mil embarcações e não encontraram qualquer indício de furto de água. Ele, no entanto, admitiu que a estrutura de fiscalização da Marinha ainda “não é suficiente” e mais três capitanias serão abertas na região.

Para Antônio Félix Domingues, coordenador de Articulação e Comunicação da ANA, o tráfico de água doce da Amazônia é um “hidromito”, uma “ história mirabolante” que “não tem sustentação econômica”. “Isso daí é uma viagem. Isso custaria de três a quatro dólares por metro cúbico, quando há tecnologia que tira o sal da água por 50 centavos de dólar por metro cúbico”, contabilizou. “Os brasileiros da Amazônia têm pouca água na torneira, mas é por incompetência nossa”, disse ao descartar possibilidade de roubo.

O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA, Silvano da Costa, informou que não há nenhuma denúncia formal sobre roubo de água da Amazônia no Conselho Nacional de Recursos Hídricos, composto por 57 membros do Poder Público e da sociedade civil. O diretor executivo da Polícia Federal, Luiz Pontel de Souza, confirmou que a PF também não tem nenhum registro de “hidropirataria”, mas informou que esse suposto crime não está previsto na legislação brasileira. (Reportagem de Gilberto Costa)


Gabinete. Dep. Lupércio Ramos - Agência Brasil - EcoAgência

Bayer recua e desiste do pedido de liberação do arroz transgênico

O pedido de liberação causou uma série de reações contrárias, por parte de vários grupos, desde produtores, comunidade científica e diversas organizações ambientalistas, de consumidores e movimentos sociais.


A empresa Bayer Cropscience acaba de informar em sua página da internet que solicitou à CTNbio a retirada temporária do processo de liberação comercial do arroz Liberty Link (LL 62) da pauta de decisões técnicas. O pedido de liberação causou uma série de reações contrárias, por parte de vários grupos, desde produtores, comunidade científica e diversas organizações ambientalistas, de consumidores e movimentos sociais.

Segundo a empresa essa ação "proativa" decorre da necessidade de ampliar o diálogo com setores da cadeia produtiva do arroz no Brasil. Os rizicultores manifestaram-se publicamente contrários à liberação, que pode significar perda de mercados consumidores na África e União Européia, como já ocorrido nos Estados Unidos onde houve contaminação nas culturas de arroz , o que fez o país perder milhões de dólares.

O principal interesse da Bayer é liberar o arroz no Brasil para influenciar outros países produtores do grão, ao mesmo tempo em que os produtores brasileiros só aceitarão a variedade transgênica quando houver a comercialização em outros países, além de ampla aceitação do mercado externo. É possível que a empresa se comprometa junto aos produtores de arroz que, mesmo quando for liberado pela CTNBio, ela não colocará o Libert Link a venda enquanto não for amplamente aceito pelos mercados mundiais. De qualquer forma, caso o Brasil libere a variedade, a empresa terá mais subsídios para influenciar a decisão em outros países, ao mesmo tempo em que trabalha para transparecer maior segurança aos produtores.

A retirada do pedido de liberação é temporária e, provavelmente, muito em breve, a empresa pleiteará nova aprovação de seu arroz transgênico. Tudo depende da Bayer convencer os produtores, mesmo que isso exclua o povo brasileiro da importante decisão em consumir ou não produtos transgênicos e seus potenciais impactos ao meio ambiente e à saúde.

De toda forma, a retirada do pedido impõe uma derrota à gigante biotecnológica, assim como freia o acelerado quadro de liberações comerciais de OGMs no Brasil, feitos pela CTNBio. Os graves problemas que envolvem o arroz transgênico levantados em audiência pública e as mobilizações das organizações da sociedade civil e da comunidade científica fazem com que a empresa recue no pedido. É uma pena que a CTNBio não se mostre acuada para continuar a agir pela aprovação irrestrita dos eventos requeridos pelas empresas.

Após 10 anos de liberação comercial da soja RR da Monsanto, os agricultores sentem os efeitos nefastos intrínsecos aos transgênicos, como a concentração dos mercados (85 % da soja no país está nas mãos da Monsanto, sobrando apenas 15% para variedades convencionais), e o aumento do uso do glifosato e de outros agrotóxicos por conta da resistência adquirida por pragas. Para que os agricultores não sejam iludidos novamente, a sociedade precisa se organizar e exigir que o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), presidido até o seu licenciamento, pela Ministra Dilma Rousseff, cumpra seu dever legal e pare de se omitir como tem feito, desde sua criação em 2005, ao delegar decisões de extrema relevância pública e social ú ;nica e exclusivamente a uma comissão técnica composta de 27 pessoas, como é a CTNbio.

O tempo ganho com o recuo da Bayer tem que servir à sociedade para ampliar a discussão e exigir que o governo Lula se posicione a favor da saúde, do meio ambiente, dos agricultores e consumidores.


Terra de Direitos - EcoAgÇencia

Multinacionais tentam legitimar produção de soja transgênica

Iniciativa internacional denominada Mesa Redonda sobre Soja Responsável é integrada por Monsanto, Bayer e Syngenta, entre outras multinacionais.


Mais de 200 organizações de agricultura, ecologia e consumidores de todo o mundo, entre as quais a Plataforma Transgênicos Fora (Portugal), condenaram publicamente a tentativa, por parte da iniciativa internacional denominada Mesa Redonda sobre Soja Responsável, de legitimar a produção de soja transgênica com uma fachada de responsabilidade ambiental.

A Mesa Redonda sobre Soja Responsável propõe lançar, no Brasil, o rótulo Soja Responsável, que pretende distinguir uma produção ambientalmente correta da restante produção sojeira, que representa um dos principais fatores de desflorestação, erosão do solo, destruição do sustento de comunidades locais e contaminação com pesticidas da América do Sul, entre outras regiões. Mas o rótulo vai poder ser aplicado a soja transgênica cultivada em zonas recém-desmatadas, precisamente a forma de produção de maior impacto ambiental e social. Da Mesa Redonda, fazem parte a Monsanto, Bayer e Syngenta, entre outras multinacionais da produção intensiva e transgênica.

"Não estamos tendo direito de opção"

No Brasil os produtores que querem cultivar soja convencional estão com dificuldades em comprar semente - e isto porque a Monsanto quer forçar a compra de soja transgênica. Segundo duas associações de produtores, a Monsanto só vende semente de soja na proporção de um mínimo de 85% transgênica e um máximo de 15% não transgênica. Ou seja, quem não quiser comprar transgénicos tem que se vergar ao que a empresa impõe, porque quase não há concorrência. A Monsanto controla 70% de todo o mercado de semente de soja e, nalgumas regiões, possui um verdadeiro monopólio. O desabafo do presidente de uma das associações devia servir como aviso para os agricultores portugueses: "Não estamos tendo direito de opção."

