Entenda o resultado através das tabelas abaixo. A Anvisa classifica as amostras problemáticas de alimentos em 3 categorias:
- Na coluna 1 (% que usa o agrotóxico errado) aponta o número de amostras e seu percentual relativo àqueles alimentos que foram tratados com substâncias indevidas, isto é, que não deveriam ser usadas na sua cultura
- A coluna 2 (% que usa agrotóxico acima do nível permitido) mostra o número e o percentual de amostras que usaram agrotóxico demais, embora do tipo permitido para essa cultura
- A coluna 3 mostra a interseção das duas primeiras, isto é, o número de amostras e percentual de alimentos que usaram agrotóxico do tipo errado e em quantidade excessiva
Por fim a última coluna dá um resultado geral. Mostra a soma das 3 colunas, indicando a chance de um dos alimentos estudados ter um dos problemas acima. Como se vê na tabela abaixo, no caso do pimentão essa chance é de 91,8%, para o morango é de 63,4%, e, para o pepino, de 57,4%, só para ficar nos três primeiros.
A coisa fica melhor quando olhamos apenas para a contaminação excessiva, na tabela a seguir, que mostra níveis de contaminação das amostras abaixo de 10%. Nessa lista, o campeão foi o abacaxi, com 8,2%.
De acordo com matéria de Vanessa Correa, publicada hoje na Folha de São Paulo, apesar de grande produtor, o estado de São Paulo foi o único a não participar dessa pesquisa nacional. A ausência foi explicada pelas autoridades locais pelo fato de São Paulo fazer seu próprio levantamento. Mas, continua a Folha, São Paulo acompanha apenas 3 produtos, arroz, feijão e laranja. É mesmo duro de engolir pois o estado é grande produtor de morango, por exemplo.
O estudo apresenta resultados ruins como os do ano passado e indica que o Brasil ainda tem chão pela frente até construir uma fiscalização que garanta alimentos mais seguros. Nessa lista, pepino e abacaxi, além de alimentos, também carregam seu significado metafórico: são um problemão.
Eduardo Pegurier
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