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domingo, 23 de fevereiro de 2014

El Niño pode ocorrer este ano e ameaçar produção de alimentos

A ocorrência do fenômeno climático El Niño, que pode provocar seca em algumas partes do mundo e, ao mesmo tempo, causar inundações em outros lugares, é cada vez mais provável neste ano, com risco de atingir a produção de alimentos essenciais, como arroz, trigo e cana. O El Niño se configura pelo aquecimento da superfície do mar no Oceano Pacífico, com repercussões em várias partes do mundo. O pior fenômeno do gênero foi registrado no final de 1990, matando mais de 2.000 pessoas e causando bilhões de dólares em danos. Um fenômeno intenso pode secar culturas na Austrália, sudeste da Ásia, Índia e África, enquanto outras partes do planeta, como o Meio-Oeste dos EUA e Brasil, são atingidas por chuvas. Embora os cientistas ainda debatam sobre a intensidade de um potencial de El Niño, um serviço de meteorologia da Austrália e um centro de previsão do clima dos EUA advertiram sobre aumento das chances do fenômeno neste ano. No mês passado, a Organização Meteorológica Mundial, das Nações Unidas, disse que havia uma “possibilidade reforçada” de um fraco fenômeno em meados de 2014. “O mundo está se preparando para o El Niño, que, se confirmado, poderia causar estragos na oferta e elevar preços de algumas commodities”, disse a analista de investimentos da Phillip Futures, em Cingapura, Vanessa Tan. (Fonte: G1)

Conheça o projeto que vai acabar com a seca do nordeste

O rio São Francisco é conhecido como o “o rio da integração nacional”. Mas ele, que começa no Sudeste e flui por cerca de 3 mil quilômetros, tem um pequeno problema: antes de chegar ao Nordeste, deságua no oceano. Não é para tanto que essa região do nosso país sofre, desde que o mundo é mundo, com as consequências de uma seca interminável. A falta de água ali acabou deixando o solo muito fértil para a proliferação de uma pobreza miserável. Na tentativa de acabar de uma vez por todas com o problema da seca, e consequentemente curar a região com todos os males que vem da falta de água, o governo começou em 2006, durante o mandado do ex-presidente Lula, escavações de dois túneis, chamados Cuncas I e Cuncas II, como parte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, que vai garantir o abastecimento de água de mais de 390 cidades de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. O Cuncas I, que terá 15 km de extensão (dos quais 10 já foram cavados), é o maior túnel da América Latina para transporte de água. Já o Cuncas II, quando concluído, terá mais de 4 km. E os dois fazem parte de uma rede de 477 km de túneis e canais que estão sendo construídos para acabar com a seca do nordeste. Juntos, eles têm o objetivo de transportar cerca de 83 mil litros de água por segundo. 52f8a51d6fea0 A escavação desses túneis é considerada a maior obra de infraestrutura hídrica do país. Mais de 6,6 mil pessoas estão trabalhando 24 horas por dia com mais de 1.800 equipamentos em operação. O Projeto de Integração do São Francisco faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e tem conclusão prevista para 2015. Mais de 75% da obra já foi acabada. [Portal Brasil,New Scientist] Autor: Gabriela Mateos

Pesquisadores do Pará descobrem 169 novas espécies na Amazônia

O Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG), uma das principais instituições de estudos sobre a Amazônia, anunciou nesta quarta-feira que seus cientistas descobriram nos últimos quatro anos um total de 169 espécies da flora e da fauna na maior floresta tropical do mundo. São 14 novas espécies de plantas e 155 de animais, a maioria aracnídeos, informou em comunicado a instituição, vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Das novas espécies de fauna descobertas e descritas, 112 são de aracnídeos, 12 de peixes, dez de aves, dez de anfíbios, seis de répteis, quatro de dípteros (grupo dos mosquitos e moscas) e somente uma espécie de mamífero. Já as da flora, foram encontradas 13 espécies de angiospermas e uma de briofita. O único mamífero na lista é o “Mico rondoni”, um pequeno macaco batizado assim por ser encontrado apenas em Rondônia e por habitar uma região entre os Rios Mamoré, Madeira e Ji-Paraná. De acordo com o museu, esta espécie, já ameaçada pelo avanço do desmatamento em seu habitat, foi confundida por muitos anos com a do “Mico emiliae”, típico do Pará. Contudo, estudos mais detalhados, especialmente de morfologia e crânio, chegaram a conclusão que são diferentes. Segundo o MPEG, o expressivo número de invertebrados na lista de novas descobertas não é surpresa, já que eles aparecem em maior quantidade na natureza. A quantidade de espécies descobertas nos últimos quatro anos é significativa se for levado em consideração o Catálogo Espécies do Milênio, publicado em 2012. Nele, a instituição descreveu 130 novos espécies (49 de flora e 81 de fauna) descobertas em 11 anos de pesquisa (2000-2011). O forte aumento das descobertas foi favorecido pela participação dos pesquisadores do museu no inventário da Biodiversidade Planetária, desde 2007. A iniciativa reúne cientistas de 20 instituições do mundo todo, e permite a descrição de novas espécies em uma plataforma online “Com as ferramentas cibernéticas é possível fazer descrições estruturadas, que podem ser comparadas com as dos outros colegas, o que facilita e acelera a descoberta de novidades”, afirmou o zoólogo Alexandre Bonaldo, pesquisador da instituição. Para o especialista em mastozoologia, José de Sousa e Silva Jr., que também participou do trabalho de identificação do novo macaco, o museu pode anunciar nos próximos meses a descoberta de outras espécies, já que analisa vários exemplares resgatados da região amazônica inundada pelo lago da Usina Hidrelétrica de Samuel. Segundo ele, algumas novas espécies de mamíferos, a maioria primatas, estão em fase de final de investigação, como, por exemplo, o macaco zogue-zogue-rabo-de-fogo. Os cientistas do MPEG afirmaram que a diversidade biológica da Amazônia pode ser maior do que se imagina devido ao fato de vários grupos da mesma família se desenvolveram como espécies diferentes ao ficar separadas em margens opostas de grandes rios, um fenômeno visto somente nesta região. (Fonte: Terra)

Conheça o carro feito para facilitar a vida dos cadeirantes

Todos os dias, realizamos tantos tipos de atividades diferentes e rotineiras, que acabamos praticamente nos esquecendo que caminhamos até a padaria pela manhã ou que precisamos correr para pegar um ônibus. Porém, quando se têm alguma deficiência física, mesmo as coisas que fazem parte do nosso cotidiano se tornam um esforço muito maior como, por exemplo, fugir de uma chuva de verão. “Imagine que você não pode entrar em um carro rapidamente quando está chovendo, não consegue andar de bicicleta e boa parte do transporte público não é acessível”, propõe o site do Kenguru, um carro elétrico que quer mudar a vida de cadeirantes do mundo todo. “O transporte é um obstáculo enorme para as pessoas que usam cadeiras de rodas. Muitas vezes é demorado, fisicamente difícil, caro ou simplesmente indisponível. Isso resulta na desconexão com a comunidade, incapacidade para o trabalho e uma menor qualidade de vida”. O produto é fruto da união do projeto do húngaro Istvan Kissaroslaki e da determinação de Stacy Zoern, uma advogada de Austin, Texas. Depois de quatro anos de busca por investidores, a dupla espera que os seus primeiros veículos adaptados para usuários de cadeiras de roda saiam da linha de montagem em cerca de 18 meses. Parecido com o irmão mais novo do Smart Car, o veículo, batizado com a palavra húngara para “canguru”, mede cerca de 2 metros de comprimento, 1,5 metro de altura e tem uma porta traseira que abre para cima, através da qual seu proprietário pode deslizar uma cadeira de rodas até o lugar do motorista. Duas baterias elétricas o alimentam por quase 100 quilômetros, a uma velocidade máxima de 40 km/h. Envolto em um casulo de aço e fibra de vidro, o Kenguru deve dar aos cadeirantes um novo tipo de liberdade. “Honestamente, eu tenho uma doença neuromuscular. Eu não quero correr a 100 km/h na estrada, mas eu me sinto segura indo a 40 km/h em uma rua da cidade, e isso me dá um enorme aumento na minha independência e na gama de lugares onde eu posso ir”, conta a norte-americana que há 13 anos sofreu um acidente em uma minivan adaptada para motoristas com deficiência. Ela bateu em um meio fio com a Dodge Grand Caravan, estourou um pneu e perdeu o controle da pesada van. Suas mãos voaram o volante, sua cadeira de rodas tombou e o veículo se chocou com um poste. Ela e um amigo ficaram feridos no acidente e Stacy percebeu que a substituição do veículo não seria sensata, tanto por razões financeiras (ele havia custado US$ 80 mil, o equivalente a mais de R$ 190 mil) quanto pela segurança. “A tecnologia ainda não tinha avançado o suficiente para que eu dirigisse”, relembra. Cerca de uma década depois, em março de 2010, Stacy estava pesquisando transporte acessível para cadeiras de roda e acabou encontrando o Kenguru. Desenhado por Kissaroslaki, que vinha testando e exibindo protótipos do modelo em feiras automobilísticas da Europa há alguns anos, aquilo era exatamente o que a advogada estava procurando. Ela bombardeou o executivo com e-mails, contudo, não obteve respostas. Na época, a recessão global estava atingindo a Europa Oriental e ele tinha acabado de descobrir que tinha perdido 2 milhões de euros de empréstimo com o colapso do banco Lehman Brothers. Stacy ligou para Budapeste. “Ele me disse: ‘Precisamos de uns dois milhões de euros, você só vai poder comprar um [Kenguru] em quatro ou cinco anos, então tenha uma boa vida’, e desligou o telefone”, conta. Implacável, a empresária de primeira viagem recorreu a um parceiro em seu escritório de advocacia, que era um empreendedor. Stacy era um advogada de patentes que ocasionalmente assumiu casos de direitos civis de deficientes, mas não tinha nenhuma experiência empresarial. “Eu encontrei esse produto que realmente quero e descobri que eles precisam de dinheiro para colocá-lo no mercado. Você pode me ajudar?”, pediu ao colega, que concordou. A partir deste momento, começou o esforço de captação de recursos e, ao mesmo tempo, a insistência para que Kissaroslaki aceitasse a parceria. Quando o europeu cedeu, veio para os EUA, se reuniu com Stacy e foi conquistado pelo seu entusiasmo. No final de 2011, o homem mudou-se com sua esposa e os dois filhos para o Texas. “Quando você cresce com uma deficiência, tudo é um obstáculo. Eu tenho ajuda para sair da cama pela manhã. Eu recebo ajuda para me vestir. Tenho que programar cada pausa para ir ao banheiro em momentos que alguém forte o bastante para me levantar esteja por perto. Ligar a lâmpada da minha mesa é difícil, colocar papel na impressora é difícil, e por isso você passa toda a sua vida dessa maneira”, explica Stacy. A captação de recursos para o pontapé inicial do Kenguru não foi fácil. Levou quatro anos para construir uma rede de relacionamentos e convencer os financiadores, que incluem amigos e vizinhos (Stacy também investiu US$ 140 mil, aproximadamente R$ 335 mil). Ela, que esperava o apoio do governo para o que é um projeto sustentável direcionado aos deficientes, revela que ficou surpresa com o pouco apoio disponível, a nível federal. Quando se encontrou com o presidente Barack Obama em um evento para empresários de pequenas empresas, o parlamentar teria ficado impressionado com o projeto e dito que estava ansioso para ver os carros pelas ruas. Apesar da falta de financiamento do governo federal, grandes fundações ou da indústria automobilística, Stacy e Kissaroslaki conseguiram levantar US$ 4 milhões, em grande parte graças à fértil cultura de start-ups existente na cidade texana. No início de janeiro, anunciaram que iriam começar a receber reservas para os primeiros Kengurus. Os carros vão custar cerca de US$ 25 mil cada, o equivalente a R$ 60 mil, porém muitos compradores podem se qualificar para receber incentivos públicos para a mobilidade e energia verde. O primeiro modelo terá direção semelhante a de motocicletas e será adequado para motoristas que têm a força suficiente nos membros superiores para controlar o carro. Outro modelo, ainda em desenvolvimento, utilizará um joystick, como no caso de cadeiras de rodas automáticas, permitindo que muitos outros usuários possam operá-lo. Stacy terá o segundo modelo, porque a força superior do seu corpo é limitada, então vai ter que esperar um pouco mais do que a maioria para ter o carro que levou para o mercado. “Eu não vou ter o primeiro veículo, nem mesmo um dos 100 primeiros”. Até agora, uma das partes mais gratificantes do empreendimento para Stacy são os e-mails e ligações que recebe de potenciais clientes. Ela entende melhor do que ninguém como pode ser ruim para os cadeirantes fazer tarefas simples ou se locomover na cidade. Mais frequentemente do que não, precisam contar com a bondade de amigos e familiares para acompanhá-los até alguma loja, escritório ou um café. Os prováveis clientes que entraram em contato com da empresa são de lugares tão distantes como Austrália e Oriente Médio, esperando ansiosamente sua programação de produção. Até hoje, a advogada empreendedora já enfrentou uma longa jornada, entretanto isso não a desanima perante às perspectivas futuras. “Estou confiante”, diz, decidida. “O fracasso não é uma opção. Temos 30 investidores. Nós já arrecadamos US$ 4 milhões em todo os EUA. Tudo está alinhado para a gente, pessoalmente, como fundadores desta empresa. E ainda tenho milhares de pessoas lá fora esperando, por isso não desistimos”, comemora. [Kenguru, Nation Swell, Grist]