Consulte o texto completo da carta aberta de protesto, em inglês: Growing Opposition to Round Table on Responsible Soy.

Leia aqui um documento detalhado: Thirteen Reasons Why the Roundtable On Responsible Soy Will Not Provide Responsible or Sustainable Soya Bean Production

Veja também um filme sobre este problema: Killing Fields

Plataforma Transgênicos Fora/EcoAgência

Relatório da Anvisa aponta uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil

De 3.130 amostras coletadas, 29% apresentaram irregularidade; pimentão e uva lideram. Para outras cinco substâncias, a Anvisa já publicou as Consulta Públicas e está na fase final da reavaliação.


Agrotóxicos que apresentam alto risco para a saúde da população são utilizados, no Brasil, sem levar em consideração a existência ou não de autorização do Governo Federal para o uso em determinado alimento. É o que apontam os novos dados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta quarta-feira (23), em Brasília (DF).

Em 15 das vinte culturas analisadas foram encontrados ingredientes ativos em processo de reavaliação toxicológica junto à Anvisa, devido aos efeitos negativos desses agrotóxicos para a saúde humana. “Encontramos agrotóxicos, que estamos reavaliando, em culturas para os quais não estão autorizados, o que aumenta o risco tanto para a saúde dos trabalhadores rurais como dos consumidores”, afirma o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano.

Nesta situação, chama a atenção a grande quantidade de amostras de pepino e pimentão contaminadas com endossulfan, de cebola e cenoura contaminados com acefato e pimentão, tomate, alface e cebola contaminados com metamidofós. Além de serem proibidas em vários países do mundo, essas três substâncias já começaram a ser reavaliadas pela Anvisa e tiveram indicação de banimento do Brasil.

De acordo com o diretor da Anvisa, “são ingredientes ativos com elevado grau de toxicidade aguda comprovada e que causam problemas neurológicos, reprodutivos, de desregulação hormonal e até câncer”. “Apesar de serem proibidos em vários locais do mundo, como União Européia e Estados Unidos, há pressões do setor agrícola para manter esses três produtos no Brasil, mesmo após serem retirados de forma voluntária em outros países”, pondera Barbano.

A Anvisa realiza a reavaliação toxicológica de ingredientes ativos de agrotóxicos sempre que existe algum alerta nacional ou internacional sobre o perigo dessas substâncias para a saúde humana. Em 2008, a Agência colocou em reavaliação 14 ingredientes ativos de agrotóxicos, dentre eles o endossulfan, o acefato e o metamidofós.

Juntos, esses 14 ingredientes representam 1,4 % das 431 moléculas autorizadas para serem utilizadas como agrotóxicos no Brasil. Entretanto, uma séria de decisões judiciais, também em 2008, impediram, por quase um ano, a Anvisa de realizar a reavaliação desses ingredientes.

De lá pra cá, a Agência consegui concluir a reavaliação de apenas uma molécula: a cihexatina. O resultado da reavaliação prevê que essa substância seja retirada do mercado brasileiro até 2011. “Todos os citricultores que exportam suco de laranja já não utilizam mais a cihexatina, pois nenhum país importador, como Canadá, Estados Unidos, Japão e União Européia, aceita resíduos dessa substância nos alimentos”, diz o gerente de toxicologia da Anvisa, Luiz Cláudio Meirelles.

Para outras cinco substâncias, a Anvisa já publicou as Consulta Públicas e está na fase final da reavaliação. Nesses casos, houve quatro recomendações de banimento (acefato, metamidofós, endossulfan e triclorfom) e uma indicação de permanência do produto com severas restrições nas indicações de uso (fosmete).

Confira aqui a evolução das importações de agrotóxicos no país.

Balanço

Outra irregularidade apontada pela PARA foi a presença, em 2,7% das amostras dos alimentos coletadas, de resíduos de agrotóxicos acima dos permitidos. “Esses resíduos evidenciam a utilização de agrotóxicos em desacordo com as informações presentes no rótulo e bula do produto, ou seja, indicação do número de aplicações, quantidade de ingrediente ativo por hectare e intervalo de segurança”, explica Meirelles.

Tiveram amostras, ainda, que apresentaram as duas irregularidades: resíduos de agrotóxicos acima do permitido e ingredientes ativos não autorizados para aquela cultura. No balanço geral, das 3.130 amostras coletadas, 29% apresentaram algum tipo de irregularidade.

Os casos mais problemáticos foram os do pimentão (80% das amostras insatisfatórias), uva (56,4% das amostras insatisfatórias), pepino (54,8% das amostras insatisfatórias), e morango (50,8% das amostras insatisfatórias). Já a cultura que apresentou melhor resultado foi a da batata com irregularidades em apenas 1,2% das amostras analisadas.

Cuidados

Para reduzir o consumo de agrotóxico em alimentos, o consumidor deve optar por produtos com origem identificada. Essa identificação aumenta o comprometimento dos produtores em relação à qualidade dos alimentos, com adoção de boas práticas agrícolas.

É importante, ainda, que a população escolha alimentos da época ou produzidos por métodos de produção integrada (que a princípio recebem carga menor de agrotóxicos). Alimentos orgânicos também são uma boa opção, pois não utilizam produtos químicos para serem produzidos.

Os procedimentos de lavagem e retirada de cascas e folhas externas de verduras ajudam na redução dos resíduos de agrotóxicos presentes apenas nas superfícies dos alimentos. “Os supermercados também tem um papel fundamental nesse processo, no sentido de rastrear, identificar e só comprar produtos de fornecedores que efetivamente adotem boas práticas agrícolas na produção de alimentos”, afirma o gerente da Anvisa.

Para

O objetivo do Para, criado em 2001, é garantir a segurança alimentar do trabalhador brasileiro e a saúde do trabalhador rural. Em 2009, o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos da Anvisa monitorou 20 culturas em 26 estados do Brasil. Apenas Alagoas não participou do PARA em 2009.

O Programa funciona a partir de amostras coletadas pelas vigilâncias sanitárias dos estados e municípios em supermercados. No último ano, as amostras foram enviadas para análise aos seguintes laboratórios: Instituto Octávio Magalhães (IOM/Funed/MG), Laboratório Central do Paraná (Lacen/PR) e para um laboratório contratado, nos quais foram investigadas até 234 diferentes agrotóxicos em cada uma das amostras.

Apesar das coletas realizadas pelo Programa não serem de caráter fiscal, o PARA tem contribuído para que os supermercados qualifiquem seus fornecedores e para os produtores rurais adotem integralmente as Boas Práticas Agrícolas. Prova disso, foi a criação do Grupo de Trabalho de Educação e Saúde sobre Agrotóxicos (GESA).

