Páginas

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Doença renal misteriosa se espalha e intriga cientistas

2 continentes Uma doença renal misteriosa vem atacando milhares de pessoas em comunidades rurais do sudeste asiático e da América Central. O aparecimento da doença intriga os pesquisadores, que ainda não conseguiram identificar as causas exatas da enfermidade. Segundo o Ministério da Saúde do Sri Lanka, 15% da população local foi afetada pela doença renal crônica. A maioria dessas pessoas são cultivadores de arroz. A epidemia misteriosa também vem ganhando terreno a milhares de quilômetros de distância, na América Central e já é a segunda maior causa de mortes de homens em El Salvador. Na Nicarágua, a doença não identificada mata mais que o vírus HIV e a diabetes combinados. Ao todo, seis países da América Central já foram afetados. A epidemia também foi identificada na Índia e no Sri Lanka. Nefrite A causa ainda é desconhecida, mas os pesquisadores acreditam que as vítimas estejam sendo contaminadas como resultado de seu próprio trabalho. As epidemias nas três regiões têm vários pontos em comum. As vítimas são em sua grande maioria agricultores relativamente jovens. Poucos deles sofriam de diabetes e de pressão alta, os fatores de risco mais comuns para doença renal. Todos sofrem com um problema conhecido como nefrite túbulo-intersticial, que provoca desidratação grave e envenenamento do sangue. O problema afeta áreas geográficas específicas que são bastante férteis e muito quentes. As vítimas em sua maioria fazem trabalhos manuais pesados, têm pouca educação formal e pouco acesso a cuidados médicos. Em todas as áreas, os primeiros casos apareceram nos anos 1990. Os cientistas acreditam que o problema pode estar ligado a algum produto químico presente ou utilizado nas lavouras desses locais, mas as pesquisas até hoje não conseguiram identificar exatamente o causador da doença. Com isso, não há tratamento disponível para a doença, nem uma maneira conhecida de preveni-la. "É importante que a doença renal crônica, que afeta milhares de trabalhadores rurais na América Central, seja reconhecida pelo que é - uma grande epidemia com um tremendo impacto na população", afirma Victor Penchaszadeh, epidemiologista da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, e consultor da Organização Pan-Americana de Saúde sobre doenças crônicas na América Latina. Metais pesados Apesar de o mistério ainda permanecer sobre as causas da doença, uma pesquisa iniciada há quatro anos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo governo do Sri Lanka começa a indicar possíveis caminhos. Os resultados, divulgados há poucas semanas, sugerem que os culpados podem ser dois metais tóxicos - cádmio e arsênico - que estariam contaminando os alimentos e o ar. Segundo o Ministério da Saúde do Sri Lanka, os exames indicaram níveis relativamente altos dos dois metais no sangue e na urina da população da Província Centro-Norte. Apesar de os níveis estarem geralmente dentro do que é considerado seguro, a exposição contínua a esses elementos pode ser prejudicial. O novo estudo também indica que os metais poderiam estar vindo de fertilizantes e pesticidas, baratos e superutilizados na região. Muitos médicos e cientistas familiarizados com o estudo concordam que mais pesquisas ainda são necessárias, mas acreditam que os químicos usados na agricultura são ao menos parcialmente responsáveis pelo problema. Pesticidas ou fertilizantes Mas ainda há muitas questões sem resposta: os níveis de cádmio e arsênico encontrados nos corpos das pessoas são altos o suficiente para provocar danos? Qual metal provoca a doença, o cádmio ou o arsênico? Ou uma combinação dos dois? Os metais vêm principalmente de pesticidas ou de fertilizantes? E se esses produtos são a causa da doença, por que os agricultores de outras partes do país, que também os usam, não estão sendo afetados? As perguntas ainda são muitas, mas os especialistas esperam estar um pouco mais próximos de conseguir finalmente resolver o problema. Com informações da BBC

Vacinação contra gripe é eficaz no Sul mas falha no Nordeste

Gripes regionais A vacinação contra a gripe em idosos foi eficaz para a região Sul, mas não para a região Nordeste do Brasil. A conclusão é de Janessa de Fátima Morgado de Oliveira e José Leopoldo Ferreira Antunes, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. A inadequação entre o período do ano em que a vacinação é realizada e a variação sazonal da mortalidade por gripe e pneumonia na região Nordeste são apontadas como possíveis fatores que teriam contribuído para esse resultado. Excesso de mortalidade Janessa levantou dados de população e mortalidade por gripe e pneumonia junto a duas fontes nacionais, a Fundação IBGE e o DATASUS. Foram estimados coeficientes semanais de mortalidade com ajuste por diferenças na distribuição por sexo e por idade. Para comparação, foram estudados os períodos de 1999 a 2009, em que a vacinação foi realizada, e de 1996 a 1998, quando não houve vacinação. Durante o período de vacinação, a média anual do número de períodos com excesso de mortalidade foi reduzida em 32,8% na região Sul, mas apenas em 4,5% na região Nordeste. Vacinação sem efetividade Na região Sul, a duração média dos períodos com excesso de mortalidade foi reduzida em 66,2%, e a mortalidade por semana caiu 43,9%. Na região Nordeste, ao contrário, a duração média de tais períodos aumentou 22,2% e a mortalidade atribuível à influenza por semana aumentou 140,2%. Segundo Janessa, há duas explicações possíveis para esses aumentos verificados na região Nordeste. A primeira delas é uma hipotética melhoria na qualidade dos dados sobre mortalidade na região, coincidente com o período de estudo. Já a segunda explicação estaria relacionada à inadequação do período da campanha de vacinação na região. "Tais excessos são verificados praticamente nas mesmas semanas epidemiológicas em que as campanhas são conduzidas; isso demonstra que a vacinação é posterior ao período de maior circulação viral na região," disse a pesquisadora. Redação do Diário da Saúde

Novo vírus similar ao SARS causa gripe fatal

Tipo SARS Autoridades de saúde do Reino Unido confirmaram a descoberta de uma nova doença respiratória similar à SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave, na sigla em inglês). Um homem de 49 anos, infectado pelo novo vírus, foi diagnosticado no Qatar, e agora está em tratamento em Londres, em sistema de isolamento. É o segundo paciente já confirmado infectado pelo chamado coronavírus. O primeiro, originário da Arábia Saudita, morreu durante o tratamento. Coronavírus Os coronavírus formam uma ampla família de vírus, abarcando desde aqueles que causam um simples resfriado até a SARS, que matou mais de 800 pessoas em mais de 30 países, especialmente na China, entre 2002 e 2003. Embora a SARS não tenha sido erradicada, seu espalhamento foi totalmente contido em 2003. Esse novo tipo de vírus, no entanto, é diferente de outros coronavírus já identificados em humanos. As autoridades médicas ainda estão estudando o vírus e seus efeitos nos pacientes para dimensionar o tipo de ameaça que ele representa. Os coronavírus são muito frágeis, não conseguindo sobreviver fora do corpo por mais do que um dia. Eles são facilmente destruídos com detergentes comuns. Mas, segundo os especialistas, pessoas contaminadas com o novo coronavírus precisarão de atendimento intensivo, porque não conseguem respirar sem a ajuda de aparelhos. Vírus de animais para humanos Ainda que não há indícios de que o vírus esteja se espalhando de pessoa para pessoa, embora tenham sido registrados diversos casos de infecções respiratórias graves no Oriente Médio nos últimos três meses. O novo coronavírus pode ter sido resultado de uma mutação de um vírus já existente, ou pode ser uma versão que já transitava entre animais, e que agora saltou para os humanos. Nos últimos anos, vários coronavírus foram associados a transmissões entre animais e humanos: informações da BBC

Em defesa do pau brasil

O Programa Nacional de Conservação do Pau Brasil, instituído pela Portaria nº 320/2012 e publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (24), foi criado pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, com o objetivo de promover ações estratégicas destinadas à conservação da espécie e do seu habitat natural. “Tenho o prazer de anunciar, hoje, o lançamento oficial do Programa Nacional de Conservação do Pau Brasil, uma espécie que tem um significado especial para todos os brasileiros, pois deu origem ao nome do nosso país”, disse a ministra, ao abrir a XXI Sessão do Comitê de Florestas (Cofo) da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em Roma, Itália. O programa foi construído a partir dos compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e na Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), ambas ratificadas pelo governo brasileiro. De acordo com a portaria, o PNC Pau Brasil tem como metas a reavaliação do estado de conservação da espécie; a identificação de Unidades de Conservação e áreas remanescentes que abrigam populações de pau brasil; a revisão e a implementação do Plano de ação Nacional do Pau Brasil; e a promoção do uso sustentável e de plantios comerciais da espécie em iniciativas e empreendimentos públicos e privados. Conservação - As ações serão desencadeadas pelo Grupo Executivo do PNC Pau Brasil criado pela portaria e formado por representantes do MMA e de entidades vinculadas, como o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O grupo executivo terá 180 dias para apresentar o plano de trabalho à consideração da Comissão Nacional de Florestas (Conaflor), a partir das metas estabelecidas pela Portaria. A preocupação da ministra Izabella Teixeira em desencadear ações estratégicas voltadas à conservação e ao uso sustentável da espécie se justifica, já que o pau brasil figura, desde 2004, na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. Por isso mesmo, o programa visará a conservação dessa árvore, promoverá a recomposição das áreas degradadas e a ampliação da cobertura de florestas compostas por essa espécie de árvore. O pau brasil é espécie típica da Mata Atlântica e já foi abundante entre o Rio Grande do Norte a São Paulo. Sua extração foi favorecida pela localização das florestas junto ao litoral, especialmente na época da colonização do país, quando os portugueses descobriram a vocação do pau brasil (ibirapitanga, em tupi-guarani) para o tingimento de tecidos devido à existência de um corante avermelhado chamado brasilina. A árvore, que tem o tronco e galhos cheios de espinhos e pode atingir 30 metros de altura, chegou a ser considerada extinta da natureza e, por pouco, não desapareceu, depois de 375 anos de exploração. Agora, ela é considerada a árvore nacional, está protegida por lei e não pode mais ser cortada das florestas. (Fonte: Luciene de Assis/ MMA)

Copa mais “verde”

Mesmo com os inúmeros benefícios para o Brasil, a Copa do Mundo de 2014 pode gerar impactos ambientais nas cidades que sediarão os jogos do torneio. Para evitar consequências negativas ligadas às mudanças climáticas, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) trabalha ações com o objetivo de transformar o torneio em uma Copa Verde, com enfoque na sustentabilidade das obras em andamento nas 12 cidades-sede. O aumento no consumo de energia, a construção de estádios e o deslocamento urbano aparecem como as principais ameaças para o meio ambiente. “A Copa do Mundo tem um grande potencial de transformação e consolidação das tecnologias de baixo carbono”, justifica a gerente Karen Cope, da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental (SMCQ) do MMA. “É importante deixar, após o evento, um legado de economia verde”. Gestão - A Câmara Temática de Meio Ambiente e Sustentabilidade, criada em função da Copa do Mundo, é onde se discute os temas ambientais ligados ao evento. No âmbito das mudanças climáticas, as iniciativas se concentram na gestão das emissões de gases de efeito estufa. Entre elas, está o guia para elaboração de um inventário, com o objetivo de subsidiar a execução de obras sustentáveis nos estados. Uma parceria com a Embaixada Britânica possibilitou a realização de oficinas de capacitação com representantes de várias cidades-sede. A cooperação tem permitido que as orientações e alternativas sigam as diretrizes do Useful Simple Projects, entidade responsável pelo inventário de emissões de gases de efeito estufa das Olímpíadas de Londres, realizadas neste ano. Exemplos - Karen Cope defende que as medidas da Copa Verde considerem experiências vividas por outros países que sediaram grandes eventos. Segundo ela, as duas últimas Copas do Mundo, realizadas na África do Sul (2010) e na Alemanha (2006), já levavam em consideração aspectos ambientais. “Em muitos casos, tentam compensar as emissões por meio de reflorestamento”, afirma. Mas o que queremos é não emitir gases de efeito estufa”. O projeto da Copa Verde envolve diversos órgãos do Executivo. O acordo de cooperação celebrado entre o MMA e o Ministério do Esporte determina que haja um esforço conjunto na incorporação da esfera ambiental às obras decorrentes da competição. Firmado em 2010, o pacto tem, ainda, o objetivo de assegurar o envolvimento dos governos estaduais e municipais no processo. (Fonte: Lucas Tolentino/ MMA)