Goodall pede proteção ao meio ambiente para não deixar “um mundo podre”

A primatóloga britânica Jane Goodall, que completará 80 anos em abril, continua sua luta para proteger o meio ambiente, algo que considera crucial para não deixar “um mundo pobre” para as futuras gerações, segundo disse à Agência Efe em Dacar. Goodall visitou nesta semana o Senegal para inaugurar um centro de pesquisa e conservação dos chimpanzés, instalado por uma equipe de primatólogos do Instituto Jane Goodall (IJG) da Espanha. Este centro, o primeiro da África Ocidental, está situado na reserva de Dindefelo, na região de Kedougou, situada a quase 700 quilômetros de Dacar. Em um ato realizado na Embaixada da Espanha, a primatóloga ressaltou que os chimpanzés e os humanos têm similitudes não só no DNA, mas na estrutura do cérebro e em pautas de comportamento, como ter cócegas. “Eles são capazes de distinguir alegrias e tristezas, de maldade e bondade, de maneira semelhante aos seres humanos”, disse a cientista, que dedica 300 dias de sua agenda anual para percorrer o planeta e ampliar seu programa denominado “Roots and Shoots”, iniciado em 1991 na Tanzânia. Hoje em dia, esse programa se estendeu a 134 países e os protagonistas, cerca de 150 mil jovens de uma idade média de 30 anos, se dedicam às tarefas de proteção das povoações, dos chimpanzés e do meio ambiente. “Queremos atrair particularmente os jovens estudantes e alunos das escolas secundárias e primárias, pois me preocupa o porvir das gerações futuras”, disse à Agência Efe a ganhadora do Prêmio Príncipe de Astúrias (2003) e Mensageira de Paz da ONU. “Os jovens que encontro em minhas viagens e que se comprometem no programa ‘Roots and Shoots’ -ressaltou- me dão a força para seguir atuando. E vou completar 80 anos dentro de dois meses”. “Minha preocupação é com meus netos, nossos netos e bisnetos. E se não protegermos o meio ambiente, vamos deixar um mundo podre”, declarou a especialista. A cientista denunciou os danos ocasionados pelas multinacionais ao meio ambiente. “Muitos problemas surgem das multinacionais, que exploram os recursos naturais”. As ações dessas empresas têm um impacto sobre as povoações e a natureza, na opinião de Goodall, que acredita ser “urgente que cada um atue em seu lugar, assuma suas responsabilidades”. No ato da Embaixada Espanhola, realizado na segunda-feira,Goodall aproveitou sua visita para se reunir com o ministro senegalês do Meio Ambiente, Mor Ngom, com quem conversou sobre a necessidade de melhorar a parceria entre seu instituto e o Governo do Senegal. A agricultura, os incêndios florestais e a desertificação são os perigos que os chimpanzés afrontam na reserva de Dindefelo, que forma um corredor ecológico com a vizinha Guiné, o país da África Ocidental que conta mais chimpanzés, cerca de 15 mil. Segundo as estatísticas oficiais, 75% dos chimpanzés de África Ocidental desapareceram durante os últimos 30 anos, passando de 600 mil para 200 mil exemplares. Jane Goodall visitou a África em 1960 para realizar um estudo sobre os chimpanzés do Lago Tanganica e, desde então, dedicou sua vida a estudar e defender estes primatas. Goodall é considerada uma das principais autoridades no estudo dos chimpanzés em estado selvagem e, ao longo de 40 anos de pesquisas, descobriu pautas de comportamento e habilidades insuspeitadas, como a que os chimpanzés usam e fabricam ferramentas e utilizam plantas como remédios. (Fonte: Terra)

Em alagamentos, formigas se unem para formar ‘balsa’ e proteger rainha

Em situações de alagamento, as formigas procedem a uma ação orquestrada que protege a maior parte da colônia. Elas se juntam, enroscando patas com patas, ou patas com mandíbulas, formando uma pequena “balsa”. As larvas e as pupas sempre ficam embaixo, formando a base da embarcação. As operárias se distribuem ao longo da estrutura. Já a rainha ocupa o centro, exatamente no ponto mais protegido. A lógica dessa estrutura coletiva foi desvendada por pesquisadores da Universidade de Lausanne e da Universidade de Neuchâtel, ambas na Suíça. A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira (19) no periódico científico “PLoS ONE”. À primeira vista, pode parecer que as larvas e pupas que formam a base da balsa são sacrificadas em benefício da comunidade. Porém, investigações mais aprofundadas mostraram que esses filhotes, na verdade, tem grandes chances de sobrevivência, pois conseguem boiar com mais facilidade do que os outros membros da colônia. Os pesquisadores observaram que, na presença da água, as operárias começam a coletar larvas e pupas. Segurando-as com as mandíbulas, os filhotes servem de base para a estrutura. Outras operárias se empilham sobre o grupo e, quando o nível da água se eleva, as rainhas se movem para ocupar o centro da pilha. Quando a estrutura toda começa a flutuar, ela geralmente é formada por três a quatro camadas de operárias. O estudo foi feito em laboratório com a espécie Formica selysi. A pesquisadora Jessica Purcell, da Universidade de Lausanne, explicou que se esperava que os indivíduos que formavam a base da balsa fossem os que mais sofressem mais com a estratégia. “Ficamos surpresos de ver que as formigas sistematicamente colocam os membros mais jovens da colônia nessas posições”, diz Jessica. “Mas experimentos adicionais revelaram que os filhotes são os membros que têm a maior capacidade de boiar da sociedade, e que a estratégia não diminui sua sobrevivência; portanto, a configuração beneficia o grupo a um custo mínimo”, diz. (Fonte: G1)

Janeiro de 2014 foi o mais quente em 7 anos e o quarto da série histórica

A temperatura média global tanto em solo quanto na superfície de oceanos em janeiro de 2014 foi a maior desde 2007 e a quarta mais quente já registrada, com 12,7ºC, segundo a Agência de Pesquisa Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos. No Brasil, o calor no mês foi um dos mais fortes em diversas regiões, batendo recordes em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. As temperaturas foram mais altas do que o normal em quase todas as terra do globo, com destaque para América do Sul à África, passando também pela Oceania e pela maior parte da Europa e da Ásia. A temperatura em janeiro foi 0,65°C acima da média do século 20, sendo que a margem de erro é de ± 0,08°C. As medições iniciaram em 1880. Este é o nono mês consecutivo (desde maio de 2013) que entra entre os 10 mais quentes para o respectivo mês. No Alasca, oeste do Canadá, Mongólia, sul da Rússia e norte da China o calor foi 3ºC superior à média para o mês entre 1981 e 2010. No Sudeste do Brasil e centro-sul da África houve recorde de calor, com temperaturas de 0,5 a 1,5ºC mais quente que a média, contribuindo para o recorde de aumento de temperatura em terras do Hemisfério Sul, 1,13ºC acima da média. Este foi também o mês mais quente para o Hemisfério Sul desde setembro de 2013, quando as temperaturas ficaram 1,23ºC acima da média. Claro que alguns locais, como os EUA e a maior parte da Escandinávia e a Rússia, registraram temperaturas abaixo da média. Na Rússia, em algumas áreas a temperatura ficou 5ºC abaixo da média. Em todo o Hemisfério Norte a temperatura ficou 1,17ºC mais quente que a média para o mês. (Fonte: UOL)

Criado site para denúncias de tráfico de biodiversidade

Um grupo de organizações internacionais que combatem o tráfico ilegal de biodiversidade inaugurou um site que busca facilitar denúncias de crimes contra a natureza. O WildLeaks é o primeiro portal na internet onde, segundo explicaram seus criadores, indivíduos ou grupos podem revelar de modo seguro e anônimo informação sobre comércio ilegal de espécies silvestres. Estima-se que no mundo este tráfico represente US$ 17 bilhões ao ano, e que parte dessa quantia seja usada para financiar organizações terroristas, particularmente na África. Apresentado oficialmente no dia 6, o WildLeaks é financiado pela Liga de Ação pelos Elefantes e administrado por vários ex-funcionários de segurança, jornalistas e organizações ambientalistas não governamentais dos cinco continentes. “O objetivo do WildLeaks é facilitar a prisão e o julgamento de traficantes, personalidades corruptas do governo e qualquer um que esteja por trás de um crime florestal e contra a biodiversidade”, explicou à IPS Andrea Crosta, cofundador da Liga e figura central da iniciativa WildLeaks. Todo indivíduo que presenciar um crime contra a natureza ou que possua qualquer tipo de informação relacionada – documentos, arquivos, imagens ou vídeos – pode usar o site para transmitir esses dados ao WildLeaks, usando qualquer das duas vias criptografadas. A rota criptografada, totalmente anônima, emprega a tecnologia Tor, mais conhecida como a “rede obscura”, e não revela o endereço IP do remetente nem nenhuma outra informação. “Incentivamos os denunciantes a usarem o processo, que é completamente anônimo, especialmente se vivem em regimes opressivos nos quais a comunicação não é livre e os próprios governos podem, na realidade, estar envolvidos em crimes contra a biodiversidade”, pontuou Crosta. O nome da iniciativa recorda o WikiLeaks, a organização que atraiu grande atenção pública nos últimos anos ao revelar documentos secretos do governo dos Estados Unidos. Mas o WildLeaks está projetado para ser substancialmente diferente. “Antes de tudo, não estamos atrás de documentos governamentais ou militares”, explicou Crosta. “Em segundo lugar, enquanto o WikiLeaks compartilha tudo imediatamente com os meios de comunicação, para nós essa será apenas a última opção”. Depois que o WildLeaks recebe a informação, os indivíduos e as organizações responsáveis pelo projeto avaliam sua precisão e confiabilidade. Depois, o portal procura fazer com que as conclusões cheguem às agências encarregadas de fazer cumprir a lei, como a Interpol, ou até autoridades governamentais confiáveis. Porém, se os governos não cooperarem, a última opção será levar essa informação aos meios de comunicação. “Nosso objetivo é trabalhar lado a lado com as agências de aplicação da lei em todo o planeta. Queremos criar uma ponte entre o público” e essas entidades, ressaltou Crosta. A resposta inicial ao novo projeto tem sido positiva. “Incentivamos fortemente todos que possuem informação sobre crimes contra a natureza a informar a agência de aplicação da lei mais adequada”, declarou à IPS um porta-voz da Sociedade Humana dos Estados Unidos, a maior organização de proteção animal do país, quando perguntada sobre a iniciativa WildLeaks. O lançamento do WildLeaks aconteceu apenas dias antes de começar a Conferência de Londres, organizada pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (Cites), com patrocínio do governo britânico. Em Londres se reúnem, desde ontem, os principais atores da comunidade mundial da biodiversidade, para desenhar uma resposta internacional à matança e ao tráfico de biodiversidade, incluindo as florestas. O movimento de combate aos crimes contra a natureza ganhou muito impulso nos últimos meses. Na semana passada, o governo francês destruiu três toneladas de marfim ilegal, se convertendo, assim, no primeiro país europeu a tomar essa medida publicamente. No mês passado, o governo da China também destruiu publicamente uma grande quantidade de marfim ilegal, e os Estados Unidos haviam feito o mesmo em novembro. Em termos gerais, os ativistas dão as boas-vindas a esse novo impulso mundial. Peter Knights, diretor-executivo da WildAid, se mostrou satisfeito com a medida adotada por Pequim. “Cada grande viagem começa com um pequeno passo. Esse é um primeiro passo muito importante por parte da China e deve ser incentivado”, opinou à IPS. Atualmente considera-se que os ganhos com o tráfico de biodiversidade são superiores aos do comércio ilegal de armas pequenas, ouro, diamante e petróleo. O comércio ilegal de peles de tigre e de dentes de marfim causam a morte de aproximadamente 50 mil elefantes por ano, e de quase 3.500 tigres selvagens na Ásia, segundo a Agência de Investigação Ambiental. No mês passado, o Centro Stimson, com sede em Washington, divulgou um informe no qual mostra evidências dos fortes vínculos entre a caça ilegal e o financiamento do terrorismo internacional. “Há evidências muito fortes de que organizações da República Centro-Africana, da Somália e da República Democrática do Congo estão fortemente envolvidas com a caça ilegal”, advertiu a jornalistas o analista Varun Vira, da empresa norte-americana de segurança C4ADS, na apresentação do informe no mês passado. Ativistas e analistas acreditam que uma das maiores organizações terroristas da África, a Al Shabab, financia boa parte de suas operações por meio do comércio ilegal de marfim. O governo de Barack Obama também tomou medidas para combater o tráfico de produtos derivados da natureza. Em julho de 2013, o presidente norte-americano assinou a Ordem Executiva de Combate ao Tráfico de Biodiversidade, se comprometendo a ajudar os governos “em atividades antitráfico quando solicitado por nações estrangeiras que experimentam o tráfico de natureza protegida”. Obama encarregou várias agências e vários departamentos dos Estados Unidos da implantação da nova diretriz, entre eles os Departamentos de Defesa, do Tesouro e de Segurança Interna, bem como a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid). Fonte: Envolverde/IPS