Integrado por diferentes órgãos e entidades, o Grupo tem como objetivo elaborar propostas e ações educativas para reduzir os impactos do uso de agrotóxicos na saúde da população, implementar ações e estratégias para incentivar os sistemas de produção integrada e orgânicos e, no caso dos cultivos convencionais, orientar o uso racional de agrotóxicos. “Além de orientar, é preciso que o Estado fiscalize de forma efetiva o uso desses produtos no campo e coíba o uso indiscriminado e, até mesmo ilegal, de alguns agrotóxicos”, comenta Meirelles.

Os estados também têm realizado diversas ações com o objetivo de ampliar o número de amostras rastreadas até o produtor. Das amostras coletadas em 2009, 842 (26,9%) foram rastreadas até o produtor/associação de produtores, 163 (5,2%) até o embalador e 2032 (64,9%) até o distribuidor. Somente 93 (3%) amostras não tiveram qualquer rastreabilidade.

Anvisa/EcoAgência

Petrobras Ambiental lança seleção pública de projetos de todo o Brasil

A seleção que acontece a cada dois anos faz parte de uma das ações estratégicas do Programa, que incluem ainda fortalecimento das organizações ambientais e suas redes e disseminação de informações sobre o desenvolvimento sustentável.

A Petrobras lançou, na segunda-feira (21/6), Seleção Pública de Projetos 2010 do Programa Petrobras Ambiental (PPA). A seleção, que acontece a cada dois anos, faz parte de uma das ações estratégicas do Programa Petrobras Ambiental, que incluem ainda fortalecimento das organizações ambientais e suas redes e disseminação de informações sobre o desenvolvimento sustentável. Para esta seleção, serão destinados R$ 78 milhões. A cerimônia foi realizada no edifício-sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, e contou com as presenças da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira e da secretária do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, Marilene Ramos.

Após a cerimônia, foi realizada entrevista coletiva com o gerente executivo de Comunicação Institucional, Wilson Santarosa, o gerente executivo de Segurança, Meio Ambiente e Saúde, Ricardo Azevedo, o gerente de Responsabilidade Social da Petrobras, Luis Fernando Nery, e o presidente do Instituto Terrazul, Marcos Santana, representando as instituições parceiras do Terceiro Setor. De acordo com Santarosa, a sustentabilidade faz parte de um novo cenário de desafios no mundo e nas empresas. “O programa econômico e o desenvolvimento sustentável devem estar alinhados para garantir a sobrevivência da espécie humana”, disse. A Petrobras tem seguido essa diretriz. O investimento 30% superior nesta seleção pública em relação à anterior indica essa direção.

O gerente de Responsabilidade Social da Petrobras, Luis Fernando Nery, destacou a transparência e o aspecto democratico do processo seletivo “A seleção pública é uma iniciativa que garante a democratização do acesso aos recursos da Companhia, permitindo que sejam inscritos projetos de todos os portes e regiões do Brasil. São formados grupos de avaliadores de diversos setores da sociedade, incorporando visões diferentes e garantindo uma maior transparência do processo”, ressaltou.

Os projetos devem ter como foco principal a gestão de corpos hídricos superficiais e suberrâneos; a recuperação ou conservação de espécies e ambientes costeiros, marinhos e de água doce; e a fixação de carbono e emissões evitadas.

Todas as iniciativas devem promover educação ambiental, visando o consumo consciente, a eficiência energética e a conservação de recursos naturais.

Inscrições

O período de inscrições vai de 21 de junho até 19 de agosto de 2010. Serão aceitas inscrições de projetos sob a responsabilidade de pessoas jurídicas sem fins lucrativos, com atuação no Terceiro Setor, como associações, fundações, ONGs, Oscips e demais organizações sociais. Podem ser inscritos projetos que solicitem patrocínio no valor de até R$ 3,6 milhões e que sejam executados entre 18 e 24 meses. Os projetos que ultrapassarem o valor de R$ 3,6 milhões terão as inscrições aceitas, desde que os valores solicitados à seleção pública não ultrapassem essa soma.

Seleção dos projetos

Os projetos passarão por triagem administrativa, técnica, comissão de seleção e, em última instância, por um Conselho Deliberativo. Os projetos são avaliados por profissionais da Companhia, técnicos e especialistas externos, representantes do Governo, do Terceiro Setor, de universidades e da imprensa.

Entre os critérios de avaliação estão o alinhamento às diretrizes do PPA; potencial transformador e pioneirismo; cooperação entre entidades mediante redes; capacidade de mobilização da comunidade; impacto socioambiental, entre outros.

A divulgação dos projetos selecionados está prevista para novembro de 2010, no site do Programa.

As caravanas

Estão sendo realizadas caravanas, que são oficinas presenciais e gratuitas, para prestar esclarecimentos às instituições do Terceiro Setor, sobre o roteiro de elaboração de projetos ambientais adotado pela Petrobras. As caravanas visitam todos os estados brasileiros, além de Brasília. A primeira aconteceu em 10 de maio, em São Luiz. O encerramento será no Rio de Janeiro, na última semana de julho. O cronograma completo da Caravana Ambiental está disponível no site www.petrobras.com.br/ppa2010.

Além das oficinas presenciais, haverá o atendimento on-line, no período das inscrições, de segunda-feira a domingo, das 9h às 21h. A caravana virtual vai usar uma nova ferramenta (formspring), que permitirá a técnicos do Programa responder as dúvidas sobre a seleção pública pela internet, e que ficarão disponíveis a qualquer usuário, permanentemente.


Sobre o Programa Petrobras Ambiental

Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento sustentável, o Programa investe em projetos de todo o país, voltados à conservação e preservação dos recursos ambientais e a consolidação da consciência socioambiental brasileira, relacionados aos temas Água e Clima.

Desde que foi criado, em 2003, o Petrobras Ambiental já patrocinou centenas de projetos, tendo alcançado dezenas de bacias e ecossistemas em cinco biomas brasileiros: Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e Pantanal. Suas ações já envolveram diretamente 3,6 milhões de pessoas, além de mais de 820 parcerias, 240 publicações, 4.354 cursos e palestras e o estudo de mais de cinco mil espécies nativas.

O PPA inclui também os projetos de biodiversidade marinha, que são referenciais nacionais e têm projeção internacional. Projetos como o Tamar, Baleia Jubarte e Golfinho Rotador, entre outros, integram o Planejamento Estratégico Integrado, uma parceria entre a Petrobras e o Ministério do Meio Ambiente, por meio do ICMBIO. Desde 2008, o Programa passou a incluir as questões relativas à fixação de carbono e emissões evitadas, com base em recuperação de áreas degradadas e conservação de florestas e áreas naturais.

De 2008 a 2012, serão investidos R$ 500 milhões nas ações estratégicas do Programa, que incluem: investimentos em patrocínios a projetos ambientais; fortalecimento das organizações ambientais e de suas redes e disseminação de informações para o desenvolvimento sustentável.