Saiba por que o inverno de 2012 foi o mais quente dos últimos cinco anos

O inverno brasileiro de 2012 foi o mais quente desde 2007, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, de acordo com o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe), em Cachoeira Paulista (SP). A partir de medições feitas na cidade de São Paulo, foi possível verificar que a temperatura máxima nesta estação foi de 34,1º C, enquanto que em 2007 a máxima foi de 34,5º C. Os dois registros só perdem para 1961 (35,2º C). Segundo o Cptec, o forte calor foi consequência de um fenômeno climático chamado de sistema de alta pressão, que impediu a chegada de frentes frias. O sistema bloqueou por meses a chegada do frio e fez com que massas de ar quente permanecessem sobre o continente, causando o calor intenso, a falta de chuvas e o tempo seco. Segundo a meteorologista do Cptec, Ludmila Tochnann, o evento climático durante o inverno não é algo extraordinário. “É difícil prever quando isso vai acontecer novamente”, explica Ludmila. Em 18 de setembro a temperatura na capital paulista foi de 34,1º C, terceira maior desde o início das medições e a cidade enfrentou o segundo maior período consecutivo sem chuvas (64 dias), perdendo apenas para os 78 dias registrados em 1985. Em Cuiabá (MT), o recorde registrado pelo Inmet foi de 41º C, no dia 5 de setembro. Nesta quarta (19), o Inmet registrou 41,2º C no Rio de Janeiro, considerada a maior temperatura do ano na cidade. A medição das temperaturas do inverno é feita principalmente na região de São Paulo devido à passagem do trópico de Capricórnio. De acordo com a meteorologista, é comum o registro de temperaturas altas em áreas que estão acima desta linha. Regime de chuvas pode ser afetado na primavera – Previsão climática realizada por meteorologistas do Cptec/Inpe para os próximos três meses afirma que a possível formação de um moderado fenômeno El Niño pode afetar o regime de chuvas no país. O fenômeno é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico perto dos trópicos. A primavera começa neste sábado (22). Com isso, entre outubro e dezembro poderá chover mais no Sudeste, Sul e no centro de Mato Grosso do Sul, enquanto que as regiões Norte e Nordeste poderão sofrer com a escassez de precipitações. Quanto às temperaturas, o Sul do país poderá registrar temperaturas entre 10º C e 31º C, e o Sudeste entre 12º C e 33º C. No Centro-Oeste, Nordeste e Norte, as máximas podem ultrapassar os 35º C. “A princípio, a primavera estará dentro do normal. Mas, se o El Niño vingar, teremos certamente uma estação com mais chuvas em algumas regiões. A tendência agora é de umidade mais alta, mas ainda poderemos ter dias consecutivos sem chuvas”, explica Neide Oliveira, meteorologista do Inmet. (Fonte: Eduardo Carvalho/ Globo Natureza)

Não ao lixo marinho

A geração de resíduos é um dos principais problemas ambientais em todo o mundo, sobretudo no que diz respeito à poluição marinha. Para conscientizar a população sobre a importância do tema e alertar quanto às ações que podem ser adotadas para reduzir os danos dos resíduos sólidos ao meio ambiental, nesta quinta-feira (20), é celebrado o Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias. No Ministério do Meio Ambiente, a Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, por meio da Gerência de Zoneamento Costeiro, atua com ações e projetos de incentivo à sustentabilidade costeira. Uma dessas iniciativas é o Projeto Orla, que vem fomentando a discussão do gerenciamento costeiro e promoção do uso sustentável de recursos naturais, o que inclui a limpeza a conservação de oceanos. Além de cursos de capacitação de técnico e multiplicadores, o Projeto Orla busca promover o ordenamento dos espaços litorâneos sob o domínio da União, aproximando as políticas ambientais com governo e sociedade. “Entre os objetivos do projeto estão o fortalecimento da capacidade de atuação e articulação de diferentes atores do setor público e privado na gestão integrada da orla”, aponta a coordenadora de Gerenciamento Costeiro do MMA, Leila Swerts. Para ela, em geral, os resíduos sólidos são problemas comuns a todos os municípios costeiros. O Brasil possui aproximadamente 400 municípios costeiros e atualmente 80 deles aderiram, em alguma fase, ao Projeto Orla. “A expectativa é que novos municípios sejam alcançados para implantação do projeto, o que garantirá um espaço costeiro mais limpo e sustentável”, disse. Problema de todos – Uma das principais consequências dos modelos e padrões de produção e consumo adotados pela sociedade atual é a geração de resíduos. Conforme a coordenadora de Zoneamento Costeiro, considerando que se vive a “era dos plásticos”, um material relativamente barato e de grande durabilidade, e que grande quantidade desse material acaba chegando, de uma forma ou de outra em ambientes marinhos e costeiros, atualmente se enfrenta um grande problema que diz respeito a toda a sociedade. Ela explica que lixo marinho é qualquer tipo de resíduo sólido de origem antropogênica gerado em terra ou no mar que, intencionalmente ou não, tenha sido introduzido no ambiente marinho, incluindo o transporte destes materiais por meio de rios, sistema de drenagens e esgoto, ou vento. “E, ao contrário do que muitos pensam, a maior parte do lixo marinho tem origem no continente, ao atingir os ecossistemas marinhos e costeiros, estes resíduos geram danos significativos aos seres vivos”, salientou. Dessa forma, torna-se comum a ingestão dos resíduos por aves, tartarugas marinhas, peixes e mamíferos marinhos e danos diretos em ecossistemas naturais, como os recifes de corais. “Também vem sendo estudada a capacidade de adsorção de poluentes persistentes por plásticos, que acabam sendo ingeridos por animais ao logo da cadeia alimentar, podendo chegar até os seres humanos”, acrescenta a coordenadora. Mobilização mundial - O Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias ou Clean Up The World, é comemorado em diversos países no terceiro final de semana de setembro. Coordenado mundialmente desde 1986 pela organização não-governamental (ONG) americana The Ocean Conservancy, a data é celebrada voluntariamente por governo, associações, empresas e demais voluntários. No Brasil, várias cidades como Rio de Janeiro, Cabo Frio (RJ) Brasília (DF), Aracaju, Recife, Porto Seguro (BA), Salvador e Florianópolis aderiram à 10ª Campanha de Limpeza de Praias, coordenada pelo Instituto Ecológico Aqualung. Milhares de voluntários por todo o país participam de um grande mutirão de limpeza e de conscientização para não jogar lixo em lugares impróprios. O objetivo é fazer algo concreto pelo meio ambiente com resultados imediatos e locais: limpar o lixo descartado irresponsavelmente e acumulado em todos os litorais do planeta. Simboliza, também, a união mundial e a dedicação em prol de um mundo mais limpo, consciente e saudável para a humanidade. A representante do MMA destaca que, iniciativas como esta, são fundamentais do ponto de vista de mobilização e disseminação da temática. “E quando consideradas numa perspectiva integrada, associadas à pressupostos da educação ambiental crítica e estruturas de gestão de resíduos, contribuem fortemente para a minimização do problema”, aponta Leila Swerts. Ela ressalta, ainda, a importância deste tipo de campanha no que diz respeito à mobilização popular como contribuição para a agenda do Projeto Orla, principalmente dentro da perspectiva de participação cidadã, aproximando e sensibilizando a sociedade em temáticas relevantes para a promoção da qualidade ambiental do litoral brasileiro. (Fonte: Sophia Gebrim/MMA)

A Água como condição de vida:: Reflexão Necessária.

De acordo com Bezerra (2009) a Educação Ambiental (EA) chama a atenção do mundo global, quando propõe o desenvolvimento de um cidadão com capacidade crítica e senso de responsabilidade, que saiba detectar e assumir os problemas coletivos que afligem a sua localidade, na perspectiva de buscar soluções e depois atingir os problemas sócio-ambientais mais gerais. Considerando que atualmente, um terço da população mundial se debate com a escassez de água e o uso do recurso cresce duas vezes mais do que a natureza pode se reconstituir (Freitas, 2002) indagamos qual é a percepção ambiental que os alunos envolvidos tem em relação ao rio Paraguai e a Água como condição de vida? E quais os principais problemas relacionados aos recursos hídricos, e como minimizar os impactos ambientais causados nos cursos d’água? Sabe-se que no Brasil, o desperdício de água é uma constante, apesar de termos relativa disponibilidade de recursos hídricos, não há consciência ecológica de economia e manejo dos cursos d’água. Diante desse contexto, que ações devem ser implementadas para extinguir a cultura do desperdício? Nesse trabalho foi dado evidencia a questão do uso e do abastecimento de água em Cáceres, uma vez que a poluição hídrica vem se agravando, decorrente da ocupação humana, do uso inadequado do solo, erosão, desmatamento, pesca predatória, poluição, etc. Diante disso, trabalhar a importância dos recursos hídricos, tendo como objeto de estudo o rio Paraguai em Cáceres focalizando a Água como condição de vida se constitui como possibilidade de dar evidência a necessidade de conservação e preservação sustentável dessa fonte mineral(rio Paraguai) possibilitando a compreensão e conscientização dos alunos por meio da (EA). Nesta escrita objetivamos a socialização de um trabalho de iniciação científica desenvolvido com os educandos do Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA) "Prof. Milton Marques Curvo" de Cáceres-MT. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) se constitui como uma modalidade de ensino que tem funções reparadora, equalizadora e qualificadora. Portanto, é uma modalidade que se insere num movimento amplo de renovação pedagógica e a iniciação científica proporciona a realização desse princípio, visto que propicia aos educandos o papel de sujeitos ativos no processo de construção do conhecimento. Os alunos foram estimulados a realizar as atividades de iniciação científica para depois expô-lo ao público (comunidade escolar, e eventos afins) possibilitando a estes uma experiência concreta com a produção de conhecimentos, sem ficarem restritos a sala de aula. Assim, por meio de uma prática metodológica diferenciada, explorando a cientificidade, trabalhamos a importância dos recursos hídricos, cujo objeto de estudo foi o rio Paraguai em Cáceres com foco para Água como condição de vida. Nesse sentido, foi dada evidência a necessidade de conservação e preservação sustentável dessa fonte mineral, possibilitando a compreensão e conscientização dos alunos por meio da Educação Ambiental (EA). De acordo com Bezerra (2009) a Educação Ambiental chama a atenção do mundo global, quando propõe o desenvolvimento de um cidadão com capacidade crítica e senso de responsabilidade, que saiba detectar e assumir os problemas coletivos que afligem a sua localidade, na perspectiva de buscar soluções e depois atingir os problemas sócio-ambientais mais gerais. Conforme Amorim (2005) os programas de Educação Ambiental devem ser elaborados, respeitando-se "(...) posturas, idéias e práticas que referendam as relações bastante fortes entre as ações educativas, condições sociais específicas e transformação da realidade (vida, sujeitos, sociedade, ideologias etc.)". Nesse sentido nos respaldamos para desenvolver o projeto, visto que a educação ambiental deve ser tomada como uma ação educativa permanente, devendo ser enfocado as diferentes relações que os homens estabelecem entre si e com a natureza. Assim cunhado aos nossos objetivos, desenvolvemos várias atividades de observação, análise, reflexão, descrição e confecção, tais como: levantamentos bibliográficos referente aos recursos hídricos e ao rio Paraguai; palestra com acadêmicos de Biologia; visita técnica ao Serviço de Água e Esgotos de Cáceres/SAEC; visita a Colônia Z2 de Pescadores de Cáceres; aula campo às margens do rio Paraguai no perímetro urbano, na ocasião foram realizadas coletas de resíduos sólidos para atividade de reciclagem em sala de aula e finalizando as atividades com a confecção de maquete do rio Paraguai e cartazes informativos para a exposição e socialização com a comunidade escolar. http://www.administradores.com.br

Especialistas brasileiros e estrangeiros discutem propostas para conter os avanços das mudanças climáticas