Água: a crônica da falta de bom senso

Os problemas de abastecimento são reflexos do mau uso e desperdícios generalizados Um calor acima do previsto e chuvas que não caem como em anos anteriores. Além disso, um consumo em alta e os reservatórios em baixa atingindo marcas históricas negativas. Todos esses fatores somados resultam na séria e concreta ameaça de racionamento de água na região Sudeste, a mais populosa do país. É claro que esse estado de coisas deve ser considerado atípico, mas diante da crise anunciada e um iminente “apagão” no fornecimento desse líquido precioso, lá vamos nós caçar os culpados da hora!! A mídia responsabiliza governos pela ausência de investimentos no setor. Os partidos pró e contra defendem ou atacam conforme a conveniência e a população reclama de todos afirmando que pagam suas contas em dia e, portanto, não aceitam abrir mão do direito de ter água nas torneiras e chuveiros sempre que quiserem fazer uso dela. Afinal, foi o fenômeno climático, como consequência do aquecimento global, o maior responsável pelas altas temperaturas e pela ausência de chuvas? Em parte podemos até afirmar que sim. Mas depender totalmente dos ciclos de chuva do bom comportamento climático, apenas revela um despreparo muito grande e que deve realmente assustar a todos nós. Então, a quem cabe a maior responsabilidade? Acredito que seja da visão limítrofe generalizada que ainda é capaz de dar pouca importância a esse insumo fundamental para a vida de todos. Façamos um exercício bastante simples. Imagine a falta de muitos serviços que temos à disposição dentro das nossas casas. Pense que durante um período você ficará totalmente sem energia elétrica, sem telefone ou mesmo sem dispor da internet e da televisão a cabo. Muito ruim sem dúvida e que podem trazer prejuízos diversos. Agora reflita sobre a total ausência de água. Sem entrar na individualização dos problemas acarretados por cada um desses serviços, o que naturalmente o obrigaria a sair de casa para buscar uma solução é exatamente a água. Ela não é apenas vital para o nosso dia a dia, pessoal ou profissionalmente como tantos outros, é basicamente uma questão de sobrevivência. Agora, com raras exceções, o mais essencial é, invariavelmente, o mais barato de todos. É ao final das contas uma impressionante inversão de valores, o que é mais importante custa menos que o supérfluo… e vice-versa. Nessa hora prevalece a lógica do famigerado mercado tão pouco afeito a enxergar além do curto prazo. Esse olhar distorcido é o primeiro responsável pela nossa crise de abastecimento de água. Depois dele tudo vai se complicando numa espiral de problemas sobrepostos. Cidadania também em falta Senão, vejamos. Recentemente o escritor Ignácio de Loyola Brandão publicou em sua coluna no jornal O Estado de São Paulo diversos diálogos mantidos por ele com pessoas que faziam uso da água da pior maneira possível. Estavam elas a varrer calçadas com a mangueira ou a lavar carros pouco preocupadas com o desperdício de litros e litros de água tratada. Ao questionar esses indivíduos, as respostas dadas ao conhecido escritor foram, invariavelmente, semelhantes, indo de um simples: “cuide de sua vida” a um “pago a água e gasto quanto quiser”. Atitudes típicas de um individualismo contemporâneo e nefasto. Essas pessoas agem como se não houvesse interesses coletivos que estão acima dos seus de gastar água como bem entendessem. Temos direito a água, certamente. Mas também temos o dever de fazer uso racional dela. Acima de tudo, a água deve ser percebida como bem comum. Então as famílias são as grandes responsáveis pelos nossos problemas de abastecimento? Calma aí, não foi isso que eu disse. Existem ainda outros atores nessa equação. As enormes perdas do sistema Segundo a ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental) as companhias de abastecimento de água no Brasil são responsáveis por uma perda média que chega a absurdos 40%. Mas existem empresas de saneamento que perdem até 60%. Um volume de água impressionante que é desperdiçado e que contribui fortemente para a atual situação. E esse desperdício reverte em um círculo vicioso e pernicioso. Quanto mais se perde água, menos a empresa responsável pelo abastecimento será capaz de investir recursos para melhorar o sistema e trabalhar para a redução dessas mesmas perdas. Ainda, de acordo com a ABES, são diversas as razões para a manutenção desse cenário, entre elas, podemos destacar a falta de quadro de profissionais capacitados; escassez de equipamentos, a baixa capacidade de financiamento como já citado e por fim, a ausência de uma coordenação geral redundando em uma gestão ineficiente do sistema. Então, leitor você poderá raciocinar, aí estão as grandes responsáveis, ou seja, as companhias estaduais de abastecimento de água. Aí serei obrigado a pedir um pouco mais de paciência para suas conclusões definitivas. Governos e suas campanhas oficiais A crise tomou tal proporção que, em São Paulo, o Sistema Cantareira, um dos principais responsáveis pelo abastecimento dos cerca de 20 milhões de habitantes da região metropolitana atingiu a marca histórica de 18,8% no nível de sua represa. Diante desse fato, o governo do estado, por meio da Sabesp, a companhia de abastecimento paulista decidiu por uma medida a altura do momento (estou sendo irônico). Uma campanha em forma de súplica pedindo às pessoas que economizem água em troca de uma redução de 30% na conta mensal. O tom dado por essa campanha seria, mal comparando, o mesmo que premiar a honestidade ao invés de punir severamente os desonestos. Essa comunicação perde a oportunidade de ir além, chamar à responsabilidade o conjunto da sociedade, conscientizar sobre ações efetivas de bom uso da água e ao mesmo tempo aqueles que mantiverem hábitos contrários aos da maioria da população, deveriam receber severas multas. Também não precisaríamos chegar ao momento atual para a realização de campanhas visando à economia de água. Elas deveriam ser permanentes e cotidianas, até que um novo comportamento, simplesmente, as tornasse desnecessárias. O governo de São Paulo erra ao criar uma campanha mais preocupada em não desagradar, de olho que está no ano eleitoral. O medo da crítica é maior do que a busca por uma solução. Se é assim que o cidadão/eleitor enxerga, portanto, a responsabilidade até pela campanha pouco incisiva também pode ser dividida com ele pois é, exatamente essa postura de não aceitar restrições impostas pelo setor público ao “sagrado direito de fazer o que bem entender”, que contribui para a omissão do governo diante de ações urgentes a serem tomadas que precisam, sim ser compartilhadas com a sociedade. A iniciativa privada, indústrias, o agronegócio, enfim, o setor produtivo, tem na água um dos insumos imprescindíveis para a existência de seus negócios. Algumas empresas têm feito esforços na reutilização da água, na redução do consumo e no tratamento, mas também existem muitas delas que pouco fazem nesse sentido e precisam com urgência rever suas estratégias, pois tudo faz crer que serão muito cobradas no futuro por sua falta de ação no presente. Em resumo, caro leitor, o que quero dizer é que somos, com medidas e pesos diferentes, corresponsáveis pelos avanços, retrocessos e pela atual falta de água. Como disse lá no começo desse artigo, um novo olhar, uma nova reflexão sobre a verdadeira relevância das coisas e um compromisso compartilhado precisará ser assumido por todos os setores da sociedade. Hoje o problema é a água, amanhã será a energia, assim como a questão dos resíduos, poluição, mobilidade urbana, etc, etc, etc. estão todos colocados e já batem à nossa porta. Para vivermos de maneira mais sustentável, justa e equilibrada, não se deve esperar milagres, mas a participação de todos. Cuide da água, assim como de tudo que você considera importante. Fonte: CartaCapital/Envolverde

Buenos Aires ganha Prêmio Transporte Sustentável 2014

Buenos Aires tornou-se recentemente a vencedora do nono prêmio anual de Transporte Sustentável. A capital argentina faturou a conquista pelo fato de a cidade reduzir as emissões de CO2 e fornecer melhorias na segurança para pedestres e ciclistas durante o ano de 2013. No ano passado a cidade reformou o trânsito em uma das suas maiores avenidas, a 9 de Julho, separou as pistas e incluiu o corredor de ônibus rápido (BRT). Lá, o BRT tem 17 estações ao longo da avenida, na qual são acomodadas 11 linhas de ônibus, que tornam mais rápidas as viagens para cerca de 200 mil passageiros por dia. Além disso, Buenos Aires adicionou um novo corredor de BRT de 23km, o Metrobus Sur, e transformou dezenas de blocos do centro da cidade em um ambiente que estimula a andar a pé e em bicicleta, promovendo assim uma cultura que prioriza as pessoas, em vez dos carros. “O sucesso de Buenos Aires prova que você pode sonhar com uma cidade sustentável”, destacou Guillermo Dietrich, secretário de Transportes da capital da Argentina, ao portal Cities Today. Menções honrosas As três cidades que ganharam menções honrosas em 2013 foram Suwon (Coreia do Sul), Indore (Índia) e Lanzhou (China). A primeira investiu em infraestrutura para os ciclistas; a segunda implantou um corredor eficiente de ônibus rápido; enquanto a terceira foi destaque por conta de sua integração entre alternativas de transporte coletivo. Fundado em 2005, o Prêmio Transporte Sustentável é concedido anualmente a uma cidade que tem implementado projetos de transportes inovadores e sustentáveis ​​no ano anterior. Estas estratégias devem melhorar a mobilidade para todos os residentes, reduzir o transporte e as emissões de poluição do ar e melhorar a segurança e acesso para os ciclistas e pedestres. * Publicado originalmente no site EcoD. (EcoD)

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Entenda os riscos do uso inadequado de ’shakes’ e chás para emagrecer