Informações sobre a seleção pública do PPA podem ser encontradas no site: www.petrobras.com.br/ppa2010

Agência Petrobras de Notícias

Lula regulamenta Lei do Saneamento Básico

O presidente Luiz Inácio Lula Silva assinou nesta segunda-feira (21), durante a 4ª Conferência Nacional das Cidades, em Brasília, o decreto que regulamenta a Lei 11.445, conhecida como Lei do Saneamento Básico. Sancionada em 2007, após quase dez anos de discussões no Congresso, a lei estabeleceu as diretrizes do marco regulatório do setor.

Na semana passada, Lula reclamou não ter sido informado pela assessoria da Presidência da República de que a lei precisava de um decreto de regulamentação para ter validade. Entre outros pontos, a lei prevê que os serviços públicos de saneamento serão prestados com base no princípio da universalização do acesso ao abastecimento de água e esgotamento sanitário, à limpeza urbana e ao manejo dos resíduos sólidos de forma adequada à saúde pública e à proteção do meio ambiente.

O ministro das Cidades, Márcios Fortes, disse que a regulamentação trará segurança jurídica para os investimentos.

(Fonte: Ivan Richard/ Agência Brasil)

Córnea artificial de plástico começa a ser testada em humanos

Doadores de córnea

Para muitos pacientes que ficaram cegos, devido a um acidente ou por doença, um transplante de córnea é a única esperança de restauração da capacidade de enxergar.

Infelizmente, milhares aguardam a oportunidade de poder ver de novo em intermináveis filas, à espera de doadores de córnea. Só no Brasil, há 24 mil pessoas na fila à espera de um transplante de córnea.

Agora surge uma esperança, graças ao trabalho do Dr. Joachim Storsberg, do Instituto Fraunhofer, na Alemanha.

Córnea artificial

Storsberg e seus colegas desenvolveram um novo material e um processo para fabricar uma prótese de córnea feita de plástico.

As córneas artificiais de plástico poderão ajudar não apenas os pacientes que esperam por doadores, mas também aqueles cujo organismo não tolera a córnea transplantada.

A dificuldade de produzir uma córnea artificial está em que ela tem que atender a especificações quase contraditórias: por um lado, o material deve se acomodar firmemente com as células de tecido à sua volta; por outro lado, nenhuma célula deve se desenvolver na região óptica da córnea artificial - isto é, no seu meio - já que essas células trariam de volta o problema, prejudicando seriamente a capacidade de enxergar.

Além disso, a parte externa da prótese deve ser capaz de se umidificar com as lágrimas, caso contrário o implante vai ressecar, exigindo sua troca após um período relativamente curto de tempo. Sem contar que a umidade é essencial para que a pálpebra deslize suavemente sobre a córnea artificial.

Polímero hidrofóbico

O Dr. Storsberg encontrou a solução para demandas tão conflitantes em um polímero hidrofóbico, que tem sido usado há bastante tempo em oftalmologia, por exemplo, nas lentes intraoculares.

Antes de se tornar útil, porém, ele teve que ser modificado quimicamente, o que exigiu novos testes e um novo processo de aprovação para uso humano. Suas bordas também foram revestidas com uma série de polímeros especiais.

A seguir, foi acrescentada uma proteína especial, que contém a sequência específica de um fator de crescimento. As células naturais ao redor do implante detectam esse fator de crescimento, são estimuladas a propagar-se e preenchem a superfície da margem da córnea.

Assim, as células do tecido circundante crescem com o implante, e a córnea artificial fica estável.

Porcos, coelhos e humanos

A córnea artificial foi testada com sucesso em porcos e coelhos. Em 2009, foi feito o primeiro teste em humanos. No decorrer de 2010, os cientistas planejam fazer novos testes em humanos para que a prótese ocular possa chegar ao mercado.

Redação do Diário da Saúde

Biólogo brasileiro ajudará a elaborar relatório do IPCC

Quinto relatório do IPCC

Nos próximos dias será anunciada a lista de autores principais do quinto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que será publicado em 2014.

Cerca de 300 cientistas de todo o mundo foram escolhidos, entre mais de 1,2 mil candidatos, para reunir e avaliar informações técnicas disponíveis sobre o estado atual das mudanças do clima na Terra.

Em meio a inúmeros meteorologistas e climatologistas está um biólogo brasileiro.

Biólogo brasileiro

Marcos Buckeridge, diretor científico do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) e membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), atuará no Grupo de Trabalho II do IPCC, responsável por abordar impactos, adaptação e vulnerabilidade das mudanças climáticas. Ele será um dos redatores do capítulo que tratará desta temática na América do Sul e Central.

O professor do Departamento de Botânica do Instituto de Biociências Universidade de São Paulo (USP) e editor do livro Biologia e Mudanças Climáticas no Brasil explica de que forma o seu trabalho pode colaborar para uma análise climática mais ampla.

"Sempre achei que o IPCC deveria contemplar melhor o 'olhar do biólogo'. Quais são os eventos que ocorrem em escala micro, dentro da célula de uma planta por exemplo, que podem interferir nos acontecimentos da atmosfera terrestre? Biólogos podem ajudar a modelar ambientes como o interior da célula de um vegetal e identificar quais fatores ali são determinantes para as mudanças climáticas globais", disse.

Reações das plantas

Segundo Buckeridge, dois trabalhos podem ter contribuído para a sua indicação ao IPCC. Um deles foi o estudo da bioenergética de plântulas, iniciado em 1999, que visa a compreender os processos metabólicos que tornam possível a vida celular de uma planta (do ponto de vista energético) nos seus primeiros dias de vida.

Tal conhecimento permite melhorar as estratégias atuais de recuperação de florestas. Esta pesquisa foi essencial à especialização do pesquisador em parede celular de plantas, tema relevante à bioenergia.

O outro trabalho foca na resposta de plantas como a cana-de-açúcar a climas com alto teor de gás carbônico. A equipe de Buckeridge descobriu que a cana é beneficiada com as mudanças climáticas, pois aumenta consideravelmente sua taxa de fotossíntese e produção de biomassa.

Cientistas brasileiros no IPCC

Em 2007, 12 cientistas brasileiros participaram diretamente da elaboração do relatório do IPCC, oito deles como autores principais.

O Primeiro Relatório de Avaliação (AR1, na sigla em inglês) do IPCC foi publicado em 1990. Sua última versão (AR4), divulgada em 2007, teve grande repercussão mundial. É que os cientistas que o preparam foram taxativos ao afirmar que indícios substanciais apontam o ser humano como o principal causador de mudanças no clima, com sérias consequências ao planeta.

O próximo relatório do IPCC está em fase de preparação inicial. Países afiliados à ONU indicaram pesquisadores para compor o quadro de autores principais do relatório.