Brasília – Técnicos e negociadores do Brasil, da África do Sul, da Índia e da China, que integram o grupo denominado Basic, reúnem-se hoje (20), na sede do Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty. A ideia é dar início às discussões para um entendimento comum sobre as medidas e políticas que devem ser adotadas pelas nações do mundo para minimizar os impactos negativos produzidos pelas mudanças climáticas. O resultado dos debates será analisado e ratificado pelos ministros desses países amanhã (21). Na reunião, técnicos, especialistas e autoridades pretendem discutir propostas e chegar a um acordo sobre o que será apresentado e defendido na 18ª Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP18) que será realizada em Doha, no Catar, em novembro e dezembro deste ano, na qual participarão representantes de 190 países. Para o governo brasileiro, a atuação do Basic é um fator que ajuda a pressionar e aumentar o nível de ambição de outras nações em relação às mudanças climáticas. O grupo discute temas como o tratamento do apoio financeiro, tecnológico e técnico internacional para ações de mitigação e adaptação em países em desenvolvimento. Porém, especialistas advertem que os esforços ainda não surtem impactos suficientes para superar o pessimismo das previsões sobre o setor, pois as avaliações são que os avanços significativos só ocorrerão nas negociações na COP18, no Catar. “Não é normal que uma Conferência do Clima tome uma decisão importante seja seguida por outra [Conferência de Clima] que também tome decisões tão importantes. O que se espera é que a conferência seguinte seja de implementação das decisões adotadas na conferência anterior”, disse o embaixador Luiz Figueiredo Machado, representante brasileiro na COP18. “O que tinha que ser lançado já foi lançado. Agora o que se espera é a negociação até o final de 2015”, completou. Para as autoridades brasileiras, dois aspectos são apontados como fundamentais nas discussões da COP18. O avanço nas negociações para um acordo global em 2020, envolvendo o compromisso de todos os países emissores de gases de efeito estufa, é uma das prioridades. Apesar da importância do tema para a redução do aquecimento global já a partir de 2015, as expectativas não apontam para a conclusão do debate. O governo brasileiro também defende que os países desenvolvidos se comprometam rapidamente com a segunda etapa de compromissos do Protocolo de Quioto. O Brasil quer que as regras desta nova etapa sejam definidas até a COP18 para garantir que as novas metas passem a valer em janeiro de 2013. Os termos do tratado, que define metas e limites de emissão de gases de efeito estufa para os países desenvolvidos, expiram no final deste ano. Os governos do Japão, do Canadá e da Rússia informaram que não participarão das definições jurídicas que servirão de sustentação para o tratado. Os três países definirão metas voluntárias tal como ocorre com os países em desenvolvimento, como o Brasil, que estipulou como objetivo reduzir em 39% as emissões de gases de efeito estufa até 2020, tendo como base os níveis de 1990 Amanhã (21), os ministros das Relações Exteriores do grupo Basics analisam os relatórios elaborados pelos técnicos e negociadores. O objetivo é aprovar uma declaração conjunta que será apresentada na COP18. Na reunião foram convidados também representantes da Argélia, da Argentina e de Barbados para que apresentem sugestões sobre o tema. Os convites, segundo o Itamaraty, foram feitos porque a Argélia é o país que presidente temporariamente o G77 (grupo de países em desenvolvimento), a Argentina foi recentemente presidente do mesmo bloco e Barbados tem interesses específicos em relação à questão da mudança do clima – uma vez que o conjunto de pequenas ilhas se tornam vulneráveis a eventos extremos. O Catar também participará das discussões do Basic. As negociações em torno dos problemas produzidos pelas mudanças climáticas e as formas de contornar e evitar esses impactos motivou a criação do Basic, em 2007. * Edição: Lílian Beraldo. ** Publicado originalmente no site Agência Brasil. (Agência Brasil)

Suco de laranja ajuda a diminuir o colesterol ruim, aponta pesquisa brasileira

Ingerir suco de laranja diariamente, associado a um programa de exercícios moderados, ajuda a diminuir os níveis de colesterol ruim (LDL) no sangue e aumentar os níveis do colesterol bom (HDL), diz uma pesquisa brasileira publicada recentemente. Uma série de estudos feitos pelo Departamento de Alimentos e Nutrição da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp de Araraquara demonstrou que a ingestão de 500 ml do suco de laranja pode diminuir em até 15% os níveis do LDL. Além disso, quando associado a uma rotina de caminhadas (50 minutos, no mínimo, 3 vezes por semana) os níveis do colesterol bom também aumentavam. “Outro ponto bastante importante observado foi que, ao contrário de outros estudos feitos nos EUA, a ingestão do suco de laranja – sem açúcar, claro – não aumentou os níveis de triglicérides e, portanto, não contribui para o aumento do peso nem da gordura corporal”, explica Nancy Preising Aptekmann, uma das autoras do estudo feito com a equipe de Thais Borges César, outra pesquisadora envolvida na pesquisa. Aumento do colesterol bom, diminuição do colesterol ruim O estudo de Aptekmann acompanhou um grupo de mulheres com sobrepeso e, no início do estudo, sedentárias durante 90 dias. As participantes não alteraram seus hábitos alimentares, apenas ingeriram o suco de laranja e se engajaram em rotinas de caminhadas (um exercício considerado moderado). “O colesterol bom teve aumento de 18%, aproximadamente, e o LDL – colesterol ruim – diminuiu em torno de 15%. O estudo foi feito com o suco de lata concentrado, mas os resultados podem ser similares ao suco in natura [feito com a fruta]”, diz Aptekmann. A hipótese, de acordo com a pesquisadora, é que os flavonoides presentes no suco de laranja são os principais agentes dessa alteração, para melhor, dos níveis do colesterol. “Os flavonoides são substâncias encontradas nos vinhos e sucos de uva também. Mas no caso dos sucos concentrados, os níveis são bastante altos, principalmente por conta do processo, que inclui as cascas da fruta na moagem. Nos sucos naturais, é bom lembrar, esses flavonoides também são observados. A vantagem do suco feito com a fruta é a praticidade e o custo muito menor”, afirma. Exercícios complementam a ação protetora na saúde Outro estudo feito por Aptekmann e Thaís César foi feito sem que os participantes fizessem nenhum tipo de exercício e também não alterassem a dieta. A quantidade ingerida, entretanto, foi maior: 750 ml diários. “Esse outro estudo mostrou que o suco, sozinho, tem um poder protetor limitado, mas ainda assim, benéfico. Os níveis de colesterol totais diminuíram em torno de 10%. E tanto homens quanto mulheres mostraram, novamente, uma redução do LDL em aproximadamente 15%. O ponto negativo foi quanto ao HDL, que ficou praticamente constante”, diz. Uma rotina de atividades físicas moderadas, como já se sabe, é boa para a saúde em termos gerais. E caso seu foco seja a diminuição do colesterol ruim, os exercícios – como ficou comprovado pelas pesquisadoras – podem aumentar ainda mais a eficácia da atuação dos flavonoides contidos no suco de laranja. “Essa, até o momento, foi a combinação mais saudável observada nos nossos estudos sobre o tema. Agora, estamos finalizando outro estudo que observou os funcionários de uma empresa que colhem os frutos – e que também ingeriam o suco de laranja em suas refeições – e que acompanhamos durante dois anos. Os resultados também são animadores”, finaliza Aptekmann. * Publicado originalmente no site O que eu tenho.

Educação ambiental um direito do cidadão

É sabido que a relação do ser humano com a natureza existe desde o surgimento deste na face da terra. É sabido também, que as civilizações antigas eram essencialmente camponesas, e por uma questão de sobrevivência nossos ancestrais começaram a desenvolver a capacidade de apropriar-se da natureza e dela extraírem seus sustentos para melhor viver. Evoluíram e, com esta evolução surgiram núcleos rurais, organizações urbanas e cidades, nesse momento começa também a preocupação dos gestores com o processo educativo visando o bom convívio em sociedade. Na Grécia antiga, por exemplo, o sistema filosófico servia como base para a sustentabilidade do sistema social. Atualmente a preocupação com a preservação e conservação ambiental encontra-se em franca expansão. Informações precisas sobre a vida moderna via mídia tornou-se uma necessidade básica em qualquer parte do mundo inteiro. O marco conceitual aceito internacionalmente sobre educação ambiental e meio ambiente proposto na 1ª conferência sobre este tema ocorreu em Tbilisi em 1972, hoje é uma referência a premente da vida moderna. Dessa conferência saiu à recomendação n. 01 que trata das funções, dos objetivos e de princípios básicos que norteiam a educação ambiental no mundo, como forma regulamentadora e orientadora na preparação de recursos humanos visando à sustentabilidade da vida. Para muitos educadores e instituições de ensino, a educação ambiental é um poderoso instrumento de transformação da sociedade humana moderna, pois sabendo maneja-la corretamente irá atuar na sensibilização e respeito a valores éticos inalienáveis da vida e da justiça social. No início do século passado o cientista Albert Einstein, já questionava, “porque estamos tão pouco felizes com esta maravilhosa ciência aplicada que economiza trabalho e torna a vida mais fácil? E respondia a si mesmo, alegando que era simples, é porque ainda não aprendemos a nos servir dela com bom senso”. Existe hoje um programa chamado – PIEA – Programa Internacional de Educação Ambiental, coordenado pela ONU, integrando 133 países, com objetivo de aperfeiçoar e ampliar conteúdos, métodos, produzir material didático/pedagógico para educadores ambientais, visando acima de tudo sensibilizar a moderna sociedade humana para a difusão continuada da educação ambiental. No Brasil a partir da década de 70 a educação ambiental, começou a dar seus primeiros passos como instrumento de mudanças conceitual sustentável. Em 1988 ouve um significativo reforço na educação a ambiental com o advento da constituição federal assegurando juridicamente ao país sustentabilidade continuada ao processo. A região Amazônica e, em especial mato grosso, detentor de gigantescas riquezas naturais e humanas, constitui-se naturalmente em um referencial de convergência frutífera para soluções ou agravamento das questões em foco. Sabemos que nos seres humanos, cientistas, pesquisadores, gestores e sociedade precisarão encontrar caminhos para desenvolver-se economicamente e preservar a continuidade da vida no meio ambiente. Nesse viés, penso que a educação ambiental é sem duvidas um poderosíssimo instrumento de transformação e sensibilização do ser humano, bastando para isso que sejamos inteligentes. Portanto senhoras e senhores mãos a obra praticando o que nos assegura a carta magna do país. *ROMILDO GONÇALVES é Biólogo em Educação e Meio Ambiente, Perito Ambiental em fogo florestal e Professor pesquisador da UFMT/Seduc romildogoncalves@hotmail.com http://www.diariodecuiaba.com.br

Estudo mostra que desmatamento da Amazônia afeta chuvas na Argentina

A perda de floresta tropical pode afetar pessoas a milhares de quilômetros de distância, de acordo com um novo estudo publicado na revista “Nature”. O desmatamento pode causar uma grave redução das chuvas nos trópicos, com graves consequências para as pessoas, não só nessa região, mas em áreas vizinhas, disseram pesquisadores da Universidade de Leeds, na Inglaterra, e do Centro de Ecologia e Hidrologia do Conselho de Pesquisa Ambiental Britânico. O ar que passa sobre grandes áreas de floresta tropical produz pelo menos duas vezes mais chuva do que o que se move por áreas com pouca vegetação. Em alguns casos, as florestas contribuem para o aumento de precipitação a milhares de quilômetros de distância, de acordo com o estudo. Considerando as estimativas futuras de desmatamento, os autores afirmam que a destruição da floresta pode reduzir as chuvas na Amazônia em 21% até 2050 durante a estação seca. “Nós descobrimos que as florestas na Amazônia e na República Democrática do Congo também mantêm a precipitação nas periferias dessas bacias, ou seja, em regiões onde um grande número de pessoas depende dessas chuvas para sobreviver”, disse o autor do estudo, Dominick Spracklen, da Escola sobre a Terra e o Ambiente da Universidade de Leeds. “Nosso estudo sugere que o desmatamento na Amazônia ou no Congo poderia ter consequências catastróficas para as pessoas que vivem a milhares de quilômetros de distância em países vizinhos”, afirmou. Impacto na Argentina, Paraguai, Brasil e Uruguai – O estudo demonstra a importância fundamental da proteção à floresta, segundo seus autores. Em declarações anteriores à BBC, o cientista José Marengo, especialista em mudanças climáticas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) do Brasil, explicou por que a floresta amazônica afeta as chuvas tanto no sul do Brasil quanto na Argentina, no Uruguai e no Paraguai. Os ventos alísios, que vêm do Oceano Atlântico para o continente, arrastam umidade para o interior da América do Sul tropical, isto é, a Amazônia e o Nordeste do país. E além da umidade que vem do Atlântico, a vegetação amazônica contribui para o aumento da umidade por meio do processo de evapotranspiração, como é chamada a evaporação dos rios juntamente com a transpiração das plantas. “Essa umidade é carregada pelo vento em direção aos Andes, que desvia para o Sudeste da América do Sul. Assim, algumas das chuvas que ocorrem na bacia do Rio da Prata, incluindo o Sul do Brasil, de fato vêm da Amazônia”, disse Marengo. “Se não existisse a floresta amazônica, o Sul teria menos umidade, de forma que Paraguai, Uruguai, Argentina e o sul devem à Amazônia parte de suas chuvas.” Deslocamento de ar – Os cientistas têm debatido, ao longo de décadas, a ligação entre vegetação e precipitação. É sabido que as plantas retornam a umidade do ar através do processo de evapotranspiração, mas não está claro o impacto das florestas tropicais em termos de quantidade e distribuição geográfica. Os autores do novo estudo usaram dados de satélite da agência espacial americana (Nasa) sobre vegetação e precipitação, e um modelo de previsão de padrões de movimentos de vento. “Vimos o que aconteceu com o ar nos dias anteriores, que caminho havia tomado e sobre que área de vegetação”, disse Spracklen. Os pesquisadores analisaram a trajetória das massas de ar de diferentes partes de florestas. Quanto maior era a vegetação sobre a qual o ar tinha viajado, maiores a umidade e a quantidade de precipitação produzida. “As observações mostram que, para compreender como as florestas impactam as chuvas, temos de levar em conta a forma como o ar interagiu com a vegetação durante sua viagem de milhares de quilômetros”, disse Stephen Arnold, pesquisador da Universidade de Leeds e co-autor do estudo. “Isso tem implicações importantes para os tomadores de decisão, quando se considera o impacto ambiental do desmatamento, já que seus efeitos nas chuvas podem se sentir não só localmente, mas em uma escala continental”, afirmou. “O Brasil fez recentemente alguns avanços na redução dos altos índices de desmatamento, e nosso estudo mostra que esse progresso deve ser mantido.” Um estudo anterior, publicado na revista “Nature” em janeiro, mostrou que a combinação de agricultura, desmatamento e mudança climática estão enfraquecendo o ecossistema amazônico, potencialmente levando à perda de sua capacidade de retenção de dióxido de carbono (CO2) e geração de chuva. O trabalho conclui que, apesar da grande redução do desmatamento na Amazônia brasileira (28 mil hectares por ano em 2004 para 7 mil hectares em 2011), a floresta permanece frágil. (Fonte: G1)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