O consumo excessivo de produtos que prometem emagrecimento rápido, como misturas conhecidas como “shakes”, que contêm fibras e visam substituir refeições, além de chás diuréticos, oferece risco à saúde por reduzir o nível de vitaminas e minerais do corpo. Especialistas ouvidos pelo G1 afirmam que dietas de baixas calorias feitas por conta própria e que usam as misturas não são recomendadas sem o apoio de profissionais de saúde. O motivo é que a perda de peso pode vir junto a redução do nível de vitaminas, que precisa ser repostas com a ajuda de suplementos. Caso isso não seja feito, é alto o risco de hipovitaminose, doença causada pela falta ou deficiência de vitaminas no organismo. Nesta segunda-feira (17), o G1 mostrou a história da auxiliar de laboratório Karina Gonçalves, que perdeu temporariamente o movimento das pernas por uma beribéri hipovitaminose causada pela falta de vitamina B1, responsável pelo bom funcionamento do sistema nervoso, músculos e coração. Médicos afirmaram que a paralisação de estímulos às pernas foi causada após Karina consumir por oito meses “shakes”, chás e remédios para emagrecimento. Ela disse que não sentia fome por conta dos remédios inibidores de apetite, consumia um pão light com leite no café da manhã e substituía as principais refeições do dia, almoço e jantar, por shakes e chás. “A forma como foi feita a dieta foi errada. Ela fez sem orientação nutricional, usou o shake de forma inadequada e fez uma dieta desequilibrada”, explicou a médica endocrinologista da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e ex-presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), Rosana Radominski. Organismo desequilibrado – Os produtos chamados de “shakes” possuem um valor energético em torno de 200 calorias, adicionados de leite, ricos em carboidratos e proteínas, mas isentos em gorduras. Segundo a nutricionista Simone Martens, eles têm uma quantidade incompleta de nutrientes e não fornecem toda a energia que o organismo necessita para se manter equilibrado. “É também perigoso trocar uma das refeições principais por shakes. O quadro se agrava facilmente quando duas principais refeições são substituídas por esses produtos”, disse ela. Além do risco de insuficiência de vitaminas B1, podem ocorrer hipovitaminoses das vitaminas A, B12, C, D, e de minerais como ferro e zinco. A ausência desses elementos provocam desde problemas de visão e falta de concentração, a raquitismo e anemia. Corte bruto de calorias oferece risco – Segundo Simone, uma mulher com 1,65 metro de estatura precisa ingerir cerca de 2 mil calorias por dia. Um copo de “shake” tem, em média, entre 100 kcal e 250 kcal. Ao ingerir 2 copos por dia, a pessoa consome até 500 kcal. Se considerar o consumo de ao menos uma refeição completa no dia – café da manhã, por exemplo – é possível que a pessoa não atinja nem 1.000 kcal/dia. “A pessoa vai comer metade ou menos ainda do total que deveria ter consumido para manter um peso saudável”, explicou a nutricionista. Em 2010, a Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), testou dez misturas para emagrecimento e concluiu que todas as marcas analisadas não forneciam alimentação balanceada e, por isso, não deviam ser utilizadas sem a orientação de uma nutricionista. Outro ponto citado é que o valor energético dos produtos era muito baixo para uma refeição. Segundo a endocrinologista e a médica, para emagrecer com saúde ou continuar magro, não existem soluções mágicas. Elas afirmam que dietas que levam a um emagrecimento rápido são ineficazes a longo prazo e trazem risco à saúde. (Fonte: G1)

Teoria da origem da vida é desafiada: eles não precisavam de oxigênio para evoluir

A origem da vida complexa é um dos maiores mistérios da ciência. Como as primeiras células primitivas evoluíram para a diversidade de formas de vida avançadas que existem na Terra hoje? A explicação científica mais comum é: oxigênio. A vida complexa evoluiu porque os níveis atmosféricos de oxigênio começaram a subir, 630 a 635 milhões de anos atrás. No entanto, de acordo com um novo estudo da Universidade do Sul da Dinamarca, essa explicação deve ser reconsiderada. Os pesquisadores descobriram que animais como a esponja-do-mar podem viver e crescer mesmo com suprimentos de oxigênio muito limitados. “Nossos estudos sugerem que a origem dos animais não foi impedida por baixos níveis de oxigênio”, explica um dos coautores, Daniel Mills. Por bilhões de anos, a vida só consistia em formas unicelulares simples. O surgimento de animais coincidiu com um aumento significativo de oxigênio atmosférico, portanto parecia óbvio vincular os dois eventos e concluir que o oxigênio levou a evolução para formas mais complexas. “Mas ninguém havia testado de quanto oxigênio os animais realmente precisavam. Pelo menos não que eu saiba. Por isso, decidi descobrir”, afirma Mills. Juntamente com Lewis M. Ward, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA), ele coletou esponjas-do-mar da espécie Halichondria panicea, já que as esponjas são os animais vivos que mais se assemelham aos primeiros animais na Terra. “Quando colocamos as esponjas em nosso laboratório, elas continuaram a respirar e crescer mesmo quando os níveis de oxigênio atingiram 0,5% dos níveis atmosféricos dos dias atuais”, concluiu o pesquisador. Isso é mais baixo do que os níveis de oxigênio que pensávamos ser necessários para a vida animal. A grande questão que fica é: se baixos níveis de oxigênio não evitaram que os animais evoluíssem, então o que causou a demora? Por que a vida foi formada apenas de bactérias unicelulares e amebas por bilhões de anos antes de, de repente, explodir e a vida complexa surgir? “Deve ter havido outros mecanismos ecológicos e evolutivos em jogo. Talvez a vida microbiana permaneceu por tanto tempo porque demorou para desenvolver a máquina biológica necessária para a construção de um animal. Talvez organismos multicelulares complexos sejam simplesmente difíceis de evoluir”, sugere Mills. [Phys]

Economista que deu números ao clima teme conflito mundial

As mudanças climáticas são reais e presentes. Ignorá-las seria imprudente de nossa parte e de nossos líderes. Com afirmações contundentes, o economista britânico Nicholas Stern, autor do influente relatório de 2006 sobre economia das mudanças climáticas, faz uma análise preocupante sobre os eventos extremos que veem abalando o mundo. Em texto publicado na coluna que mantém no jornal The Guardian, ele alerta para o risco do mundo mergulhar em conflitos e guerras a medida que mais áreas são afetadas pelas catástrofes naturais, obrigando a evacuação e muitas vezes, a migração, de milhares de pessoas. No texto, Stern destaca que o último Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em setembro passado, apontou para um padrão de mudanças extremas nas condições climáticas de 1950 para cá, sendo a ação humana a maior responsável pelo aumento da temperatura do planeta. Se não cortarmos as emissões de gases efeito estufa, escreve o economista, enfrentaremos consequências ainda mais devastadoras, que poderiam levar ao aumento da temperatura média global em 4 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, até o final do século. “A mudança para um mundo assim poderia causar migrações em massa de centenas de milhões de pessoas vindas das áreas mais afetadas. Isso levaria a conflito e guerra, não à paz e prosperidade”, alerta Stern. “Na verdade, os riscos são ainda maiores do que eu percebi quando eu estava trabalhando na revisão de a economia das alterações climáticas para o governo do Reino Unido em 2006”, pondera. Stern é autor do estudo divisor de águas nas discussões sobre mudanças climáticas, que mostrava como o investimento de apenas 1% do PIB mundial poderia evitar a perda de 20% do mesmo PIB dentro de 50 anos. “Desde então, as emissões anuais de gases de efeito estufa aumentaram fortemente, e alguns dos impactos, tais como o declínio do gelo do mar Ártico, começaram a acontecer muito mais rapidamente”, explica. O economista e ex-ministro britânico afirma que também subestimou a importância potencial de feedbacks fortes, como o degelo do permafrost, que libera metano na atmosfera, um poderoso gás de efeito estufa, bem como os “pontos de mutação” além do qual algumas mudanças no clima podem se tornar efetivamente irreversíveis. “O que temos experimentado até agora, certamente, é pequeno em relação ao que poderia acontecer no futuro. Devemos lembrar que da última vez que a temperatura global foi 5 ºC diferente em relação à média de hoje, a Terra foi tomada por uma era do gelo”, sublinha. Stern conclui enfatizando que os “riscos são imensos e só podem ser sensivelmente geridos pela redução das emissões de gases de efeito estufa, o que exigirá uma nova revolução industrial de baixo carbono”. (Fonte: Exame.com)