Três esboços gerais serão produzidos e revisados tecnicamente até que o relatório seja submetido à revisão e avaliação de especialistas dos governos participantes do IPCC. Buckeridge participou desta etapa no último relatório publicado. Após acertos finais, o documento oficial será divulgado em 2014.

Agência Fapesp

Aumenta participação de cientistas brasileiros no IPCC

O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) divulgou nesta semana a lista dos 831 especialistas que vão elaborar o seu quinto Relatório de Avaliação (AR5), que será publicado em 2014.

Entre eles estão 25 brasileiros.

Grupos de trabalho

Os selecionados estão divididos em três grupos de trabalho (WGs, na sigla em inglês).

O WG1 reúne estudos físicos e terá 258 integrantes.

O WG2, com 302, avaliará impactos, vulnerabilidades e estratégias de adaptação relacionados às mudanças climáticas.

O WG3 enfocará pesquisas sobre estratégias de resposta à mitigação em um cenário de risco e incerteza, com 271 profissionais convocados.

Quinto relatório do IPCC

Segundo o IPCC, neste quinto relatório haverá uma participação maior de especialistas vindos de países em desenvolvimento (30% do total) e também de mulheres (25%). No entanto, a maior prioridade foi dada a jovens pesquisadores que ainda não haviam participado do IPCC e somam 60% do total.

Entre esses está Chou Sin Chan, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec-Inpe), escolhida pela primeira vez para participar como autora de um relatório do IPCC.

Chou, que fará parte do WG1, acredita que sua seleção esteja relacionada ao trabalho de elaboração de modelos de cenários climáticos regionais. "Até agora, o IPCC vem utilizando modelos globais com resolução de 200 ou 300 quilômetros, que resultam em estudos de impacto mais grosseiros", disse.

Segundo ela, os modelos regionais permitem melhor qualidade de dados e de detalhes importantes com relação à topografia, vegetação e até ao recorte litorâneo.

Visão científica do clima

Ao divulgar a lista de autores, o IPCC afirmou que procura construir uma ampla visão científica do clima. Por isso, os profissionais selecionados são oriundos de diferentes áreas do conhecimento, como meteorologia, física, oceanografia, estatística, engenharias, ecologia, ciências sociais e economia.

Essa multidisciplinaridade é positiva, segundo Ilana Elazari Klein Coaracy Wainer, livre-docente do Departamento de Oceanografia Física da Universidade de São Paulo (USP). Ela e Edmo José Dias Campos, professor titular da mesma unidade, participarão pela primeira vez como autores do relatório do IPCC no WG1.

"A escolha dos nossos nomes representa o reconhecimento do papel dos oceanos nas mudanças climáticas", disse Ilana. Segundo ela, os oceanos estão deixando de ser considerados elementos passivos do clima para ser encarados como agentes importantes das mudanças climáticas.

Ilana frisou que entender o comportamento dos oceanos é fundamental para explicar vários eventos climáticos, como os furacões, por exemplo. "Nossa participação no IPCC também é um reconhecimento da qualidade da pesquisa brasileira em oceanografia física", afirmou.

Reconhecimento do IPCC

Com cerca de 3 mil inscrições de candidatos recebidas, 50% maior que a convocação para o relatório anterior (AR4), a equipe do quinto Relatório de Avaliação do clima é vista pelo IPCC como um sinal de prestígio da instituição.

A equipe que elaborou o AR4 também foi menor: 559 autores, selecionados entre cerca de 2 mil inscritos. "Este aumento reflete o grande reconhecimento do trabalho do IPCC dentro da comunidade científica", disse Rajendra Kumar Pachauri, presidente do Painel.

Brasileiros no IPCC

Os brasileiros que participarão da redação do Quinto Relatório do IPCC são:

WG1 - Bases físicas:

José Marengo (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe)
Edmo Campos (Universidade de São Paulo – USP)
Ilana Wainer (USP)
Iracema Cavalcanti (Inpe)
Paulo Artaxo (USP)
Chou Sin Chan (Inpe)

WG2 - Impactos, adaptação e vulnerabilidade:

Carlos Nobre (Inpe)
Carolina Dubeux (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ)
Fabio Scarano (Conservação Internacional)
Jean Ometto (Inpe)
Marcos Buckeridge (USP)
Maria Assunção Silva Dias (USP)
Ulisses Confalonieri (Fundação Instituto Oswaldo Cruz – Fiocruz)

WG3 - Mitigação das mudanças climáticas:

Luiz Pinguelli Rosa (UFRJ)
Marcos Gomes (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-RJ)
Mercedes Maria da Cunha Bustamante (Universidade de Brasília – UnB)
Emílio La Rovere (UFRJ)
Haroldo de Oliveira Machado Filho (Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT)
Marcio de Almeida D’Agosto (UFRJ)
Maria Silvia Muylaert de Araújo (UFRJ)
Oswaldo dos Santos Lucon (USP)
Roberto Schaeffer (UFRJ)
Ronaldo Seroa da Motta (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea)
Suzana Kahn Ribeiro (UFRJ)
Thelma Krug (Inpe)

A lista completa dos autores do AR5 e mais informações sobre o relatório e o IPCC estão em: www.ipcc.ch.

Fabio Reynol - Agência Fapesp

Resíduos da arborização urbana podem ser reaproveitados

Biomassa verde

Resíduos vegetais, principalmente gerados pela poda de árvores e pela manutenção de jardins, representam uma porção importante do lixo gerado em todas as cidades.

Mas, até hoje, não existem programas de destinação adequada desse material - menos ainda de sua reciclagem ou reaproveitamento.

Foi esta constatação que ensejou a pesquisa da engenheira florestal Ana Maria de Meira, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP. Em seu trabalho, Ana Maria propõe um modelo de gestão para os resíduos da arborização urbana - como madeira (galhos e troncos), folhas, flores e frutos.

Árvores urbanas

A pesquisa foi feita em Piracicaba, no interior de São Paulo, uma cidade de porte médio, que gera em média 180 toneladas desse material por mês, sendo 69% composto por ramos e galhos finos de até 8 centímetros (cm) de diâmetro.

Ana Maria acompanhou as equipes de poda da cidade durante quinze meses, monitorando a extração e recolhimento das dez espécies de maior frequência na arborização: espirradeira, ficus-benjamim, ipê, canelinha, oiti, chapéu de sol, quaresmeira, resedá, falso-chorão e sibipiruna.

"A primeira intenção foi saber a quantidade de material gerado, o que possibilita planejar seu destino. Além disso, mapeamos quais os motivos que geram a poda. Em sua maioria, elas ocorrem por falta de critérios na escolha das espécies, resultando em conflitos com os outros usos do solo urbano," relata a pesquisadora.

O estudo buscou, ainda, caracterizar os resíduos vegetais e avaliar a viabilidade de aproveitamento do material na produção de produtos sólidos de madeira (madeira serrada, móveis, pequenos objetos de madeira), como fonte de energia (lenha e carvão) e na compostagem com outros resíduos disponíveis nas cidades, como restos dos varejões e feiras livres.