VIII Recicle CEMPRE

O CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem é uma associação sem fins lucrativos dedicada à promoção da reciclagem dentro do conceito de gerenciamento integrado do lixo. Sua missão promover o conceito do gerenciamento integrado do resíduo sólido municipal; promover a co-reciclagem pós-consumo; difundir a educação ambiental com foco na teoria dos 3 Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar). A área de meio ambiente tem demonstrado um crescimento exponencial no país, representado, principalmente, pelo aumento de investimentos socioambientais, ganhos financeiros e geração de empregos nas empresas. Condizente com esse cenário, a programação do Simai conta com temas multidisciplinares, mas que se complementam, apresentados a um público diversificado e que busca referenciais para sua formação. Intitulado "Reciclando Nosso Compromisso com o Meio Ambiente", o Recicle CEMPRE tem como proposta apresentar as evoluções do mercado de reciclagem e facilitar a troca de experiências entre governo, empresas e cooperativas. Os painéis e palestras abordarão a questão dos resíduos sólidos e da reciclagem considerando a atuação dos diversos públicos de interesse, reforçando o conceito de "gerenciamento integrado. Os temas abordados proporcionam a troca interativa de conhecimento e o fomento de ações proativas no cenário do meio ambiente industrial, ferramentas imprescindíveis para a capacitação do profissional moderno. TEMAS do VIII Recicle CEMPRE: Política Nacional de Resíduos Sólidos Responsabilidade Socioambiental e a Contribuição da Indústria da Reciclagem Prefeituras (Ações públicas em prol da Reciclagem) A Contribuição das Cooperativas de Catadores A atuação das entidades corporativas em prol da Reciclagem no Brasil Informações importantes: Dias 6, 7 e 8 de novembro de 2012. O horário é das 09h00 às 18h00, com carga horária aproximada de 24 horas. Os benefícios do investimento incluem: certificado de participação on-line, acesso ao link eletrônico com as palestras no site da FIMAI, ecobag e coffee break. Até dia 30 de setembro todas as inscrições têm desconto especial de 20%. Concedemos desconto de 20% para assinantes da Revista Meio Ambiente Industrial (www.rmai.com.br) e para mais de uma pessoa da mesma empresa. Consulte descontos especiais para estudantes e grupos de empresas.

Grande parte do lixo separado pelo brasileiro não é coletada de forma seletiva

Praticamente três entre dez domicílios brasileiros (29,7%) separam o lixo biodegradável do não degradável. No entanto, apenas 40% desse lixo separado dentro de casa são posteriormente coletados de forma coletiva quando chega à rua. Isso mostra que muitos brasileiros separam seus resíduos dentro de casa, mas depois grande parte deles é misturada ao lixo comum. Os dados constam na Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 – Perfil das Despesas do Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Região Sul é aquela que apresenta os melhores indicadores. Lá, 59,9% dos domicílios separam o lixo e 55,6% desses resíduos são coletados de forma seletiva. “A Região Sul está bem acima da média nacional, de 29,7%”, explica o pesquisador do IBGE José Mauro Freitas. Em outro extremo, aparece a Região Norte, onde 6,6% dos domicílios separam o lixo biodegradável do não degradável e 16,8% desse resíduo são coletados seletivamente, segundo a pesquisa do IBGE. O IBGE também observou a quantidade de lixo que é coletada, queimada ou enterrada no próprio terreno da família. No Brasil, a média do lixo coletado chega a 80,7%; os restos queimados ou enterrados, a 10,2%. A discrepância é grande entre a cidade e o campo. Na área urbana, 91,1% do lixo são coletados e 1,5%, queimados ou enterrados na propriedade. Na área rural, os percentuais são, respectivamente, 24,4% e 57,7%. Entre os estados, o Maranhão é o que tem o menor índice de lixo coletado (51,1%) e o com maior percentual de resíduos queimados ou enterrados (33,4%). Já São Paulo tem o perfil oposto: 94,5% do lixo são coletados e 1,7% são queimado ou enterrado. A pesquisa mostrou ainda a quantidade de domicílios que têm água encanada aquecida. Três em cada quatro residências contam com algum tipo de aquecimento. Além disso, 70% das casas com água encanada recorrem à energia elétrica para aquecer a água. (Fonte: Vitor Abdala/ Agência Brasil)

Especialista diz que reciclagem no Brasil alcança menos de 2% de todo o potencial

O Brasil ainda tem 4 mil lixões e apenas 30% a 40% do lixo total coletado no país são dispostos em aterros sanitários adequados. Além disso, a reciclagem é muito baixa no Brasil, segundo avalia o secretário da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP), Antonio Simões Garcia. Ele informou que os serviços de aproveitamento de material descartado não transformam no país sequer 2% do volume que pode ser reciclado. À Agência Brasil, Garcia disse que estão “muito próximos da realidade” os números divulgados na sexta-feira (14) na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo os quais apenas 40% do lixo separado dentro de casa pelos brasileiros são coletados seletivamente ao chegarem na rua. Alex Cardoso, da coordenação nacional do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), acrescentou que, do total de lixões ainda existentes no Brasil, 1,7 mil estão na Região Nordeste. “Chega a ter cidades com dois lixões”, informou. O MNCR avalia que há grande mobilização da sociedade em torno da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que exige a coleta seletiva para municípios com mais de 30 mil habitantes. Na avaliação de Cardoso, no entanto, esse processo ainda é “tímido” no Brasil, “porque a política já tem dois anos e cerca de 40% dos municípios brasileiros ainda têm lixões e não dispõem de sistema de coleta seletiva”. O integrante do MNCR lembra que, até 2014, os lixões terão que ser desativados. Segundo ele, com a implantação da coleta seletiva e a desativação dos lixões, haverá também a inclusão dos catadores. O MNCR está preocupado com a disposição de alguns municípios de incinerar os resíduos para geração de energia. Alex Cardoso avaliou que essa é uma atividade negativa. Além de ser uma tecnologia cara, não inclui os catadores e é prejudicial à saúde humana e ao meio ambiente, na medida em que libera gases causadores do efeito estufa. Rita Sairi Kogachi Cortez, técnica do Instituto Gea, disse à Agência Brasil que o avanço do país em coleta do lixo “é muito pequeno em relação ao número de resíduos gerados”. Ela ponderou, contudo, que o “despertar” da população está ocorrendo, porque as pessoas se mostram interessadas em participar cada vez mais do processo de separar o seu lixo. Segundo ela, é necessário que se criem mais coletas e mais cooperativas de catadores, “para que a coisa possa caminhar melhor no Brasil”. O Instituto Gea é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que tem entre as finalidades assessorar a população a implantar programas de coleta seletiva de lixo e reciclagem. A defesa dessa estratégia é compartilhada por André Vilhena, diretor do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), associação sem fins lucrativos dedicada à promoção da reciclagem com base no conceito de gerenciamento integrado do lixo. Disse que, nos últimos dois anos, desde a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, “houve um incremento significativo [das atividades de reciclagem], mas ainda muito longe do desejado”. Vilhena comentou que, nesse período, cresceu o número de prefeituras oferecendo serviço de coleta seletiva ou ampliando o serviço onde já existia. O problema para a desativação dos lixões, segundo ele, é que a população brasileira se concentra nos grandes centros, em especial próximos ao litoral. “Se nós conseguirmos avançar nessas regiões de maior densidade populacional, com certeza nós vamos equacionar boa parte do problema”. O diretor do Cempre disse que, para ter todo o território com a situação equacionada, existe a possibilidade de os municípios serem apoiados, por meio de financiamento do governo federal, para a formação de consórcios que vão elaborar os planos de resíduos e construir os aterros sanitários. Segundo o diretor do Cempre, se forem formados 450 consórcios no Brasil, a questão será resolvida, “porque, em alguns estados, um aterro sanitário pode atender até 150 municípios”. Para ele, a solução é a melhor também pelo ponto de vista econômico. “Não faz sentido você ter um aterro sanitário para municípios com 10 mil ou 15 mil habitantes”. (Fonte: Alana Gandra/ Agência Brasil)

A água ou a vida

Nairóbi, Quênia, 12/9/2012 – A escassez de água desata guerras interétnicas que continuam ceifando vidas no Quênia. Se nada for feito para educar as comunidades sobre como conservar os valiosos recursos hídricos, a situação se agravará ainda mais, alertam ambientalistas e especialistas governamentais. No dia 9, 38 pessoas morreram em ataques de vingança no distrito do delta do Rio Tana, na Província Costeira, incluindo oito crianças, cinco mulheres, 16 homens civis e nove policiais. O incidente aconteceu após anúncio do governo da realização de um exercício de desarme no delta do Tana, depois que enfrentamentos por água e pastagens deixaram mais de 80 mortos. O chefe de polícia da Província Costeira, Aggrey Adoli, informou à IPS que cerca de 500 cavaleiros do grupo étnico pokomo atacaram a aldeia de Kilelengwani, incendiaram um acampamento policial e destruíram várias estruturas. No dia 10, a região estava inacessível e os policiais tiveram que usar helicópteros para se trasladarem e deter a violência. “Isto foi em represália pelo incidente do dia 6, no qual 13 pokomos foram assassinados quando cavaleiros do grupo étnico orma atacaram a aldeia de Tarassa”, informou Adoli. No entanto, os conflitos pelos recursos não estão limitados a esta região. No dia 22 de agosto, quatro pessoas foram assassinadas em incidentes separados na aldeia de Muradellow, na Província Nordeste. A polícia disse que as mortes aconteceram em um manancial no qual pastores haviam levado seus animais. Em março, 22 pessoas foram mortas em Mandera, na mesma província, enquanto mais de 1,5 mil fugiram da violência na aldeia El Golicha, perto da fronteira com a Somália. Ernest Munyi, funcionário da Província Noroeste e comissário assistente da polícia regional, contou à IPS que os combates são cada vez mais frequentes. “Os ataques de clãs são comuns na região, que agora é palco de confrontos mensais, desde fevereiro. Antes eram mais esporádicos”, acrescentou. Os choques acontecem entre “pastores nômades que dependem do gado para sobreviver e que lutam pela água e os poucos campos para pastar”, detalhou. Líderes políticos, ativistas pelos direitos humanos e ambientalistas querem que o governo cuide do problema imediatamente. Mwalimu Mati, diretor-executivo da organização não governamental Mars Group, que trabalha em temas de governança, disse à IPS que o governo deve distribuir equitativamente os recursos. “Os conflitos pelos recursos estarão conosco por um longo tempo porque as políticas governamentais que promovem o corte de árvores causam desmatamento”, explicou Mati, que também é advogado. A escassa cobertura florestal tem como consequência uma redução das chuvas, segundo especialistas em água. Peter Mangich, diretor de Serviços de Água do Ministério de Água e Irrigação, disse à IPS que, devido aos efeitos da mudança climática, este país agora recebe apenas um quarto de suas históricas precipitações. “A média anual de chuva é de 630 milímetros, quando deveria ser quatro vezes maior. O Plano Nacional de Desenvolvimento 2002-2008 reconhece o Quênia como um país com escassez hídrica, onde a demanda excede os recursos renováveis”, afirmou o diretor. “O esgotamento de nossos recursos naturais devido às poucas precipitações e à escassa cobertura florestal, que chega a 3%, é um problema. As bacias hidrográficas não cobrem o país de maneira equitativa”, destacou. Essa é a razão dos crescentes conflitos, segundo o geólogo e ambientalista Bernard Rop. “Houve confrontos por água e pastagens na maior parte da Província Nordeste, bem como entre os turkana, os samburu e os pokot na Província Costeira e na de Rift Valley nos últimos dez anos, causando a morte de 400 pessoas e o roubo de dez mil cabeças de gado”, disse à IPS. “E os conflitos não afetarão apenas as áreas secas. A mudança climática é real. O governo precisa adotar medidas para solucionar este problema”, ressaltou Rop. Mati explicou que a necessidade de água levou Etiópia, Quênia, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia e Uganda a pedirem a revogação de um tratado de 1959, patrocinado pela Grã-Bretanha, que dá ao Egito, e em menor grau ao Sudão, direitos históricos sobre os recursos do Rio Nilo. Rop afirmou que o Quênia tem água facilmente disponível, mas que deve ser melhor aproveitada. Este país é o maior produtor de energia geotermal na África, com 290 megawatts, afirmou. Também “possui grandes quantidades de água subterrânea, que, se for aproveitada e distribuída nas áreas afetadas, acabará com o conflito”, ressaltou. Mangich assegurou que o governo está abordando o problema. “Desde o ano passado, temos patrocinado organizações não governamentais, como a World Vision, para que cavem poços nas áreas afetadas, e os moradores possam obter água suficiente para o gado e uso doméstico”, detalhou. “Também os estimulamos a usar a água para plantar vegetais e milho, a fim de complementar a produção pecuária”, ressaltou. Porém, o diretor da Mars Group observou que é preciso exortar os pastores nômades a participarem de outras atividades econômicas mais viáveis, e sugeriu que o governo deveria promover a urbanização. “Isto permitirá a muitas pessoas viver em localidades com serviços públicos e cultivar a terra como grupo, não como indivíduos”, enfatizou Mati. O ministro da Educação, Mutula Kilonzo, declarou à IPS que antes o governo deve implantar políticas já existentes sobre o acesso a água. “A nova Constituição tem políticas muito boas para as regiões secas, que consistem em cavar poços e promover a irrigação. Deixem que implantemos as leis sobre agricultura e os combates cessarão”, assegurou. Envolverde/IPS(IPS)