ONGs afirmam que novo Código Ambiental de SC é inconstitucional

Entidades apontam que lei catarinense, sancionada em janeiro, afronta os princípios constitucionais da legalidade, moralidade e eficiência em diversos dos seus dispositivos O Grupo Pau Campeche, a Associação Catarinense de Preservação da Natureza (Acaprena) e a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) encaminharam hoje, 17 de fevereiro de 2014, ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), um parecer solicitando a esses órgãos que entrem com Ação de Inconstitucionalidade contra a Lei 16.342 (Código Estadual de Meio Ambiente), sancionada em 21 de janeiro de 2014. O parecer, encaminhado ao Promotor de Justiça Paulo Antonio Locatelli, do Centro de Meio Ambiente do MPSC e à Procuradora da República Analúcia de Andrade Hartmann do MFP,aponta inúmeras inconsistências técnicas e inconstitucionalidades que, se não revogadas, levarão a um total caos ambiental no estado. As ONGs lembram que a tramitação do projeto de lei ocorreu de forma atropelada, suprimindo a análise das comissões de mérito (Agricultura e Meio Ambiente) da própria Assembleia Legislativa (Alesc), culminando com uma votação apressada, onde sequer emendas foram apreciadas. Segundo informação da Alesc a referida aprovação foi condicionada ao compromisso de discussão dessas emendas no início do período legislativo de 2014. Entretanto nem mesmo esse compromisso foi cumprido, uma vez que a Lei foi sancionada pelo Governador Raimundo Colombo, no dia 21 de janeiro de 2014 e publicada do Diário Oficial do Estado no dia 22 de janeiro de 2014. Entre as inconstitucionalidades estão vários artigos que vão contra o novo Código Florestal federal (Lei 12.651) aprovado em maio de 2012. Segundo Lucia Sevegnani, Presidente da Acaprena, infelizmente as autoridades instituídas de Santa Catarina novamente trazem um mau exemplo para o país, pois ao invés de trabalharem para a implantação efetiva do novo Código Florestal, aprovam regras que comprometem a qualidade de vida da população. Íntegra do Parecer Parecer Lei 16.342 de 21 de janeiro de 2014 Código Estadual do meio Ambiente Com a justificativa de adequar a Lei nº 14.675, de 13 de abril de 2009, que instituiu o Código Estadual do Meio Ambiente, com a nova lei federal que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa – Lei nº 12.651/2012 e lei Federal Complementar nº 140/2011, a Assembléia Legislativa de Santa Catarina aprovou o PL 0305.4/2013. A tramitação ocorreu de forma tempestiva, suprimindo a análise de comissões da própria casa, culminando com uma votação apressada, onde sequer emendas foram apreciadas. Segundo informação da ALESC a referida aprovação foi condicionada ao compromisso de discussão dessas emendas no próximo período legislativo. Entretanto nem mesmo esse compromisso foi cumprido, uma vez que a Lei foi sancionada pelo Governador Raimundo Colombo, no dia 21 de janeiro de 2014, sob o número 16.342 e publicada do Diário Oficial do Estado no dia 22 de janeiro de 2014. Não obstante o problema decorrente de tramitação tão atípica e comprometedora e tão rápida sanção notadamente considerando-se o teor da matéria, o texto aprovado demonstra preocupante despreparo dos legisladores envolvidos. Cumpre frisar que apenas um parlamentar votou contrário a aprovação do PL. Aparentemente o juramento a Constituição Federal foi solenemente negligenciado, pois uma breve análise de alguns artigos do texto aprovado, tornam esta afirmação evidente: No Artigo 1º, encontramos a definição de Área Urbana Consolidada (item VII), dispensando a exigência de densidade demográfica superior a 50 habitantes por hectare, como define a lei federal 11.977, de 2009. A competência legislativa concorrente remete ao Estado competência legislativa plena apenas nos casos de inexistência de lei federal definindo norma geral (Art. 24, § 3º da CF), e diz ainda a Constituição Federal que a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário (Art. 24, § 4º). Assim sendo essa definição não resguarda eficácia, e somente concorre para a geração de insegurança jurídica. Não observar a eficácia de uma norma por parte dos legisladores é falha inadmissível, visto que a própria Constituição Federal assegura que a Administração pública de qualquer dos Poderes obedecerá, dentre outros, o princípio da eficiência. Claro fica, portanto, que os deputados catarinenses não observaram esse principio, e isso se repete em diversos outros artigos. Ainda no artigo 1º, Item XV, nos deparamos com o seguinte conceito de Campos de Altitude: “ocorrem acima de 1.500 (mil e quinhentos) metros e são constituídos por vegetação com estrutura arbustiva e ou herbácea, predominando em clima subtropical ou temperado, definido por uma ruptura na sequencia natural das espécies presentes e nas formações fisionômicas, formando comunidades florísticas próprias dessa vegetação, caracterizadas por endemismos, sendo que no Estado os campos de altitude estão associados à Floresta Ombrófila Densa ou à Floresta ombrófila Mista”. Com isso ficam de fora os campos do quiriri em Joinville, os de Água Doce e grande parte daqueles do planalto central catarinense. Além da inexistência de fundamentação técnica para vincular essa tipologia vegetacional a altitudes superiores a 1500 m, a definição de vegetação primária e secundária no bioma Mata Atlântica, por força da Lei 11.428 de 2006 (lei da Mata Atlântica), foi remetida expressamente ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que o fez com a edição da Resolução nº 423, de 12 de abril de 2010. A referida Resolução vincula a vegetação de campos de altitude aos ambientes montano e alto-montano da Mata Atlântica, tornando a referencia altitudinal da lei catarinense despropositada. Isso porque o conceito de ambiente montano, segundo o IBGE, remete a faixa de 400 a 1000m nas latitudes acima de 24° sul, onde situa-se Santa Catarina (Mapa da Área de Aplicação da Lei nº 11.428 de 2006). Áreas com altitude superior a 1500 m em Santa Catarina representam uma fração mínima, de sorte que com essa investida os deputados procuram desconstituir a existência dos campos de altitude no Estado, fornecendo um atalho para burlar a lei da Mata Atlântica. O item XXXV do artigo 1º define “pequena propriedade ou posse rural” como imóvel rural com área de até 4 (quatro) módulos fiscais; diferente portanto, da definição constante da norma geral nacional, qual seja a lei nº 12.651 de 2012, que condiciona tal caracterização a exploração mediante o trabalho pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, além dos critérios dispostos no artigo 3º da lei nº 11.326 de 2006. Como o conceito da lei estadual contraria a norma geral nacional sua eficácia, por força da Constituição Federal, fica suspensa. Ainda que a justificativa apresentada era a de adequar a lei catarinense a lei federal, como se vê nesse dispositivo, o que fizeram foi modificar a lei federal, numa incompreensível e injustificada extrapolação de competência. A lei catarinense trata do Programa de Regularização Ambiental (PRA) no Art. 114-B, incumbindo ao Poder Público estadual implantar o PRA, estabelecendo medidas específicas de regularização. O tratamento dado a esse tema desconsiderou a existência de previsão na norma geral nacional. Ao desconsiderá-la não observou que o prazo concedido para que a União, Estados e o Distrito Federal implantassem seus PRAs foi de 1 (um) ano, prazo este expirado em maio de 2013. Para maior clareza transcrevemos abaixo o inteiro teor do Art. 59 da lei nº 12.651 de 2012: Art. 59. A União, os Estados e o Distrito Federal deverão, no prazo de 1 (um) ano, contado a partir da data da publicação desta Lei, prorrogável por uma única vez, por igual período, por ato do Chefe do Poder Executivo, implantar Programas de Regularização Ambiental – PRAs de posses e propriedades rurais, com o objetivo de adequá-las aos termos deste Capítulo. Em outros termos, a lei estadual mais uma vez posterga a decisão de criar o PRA no Estado e incumbe ao Poder Público Estadual uma obrigação que ele, em tese, não poderá cumprir. Da mesma forma, ao tratar do Cadastro Ambiental Rural (CAR) os legisladores catarinenses adentram em matéria já tratada em lei federal (Art. 29 da Lei nº 12.651 de 2012), que define o referido CAR como registro público eletrônico de âmbito nacional, e criam um novo CAR, porém sem caráter nacional. Desse modo o art. 117-A, como não pode alterar a lei 12.651, permite a interpretação de que no Estado de Santa Catarina teremos um segundo cadastro, além do nacional. Essa hipótese é inteiramente desproposital, pois os objetivos descritos no Art. 117-A são absolutamente idênticos aos do CAR nacional, não se mostrando minimamente razoável impor ao proprietário rural catarinense essa duplicidade de exigência. E dificultar o controle nacional sobre o que acontece nas propriedades em Santa Catarina. A lei catarinense trata das Áreas de Preservação Permanente (APP) no Art. 120-B, . considerando APP, em zonas rurais ou urbanas, em consonância com a lei federal, portanto mera duplicidade desnecessária. Não obstante no parágrafo único do referido artigo 120-B, o texto da lei catarinense inova, estabelecendo que as “medidas das faixas de proteção a que se refere este artigo poderão ser modificadas em situações específicas, desde que estudos técnicos justifiquem a adoção de novos parâmetros”. Ao estabelecer parâmetros mínimos de faixas de APP, a lei federal 12.651 se impõe como regra geral nacional, não cabendo, portanto, aos Estados eliminá-los. O parágrafo único do art. 120-B inadvertidamente procura fazer isso, contrariando assim frontalmente a norma geral nacional e, por isso, tendo sua eficácia suspensa. Além de demonstrar desconhecimento do texto constitucional os legisladores catarinenses criam uma previsão que somente servirá para gerar confusão e insegurança jurídica aos administrados. O Art. 120-D segue tratando das APPs, determinando que consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando declaradas de interesse social por ato do chefe do Poder Executivo Estadual, as áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais das finalidades já definidas na lei federal 12.651 de 2012. Não obstante, contrariando a norma geral nacional, a lei catarinense, em seu paragrafo único, limita essa possibilidade, pois impõe como condição a previa e justa indenização dos proprietários ou possuidores dos imóveis abrangidos. Com isso a lei catarinense subverte o regime de APP, mas ao contrariar a lei federal, a eficácia desse paragrafo é igualmente suspensa, visto o previsto no art. 24, § 4º da Constituição Federal. O Art. 121-E volta a mencionar o Programa de Regularização Ambiental, estabelecendo que: “Os imóveis com áreas rurais consolidadas que não atendam aos parâmetros indicados nesta Subseção poderão ser regularizados através da adesão ao Programa de Regularização Ambiental de que trata o Capítulo IV-A do título V desta lei, observado o contido no art. 114-I até término do prazo de adesão no referido programa. Paragrafo único. As medidas das faixas de proteção indicadas nesta Subseção poderão ser modificadas no âmbito do Programa de Regularização Ambiental, em razão das peculiaridades territoriais, climáticas, históricas, culturais, econômicas e sociais da região onde está situado o imóvel a ser regularizado.” Ocorre que, como já mencionado, o referido Programa de Regularização Ambiental não foi implantado, e o prazo para fazê-lo, determinado na legislação federal, expirou. Resta assim como previsão extemporânea, só gerando confusão e insegurança jurídica, notadamente por abrir essa expectativa de flexibilizar a exigência de faixas de proteção permanente, algo que a legislação estadual não pode fazer. Na Subseção IV, que trata das APPs em Áreas Urbanas Consolidadas, a lei catarinense prevê em seu Art. 122-A: “Os municípios poderão, através do Plano Diretor ou de legislação específica, delimitar as áreas urbanas consolidadas em seus respectivos territórios, disciplinando os requisitos para o uso e ocupação do solo e estabelecendo os parâmetros e metragens de áreas de Preservação Permanente a serem observados em, tais locais. Paragrafo único. Os requisitos para regularização a que se refere o caput deste artigo poderão ser definidos para a totalidade do território municipal ou para cada uma de suas zonas urbanísticas”. Já no Art. 122-C define: são modalidades de regularização de edificações, atividades e demais formas de ocupação do solo em áreas urbanas consolidadas: I – regularização de interesse social: destinada à regularização de áreas urbanas consolidas ocupadas, predominantemente, por população de baixa renda, nos casos: Em que a área esteja ocupada, de forma mansa e pacífica, há, pelo menos, 5 (cinco) anos; Paragrafo único. Para fins da regularização de interesse especifico, ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água natural, será mantida faixa não edificável com largura mínima de 15 (quinze) metros de cada lado, ressalvada previsão especifica em sentido diverso no Plano Diretor ou legislação municipal correlata, em razão de peculiaridades territoriais, climáticas, históricas, culturais, econômicas e sociais relacionadas à ocupação do solo urbano. Observa-se aqui, no texto do paragrafo único do Art. 122-C, contrariedade aos termos da regra geral nacional definida na lei 12.651 de 2012. A lei federal determina em seu Art. 65: Art. 65. Na regularização fundiária de interesse específico dos assentamentos inseridos em área urbana consolidada e que ocupam Áreas de Preservação Permanente não identificadas como áreas de risco, a regularização ambiental será admitida por meio da aprovação do projeto de regularização fundiária, na forma da Lei 11.977, de 7 de julho de 2009. E em seu § 2º, estabelece: § 2o Para fins da regularização ambiental prevista no caput, ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água, será mantida faixa não edificável com largura mínima de 15 (quinze) metros de cada lado. Logo, ao definir que a exigência de manter faixa não edificável com largura mínima de 15 metros de cada lado poderá ser suprimida, uma vez que o texto da lei catarinense inclui a expressão “ressalvada previsão especifica em sentido diverso no Plano Diretor ou legislação municipal correlata, em razão de peculiaridades territoriais, climáticas, históricas, culturais, econômicas e sociais relacionadas à ocupação do solo urbano”, contrariando assim a determinação da legislação federal. O Art. 124-C define que para a aplicação desta Lei, são consideradas de Interesse Social: VII – atividades rurais de produção de gêneros alimentícios, vegetal e animal: e VIII – outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional à atividade proposta, definidas em ato do Chefe do Poder Executivo estadual. Ocorre que essa definição de atividades consideradas de interesse social para fins de regularização ambiental já foi feita na lei federal 12.651 de 2012, não estando incluída a previsão genérica de “atividades rurais de produção de gêneros alimentícios, vegetal e animal” A determinação de outras atividades similares, conforme texto da lei federal, somente poderá ser feita por ato do Chefe do Poder Executivo federal. Desse modo, no artigo 124-C da lei catarinense temos duas extrapolações indevidas. Uma referente à inclusão de nova atividade (item VII) e outra referente a transferência de competência para o Chefe do Poder Executivo estadual do que é definido na regra geral nacional como competência do Chefe do Poder Executivo federal (item VIII). O Art. 130-A instituí a Cota de Reserva Ambiental (CRA), título nominativo representativo de área com vegetação nativa, existente ou em processo de recuperação. Ocorre que o referido título já foi instituído pela lei federal nº 12.651 de 2012, logo temos aqui duplicidade injustificável. Além disso, a Constituição Federal determina como competência privativa da União legislar sobre sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais. O Art. 131-C, ao tratar do Sistema Estadual de Unidades de Conservação, mostra contradição com a lei federal 9.985, visto que o texto do seu paragrafo único determina: Parágrafo único. Podem integrar o SEUC, após oitiva da FATMA e deliberação do CONSEMA, unidades de conservação estaduais ou municipais que, concebidas para atender a peculiaridades locais, possuam objetivos de manejo que não possam ser satisfatoriamente atendidos por nenhuma categoria prevista na Lei federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e cujas características permitam, em relação a estas, uma clara distinção. Ocorre que a lei federal 9.985, de julho de 2000, define que o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC é constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e municipais, de acordo com o disposto nesta Lei (Art. 3º); e ainda estabeleceu um prazo de 2 anos para a reavaliação das unidades de conservação e áreas protegidas criadas com base nas legislações anteriores e que não pertençam às categorias previstas na referida lei (Art. 55). Desse modo, a previsão do paragrafo único do Art. 131-C abriria uma possibilidade de incluir no SNUC unidades que não atendam minimamente os critérios da lei federal. Ainda sobre as unidades de conservação da natureza temos outros conflitos estabelecidos com o texto do Art. 131-E: Art. 131-E. as unidades de conservação somente poderão ser criadas por intermédio de lei e sua efetiva implantação somente ocorrerá se estiverem previamente inseridos no orçamento do Estado recursos especificamente destinados às desapropriações e indenização decorrentes de sua implementação. V – a indicação da existência dos recursos financeiros necessários às indenizações, inclusive no que concerne à zona de amortecimento, quando for o caso. Como o Art. 22 da lei federal nº 9.985 de 2000, determina que as unidades de conservação serão criadas por ato do poder Público, não limitando portanto, a lei, temos aqui uma restrição que contraria a norma federal. Além disso, o mesmo artigo estabelece os critérios que deverão ser observados para o ato de criação, não incluindo dentre estes a prévia indicação de recursos financeiros necessários às indenizações, muito menos a previsão de indenização aos proprietários de áreas da zona de amortecimento. Não há qualquer previsão na lei federal que determine a exigência de posse e domínio públicos dos espaços localizados na zona de amortecimento. Ao fazer essa previsão inadvertida a lei catarinense elimina a figura da zona de amortecimento, pois uma vez feita a indenização dessa área, tornando-a a pública, fatalmente deverá ser exigida a remoção de seus ocupantes, e o espaço assim se torna na pratica o limite da unidade de conservação. Isso certamente vai gerar conflitos desnecessários com habitantes do entorno das unidades de conservação, dificultando a gestão adequada desses espaços. O mais grave, contudo, é a contrariedade explicita aos termos do artigo 225 da Constituição Federal. Este artigo da CF impõe ao Poder público definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei (Art. 225-III). A lei catarinense subverte a lógica constitucional, impedindo que todo o restante do Poder Público cumpra algo que a Constituição Federal lhe impõe como obrigação, não como prerrogativa. A inconstitucionalidade aqui é flagrante. De modo geral a Lei 16.342 de 21 de janeiro de 2014, afronta os princípios constitucionais da legalidade, moralidade e eficiência em diversos dos seus dispositivos, e por esse motivo as ONGs signatárias deste parecer solicitam aos órgãos competentes, a necessária representação judicial. Florianópolis, 17 de Fevereiro de 2014. João de Deus Medeiros – Presidente do Grupo Pau Campeche Lucia Sevegnani – Presidente da Acaprena Edegold Schaffer – Presidente da Apremavi * Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.