Educação para o verde

O plano de gestão proposto por Ana Maria segue três linhas de ação: a redução da geração, a valorização dos resíduos e a disposição final, em casos emergenciais.

A redução da geração pode ser obtida por meio da definição de critérios de poda e remoção mais adequados, da capacitação da mão de obra que executa essas atividades, da escolha das espécies, das condições do plantio e condução do crescimento, além da educação da população para que entenda a importância da arborização urbana.

"Não há treinamento da mão de obra responsável pelo serviço e a própria relação dos moradores com as árvores não tem um vínculo tão forte que pudesse impedir a derrubada de muitas delas", explica a pesquisadora.

Valorização do lixo

Em relação à valorização ou aproveitamento, Ana Maria destaca que é preciso conhecer o material para a tomada de decisão mais adequada.

"Fizemos a caracterização, quantificando o volume por classe de diâmetro; determinando a densidade, o teor de umidade, a cor, a quantidade de carbono fixo, cinzas etc. Essas variáveis indicarão se os resíduos poderão ser desdobrados em tábuas ou transformados em pequenos objetos de madeira, móveis, equipamentos urbanos, esquadrias para serem usadas em habitação popular; o seu potencial energético para uso como lenha, carvão, briquete ou pellets; a possibilidade de produzir composto orgânico, entre outras formas de valorização. Com isso é possível separar o material para diferentes destinações, obtendo o máximo de retorno econômico, social e ambiental", explica a engenheira florestal.

Descarte adequado do lixo

O plano propõe redução na geração de resíduos ou valorização desse material mas, conforme relata a professora Adriana Maria Nolasco, em algumas situações isso não é viável: "Imaginemos um caso de uma prefeitura de pequeno porte que não possui recursos financeiros ou mão de obra qualificada. Mesmo assim ela terá de dar um destino final ao resíduo".

A pesquisa propõe o descarte de forma adequada, em local apropriado, com segurança, sem risco de incêndio, que não se despeje simplesmente em terrenos baldios e sim em aterros ou áreas próprias controladas. "Dadas as características desse resíduo, a disposição não é a forma de manejo mais indicada, mas diante da necessidade, que se faça da forma menos impactante possível", comenta a professora.

Outra forma de destino ao material excedente é a parceria entre os municípios. "As prefeituras podem, inclusive, encontrar formas de arranjo e o material de uma determinada localidade pode, por exemplo, ser transferido para um outro município que já aproveita esse resíduo", ressalta Ana Maria.

Brinquedos nascidos do lixo

Na mesma linha de pesquisa, duas alunas do curso de Engenharia Florestal da Esalq, Renata Carolina Gatti e Juliana Paschoalini Arthuso, desenvolveram brinquedos e pequenos objetos usando esses resíduos.

As peças fazem parte de um portfólio de brinquedos que servirá de modelo para produção em programas municipais. Em 2010, o projeto continua com um grupo de estagiários desenvolvendo outros produtos.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Transplante de células-tronco restaura visão em olhos queimados

Células-tronco restauraram a visão de 82 entre 112 pessoas que ficaram cegas por queimaduras químicas ou causadas por fogo.

Nos casos em que a visão foi recuperada, a acuidade visual chegou a 90%, relata Graziella Pellegrini, da Universidade de Modena, na Itália, líder da pesquisa. A visão restabelecida permaneceu estável por até dez anos (tempo em que os pacientes foram acompanhados).

A maioria dos pacientes sofreu queimaduras em apenas um olho. Isso facilitou o trabalho, pois a equipe de Pellegrini pode tratá-los com células-tronco de córnea extraídas do olho saudável.

As células-troncos foram obtidas do limbo, disco próximo à íris, parte colorida do olho. As células restauraram a transparência das córneas, que haviam ficado opacas devido a destruição da reserva de células-tronco nos olhos afetados.

Os resultados, publicados no periódico “The New England Journal of Medicine”, são uma boa notícia para pesquisadores de células-tronco. Recentemente, um paciente morreu após receber um tratamento experimental, o que levantou dúvidas sobre a segurança desse tipo de abordagem.

(Fonte: Folha.com)

Vitrine virtual mostra opções para construção sustentável

Portal expõe mais de 300 produtos de menor impacto ambiental, entre móveis, decoração e soluções de hidráulica, cobertura, iluminação e saneamento; fabricantes podem aderir.

Engenheiros, arquitetos e quem está construindo, vai construir ou até mesmo fazer uma reforma, já contam com uma nova ferramenta para tornar seus projetos mais sustentáveis: o portal “Construção Eficiente". Lançado na sexta-feira (18/6), o site é uma espécie de vitrine virtual, em que fabricantes e fornecedores da indústria da construção civil expõem produtos inovadores sob o ponto de vista de preservação ambiental.

O portal já conta com mais de 300 itens de 90 fabricantes, todos já disponíveis no mercado. Sistemas hidráulicos que permitem o reaproveitamento de água, aquecedores solares para residências, composteiras domésticas e tijolos construídos a partir de resíduos estão entre os produtos listados.

“O portal se destina principalmente a engenheiros e arquitetos porque são eles que tomam as decisões quanto aos produtos a serem usados em uma construção”, diz Karina de Souza, sócia da Rudra Tecnologias Sustentáveis, empresa que desenvolveu o portal. “Mas também há pessoas que estão construindo e têm interesse em fazê-lo de forma ecoeficiente. O ‘Construção Eficiente’ é uma ferramenta que atende a todos eles.”

Empresas fabricantes interessadas em anunciar seus produtos devem fazer um cadastro e pagar o valor referente ao plano escolhido. Já para os compradores, o site permite selecionar diversas opções de produtos, solicitar e comparar orçamentos gratuitamente.

Segundo Karina, o fato de a indústria de construção civil ser uma das que mais causam prejuízos ambientais tem incentivado o surgimento de várias empresas inovadoras que buscam soluções mais ecológicas para o setor. “Entretanto, ainda faltam comunicação e comercialização eficientes entre quem fabrica e quem consome esses produtos. O portal surge para facilitar essa comunicação.”

Para Fábio Yukio Pecora, arquiteto da Prime Arquitetura, uma empresa que oferece soluções arquitetônicas para escritórios e residências, a preferência por esse tipo de material é uma tendência irreversível e que futuramente vai predominar no mercado. “Isso hoje não acontece porque os preços ainda não são competitivos, mas essas iniciativas trazem um volume de mercado maior para esses produtos, tornando-os mais populares.”