Tratamento com células-tronco abre caminho para cura da surdez

A partir do uso de células-tronco, pesquisadores da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, conseguiram desenvolver um técnica de combate à surdez. De acordo com os pesquisadores, o estudo publicado no periódico científico Nature representa é a demonstração conceitual de que as células embrionárias podem ser empregadas para reparar um ouvido danificado . O grupo de especialistas “instruiu” as células-tronco embrionárias humanas a gerar, primeiro, células que formam os ouvidos, e posteriormente células sensoriais ciliadas e neurônios. Os pesquisadores desenvolveram um método para induzir as células-tronco embrionárias humanas (que tem capacidade para se diferenciar em muitos tipos de tecidos) a se transformar em células auditivas. Esta primeira descoberta, segundo Marcelo Rivolta, que liderou o estudo, é “muito positiva”, pois se trata de “uma fonte praticamente inesgotável para produzir células do ouvido sob demanda”. Numa segunda fase, o estudo procurou comprovar se as células do ouvido funcionariam quando fossem transplantadas para um animal com problemas auditivos. Os cientistas utilizaram como cobaia um gerbilo, uma espécie de roedor com um aparelho auditivo mais parecido com o dos humanos do que os ratos. Quando os pesquisadores transplantaram as células progenitoras para os animais que sofreram lesões no nervo auditivo, elas substituíram os neurônios perdidos, reconectaram-se e mostraram uma recuperação funcional significativa. O estudo ressalta que essa habilidade para restaurar a funcionalidade neuronal auditiva poderia abrir as portas para um futuro tratamento para a surdez baseado em células-tronco. Rivolta acredita que a técnica poderia ter potencial uso terapêutico em um amplo número de pacientes se for empregada em combinação com os implantes cocleares (dispositivo eletrônico que ajuda a restabelecer a audição). (Fonte: Portal iG)

Novas cepas de gripe suína podem infectar humanos, diz estudo

Cientistas aconselham vigilância mundial com as variações de cepas de gripe em suínos. Ninguém sabe onde e quando a próxima pandemia de gripe virá. Agora, os cientistas têm evidências de que cepas de gripe encontradas com frequência em rebanhos suínos podem sofrer mutações de modo a infectar humanos e se espalhar facilmente entre a população. Um novo estudo publicado na última segunda-feira, 10, na revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences, descobriu que uma cepa de gripe isolada de suínos foi capaz de infectar furões e os matar com facilidade. Os furões são comumente utilizados nos estudos da gripe humana por manifestarem muitos dos mesmos sintomas e reações que os humanos. De acordo com o co-autor do estudo, o virologista Richard Webby, embora esse vírus em particular não represente uma ameaça para a saúde humana, pois é semelhante ao da gripe suína H1N1, que tem circulado entre as pessoas desde 2009, os resultados do estudo reforçam a necessidade de vigilância global. Cientistas sul-coreanos que trabalham com Webby e seus colegas analisaram quatro cepas do vírus influenza A, coletadas de um matadouro de suínos. Eles concentraram seus experimentos sobre os chamados vírus com rearranjo triplo, que contêm uma mistura de propriedade genética de aves, humanos e suínos. Estas cepas, que infectaram granjas na Coreia do Sul durante a última década, tiveram origem na América do Norte e provavelmente foram introduzidas na Ásia através da importação de gado. Vírus similares ainda infectam rebanhos suínos nos EUA e, por vezes, causam a doença nos animais. Os cientistas infectaram os furões com os vírus através das vias respiratórias, e uma das quatro cepas introduzidas causou doença grave nos animais. Dos três furões inoculados, um morreu e dois foram sacrificados porque estavam muito doentes. Para testar se o vírus se espalha facilmente, furões saudáveis foram colocados em gaiolas ao lado de furões infectados, perto o suficiente para serem expostos a gotículas de espirro, mas não perto o suficiente para que os animais tivessem contato. Um morreu, outro ficou doente e foi sacrificado e o terceiro se manteve saudável, embora as alterações de seu sistema imunológico mostraram que ele tinha sido exposto ao vírus. Os pesquisadores descobriram que o vírus passou por duas mutações após ter sido transmitido dos suínos para os furões, permitindo uma doença grave e uma propagação fácil entre os animais de espécies distintas. Uma das mudanças foi na proteína chamada hemaglutinina, que tornou a doença mais perigosa, e a outra mutação alterou a estrutura da proteína neuraminidase, permitindo que o vírus rompesse a barreira da célula e passasse a infectar outras células. Embora os pesquisadores não saibam ao certo se o vírus pode infectar pessoas, os resultados com furões sugerem que sim. Segundo a virologista Nancy J. Cox, diretora do departamento de influenza do Centro para Controle e Prevenção de Doenças, em Atlanta, a mensagem é que a vigilância da gripe suína precisa ser melhorada em todo o mundo: “Estamos preocupados não é tanto com este vírus em particular”, disse Cox. ”É com todos os vírus que podem estar em populações de suínos em outras partes do mundo.” * Publicado originalmente no Los Angeles Times e retirado do site Opinião e Notícia. (Opinião e Notícia)

Cientistas reconstroem vírus da gripe espanhola de 1918

Manipulação de vírus Cientistas do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos reconstruíram o vírus influenza que causou a chamada gripe espanhola. Em 1918, o vírus matou cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Usando genes recuperados de amostras do vírus original, e acrescentando-os a genes de uma versão benigna do H1N1, os cientistas reconstruíram o vírus original. Embora haja preocupações de que a técnica possa ser usada para criar versões de vírus mortais, os cientistas afirmam que o conhecimento novo trazido pelo experimento ajudará a enfrentar pandemias causadas por versões naturais dos vírus. Desta vez, o experimento não causou a polêmica de um estudo parecido, no qual cientistas induziram em laboratório mutações no vírus da gripe aviária que o tornaram transmissível aos seres humanos, que chegou a ter sua publicação rejeitada por duas revistas científicas. Família de vírus Sequenciando o vírus de 1918, os cientistas conseguiram confirmar que os vírus que causaram as pandemias de influenza de 1957, 1968 e 2009 eram todos descendentes do vírus de 1918. Efeitos da gripe espanhola ainda persistem A descoberta tem impactos diretos sobre as políticas públicas de enfrentamento das pandemias. Por exemplo, no caso da pandemia de 2009, os idosos foram eleitos como candidatos preferenciais para receber as vacinas contra a gripe. Contudo, o estudo mostra que o mais correto a fazer seria ter vacinado as pessoas mais jovens. As pessoas mais jovens, que nunca haviam sido expostas ao vírus de 1918 e aos seus descendentes, não possuíam imunidade contra essa família de vírus, o que explica porque foram esses pacientes mais jovens que apresentaram os casos mais graves da doença. Os mais idosos, por outro lado, tinham maior chance de ter desenvolvido imunidade contra a família de vírus, e não ficaram tão vulneráveis. Benefícios de ressuscitar o vírus de 1918 Um dos grandes benefícios do estudo, alegam os cientistas, é que a determinação da estrutura física de partes do vírus da gripe espanhoa, particularmente das partes que são consistentes ao longo das gerações do vírus, podem ajudar a desenvolver "vacinas universais" contra a gripe. Vacinas universais seriam eficazes contra múltiplos sorotipos de vírus, e não precisariam mais ser tomadas anualmente. Comparando o vírus de 1918 com os vírus de influenza encontrados em animais, os cientistas também identificaram algumas das mudanças necessárias para que um vírus da influenza se adapte para passar dos animais para o homem. Adicionalmente, dizem os cientistas, o estudo ajudou a esclarecer os efeitos da resposta à infecção viral iniciada pelo sistema imunológico e a importância das co-infecções bacterianas que frequentemente seguem-se à infecção viral. De forma mais geral, os cientistas concluem que a reconstrução do vírus da gripe espanhola de 1918 ampliou o conhecimento sobre como novas linhagens de vírus da gripe emergem e evoluem. Diário da Saúde

Consumo de álcool antecipa derrame em 15 anos

Álcool e AVC Existe uma forte correlação entre a ingestão de álcool e a ocorrência de derrames cerebrais. Um novo estudo mostrou que indivíduos que bebem mais de três doses de bebidas alcoólicas por dia têm o risco de sofrer acidentes vasculares cerebrais (AVC) equivalente ao de indivíduos 15 anos mais velhos. "O consumo pesado de álcool tem sido identificado de forma consistente como fator de risco para este tipo hemorrágico de AVC, que é causado por um sangramento no cérebro, em vez de um coágulo de sangue como ocorre no AVC isquêmico", disse Charlotte Cordonnier, da Universidade de Lille-Nord (França). O estudo foi publicado na revista Neurology. Consumo pesado de álcool Cerca de 25% dos participantes apresentaram comportamento de "consumo pesado de álcool" - o consumo de três ou mais doses de bebidas alcoólicas por dia, ou o equivalente a 47,3 mililitros diários de álcool puro. Os indivíduos que fizeram consumo pesado de álcool sofreram AVC com uma idade média de 60 anos - cerca de 14 anos antes da idade média de idade dos participantes que não faziam consumo pesado de álcool. "É importante destacar que o consumo de grandes quantidades de álcool contribui para uma forma mais grave de AVC em idade precoce em pessoas que não tinham histórico médico significativo", disse Cordonnier.] Agência Fapesp