Cientistas do Brasil avançam em testes para obter vacina contra o HIV

Pesquisadores brasileiros deram mais um passo para a obtenção de uma vacina anti-HIV. Cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) testaram em primatas uma vacina com 18 fragmentos do HIV (causador da Aids) e constataram que o sistema imunológico dos primatas – parecido com o dos humanos – conseguiu se fortalecer para combater o vírus. Segundo o pesquisador Edécio Cunha-Neto, do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração, ligado à USP, o resultado é considerado positivo, pois se mostrou mais eficaz que os experimentos feitos com camundongos que tiveram o DNA modificado para imunologia similar à dos seres humanos. “A pior e a melhor respostas obtidas nos testes com macacos foram de quatro a dez vezes maiores que os resultados com os camundongos”, disse o especialista ao G1. Na prática, o sistema imunológico dos primatas, mais parecido com o dos humanos, ficou mais fortalecido para combater o vírus da Aids em caso de contaminação. O objetivo dos pesquisadores é chegar o mais próximo da realidade humana, até que os testes clínicos com pessoas, previstos para começar em três anos, tenham início. Projeto de longo prazo – O desenvolvimento desta vacina começou em 2002 e se baseia premissas jamais pesquisadas no mundo. O imunizante contido nela, batizado de HIVBr18, foi desenvolvido e patenteado pela USP. Para criá-la, os pesquisadores resolveram identificar fragmentos do HIV que pudessem desencadear uma reação ao vírus no corpo humano, por meio de um software. Foram encontrados 18 e todos eles foram embutidos na vacina de DNA. Em testes feitos com camundongos, e agora com os macacos, esses fragmentos, chamados de peptídeos, se mostraram eficazes em gerar uma reação para combater o vírus HIV. A próxima etapa dos testes deve acontecer com outros 28 primatas ao longo de 24 meses. Eles serão divididos em quatro grupos e receberão duas ou três doses da vacina, com diferentes combinações de três vetores virais (adenovírus 68, que causa resfriados em chimpanzés; vírus da vacina da febre amarela e um derivado da vacina da varíola). A equipe acredita que os fragmentos de HIV contidos na vacina já sejam suficientes para o hospedeiro (macaco) combater uma infecção. (Fonte: G1)

Exploração do fundo do mar alarma cientistas

Cientistas americanos pediram uma cooperação internacional para preservar os ecossistemas do fundo do mar, cujas riquezas minerais e pesqueiras são cobiçadas pela indústria internacional. “Estes ecossistemas cobrem mais da metade da Terra e, levando-se em conta sua importância para a saúde do nosso planeta, é imprescindível preservar sua integridade”, afirmou no domingo a diretora do Centro de Biodiversidade Marinha e Conservação do Instituto Scripps de Oceanografia em San Diego (Califórnia, oeste dos Estados Unidos), Lisa Levin. “A industrialização que dominou o século XX em terra se tornou uma realidade nas grandes profundezas marinhas”, advertiu Lisa, durante sua apresentação na conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), celebrada neste fim de semana em Chicago (norte). Com a duplicação da população mundial nos últimos 50 anos, a demanda por produtos alimentícios, de energia e de matérias-primas procedentes do oceano aumentou consideravelmente. “Na medida em que esgotamos as reservas de peixes ao longo da costa, a indústria pesqueira está se voltando para as águas profundas”, prosseguiu a bióloga. Além do esgotamento dos recursos pesqueiros, os ecossistemas dos fundos marinhos estão ameaçados pela exploração de minerais como o níquel, o cobalto, o manganês e o cobre, afirmou, destacando que a exploração de combustíveis costuma ser realizada a mais de mil metros de profundidade. Quadruplicar em 50 anos a demanda de energia já se traduziu na instalação de duas mil plataformas de petróleo em alto-mar. Enormes avanços na robótica – O setor minerador explora as profundezas marinhas em busca de minerais e terras raras essenciais para a eletrônica – de telefones celulares a baterias para carros híbridos. Segundo a pesquisadora, “já são vendidas concessões em vastas áreas de grandes profundidades oceânicas para extrair os recursos necessários à nossa avançada economia”. Diante desta situação, ela pediu “uma cooperação internacional e a criação de uma entidade capaz de estabelecer uma governança para a gestão destes recursos”. Para a diretora do Laboratório Marinho da Universidade de Duke (Carolina do norte, sudeste), Cindy Lee Van Dover, “é imprescindível trabalhar com a indústria e os organismos de governança para implementar regulações ambientais progressivas e apoiadas na ciência antes de empreender estas atividades”. “Em 100 anos, queremos que se diga que fizemos o que era certo”, acrescentou. “A exploração mineradora dos grandes fundos marinhos não pertence mais à ficção científica. Todos esses recursos de mineração existem… E temos feito avanços significativos na robótica que proporcionam um acesso sem precedentes” a eles, afirmou a cientista. “Caberia perguntar se o valor do que se extrai é maior do que o dano ao ecossistema”, argumentou o diretor do programa sobre Políticas Oceânicas e Costeiras da Universidade de Duke, Linwood Pendleton. Outras questões pendentes, segundo o pesquisador, passam por “como reparar os consideráveis danos já causados pela pesca de arrasto, a contaminação e outras atividades”. “Devemos responder a essas questões científicas antes que se iniciem atividades industriais”, advertiu, destacando que os fundos marinhos alojam uma diversidade genética quase infinita e representam, portanto, uma fonte potencial de novos materiais e medicamentos. (Fonte: UOL)

Pesquisadores descobrem mecanismo de entrada do vírus da dengue em células humanas

Uma equipe formada por pesquisadores da Carolina do Norte apresentará, no próximo sábado, 15 de fevereiro, uma descoberta importante no que diz respeito ao vírus da dengue em células humanas. O anúncio deve ser feito durante a 58ª Reunião Anual da Sociedade Biofísica, que acontece em São Francisco, EUA. A pesquisadora Liu, ao lado de uma equipe composta por biólogos, químicos e outros especialistas, examinou como age a proteína conhecida como DC-SIGN, na superfície de células do sistema imunológico, chamadas células dendríticas. A função da proteína DC-SIGN é capturar agentes causadores de doenças, de modo que fragmentos desses mesmos agentes se transformem em antigênicos – moléculas capazes de iniciar uma resposta imune e que produzem um anticorpo específico. Essas moléculas são então reconhecidas pelas células T – as principais células do sistema imunológico – culminando no primeiro passo de uma resposta do sistema imunológico. Embora já fosse conhecido que a dengue usava as proteínas DC-SIGN para atacar as células, a equipe usou microscópios de alta resolução para estudar como exatamente o vírus usa a proteína para entrar no organismo. Segundo Liu, é provável que o HIV e a bactéria que causa a tuberculose ajam da mesma forma. “Uma vacina, ou um medicamento eficaz, deve parar o processo de entrada do vírus da dengue em células”, completou a pesquisadora. Para tanto, a equipe identificou fortes anticorpos de neutralização que bloqueiam a infecção pelo vírus da dengue. “Nós estamos estudando os detalhes de como esses anticorpos de neutralização agem e qual é o papel das proteínas DC -SIGN no processo de neutralização”. Ao identificar o mecanismo de neutralização de anticorpos, o grupo espera avançar no desenvolvimento de vacinas para infecções pelo vírus da dengue. (Fonte: Terra)

Cinco exemplos brasileiros rumo a um futuro mais sustentável

Porto Alegre (RS), Betim (MG), Manaus (AM), Fortaleza (CE) e Sorocaba (SP). Você sabe o que estas cidades têm em comum? Elas foram candidatas a capitais nacionais do Brasil no “Desafio das Cidades da Hora do Planeta”, iniciativa da Rede WWF e do ICLEI que promove as atitudes sustentáveis de municípios ao redor do planeta. Cada país terá uma capital nacional da Hora do Planeta e, dentre elas, uma será eleita a capital global. Embora as cinco cidades não tenham chegado à final brasileira, seus projetos caminham rumo a um meio ambiente mais limpo e saudável e as credenciam para alcançar a final no Desafio em 2015. O caso de Betim é emblemático. No formulário de inscrição, Leonardo Gomes, chefe da seção de Programas e Projetos Ambientais da Secretaria, divulgou nada menos do que 18 atividades da Secretaria de Meio Ambiente nas áreas de adaptação, mitigação e ações da comunidade. Entre elas, o Centro de Referência em Energias Renováveis e a implantação de aquecedores solares em conjuntos habitacionais de baixa renda. Na área de arborização, o município tem uma parceria com a Rede Globo no Programa Uma Vida, Uma Árvore. A cada nascimento na região, uma nova muda é plantada. A paulista Sorocaba não fica atrás quando o assunto é a cobertura verde da cidade. Criado para semear e cultivar árvores em locais previamente definidos, o Plano de Arborização Urbana plantou mais de 500 mil árvores de mais de 100 espécies diferentes nos últimos anos. Onde? Em ruas, praças, parques e áreas de recuperação, como as Áreas de Preservação Permanente (APPs). Na área de mobilidade urbana, Sorocaba desenvolveu o Programa IntegraBike, que oferece aluguel gratuito de bicicleta para seus habitantes. São 152 distribuídas em 19 estações. Em fase de preparação para sediar jogos da Copa do Mundo FIFA 2014, Manaus também está em análise para realizar seu primeiro inventário de emissão de gases de efeito estufa de avaliação de impactos e mitigações do evento. Por enquanto, a SEMMAS (Secretaria de Meio Ambiente de Manaus) atua em projetos como a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), com o objetivo, por exemplo, de guiar os setores públicos na adoção de princípios sustentáveis em suas atividades. projeto 300x200 Cinco exemplos brasileiros rumo a um futuro mais sustentável Projeto Integrado Socioambiental (PISA) tem a meta de aumentar a capacidade de tratamento de esgotos em Porto Alegre dos 27% atuais para 77%. Foto: © Vera Petersen/Divulgação PMPA Do Norte ao Sul, Porto Alegre também mostra potencial para chegar à final do Desafio das Cidades em 2015. Um dos exemplos é o PISA (Projeto Integrado Socioambiental), cuja meta é aumentar a capacidade de tratamento de esgotos na capital gaúcha dos 27% atuais para 77%. Outra mudança prevista é o novo Código de Limpeza Urbana, lei instituída em janeiro de 2014. Ela será implementada até o dia 7 de abril e visa educar a população e tornar a cidade mais limpa com a aplicação de multa a quem descartar resíduos de forma irregular nas ruas. Única representante do nordeste, Fortaleza apresenta três projetos em preparação para um futuro mais sustentável. O primeiro é uma estrutura montada para controlar as diferentes células de poluição urbana, como atmosférica, visual, sonora, efluentes, posturas de edificações e resíduos. Já o Plano de Arborização, em processo licitatório, tem a meta de ampliar o ínfimo percentual de cobertura verde da cidade – dos atuais 4% para 12% até o fim de 2016. Por fim, com o Reciclando Atitudes, Fortaleza realiza ação permanente de coleta seletiva de resíduos específicos, como lixo eletrônico, casca de coco e pilhas. São as cidades brasileiras tentando deixar um futuro mais limpo para as próximas gerações. * Publicado originalmente no site WWF Brasil.

Poderia um acelerador de partículas “turbinado” destruir a Terra?