“Toda iniciativa que buscar soluções mais sustentáveis para qualquer que seja o setor de atividade é bem vinda. Entretanto, qualquer processo de consumo tem impactos sobre o meio ambiente e sobre a sociedade. Mas é possível buscar e fazer com que esse impacto seja o mínimo possível, seja qual for o setor de atividade”, comenta Ricardo Oliani, coordenador de Mobilização Comunitária do Instituto Akatu.

Por Rogério Ferro, do Instituto Akatu

Consumo residencial de energia elétrica cresce quase 8%

Aquisição em larga escala de aparelhos eletrodomésticos, reflexo do aumento de trabalho formal e do acesso ao crédito, explica alta.

Entre janeiro e maio, o consumo de energia elétrica nas casas brasileiras aumentou 7,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Neste começo de ano, as famílias brasileiras consumiram 45,2 mil gigawatts-hora (GWh), 26% do total da eletricidade gerada no pais.

As informações são da edição de junho do informativo mensal sobre o mercado de energia publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Segundo o informativo, nos primeiros cinco meses de 2010, o Brasil consumiu 173 mil GWh, um crescimento de 9,7% quando comparado ao igual período anterior.

O setor industrial, que segue como o maior consumidor do recurso, registrou um crescimento de 13,6% no mesmo intervalo de tempo, quando comparado com o igual período em 2009. O demanda comercial, terceiro maior consumidor, acumulou alta de 7,7%.

Segundo a EPE, “a dinâmica do consumo residencial no país pode ser associada, em boa medida, a um mercado de trabalho aquecido (aumento de empregos formais e da massa salarial) e a condições favoráveis de crédito (acesso facilitado e prazos alongados). Como reflexo desses fatores, há um considerável aumento da renda e do crédito, com reflexo na aquisição e uso de aparelhos eletrodomésticos”.

Um levantamento da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) confirma a análise da EPE: quase 20 milhões de aparelhos como geladeiras, fogões e lavadoras foram vendidas em 2009, um recorde histórico, considerando que em 2005, esse número foi de pouco mais de nove milhões de aparelhos.

Mesmo com o fim do incentivo fiscal (redução do Imposto sobre Produtos Industrializados) para os produtos da linha branca, a Eletros estima vender 10% mais neste ano em relação a 2009. “Quando o consumidor vê que o valor da prestação cabe no bolso, ele compra. Em relação aos de renda mais alta, o que se dá é a troca por produtos de linhas mais novas, que consomem menos energia, afirma Lourival Kiçula, presidente da Eletros.

A boa notícia é que segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia elaborado pela EPE, mais de 80% da energia gerada no Brasil hoje é proveniente de fontes renováveis como água, sol e vento e essa oferta vai se manter acima desse percentual pelo menos até 2019. Pouco menos de 20% de energia consumida no país provém de queima de combustíveis fósseis.

Mas, “mesmo com essa situação confortável que vivemos, é fundamental economizar energia para que acionemos cada vez menos as fontes menos limpas de energia como usinas termelétricas”, alerta Reinaldo Alves Almança, diretor do Grupo de Acompanhamento Setorial da Coordenadoria de Energia da Secretaria Estadual de Energia e Saneamento de São Paulo.

O consumidor pode contribuir para que essas previsões não sofram alterações, buscando o consumo eficiente da energia, tanto dentro de casa como no local de trabalho e em outros ambientes.

O Instituto Akatu preparou algumas dicas para auxiliar você consumidor a economizar esse precioso recurso, que é fundamental para a dinâmica da vida nas sociedades modernas:

1. Banho sem desperdício
O chuveiro elétrico é o maior devorador de eletricidade dentro de uma casa, responsável por quase 25% do consumo. Para economizar energia elétrica, basta usar a posição “inverno” apenas quando estiver frio. Além de passar menos tempo embaixo do chuveiro.

Dica Consciente: Ao diminuir o tempo do banho de 12 para 6 minutos, uma única pessoa economiza energia suficiente para manter uma lâmpada acesa por 7 horas.


2. Geladeira mais econômica
Como a geladeira fica ligada o tempo todo, é responsável por 22% do consumo doméstico de eletricidade de uma casa, quase empatando com o “campeão” do gasto de energia elétrica que é o chuveiro. Depois de fechar a geladeira, passe uma folha de papel entre a borracha da porta e o corpo da geladeira. Se a folha passar, está havendo vazamento de frio e é preciso chamar a assistência técnica. Reduza assim o gasto de energia e contribua para uma menor necessidade de investimento do governo investir em geração de energia, sobrando mais dinheiro público, por exemplo, para a saúde da população.

Dica Consciente: Ao decidir comprar uma geladeira nova, prefira as que têm a nota “A” no selo do Procel, que indica se tratar de uma geladeira das que menos gasta energia elétrica na sua categoria.


3. Aparelhos desligados de verdade
Um jeito fácil economizar energia é desligar “de verdade” os aparelhos eletrônicos que funcionam com controle remoto. Isto significa desligar apertando o botão “on/off” e não apenas desligar no controle remoto. O controle remoto exige que fique ativado o “stand-by”, um devorador de energia elétrica responsável por até 25% do consumo de energia dos equipamentos eletro-eletrônicos. Desligando “de verdade” os aparelhos eletrônicos, menos se gastará em energia elétrica e haverá menos necessidade de construir hidroelétricas, o que obriga a deslocar populações de suas casas para a construção de lagos onde antes existiam árvores e campos.

Dica Consciente: Se o seu aparelho de TV ou som não tiver um botão on/off, conecte-o a um estabilizador de voltagem, e só o deixe ligado enquanto você estiver usando.


4. Mais luz com menor gasto
Ao trocar as lâmpadas da casa pelas mais econômicas, como as fluorescentes, pode-se economizar até 80% de energia. Além disso, as lâmpadas econômicas duram até 13 vezes mais que as comuns. Embora mais caras, o preço maior pago por elas é compensado em 8 meses pela economia de energia elétrica.

Dica Consciente: Procure usar a luz natural sempre que for possível, deixando janelas e cortinas abertas. E apague as luzes sempre que sair de um ambiente.


5. Roupa lavada e passada sem desperdício
Na hora de usar a máquina de lavar roupa, você pode economizar água e energia se lavar, de uma só vez, a quantidade máxima de roupa indicada pelo fabricante do equipamento. Se usar a secadora, utilize também a capacidade máxima, evitando assim o desperdício de energia elétrica. Ao passar a roupa, espere acumular uma quantidade razoável de peças e passe tudo de uma vez só, desta forma só esquentando o ferro uma única vez.

Dica Consciente: Passe as roupas delicadas, que precisam de menos calor, ou ao ligar o ferro, enquanto ainda está esquentando, ou ao final, depois de desligar o ferro, aproveitando o calor restante.

Por Rogério Ferro, do Instituto Akatu

Reserva Biológica do Lami promove 2° Seminário Cidade Sustentável

O local recebe, constantemente, grupos de professores e estudantes com a finalidade de apresentar a Reserva Biológica e desenvolver nos participantes o sentimento de preservação a partir do desenvolvimento da consciência ecológica.