‘Rios voadores’ da Amazônia transportam água para o Brasil

Enquanto a seca causa estragos no mundo e cresce a inquietação com colheitas e reservas hídricas, o piloto e aventureiro anglo-suíço naturalizado brasileiro Gérard Moss mostra os “rios voadores” da Amazônia, cursos d’água atmosféricos que têm origem na floresta e alimentam as chuvas no Brasil e na América do Sul. “As mudanças climáticas estão cobrando seu preço, os Estados Unidos vivem a pior seca em meio século, a Rússia sofre com a seca, na Índia há anos as monções não são regulares, e no Brasil parece que somos menos afetados porque temos a maior floresta tropical do mundo, que ajuda a regular o clima”, explica Moss, enquanto pilota seu monomotor com destino a Goiânia. Durante o voo, Moss observa um indicador que mede a umidade do ar sobre o cerrado. Ele usa o medidor para localizar os “rios voadores”, nome dado às massas de vapor d’água que a Amazônia lança na atmosfera. “Pouca gente sabe que na Amazônia uma única árvore pode colocar na atmosfera mais de 1 mil l d’água em um dia, e que a selva amazônica consegue colocar mais água na atmosfera em um dia do que a transportada pelo rio mais caudaloso do mundo, o Amazonas”, explica. Em expedições em avião e balão, Moss leva cinco anos demonstrando que a floresta amazônica não só limpa o ar do planeta, como garante umidade e chuvas para o Brasil e parte da América do Sul, uma região enorme produtora e exportadora de alimentos. Os rios voadores, conta, partem da Amazônia até os Andes, que agem como barreira natural, e redirecionam as gigantescas massas de vapor principalmente rumo ao centro-oeste, o sudeste e o sul do Brasil, mas também para o norte de Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, e ainda para Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname. “O Peru recebe um pouco desta água, mas se não houvesse a cordilheira, certamente receberia tudo”, explica Moss. Nascido na Inglaterra e criado na Suíça, entre Montreux e Vevey, o apaixonado piloto de 57 anos chegou ao Brasil nos anos 1980 para trabalhar na exportação de soja, e uma década depois mudou radicalmente de trabalho para se dedicar ao meio ambiente, ao lado da esposa Margi Moss, fotógrafa nascida no Quênia. Ele ganhou fama em 2001, quando fez a primeira volta ao mundo em planador motorizado, uma aventura que durou 100 dias, durante os quais fazia transmissões ao vivo, todos os domingos, para a televisão brasileira. Em 2003, o casal embarcou em um pequeno hidroavião com o qual coletou durante um ano mais de mil amostras dos rios e lagos mais remotos do país, que possui 12% das reservas de água doce do planeta. “Constatamos que 85% das águas são limpas, o que demonstra que o Brasil tem uma grande riqueza, mas também que nas regiões habitadas a qualidade é péssima, não se investe para preservar esta riqueza”, lamenta Moss. De Belém a São Paulo sobre um rio voador – A aventura aérea e ambiental prosseguiu em 2006, com o projeto Rios Voadores, no qual embarcaram importantes cientistas que já tinham advertido para o fenômeno e agora utilizam os dados para confirmá-lo. Eles criaram equipamentos adaptados ao monomotor e a um balão aeroestático, com o qual Moss percorreu o país para condensar e analisar gotas do vapor atmosférico originadas na Amazônia. O piloto chegou a viajar oito dias na trajetória de um rio voador, da cidde amazônica de Belém ao Pantanal (centro-oeste) e a São Paulo (sudeste). “Era uma massa enorme de vapor d’água, equivalente ao que São Paulo consome em 115 dias, foi muito bom para divulgar os nossos resultados”, explica. Com estes estudos, o respeitado Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) traça diariamente trajetórias das correntes de umidade amazônica por todo o Brasil, enquanto o projeto se concentra agora em divulgar os resultados para alcançar seu objetivo: ajudar a salvar a Amazônia. “Nosso objetivo é que uma criança em São Paulo ou um produtor do sul saibam que sua agricultura e sua energia dependem muito da água que chega da Amazônia”, diz Moss. Os cientistas calculam que quase 20% da Amazônia já tenha sido destruída e alguns indicam que se a destruição chegar a 35% ou 40%, atingirá um ponto sem volta frente ao avanço do cerrado. O Brasil alcançou um pico de desmatamento em 2004, com 27 mil km2. Conseguiu reverter a tendência a mínimos históricos, mas ainda perde 6,4 mil km2 de selva amazônica por ano. (Fonte: Portal Terra)

Nova espécie colorida de macacos é descoberta

O cientista John Hart descobriu, por acidente, uma nova espécie de macaco tímido e colorido que vive nas florestas tropicais no centro da República Democrática do Congo. Hart é diretor da fundação para a vida selvagem Lukuru Wildlife Research Foundation, em Kinshasa, na República Democrática do Congo (RDC). Em 2007, enquanto olhava fotografias trazidas de uma expedição de campo a uma região remota do centro de RDC, uma imagem em especial, flagrada em uma vila mostrando uma jovem chamada Georgette com um pequeno macaco, chamou a sua atenção. “Era um animal lindo, com uma juba e parte superior do tórax loiros, e uma mancha brilhante vermelha na parte inferior das costas. Eu nunca tinha visto isso em qualquer animal na área”, disse, explicando como suspeitou de uma nova espécie. Depois de cinco anos de trabalho de campo, pesquisa genética e estudo anatômico, Hart e seus colaboradores finalmente descreveram a nova espécie de primata, nomeada Cercopithecus lomamiensis, e conhecida localmente como “lesula”. A história do lesula O macaco de Georgette tinha sido dado a ela por um tio, que trouxe o primata de uma caçada. Não era bem um animal de estimação, mas acabou tornando-se um. Ele literalmente corria no quintal com os cães, passeava pela vila em busca de alimentos, etc. Esse bicho em particular sumiu mais tarde (e Georgette suspeita que alguém o tenha pego). nvestigações posteriores revelaram toda a história da espécie estranha – que até então ninguém sabia dizer qual era. O C. lomamiensis percorre uma faixa de floresta tropical densa de cerca de 17.000 quilômetros quadrados. “Para um mamífero grande como ele passar despercebido, é bastante incomum”, comenta a primatologista americana Kate Detwiler. Mas dada a área vasta e remota em que o lesula mora, já não é tão difícil assim só o termos encontrado agora. A quantidade de árvores altas que bloqueiam o sol e o chão da floresta – o domínio principal do lesula – mergulham seu território em uma escuridão permanente cheia de sons. Segundo os pesquisadores que estudaram o macaco em campo, é como estar em um navio muito longe no mar, no nada. Os lesulas vivem nesta região isolada em grupos de até cinco, e se alimentam de frutas e vegetais folhosos. Os machos pesam até 7 kg, o dobro do tamanho das fêmeas. Eles também têm algumas características bastante peculiares, como nádegas e testículos azuis brilhantes (o que torna fácil para as fêmeas acharem os machos). O próximo passo dos cientistas agora é salvar a nova espécie. Ela acaba de ser descrita, mas já corre perigo há muito tempo, por ser uma presença constante nas mesas de jantar da população local. Apesar de macacos serem apenas uma das opções regionais (cobras, elefantes e outros bichos também são caçados para comida), há um próspero mercado para esse tipo de carne, disponível e barata. Hart, em parceria com a população local, está tentando criar um parque nacional no território dos lesulas, iniciativa ainda em progresso. http://hypescience.com

Norma para controle, uso e descarte de pilhas e baterias é fixada pelo Ibama

Brasília – O controle sobre a fabricação, o uso e o descarte de pilhas e baterias é fixado em decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio da Norma Instrutiva número 8, publicada hoje (4) no Diário Oficial da União. Pela norma, há uma série de regras para o descarte do material, o transporte, a reciclagem e o acondicionamento, assim como a determinação para que os fabricantes e importadores elaborem um relatório anual, informando em detalhes os procedimentos adotados. Nas embalagens e manuais das pilhas e baterias, os fabricantes terão que informar sobre a adaptação às novas regras contidas na norma para o descarte e a reciclagem. O material deve ser descartado em coletas seletivas próprias, que podem ser encontradas em postos de vendas e em fábricas, mas jamais em lixos comuns. No texto publicado hoje há uma ressalva sobre a necessidade de usar símbolos, como o “x” sobre os recipientes de lixo, para evitar o descarte do material nesses locais. Pela norma, a coleta de pilhas e baterias descartadas deve seguir uma série de regras, como o acondicionamento, a frequência do recolhimento do material, a destinação e as empresas envolvidas. O rigor também existe para o transporte do material, informando sobre os envolvidos no processo e os locais de origem e destino. As empresas envolvidas na etapa da reciclagem também são submetidas à norma fixada pelo Ibama. Devem ser informados os nomes das empresas fornecedora e responsável pela reciclagem, a destinação, o aterro utilizado pelas companhias e os procedimentos adotados no processo. A preocupação das autoridades é com as ameaças à saúde e ao meio ambiente causadas pelas substâncias contidas nas baterias e pilhas. Nelas há, por exemplo, mercúrio, cádmio, chumbo, zinco-manganês e alcalino-manganês. Há estudos que mostram que algumas substâncias podem levar à anemia, a problemas neurológicos e ao desenvolvimento de câncer. No meio ambiente, o descarte das pilhas e baterias pode atingir os lençóis freáticos, o solo e a alimentação. A Norma Instrutiva número 8 está publicada na Seção 1, páginas 153 e 154 do Diário Oficial. * Edição: Graça Adjuto. ** Publicado originalmente no site Agência Brasil. (Agência Brasil)

Combater a obesidade também traz benefícios para a socialização

Indivíduos que fizeram cirurgias para o controle da obesidade – como os procedimentos bariátricos – têm grande melhora de qualidade de vida, na saúde como um todo e também impactos positivos nos seus relacionamentos sociais, indica pesquisa. O estudo, feito pela Universidade do Arizona e submetida à Associação Americana de Estudos Sociológicos, aponta que cirurgias para reversão da obesidade estão se tornando cada vez mais comuns e, além das questões técnicas e de saúde, é preciso observar os impactos desse tipo de procedimento na vida dos pacientes em médio e longo prazos. A pesquisa, feita pela equipe de Jennie Kronenfeld, acompanhou mais de 210 pacientes, com idades variando entre 26 e 73 anos de idade e que participavam de grupos de apoio após o procedimento cirúrgico. “Nossa hipótese inicial era que haveria muitas reações negativas à cirurgia, mas ao contrário, encontramos indivíduos bastante satisfeitos com as mudanças ocorridas após a cirurgia”, explica a autora. “Na grande maioria esse impacto positivo se deu pelas melhoras na saúde como um todo.” Maior controle sobre o diabetes, diminuição de problemas cardiovasculares, colesterol e apneia do sono foram alguns dos benefícios citados pelos entrevistados. Além disso, a maior mobilidade nas tarefas diárias foi algo muito positivo para os pacientes. Mas a grande descoberta da pesquisa foi o fato de que as relações sociais melhoraram sensivelmente para os “ex-obesos”. Os níveis de depressão também diminuiram. “Nosso estudo nos dá evidências tanto do estigma que a obesidade promove – a reação negativa de outras pessoas a um indivíduo muito acima do peso – mas também do quanto vencer a condição pode melhorar as relações familiares e com o círculo de amizades de uma forma geral”, complementa Doris Palmer, outra autora envolvida na pesquisa. A satisfação com a própria aparência, entretanto, foi bem menos impactada do que se pensava inicialmente. “Esses pacientes estavam satisfeitos, mas não foi algo que teve variações tão grandes quanto outros aspectos da sua vida”, dizem as autoras que entrevistaram os participantes para questões como autoestima, saúde física, vida social, condições de trabalho, convivência familiar, mobilidade e satisfação com o processo para a realização da cirurgia. * Publicado originalmente no site O que eu tenho.