O acelerador de partículas chamado Colisor Relativístico de Íons Pesados (RHIC, na sigla em inglês), do Laboratório Nacional Brookhaven, Estados Unidos, é o segundo maior do mundo, atrás apenas do Grande Colisor de Hádrons (LHC), na Suíça. Quando construído, o plano era usá-lo por 10 anos. Agora, 5 anos depois do “fim do prazo de validade”, ele vai receber uma atualização que vai permitir que aumente em 20 vezes o número de colisões além do que foi projetado, operando a uma luminosidade 18 vezes maior. A luminosidade, neste caso, é a razão entre interações detectadas em relação ao diâmetro da região de reações. Em outras palavras, ele será capaz de detectar 18 vezes mais interações. Parece uma coisa boa, mas nem todo mundo pensa assim. O professor de direito Eric E. Johnson, da Universidade da Dakota do Norte (EUA), e Michael Baram, outro professor de direito na Universidade de Boston (EUA), acham que os físicos deveriam analisar se o colisor continuará sendo seguro após a atualização. O receio deles é que, ao trabalhar com um número maior de energia e colisões, as chances da criação de microburacos negros e de strangelets aumente. Os strangelets são uma forma hipotética de matéria de quarks que, nas condições corretas, poderiam iniciar um processo de reação em cadeia que transformaria tudo que tocassem em matéria estranha, eventualmente tornando a Terra em uma esfera hiperdensa com algumas centenas de metros de diâmetro. O curioso é que, pela teoria, a produção de strangelets pede energias menores que as energias máximas que os colisores estão acostumados a trabalhar, e o RHIC, projetado para funcionar na faixa dos 100 GeV, tem feito experimentos na faixa dos 7,3 GeV por longos períodos de tempo. Outro receio é que o RHIC ou outro colisor qualquer acabe criando um microburaco negro. Bastante assustador, não? Se você acha que já viu alguma discussão parecida no passado, você está absolutamente certo. Quando o LHC estava sendo finalizado, os físicos e cientistas tiveram que parar tudo e provar na ponta do lápis que ele era seguro, e que não destruiria a Terra. Os mesmos advogados que tentaram pará-lo agora estão querendo uma reavaliação da segurança do RHIC. Mas o que há de real nestas ameaças? Esquecendo por um instante que os estrangelets são elementos hipotéticos, e que miniburacos negros, mesmo que existam e sejam gerados por algum acelerador de partículas não conseguiriam absorver matéria a uma taxa que os tornasse perigosos ao planeta, existe algum risco de abrirmos uma caixa de Pandora da ciência? Não. Na própria natureza existem fenômenos semelhantes aos criados por aceleradores de partículas e colisores, e ainda estamos seguros. Por exemplo, toda vez que uma estrela explode, ela acaba acelerando partículas a velocidades e energias muito maiores do que dos nossos aceleradores de partículas, e estas partículas viajam pelo universo praticamente sem perder energia até atingir algum planeta, colidindo com as moléculas na atmosfera deste planeta. Nosso planeta é bombardeado constantemente por prótons, nêutrons, neutrinos, e outras partículas a velocidades fantásticas que nossos físicos só sonham em fazer algum dia, gerando uma chuva de sub-partículas que acabam se transformando em outras e sendo absorvidas ou sumindo por aí. A ciência já sabe disso há muito tempo, e importantes descobertas foram feitas no alto de montanhas, quando ainda não tínhamos aceleradores de partículas. Um dos físicos brasileiros mais famosos, César Lattes, descobriu o méson-pi desta forma. Considerando que a Terra existe há pelo menos 4,5 bilhões de anos e ainda não foi transformada em uma esfera de matéria estranha superdensa, é de se supor que as condições para que isto aconteça são extremamente raras. Tão raras que um acelerador de partículas funcionando por 1.000 anos jamais conseguiria produzi-las. Por outro lado, pode ser que neste mesmo momento tenha começado uma reação em cadeia no nosso sol, e ele vá se transformar em uma esfera superdensa de matéria estranha em algumas horas. Quem sabe? [io9, PhysOrg, IBTimes]

Cânions em SC foram formados há 150 milhões de anos

Os Aparados da Serra são as encostas verticais no Sul do Brasil. A região, conhecida pelos cânions, foi chamada assim por tropeiros porque as encostas parecem ser aparadas à faca. Nesta região, divisa entre o Sul de Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, fica localizado o Parque Nacional Aparados da Serra Geral. O local é uma unidade de conservação criada em 1959, com área estimada de 10.250 hectares. Em Santa Catarina, a entrada pode ser feita por duas trilhas: a do Boi e a do Malacara, que leva para dois cânions diferentes. O acesso é pela Rodovia SC-450, no município de Praia Grande. A parte superior do planalto pertence ao estado do Rio Grande do Sul, enquanto os paredões e vales, a Santa Catarina. No lado catarinense, o relevo é acentuado, com montanhas e abismos que recortam a borda do planalto, interrompendo bruscamente o imenso e levemente ondulado platô gaúcho. Mas é do lado do Rio Grande do Sul que é possível ver os vales profundos de Santa Catarina. Uma área de mais de 30 mil hectares repleta de belezas e muita biodiversidade. Os cânions foram formados há mais de 150 milhões de anos, com a ação de vulcões, do sol, da chuva e dos ventos. “Erosão, provocada por fissuras, rachaduras dessas grandes rochas, onde a água se infiltrou e começou a abrir essas fendas que hoje são os grandes cânions. Tanto que é um movimento ainda dinâmico”, explicou o analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Magno Severo. “A geografia aqui é tão peculiar que a gente tem uma diferença grande de ecossistemas e climas. Inclusive aqui em cima a gente tem clima temperado, lá embaixo, a gente tem clima tropical. Gera uma diversidade biológica natural muito grande”, afirmou Lúcio Santos, também analista do ICMBio. Os recursos hídricos também são destaque na região. “Nós temos aqui uma grande concentração de nascentes de pelo menos três bacias hidrográficas. Mampituba, por exemplo. A gente tem a bacia do Taquari-antas, que drena para o Guaíba e a Lagoa dos Patos, vai sair no Rio Grande do Sul. E, ao Norte, nós temos a bacia do Araranguá”, explicou Lúcio Santos. O maior cânion e o mais famoso é o de Itaimbezinho, que em tupi-guarani quer dizer “pedra cortada”. São paredões que chegam a mais de 700 metros de altura. Pela trilha do rio do boi é possível ter uma visão diferenciada do local. São 16 quilômetros e aproximadamente 10 horas de caminhada sobre o leito do rio. Segundo especialistas, o Itaimbezinho fica entre paredões de até 720 metros de altura. (Fonte: G1)

EUA dizem que aquecimento global é arma de destruição em massa

O secretário de Estado americano, John Kerry, que se encontra visitando a Ásia, afirmou neste domingo (16), em Jacarta, que a comunidade internacional deve reforçar sua luta contra o aquecimento global, que, segundo ele, é uma arma de destruição em massa. Em um discurso para estudantes indonésios, Kerry advertiu que os países asiáticos próximos ao nível do mar estão especialmente ameaçados pela alta das águas. “Os países do sudeste asiático se encontram na primeira linha da mudança climática”, afirmou. O chefe da diplomacia americano comparou o aquecimento global com outras ameaças como o terrorismo ou a proliferação nuclear, âmbito nos quais as nações devem trabalhar para conseguir um mundo mais seguro. “Em certo sentido, a mudança climática pode ser considerada outra forma de destruição em massa, talvez a arma mais aterradora”, indicou John Kerry. “Os dez anos mais quentes foram registrados desde que o Google entrou em funcionamento em 1998″, afirmou. O secretário de Estado, citando cientistas, advertiu que se o mundo não reagir, o nível do mar poderá subir um metro antes do final do século. “Um metro basta para submergir a metade de Jacarta. Um metro obrigaria a deslocar milhões de pessoas ao redor do mundo e custaria milhares de milhões de dólares para a atividade econômica”, explicou Kerry. A Indonésia, um arquipélago composto por 17 mil ilhas, é um dos principais países emissores de gases causadores do efeito estufa. O chefe da diplomacia visita a Indonésia depois de viajar à Coreia do Sul e a China. Mais cedo, ele visitou a maior mesquita do sudeste asiático como demonstração de respeito pelo Islã no país com a maior população muçulmana do mundo. Kerry percorreu a imensa mesquita de Istiqlal acompanhado do grande imã Kyai al Hajj Alí Mustafá Yaqub, depois de deixar seus sapatos na entrada do templo. O chefe da diplomacia americana, que agradeceu ao imã por poder conhecer o templo, declarou à imprensa que era um privilégio visitar a mesquita, que definiu como ‘um lugar extraordinário’. A administração do presidente Barack Obama tenta reparar os danos causados nas relações entre os Estados Unidos e o mundo muçulmano desde o início dos anos 2000. Washington e outros países ocidentais assinalam que a Indonésia é uma ponte entre eles e os muçulmanos. O presidente americano, que passou uma parte de sua infância em Jacarta, também visitou esta mesquita em 2010. “Todos nós pertencemos a um deus e a fé em Abraão une a todos no amor ao próximo e para honrar a Deus. Que a paz esteja convosco”, escreveu Kerry no livro de visitas da mesquita, que durante o mês sagrado do Ramadã recebe até 130 mil fieis. (Fonte: G1)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Estudo de 11 anos procurou ligação entre uso de celular e câncer

De acordo com o resultado de um estudo de 11 anos financiado conjuntamente pelo governo e a indústria de telecomunicações do Reino Unido, não há nenhuma ligação entre telefones celulares e quaisquer problemas de saúde. O estudo também não encontrou nenhuma evidência de que a exposição a emissões de estações de telecomunicações durante a gravidez aumente o risco de leucemia infantil. O programa de Telecomunicações Móveis e Pesquisa em Saúde foi o maior do Reino Unido a olhar para os possíveis riscos de saúde associados à tecnologia de telefonia móvel. “Este programa independente agora está completo e, apesar da exaustiva pesquisa, não encontramos nenhuma evidência de riscos para a saúde das ondas de rádio produzidas por telefones celulares ou estações de telecomunicações”, disse David Coggon, que participou do estudo. Celulares são possivelmente cancerígenos, segundo OMS Campos eletromagnéticos são encontrados em torno de telefones celulares, telefones e redes sem fio, estações de telefonia móvel, transmissores de radiodifusão e outros equipamentos de comunicação. A nova pesquisa adiciona evidências a diversos outros estudos que chegaram a mesma conclusão: nada disso causa câncer. Por exemplo, um estudo do Imperial College London não encontrou nenhum padrão para sugerir que os filhos de mães que viveram perto de uma estação de telecomunicação durante a gravidez têm risco maior de desenvolver câncer. Outra pesquisa da Universidade de Oxford também revelou que crianças que vivem perto de linhas de energia não têm risco aumentado de leucemia. Afinal, celulares causam câncer ou não? Os boatos dos perigos da telefonia móvel vieram de uma pesquisa anterior que sugeriu que apenas meia hora de uso de celular por dia podia aumentar o risco de um tumor no cérebro em 40%. [DailyMail]http://hypescience.com/

Brasil é o 2º país que mais cultiva transgênicos, diz relatório

O Brasil ocupa o segundo lugar entre os países que mais cultivam variedades geneticamente modificadas de grãos e fibras do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos, segundo relatório do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA, na sigla em inglês). Em 2013, os produtores brasileiros cultivaram 40,3 milhões de hectares com soja, milho e algodão transgênicos, enquanto os Estados Unidos, país líder no plantio de transgênicos, semearam 70,2 milhões de hectares. A Argentina ficou em terceiro lugar, com 24,4 milhões de hectares, seguida por Índia (11 mi/ha), Canadá (10,8 mi/ha), China (4,2 mi/ha), Paraguai (3,6 mi/ha), África do Sul (2,9 mi/ha), Paquistão (2,8 mi/ha), Uruguai (1,5 mi/ha), entre outros, mostrou o levantamento. Ainda segundo o relatório, o Brasil foi o país que registrou o maior crescimento em área para produção com transgênicos, com um aumento de 10% na comparação com 2012. No último ano, a área com uso sementes geneticamente modificadas aumentou em 3,7 milhões de hectares no Brasil. Proporcionalmente, é mais que o triplo da média mundial de aumento, que foi de 3%. Na China, o uso dos transgênicos cresceu 5%, para 4,2 milhões de hectares. Nos Estados Unidos, o cultivo dessas sementes parece ter alcançado seu pico, com crescimento inferior a 1% em 2013. Produtores em todo o mundo cultivaram em 2013 um recorde de 175,2 milhões de hectares de lavouras transgênicas, segundo o ISAAA. “Os transgênicos permitiram a intensificação da produção global e, principalmente, brasileira, contribuindo para evitar que a agricultura disputasse área com reservas de biodiversidade nos 27 países em que são cultivados”, observou Anderson Galvão, representante do ISAAA no Brasil, no documento. O órgão calcula que 497 milhões de quilos de defensivos químicos deixaram de ser usados graças à adoção de transgênicos resistentes a insetos (Bt) e a herbicidas entre 1996 e 2012. Só em 2012, a ISAAA estima, ainda, que 26,7 bilhões de quilos de dióxido de carbono, um volume equivalente À emissão de 11,8 milhões de carros em um ano, deixaram de ser lançados na atmosfera com o plantio de cultivares geneticamente modificadas. Nem todos os países onde os agricultores têm tentado culturas biotecnológicas expandiram seu uso no ano passado. O plantio de lavouras geneticamente modificadas caiu 7% no Canadá no ano passado ante 2012, e manteve-se estável ou recuou na África do Sul, Austrália e México. Críticos das lavouras geneticamente modificadas dizem que os transgênicos levam ao aumento do uso de pesticidas, causam danos ao meio ambiente e argumentam que até o momento não foi provado que estes produtos são seguros para o consumo humano e animal. (Fonte: G1)

Até 2050 mundo pode desmatar área equivalente ao tamanho do Brasil, alerta ONU

Cerca de 849 milhões de hectares de terra – quase o tamanho do Brasil – podem ser desmatados até 2050, caso os padrões atuais de uso da terra continuem, alerta relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) lançado na última sexta-feira (24) em Davos, na Suíça. Segundo o relatório “Avaliação Global do Uso da Terra: Equilíbrio do Consumo com o Fornecimento Sustentável”, a necessidade de produzir alimentos para uma população global em crescimento levou a agricultura a ocupar 30% das terras do mundo, resultando em uma degradação e perda de biodiversidade em 23% dos solos globais. “Como a terra é um recurso limitado, precisamos nos tornar mais eficientes na forma de produzir e consumir. As recomendações do relatório alertam líderes e contribuem para as discussões sobre o uso sustentável de recursos, incluindo novas metas para o desenvolvimento sustentável pós-2015”, afirmou o subsecretário-geral da ONU e diretor executivo do Pnuma, Achim Steiner, no lançamento do documento. O estudo foi produzido pelo International Resource Panel (IRP) com a participação de 27 cientistas, 33 representantes de governo e especialistas, e está disponível em inglês no site do Pnuma. Fonte: Diário do Nordeste / ONU Brasil.