Um dia de palestras no extremo sul da capital gaúcha debateu a importância das políticas públicas para o planejamento urbano-ambiental nas cidades. A promoção foi da Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger e faz parte das ações da cidade para a Semana do Meio Ambiente.

Sob o comando da bióloga Patrícia Witt, que há seis anos gerencia a Reserva, a Unidade de Conservação (UC) tem marcado um importante espaço no cenário da educação ambiental da cidade de Porto Alegre. Com grande diversidade de fauna e flora nativas, o local recebe, constantemente, grupos de professores e estudantes com a finalidade de apresentar a Reserva Biológica e desenvolver nos participantes o sentimento de preservação a partir do desenvolvimento da consciência ecológica.

Programação

Para um público de aproximadamente 60 participantes, foram apresentadas cinco palestras que tiveram como tema em comum a sustentabilidade e a preservação ambiental em meio urbano.

ÁREAS PROTEGIDAS COMO ESTRATÉGIAS DE PRESERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE IN SITU EM MEIO URBANO.

A primeira palestra ficou por conta da anfitriã, Patrícia Witt, que apresentou um panorama sobre Áreas de Preservações. Nesse sentido, informa que oParque de Yellowstone representa um marco na história das Unidades de Conservação. Essa área de preservação foi criada em 1872, nos Estados Unidos.

No Brasil, o Parque Nacional do Itatiaia, localizado no Rio de Janeiro, foi constituído Unidade de Conservação em 1937. Nele, muitas espécies da flora e fauna da Mata Atlântica e Campos de Altitudes são preservadas.

Já o Rio Grande do Sul conta com 21 Unidades de Conservação Estaduais. Dessas, 14 estão inseridas no bioma Mata Atlântica e sete nos Campos Sulinos. A maioria, 18 delas, é classificada como unidade de proteção integral. As outras três são de uso sustentável.

No que diz respeito a Porto Alegre, a bióloga aponta a necessidade de se criar corredores ecológicos entre as Unidades de Conservação da cidade: Morro do Osso, Parque Saint Hilaire Reserva Biológica do Lami, Parque Estadual Delta do Jacuí e Parque Estadual de Itapuã. A falta de conectividade entre essas UCs faz com que animais como o bugio, por exemplo, circulem em áreas restritas e acabem por reproduzirem-se com parentes próximos.

Outras preocupações apontadas pela palestrante são as alterações que estão sendo propostas para as leis ambientais do Rio Grande do Sul e para o Código Florestal Brasileiro que, se efetivadas, vão representar retrocessos no que tange o sentido de preservação do ambiente natural.

Para alertar sobre os perigos das alterações do Código Florestal Brasileiro, que está sendo encabeçado no Congresso Nacional pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB), um grupo de Organizações Não Governamentais (ONGs) criou o portal SOS Florestas.

LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO NA SUSTENTABILIDADE DAS CIDADES.

Para Karin Potter, que participou da criação do Código Ambiental do Rio Grande do Sul, as alterações propostas pelo Projeto de Lei 154/09 devem trazer prejuízos para a biodiversidade gaúcha. Ela iniciou sua apresentação reafirmando as convicções de sua antecessora no Seminário de que as flexibilizações das leis ambientais são prejudiciais para o meio ambiente.

Para ver as manifestações do Ministério Público do Rio Grande do Sul sobre essa questão, acesse As diversas faces do PL 154/2009.

Seguindo a palestra, Potter afirma acreditar que em um conceito de cidade sustentável deve haver um sistema fechado onde “se produz o que se consome e se consome o que se produz”.

Como um exemplo de cidade sustentável, indicou Freiburg, na Alemanha.

Infelizmente, na grande maioria das cidades brasileiras o uso de bicicletas ou outras formas de veículos não poluentes não contam com o incentivo das administrações públicas. Uma das raras exceções aqui no Rio Grande do Sul é a cidade de Sapiranga. Segundo dados da prefeitura da cidade, que tem aproximadamente 80 mil habitantes, a frota de bicicletas chega a 40 mil. Um orgulho para um município que deseja se considerado a “cidade das bicicletas”.

Já a cidade de Porto Alegre, que tem quase um milhão e meio de habitantes e é sempre bem colocada nos rankings de qualidade de vida do País, carece de ciclovias.

POLÍTICAS PÚBLICAS E SUSTENTABILIDADE URBANA.

O professor de direito, Luciano de Faria Brasil, abordou, seguindo a linha de mobilidade urbana, a necessidade de se repensar o futuro das cidades. Na sua apresentação destacou um dado bastante preocupante: Entre os anos de 2008 e 2009 a frota de automóveis da capital gaúcha aumentou em 73 mil veículos. Em média, 200 carros ingressaram por dia nas já congestionadas vias urbanas de Porto Alegre.

Como sugestões de políticas públicas para colaborar com a sustentabilidade urbana, apontou algumas ações:

- Diminuir o número de viagens motorizadas
- Repensar o desenho urbano
- Repensar a circulação de veículos
- Desenvolver os meios não motorizados de transportes
- Reconhecer a importância dos deslocamentos dos pedestres
- Priorizar os transportes coletivos
- Fiscalizar, de forma mais rigorosa, as emissões de poluentes
- Aperfeiçoar a gestão local

Para finalizar, apontou que o conceito de sustentabilidade deve ser visto como “em desenvolvimento”.

REPARAÇÃO DO DANO AMBIENTAL EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE.

A promotora do Ministério Público gaúcho, Annelise Monteiro Steigleder, explanou algumas formas com que a justiça tenta resolver os casos de danos ambientais. Deixou evidente as dificuldades enfrentadas pelo judiciário quanto à identificação de Áreas de Proteção Ambiental disponíveis para serem recuperadas em casos condenações. Na ocasião, a promotora sugeriu que os órgãos ambientais façam um inventário de áreas degradas sob domínio do poder público para fins de utilização em processos de compensações ambientais. Foi sugerido, inicialmente, o arroio Manecão.

IMPORTÂNCIA DA PRESERVAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS E DA BIODIVERSIDADE PARA A QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE URBANO.

Encerrando o ciclo de palestras, Cláudio Mondin, do Instituto do Meio Ambiente, da PUC RS, enfatizou a necessidade de preservar todos os morros de Porto Alegre pela importância que têm como locais onde são encontradas inúmeras espécies raras da flora, algumas em risco de extinção. Conforme Mondin, uma medida importante para a preservação desses locais é a criação de Unidades de Conservação em todos os morros com acentuada riqueza florística. Witt sugeriu que a idéia seja apresentada como pauta para o Conselho Municipal do Meio Ambiente (COMAM).

Heverton Lacerda
Observatório Ambiental/EcoAgência