eciclar sobras de sabonetes como prática sustentável nos hotéis

A sobra de um pequeno pedaço de sabonete deixado no banheiro de um hotel pode fazer a diferença na vida de milhares de pessoas que morrem diariamente no mundo por doenças infecto-contagiosas pelo simples fato de não lavarem às mãos Quando você se hospeda num hotel e ao tomar um banho, na maioria das vezes sobra-se sabonete, mesmo que alguns meios de hospedagens insistam cada vez mais em ofececer aos hóspedes um tamanho cada vez menor, constituindo-se na famigerada economia burra. Você já parou para pensar o que os hotéis fazem com esta sobra? Será que existe alguma preocupação dos hotéis brasileiros em reciclar este material ou ele é jogado no lixo comum de forma indiscriminada? Se você não sabe, uma simples lavagem das mãos com sabonete é uma das formas mais eficazes e baratas de higiene para prevenir doenças como diarréias e pneumonia. Juntas são responsáveis por mais de 3,5 milhões de mortes de crianças todos os anos segundo dados da OMS – Organização Mundial da Saúde. Então a sobra de seu sabonete num hotel pode fazer a diferença de quem vive e de quem morre em vários cantos do planeta. Preocupados com este quadro que se agrava a cada dia mais, as ONGs norte-americanas Clean The World e Global Soap Project, desenvolveram um programa de reciclagem de sabonetes em barra que são reconhecidos nos hotéis e passam por três fases: primeiro coletar, separar e esterilizar, depois reprocessar e, finalmente, voltar a moldar o sabão, transformando-o em novas barras. Após estes processos os novos sabonetes são enviados para uso doméstico de comunidades carentes de El Salvador, Nicarágua, Zimbábue, Mongólia, Uganda, Honduras, Mali, Romênia, Bangladesh, Afeganistão, Sudão e entre outros. Desde sua fundação em 2009, a Clean The World impediu que mais de 500 mil quilos de produtos de higiene fossem parar em aterros, e distribuiu mais de 9 milhões de barras de sabonete, 2 milhões delas para o Haiti, em 2010, depois do terremoto e do surto de cólera naquele País. Já a Global Soap Project fundada por um ex-refugiado da Uganda, trabalha com mais de 300 hotéis e já despachou mais de 25 toneladas de sabão para campos de refugiados e outras comunidades pobres, expostas às doenças associadas à falta de higiene como a Suazilândia na África. A proposta das entidades é diminuir a disseminação de doenças infecto-contagiosas que assolam populações de diversos países. Norteiam as seguintes perguntas para o hoteleiro: Será que no Brasil existe algum projeto desta magnitude? Como posso implantar este sistema de reciclagem no meu hotel? Quantas crianças principalmente das regiões Norte e Nordeste do País poderiam ser salvas com esta prática sustentável? Quantas toneladas de restos de barras de sabonetes são enviadas para o lixo comum no Brasil? Sendo que somente nos Estados Unidos são descartadas diariamente pelos hotéis 2,6 milhões destes produtos. Reciclagem de sabonetes não é regulamentada no País Se reciclar sobras de sabonete é uma prática muito comum em vários paises do mundo, no Brasil é ainda desconhecida por muitos hoteleiros e para “contribuir” não é regulamentada pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. “Conforme suas normativas, é proibida a reciclagem destes produtos devido a fatores técnicos de higiene e proliferação bacteriana. Somente as embalagens dos mesmos podem ser recicladas, isto é valido para empresas e ONGs coletoras deste tipo de material. Já a indústria de cosméticos é proibida de coletar frascos usados, pela Anvisa, por questões técnicas”, frisa o Consultor em hotelaria Mario Cezar Nogales. Para piorar a situação, a agência reguladora cita que estas sobras de sabonetes não podem ser utilizados nem para a lavagem de animais, pois estão impregnados por bactérias humanas. Shampoos, condicionadores e afins contém em suas composições químicas derivados do petróleo, que são impossíveis de reciclar para outro produto pelos mesmos motivos do sabonete. Segundo Nogales, uma alternativa para esta questão socioambiental nos hotéis é utilizar amenities livres de parabenos (parabenos é um derivado do petróleo e conservante para shampoos) ou produtos 100% naturais. “Conheço apenas uma indústria cosmética para hotelaria que já disponibiliza este tipo de produto para os hotéis em toda a América latina, é a Harus Amenities. Nem mesmo a Natura disponibiliza este tipo de produto atualmente”, conclui. Hotel paulistano investe em ações socioambientais O hotel Grand Hyatt São Paulo, que comemorou 10 anos de existência no mês de agosto, é um dos poucos hotéis no Brasil que está engajado nesta prática sustentável de reciclar as sobras de sabonetes de 80 gramas disponibilizadas aos hóspedes. “Consideramos esta ação uma responsabilidade socioambiental muito importante, pois descartamos algo que ocuparia muito espaço em nossos depósitos e conseguimos dar o destino correto. No qual as sobras são reutilizadas para outros propósitos”, afirma Tânia Lopes, Gerente de Governança do hotel Grand Hyatt São Paulo. Os sabonetes que já foram utilizados pelos hóspedes são separados em um grande tonel e uma vez por semana uma ONG retira os itens no hotel. “Não fazemos nenhum tipo de preparação ou método diferente, apenas entregamos a matéria-prima disponibilizada para este fim (sabonetes de mel, algas, erva doce, amêndoas e glicerina). Após a coleta, os sabonetes são usados para preparação de produtos de limpeza que serão utilizados pela própria ONG”, explica. O hotel distribui o material coletado para três ONGs previamente cadastradas: Lar Irmão José, Gotas de Flor com Amor e Caspiedade. A coleta é agendada para todas as quartas-feiras. A ONG é responsável por trazer seu próprio veículo para retirada do material. Além disso, o empreendimento doa outros itens que não é possível reciclar no local, como papel higiênico, shampoo, gel de banho, condicionador e hidratante. Segundo Tânia na área de governança a reciclagem sempre fez parte da rotina, com o objetivo de colaborar positivamente com o desenvolvimento das comunidades em que o hotel trabalha. “A conscientização com o meio ambiente e seus desafios deveria ser um gerador de iniciativas. Nesse sentido, redes como a Hyatt podem ajudar também, já que suas boas práticas podem servir de modelo e inspiração para outros estabelecimentos”, ressalta. Tânia acrescenta dizendo que se todos os hotéis soubessem dessa prática não teriam problemas em aderir, pois esse processo não atrapalha o dia a dia. “Se pararmos para pensar, as empresas que não participam desta prática sustentável estão descartando matérias primas de excelente qualidade que já valeram muito dinheiro”, avalia. Além da reciclagem de sabonetes, o Grand Hyatt São Paulo também implementou um programa que inclui dar um destino correto a materiais como papéis, plásticos, vidros, baterias e óleo de cozinha, o qual é entregue a uma outra ONG para a fabricação de sabão. Empreendimento procura ONGs para programa de reciclagem O São Paulo Airport Marriott Hotel, localizado próximo ao Aeroporto Internacional de Cumbica – Guarulhos (SP) e pertencente à rede Marriott International é outro raro exemplo de hotel que adota a prática. O empreendimento implantou um programa de reciclagem de barras de sabonetes, que está alinhada a filosofia “Espírito de Servir”, que prevê ações de responsabilidade social e ambiental. As sobras destes sabonetes em barras são coletados por funcionários do hotel. Durante a limpeza dos apartamentos, as camareiras recolhem as sobras nos quartos e os depositam em um recipiente de cerca de 20 litros. Ao final de cada semana os valetes - responsáveis pela reposição de amenities de cada andar – recolhem as sobras e levam para a lavanderia. Após o recolhimento as sobras são dissolvidas em água quente e se transformam num excelente desengordurante que é utilizado pelo próprio hotel na remoção de manchas e lavagem de panos de limpeza. “A reciclagem e reutilização dos sabonetes na lavanderia do hotel gera uma considerável economia na compra de produtos de limpeza, além de contribuir para a diminuição do impacto ambiental”, salienta Márcia Lisboa Lacerda Brito, Governanta executiva do São Paulo Airport Marriott Hotel. Segundo ela o hotel está buscando novos parceiros para ampliar o alcance do projeto de reciclagem. Tendo em vista que esta prática sustentável é ainda pouco difundida no País, e consequentemente nas ONGs. “Cada hotel tem a sua gestão, por isso é difícil dizer o motivo da falta desta iniciativa. É necessário analisar cada caso individualmente, não se pode generalizar”, conclui. Hotel do RJ dá exemplo de sustentabilidade A consciência de reciclar sobras de sabonetes que podem salvar vidas e agregar responsabilidade social não é hábito somente de grandes redes internacionais que operam no Brasil. O Hotel Bühler, localizado em Visconde de Mauá, na divisa do Rio de Janeiro e Minas Gerais, pertencente à família de imigrantes alemães Bühler, é um exemplo de sustentabilidade na hotelaria e ganhador de vários prêmios por suas ações socioambientais como o selo de Hospedagem Sustentável do Guia 4 Rodas. Entre os programas realizados no empreendimento está a de reciclagem de barras de sabonetes que acontece há mais de 10 anos. “Desde a 1ª geração da família já se tinha o hábito do não desperdício e de reutilizar materiais”, afirma Rogério Bühler, Gerente geral do empreendimento. Diariamente as barras de sabonetes são coletadas pelos funcionários do empreendimento e conduzidas para um processo de limpeza com água e depois são transformadas em novo tipo de sabão utilizado pelo próprio hotel para limpeza de pisos, e o resto fica estocado. “Quando apresentamos o projeto para os hóspedes, que inclusive participam juntando diariamente estes sabonetes. Eles percebem efetivamente o quanto destes produtos são utilizados e acabam reduzindo o consumo com esta iniciativa”, declara. Segundo ele este projeto visa mostrar aos hóspedes um consumo mais consciente, que é possível reduzir custos reciclando materiais. Os produtos podem se tornar um novo material de limpeza, produzindo ao final da cadeia o lucro. “Nossa principal intenção com este programa é o benefício para a natureza”, enfatiza. Falta cultura Para Bühler os hotéis no Brasil ainda não adotaram estas ações como a reciclagem de sabonetes porque falta na verdade é uma cultura mais voltada para o sustentável e menos para o capitalismo. “Os hotéis estão calculando somente o custo dos insumos, produtos e o preço de venda e logo encontrando um lucro irreal, porque não levando em conta o que traz de benefícios a utilização do passivo ambiental. É importante tornar-se cada vez mais sustentável, de acordo com o seu tipo de empreendimento. O Hotel Bühler também está trabalhando com o Projeto Lixo Mínimo “Uma Proposta Ecológica para Hotelaria”, que foi transformado em livro pelo SENAC”, finaliza. E o seu hotel, porque ainda não adotou esta responsabilidade social? Será que seu hóspede compactua com esta ação? http://www.revistahoteis.com.br

domingo, 16 de setembro de 2012

Nós devemos salvar todas as espécies ameaças de extinção?

Recentemente, a Sociedade Zoológica de Londres (SZL) lançou o relatório “Priceless or Worthless?” (“Inestimável ou Inútil?”, em tradução livre) com o nome de 100 animais, plantas e fungos mais ameaçados de extinção. Cinco espécies brasileiras estão nessa lista: um macaco da Floresta Atlântica, um pássaro da Chapada do Araripe, no Ceará, um roedor e duas borboletas. O relatório, feito por mais de 8 mil cientistas, identifica as ameaças que cada espécie enfrenta e como seus problemas podem ser resolvidos. Jonathan Baillie, diretor de conservação da SZL, afirma que as espécies do relatório foram escolhidas por não terem benefícios óbvios aos seres humanos e, por conta disso, serem facilmente desprezadas. Segundo ele, permitir que espécies desapareçam levaria a “uma situação em que não temos o suficiente” em termos de espécies. “Os movimentos de conservação e doadores estão cada vez mais tendendo a uma abordagem utilitária, na linha ‘o que a Natureza pode fazer por nós’, na qual as espécies e habitats são valorizados e priorizados pelos serviços que fornecem ao homem. Embora isso seja importante, conservação é mais que isso. Estas espécies têm o direito de sobreviver ou nós temos o direito de levá-las à extinção?”, argumenta Baillie. Ele assegura que, se os humanos tomarem ações imediatas, as espécies terão chances de lutar pela sobrevivência. “Mas isso requer que a sociedade apoie a posição moral e ética de que todas as espécies têm direito de existir”, afirma. Baillie ainda diz que, como temos a capacidade de reverter essa situação, é nosso “imperativo moral” fazê-lo. Porém, críticas já surgiram a esse pensamento. Segundo a cientista Sarah Chan, vice-diretora do Instituto para Ciência, Ética e Inovação da Universidade de Manchester (Reino Unido), a ideia de que todas as espécies têm o mesmo direito de existir faz tanto sentido quanto acreditar que devemos trazer de volta os dinossauros e dodôs (pássaros extintos). Chan desafia a crença de que todas as espécies devem ser preservadas/salvas. “Quando falamos que todas as espécies têm o mesmo direito de existir, queremos dizer apenas todas as espécies que existem atualmente? E as espécies que já foram extintas? Se pensarmos que todas as espécies têm o mesmo direito de existir, nós temos uma obrigação igual de ressuscitar espécies extintas”. http://hypescience.com