Extremos climáticos mostram que futuro já chegou

Temperaturas máximas recordistas no Brasil, secas e nevascas intensas no Hemisfério Norte atestam que mundo perde tempo precioso para mitigar efeitos do aquecimento No dia 31 de janeiro, das 10 estações meteorológicas que indicavam as maiores temperaturas do mundo, seis estavam no Rio e outras três no Brasil. A campeã mundial foi Joinville, em Santa Catarina, onde a sensação térmica chegou a 52 graus. O Rio ficou em segundo, com 51. A única fora do Brasil foi El Vigia, na Venezuela. O ranking é do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTec), com base em informações de 4.232 estações acessadas pelo Inpe. Os que moram no Rio sentem isto na pele, agravado pela longa estiagem — as precipitações em janeiro foram de apenas 58mm, quando a média para o mês na cidade é de 202mm. Na terça-feira, a temperatura bateu novo recorde: 40,8 graus em Santa Cruz, com a sensação térmica de incríveis 57 graus. Enquanto isso, nos EUA (Hemisfério Norte), nevascas das mais intensas já registradas criam problemas de todo o tipo. Nos últimos dias de janeiro, tempestades de neve atipicamente atingiram o Sul dos EUA, do Texas e Geórgia até as Carolinas, uma área de 60 milhões de habitantes. Sete pessoas morreram e o fechamento de rodovias e avenidas transformou Atlanta num caos. Na terça, 905 voos foram cancelados e 3.100 sofreram atrasos. Já no Alasca, a paisagem da costa muda rapidamente porque os lagos degelam mais cedo. Entre 1991 e 2011, a região perdeu 22% de sua camada de gelo, revelou estudo na revista “Cryosphere”, segundo o qual a causa são as mudanças climáticas. Estudos americanos indicaram que a temperatura do planeta se manteve em alta em 2013. Segundo a Nasa, a média global foi de 14,6 graus centígrados, empatando com 2006 e 2009 como o sétimo ano mais quente desde 1880, quando as medições começaram. As temperaturas globais começaram a subir no final dos anos 1960, fenômeno associado ao acúmulo de gases estufa na atmosfera. A quantidade de dióxido de carbono é mais alta hoje do que em qualquer momento nos últimos 800 mil anos, adverte a Nasa. Hoje, a maioria dos cientistas concorda que a ação humana contribui para as mudanças climáticas. Mas os principais líderes mundiais estão devendo muito em chegar a consensos que possibilitem ações essenciais para o futuro da Humanidade. Um grande avanço foi o governo dos EUA anunciar a criação de sete centros climáticos regionais para auxiliar fazendeiros e comunidades a enfrentar secas, inundações, incêndios e pestes. E a Agência de Proteção Ambiental (EPA) baixará normas severas para reduzir as emissões de termelétricas a carvão. Estão no caminho certo. No final de março, haverá nova avaliação do problema, com a divulgação, em Yokohama, no Japão, de novo relatório sobre o impacto das mudanças climáticas, elaborado por especialistas de mais de cem países reunidos no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Pode-se discutir em que proporção a Humanidade contribui para o aquecimento global. Porém, não se deveria mais colocar em dúvida a necessidade da redução das emissões de gases nocivos ao planeta. Fonte: O Globo.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Por que as mordidas de gato são tão perigosas?

Os cães não são os únicos animais de estimação que às vezes mordem as mãos que os alimentam. Os gatos também mordem, e quando atingem a mão, podem injetar bactérias profundamente nas articulações e tecidos, criadouros perfeitos para infecções. Mordidas de gato nas mãos são tão perigosas que 1 em cada 3 pacientes com esses ferimentos têm que ser hospitalizados - e entre aqueles hospitalizados, dois terços têm que passar por cirurgia. Mulheres de meia-idade são as vítimas mais comuns de mordidas de gatos, de acordo com um estudo da Clínica Mayo (EUA) abrangendo dados de três anos, e que acaba de ser publicado no Journal of Hand Surgery. Perigo das mordidas de gato Por que as mordidas de gatos são tão perigosas? Não é que a boca dos gatos tenha mais germes do que a boca dos cães - na verdade, todo o drama está em suas presas. "Os dentes dos cães são menos agudos, de forma que eles tendem a não penetrar muito profundamente, tendendo a deixar uma grande ferida depois de morder. Os dentes dos gatos são afiados e podem penetrar muito profundamente, não fazem uma ferida tão grande, mas podem semear bactérias na articulação e nas bainhas dos tendões," diz o Dr. Brian Carlsen, coordenador do estudo. Assim, o que parece apenas um pequeno furo que vai cicatrizar logo transforma-se em um grande problema porque as bactérias entram na bainha do tendão ou na junta, onde podem crescer com relativa proteção do sangue e do sistema imunológico," acrescenta o Dr. Carlsen. As bactérias injetadas por uma mordida de gato podem incluir uma cepa comum em animais e particularmente difícil de combater com antibióticos, diz ele. Cirurgia reconstrutiva No estudo, os pesquisadores verificaram que os pacientes com mordidas de gato nas mãos tiveram que ficar hospitalizados, em média, por três dias. Pelo menos oito pacientes - entre os atendidos apenas no hospital onde o estudo foi feito - precisaram de mais de uma operação, e alguns precisaram de cirurgia reconstrutiva devido a um procedimento conhecido como desbridamento - o tecido infectado precisa ser removido. As pessoas tendem a não dar importâncias às mordidas de gato porque frequentemente elas se parecem com uma alfinetada, enquanto mordidas de cães parecem muito piores, diz o Dr. Carlsen. Isso é um erro, diz ele: "Mordidas de gato parecem muito benignas, mas como sabemos e como o estudo mostra, elas não são. Elas podem ser muito graves." http://www.diariodasaude.com.br/

Novo site permite denúncia anônima de crimes contra animais selvagens

O tráfico e caça ilegal de animais selvagens é extremamente difícil de se combater. Esses crimes muitas vezes passam despercebidos, mesmo que ameacem muitas espécies. O lançamento da primeira plataforma segura para denunciar crimes contra a vida selvagem, WildLeaks, pretende mudar essa figura. O WildLeaks é um espaço para pessoas com informação pertinente sobre tais crimes que podem manter-se anônimas e compartilhar o que sabem sem precisar ir diretamente a agências governamentais. Segundo os criadores do projeto, denunciantes podem desempenhar um papel vital no fornecimento de informações privilegiadas que podem levar à identificação, prisão e acusação de criminosos, traficantes e funcionários governamentais corruptos. Com a ajuda dessas pessoas, o cenário pode começar a ficar melhor para os mocinhos do que os bandidos – que hoje possuem muito mais informação e uma rede de contatos maior do que os que tentam os colocar atrás das grades. A força por trás do WildLeaks é uma equipe chefiada pela Elephant Action League que também inclui organizações como a Agência de Investigação Ambiental do Reino Unido, a Oxpeckers Center da África do Sul, a EcoJust na Holanda, a Global Eye, que opera na África e Sudeste da Ásia, o 100Reporters e outras que preferem manter o anonimato por razões de segurança. Como funciona Segundo o líder do projeto, Andrea Crosta, apesar da semelhança no nome, o programa é diferente do famoso site WikiLeaks, primeiro porque não está atrás de segredos de Estado ou militares, e depois porque não irá automaticamente vazar informação para a mídia. “As mensagens que recebermos serão avaliadas e verificadas e, então, decidiremos o que fazer com elas. Talvez iniciar uma investigação, talvez compartilhá-la com nossos contatos de confiança dentro da lei, ou talvez vazar para a mídia”, explica. O sistema é capaz de receber informações de duas maneiras diferentes: confidenciais ou anônimas. Em ambos os casos, a informação é totalmente criptografada. A diferença entre os dois tipos é que a confidencial irá percorrer os https regulares, enquanto a submissão anônima irá percorrer a rede Tor, também chamada de darknet (porque às vezes é usada por bandidos). Tor é um software composto de uma cadeia de proxies que trabalha para esconder o endereço IP original do usuário (sua identidade na internet), de modo que nenhuma outra terceira entidade possa ver o que você está fazendo. É um sistema muito seguro. Em ambos os casos, a organização não saberá quem é o remetente ou onde ele está. A informação enviada é a mesma, só muda a partir do ponto de vista do remetente. Se, por exemplo, o remetente vive em um país com um regime repressivo, como a China, e está relatando um oficial corrupto, pode ser melhor baixar o navegador Tor. Andrea reafirma que o WildLeaks não é uma agência governamental. Mesmo que você esteja parcialmente envolvido no crime que está denunciando, pode relatá-lo em completo anonimato. Ajude o Brasil A imensa biodiversidade brasileira torna nosso país um dos principais alvos dos traficantes de fauna silvestre. No mundo todo, o comércio ilegal de animais é a terceira maior atividade ilícita, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas – o lucro é de 10 a 20 bilhões de dólares (cerca de R$ 24 a 48 mi) por ano, e o Brasil participa com 15% desse valor. Cerca de 70% do comércio é para o consumo interno, e o restante é exportado. Este tráfico envolve um grande número de pessoas, de capturadores ou caçadores (geralmente pessoas muito pobres que conhecem o habitat dos animais) a grandes comerciantes. O nosso maior problema são as aves – o Brasil ocupa o 2º lugar no mundo em espécies de aves ameaçadas. Em 2012, dos 14 mil animais silvestres que a Polícia Federal apreendeu em suas operações, cerca de 13 mil eram pássaros. São alvos principalmente aves com cotações altas no mercado internacional, como a arara-azul-de-lear e o papagaio-da-cara-roxa, e pássaros raros vendidos no comércio interno, como o pintassilgo, saíra-pintor, canário-da-terra e papagaio-verdadeiro. Blue Hyacinth Macaw Também são vítimas do comércio ilegal cobras, peixes ornamentais, macacos e até anfíbios. A captura ocorre geralmente em lugares em que há grande biodiversidade como a região Norte, o Pantanal e o Nordeste, especialmente nos estados do Maranhão, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Minas Gerais e região amazônica. Os grandes comerciantes ficam no eixo Rio – São Paulo. A maioria dos animais capturados morre antes de chegar ao seu destino final. Crueldade demais para proveito de poucos, com consequências avassaladoras para o meio ambiente. Mas você pode fazer a diferença. Se possuir informações sobre algum desses crimes, envie uma mensagem ao WildLeaks, incluindo coisas como nomes e dados pessoais dos traficantes de animais selvagens, informações sobre eventos específicos, documentos que demonstram uma transação financeira ligada a um crime, nomes de navios ou empresas de transporte envolvidas no tráfico, nomes de compradores internacionais, funcionários públicos corruptos e até mesmo lojas e fábricas que lidam com produtos de animais selvagens ilegais. O site possui versão em português, mas a tradução é automática e por isso não é perfeita. Quem entende inglês deve preferir usar essa linguagem. [NatGeo, AmbienteBrasil, CienciaeCultura, BelasAves]