8 mudanças no mundo provocadas pelo aquecimento global

Nos últimos 100 anos, as temperaturas globais tem aumentado de 0,74°C em média. Esta mudança parece mínima, mas está acontecendo muito rapidamente – mais da metade desde 1979, de acordo com o Painel Intergovernamental de Mudança Climática. Apesar de ainda ser difícil determinar o papel das mudanças climáticas sobre qualquer evento meteorológico, as mudanças estão, sem dúvida, acontecendo. Veja aqui como o planeta, as pessoas e outros seres vivos estão respondendo ao aquecimento global: 8 – MOVENDO OS EXÉRCITOS PARA O NORTE Conforme o gelo ártico se abre, o mundo se volta para os recursos da região. De acordo com o U.S. Geological Survey, 30% do gás natural ainda não descoberto e 13% das reservas de óleo não descoberto mundiais estão no Ártico. O resultado direto é que as ações militares na região estão esquentando, com os Estados Unidos, Rússia, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suécia e Canadá mantendo conferências sobre a segurança regional e problemas de fronteira. Várias nações, incluindo o EUA, estão também fazendo exercícios militares no extremo norte, preparando-se para um aumento nas atividades de controle de fronteira e resposta a desastre, em um Ártico mais agitado. 7 – ALTERAÇÃO NAS ESTAÇÕES DE ACASALAMENTO Conforme as temperaturas se alteram, os pinguins estão mudando suas estações de acasalamento também. Um estudo em março de 2012 descobriu que os pinguins-gentoo estão se adaptando mais rapidamente a um clima mais aquecido, por que eles não são tão dependentes do gelo marinho para acasalamento como outras espécies. E não são só os pinguins que parecem estar respondendo às mudanças climáticas. Abrigos de animais nos EUA notaram um aumento no número de gatos de rua e filhotes, devidos a estações de acasalamento mais longas para os felinos. 6 – MUDANÇAS EM REGIÕES ALTAS Uma diminuição na queda de neve no topo das montanhas está permitindo aos alces se alimentarem em locais mais elevados no inverno todo, contribuindo para um declínio nas plantas sazonais. Os alces têm destruído árvores como os carvalhos silvestres e faias, o que leva a um declínio nas aves canoras, que dependem destas árvores para habitat. 5 – ALTERAÇÕES NOS LUGARES PREDILETOS DE THOREAU O escritor Henry David Thoreau documentou de forma lírica a natureza em Concord, Massashussets e arredores. Lendo os diários, os pesquisadores constataram o quanto a primavera foi alterada no último século. Se comparado com o final dos anos 1800, as datas das primeiras floradas para 43 das espécies mais comuns de plantas na área tem se adiantado uma média de 10 dias. Outras plantas simplesmente desapareceram, incluindo 15 espécies de orquídeas. 4 – MUDANÇAS NA ALTA-ESTAÇÃO DE PARQUES NATURAIS Qual é a época do ano mais movimentada para ver o Grand Canyon? A resposta tem mudado com o passar das décadas, conforme a primavera tem começado cada vez mais cedo. O auge das visitas nos parques nacionais dos EUA tem se adiantado mais de quatro dias, em média, desde 1979. Atualmente, o maior número de visitantes ao Grand Canyon acontece no dia 24 de junho, comparado com o dia 4 de julho em 1979. 3 – MUDANÇAS GENÉTICAS Até mesmo as moscas das frutas estão sentindo o calor. De acordo com um estudo de 2006, os padrões genéticos das moscas das frutas normalmente encontradas em latitudes mais quentes estão começando a aparecer com maior frequência em latitudes maiores. De acordo com a pesquisa, os padrões genéticos da Drosophila subobscura, uma mosca das frutas comum, estão mudando de forma que as populações estão parecendo um grau mais próximas do equador do que realmente estão. Em outras palavras, os genótipos estão se deslocando de forma que uma mosca no hemisfério norte tem um genoma que se parece mais com uma mosca de 120 a 161 quilômetros mais ao sul. 2 – AFETANDO URSOS POLARES Filhotes de ursos polares estão sofrendo para nadar distâncias cada vez maiores em busca de icebergs estáveis, de acordo com um estudo de 2011. A rápida perda de gelo ártico está forçando os ursos a nadarem às vezes até mais de 12 dias de cada vez. Os filhotes de ursos adultos que tem que nadar mais de 48 quilômetros têm uma taxa de mortalidade de 45%, comparados com 18% dos filhotes que têm que nadar distâncias menores. 1 – MAIS ESPÉCIES MÓVEIS Espécies estão se dispersando de seus habitats nativos a uma taxa sem precedentes: 17,6 km por década, em direção aos polos. Áreas onde a temperatura está aumentando mais têm as maiores dispersões de espécies nativas. O rouxinol de Cetti, por exemplo, tem se mudado para o norte nas últimas duas décadas mais de 150 km. http://hypescience.com

Copa de 2014 deve emitir 14 milhões de toneladas de CO2, diz estudo

As emissões de gases do efeito estufa da Copa do Mundo de 2014 e dos preparativos para a realização do torneio no Brasil irão atingir 14 milhões de toneladas, aproximadamente 0,8% das emissões anuais do país, segundo projeção da consultoria Personal CO2 Zero. Novas construções e projetos de transporte que estão sendo executados nas preparações para o segundo maior evento esportivo do mundo podem acrescentar 11,1 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e), de acordo com a estimativa. As emissões durante o evento somariam 3,01 milhões de toneladas de CO2e, principalmente associadas às viagens aéreas e terrestres entre as 12 cidades anfitriãs das partidas, de acordo com o estudo. O Brasil, que também irá sediar a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro, está investindo pesado para expandir aeroportos e a infraestrutura de transporte, em uma tentativa de aliviar o congestionamento crônico nas maiores cidades. Compensação em dinheiro – A CO2 Zero disse que a Fifa precisaria gastar em torno de US$ 15 milhões para compensar as emissões produzidas apenas durante o campeonato, através de compras de créditos de carbono no mercado. Se a conta incluísse a construção dos estádios, a quantia a ser gasta para as compensações subiria para US$ 18,5 milhões. Em junho, a Fifa apresentou no Rio de Janeiro um projeto de sustentabilidade para a Copa do Mundo no Brasil que incluía a intenção de neutralizar as emissões do evento. A entidade disse que gastaria em torno de US$ 20 milhões no projeto, mas não especificou quanto usaria para comprar as compensações ou como as faria. Emissões de 2010 – As emissões de gases do efeito estufa da Copa do Mundo de 2010 foram estimadas em 2,75 milhões de toneladas em um estudo financiado pelos governos da Noruega e da África do Sul, o país anfitrião do Mundial. O número não considerou as emissões do igualmente grande número de projetos de infraestrutura executados no país africano. (Fonte: G1)

Cinco animais do Brasil estão entre os mais ameaçados do mundo

Cinco espécies brasileiras de animais estão entre as cem mais ameaçadas de extinção no planeta, de acordo com uma lista publicada nesta terça-feira (11) pela Sociedade Zoológica de Londres. As espécies brasileiras citadas no livro “Valiosos ou Sem Valor” (numa tradução livre), lançado no Congresso Mundial da Natureza, na Coreia do Sul, incluem o macaco muriqui-do-norte (Brachyteles Hypoxanthus), o pássaro soldadinho-do-Araripe (Antilophia bokermanni), duas borboletas (Actinote zikani e Parides burchellanu) e uma espécie de preá (Cavia intermedi). É a primeira vez que mais de 8 mil cientistas reúnem-se para avaliar os animais, plantas e fungos mais ameaçados ao redor do globo. A lista contém espécies encontradas em 48 países diferentes. “Todas as espécies listadas são únicas e insubstituíveis. Se elas desaparecerem, não haverá dinheiro que as traga de volta”, disse Ellen Butcher, da Sociedade Zoológica de Londres, co-autora do relatório (confira o documento completo, em inglês). “No entanto, se tomarmos ações imediatas, podemos dar a elas chances de lutar pela sobrevivência. Mas isso requer que a sociedade apoie a posição moral e ética de que todas as espécies têm direito de existir.” Um dos destaques da lista é o muriqui-do-norte, maior macaco das Américas, só encontrado na Mata Atlântica, no Sudeste do país. A população é calculada em menos de mil macacos, principalmente em algumas dezenas de reservas privadas e do governo. “O desmatamento em larga escala e um passado de corte seletivo de madeira reduziu o ecossistema único do muriqui-do-norte para uma fração de sua extensão original, e as pressões de caça também afetaram as populações locais”, disse o relatório. A publicação cita também o soldadinho-do-araripe, ave de cerca de 14 centímetros que vive apenas na Chapada do Araripe, no Ceará. A população é calculada em 779 indivíduos. O relatório afirma que a principal ameaça é a “destruição do hábitat devido à expansão da agricultura, unidades de recreação e parques aquáticos.” O preá Cavia intermedia, que existe apenas nas Ilhas Moleques do Sul, em Santa Catarina, tem população de apenas 40 a 60 indivíduos, segundo a instituição baseada em Londres, que sugere que haja mais fiscalização ao parque estadual onde estão as ilhas, além de regulamentação do acesso à área. A lista de 100 espécies mais ameaçadas inclui ainda a borboleta Actinote zikani, que vive na Serra do Mar, perto de São Paulo, e a Parides burchellanus, com uma população de menos de 100 indivíduos no Cerrado brasileiro. (Fonte: Globo Natureza)

Cinco civilizações destruídas por mudanças climáticas

Será que as grandes civilizações do passado desapareceram por causa de mudanças climáticas? Esta ideia não é nova, e estudos recentes mostram que muitos colapsos históricos, ou períodos de guerra e agitação, coincidiram com mudanças climáticas. Porém, o papel destas mudanças climáticas permanece controverso. MICENAS Pouco resta da cidade de Micenas hoje, mas ela foi o centro da primeira grande civilização grega, entre os anos 1600 e 1100 a.C. Depois deste período, muitas cidades foram abandonadas, o comércio parou e o sistema de escrita desapareceu. Outras civilizações próximas, incluindo os Hititas e o Novo Reino do Egito, também declinaram na mesma época, um fenômeno conhecido como o colapso do final da Era do Bronze. Estudos de indicadores climáticos, como estalagtites e sedimentos marinhos, sugerem que o Mediterrâneo esfriou na época, resultando em menos chuvas nos quatro séculos seguintes. Alguns pesquisadores acreditam que a queda na produção de alimentos levou a um declínio da população e das civilizações da região. CHICHEN ITZA Esta estátua representa o deus Chac-Mool, na cidade maia de Chichen Itza, atual México. Chichen Itza floresceu até o século 13, e ainda haviam maias vivendo ali quando os espanhóis chegaram no século 16. Entretanto, o apogeu da civilização foi entre os anos 200 e 800, quando a construção de grandes monumentos atingiu seu auge. Depois do ano 900, muitas cidades foram abandonadas. Os registros climáticos mostram que o declínio coincidiu com um século de poucas chuvas, o que teria afetado severamente a produção de alimentos. IMPÉRIO ROMANO DO OCIDENTE Os romanos construíram muitos aquedutos, como este no sul da França, próximo à Nîmes. Quando em seus dias de glória, o Império Romano controlou quase toda a Europa, oeste da Ásia e norte da África. Mas em torno do ano 400, ele foi dividido entre o império romano ocidental, com capital em Roma, e o império romano oriental, com capital em Constantinopla, atual Istambul, na Turquia. Roma foi saqueada pelos Visigodos em 410, a primeira vez que a cidade foi invadida em 800 anos. No fim do século, o império ocidental havia entrado em colapso. Guerras civis e a corrupção institucional contribuíram para seu declínio. A ideia de que o clima teve um papel importante na queda de Roma é antiga, e novas evidências surgiram em 2011. Registros de temperatura e pluviosidade na Europa ocidental revelaram que entre os anos 250 e 550 o clima mudou entre seco e frio para quente e úmido de uma década para outra. Mudanças assim imprevisíveis foram devastadoras para os fazendeiros, e a falta de alimentos resultante pode ter contribuído para a queda do Império. POPULAÇÃO EUROPEIA DA GUERRA DOS TRINTA ANOS Esta pintura à óleo pelo artista flamengo Pieter Snayers mostra um ataque a uma coluna de abastecimento durante a Guerra dos Trinta Anos, que aconteceu entre os anos 1618 e 1648. Foi um dos mais longos e destrutivos períodos de guerra na história da Europa. Durante o século 17, houveram muitas outras guerras, revoltas e conflitos. Este período de instabilidade é conhecido como a Crise Geral. A Crise Geral é atribuída normalmente a fatores sociais e econômicos, mas alguns pesquisadores acreditam que a verdadeira causa foi uma mudança climática. Um resfriamento no hemisfério norte levou a uma queda na produção de alimentos e aumento dos preços, causando fome, movimentos de massas e, talvez, um século de rupturas. OS MOCHE No século 6, muitas pessoas foram sacrificadas ao deus Moche Ai Apaec, O Decapitador (representado na figura no Templo da Lua), no que hoje é o norte do Peru. Mas os sacrifícios foram em vão. Entre os anos 300 e 500, o povo Moche viveu e construiu cidades ao longo da costa do Peru, mas seus fazendeiros dependiam de canais de irrigação para suas colheitas. Em torno do ano 600, estes canais foram entrerrados por dunas de areia. Os sobreviventes abandonaram as cidades costeiras e se mudaram para o interior. Os estudos de núcleos de gelo sugerem que um ciclo especialmente intenso do El Niño em torno desta época produziu chuva intensa e enchentes, seguido por uma seca longa e severa. http://hypescience.com