“Seja membro ou não do Protocolo de Kyoto, o país tem a obrigação legal nos termos da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) para reduzir suas emissões e uma obrigação moral de si mesmo e das gerações futuras para liderar o esforço global”, disse Christiana.
Na segunda-feira (12), o ministro do Meio Ambiente canadense, Peter Kent, justificou a saída do país do acordo obrigatório para redução de emissões de gases devido ao aumento considerável da poluição atmosférica no país e possível risco de pagamento de multas equivalentes a US$ 14 bilhões.
“É lamentável e é um tapa na cara dos esforços da comunidade internacional que o Canadá deixe o Protocolo de Kyoto num momento em que a reunião de Durban, como todos sabem, obteve um importante progresso ao garantir uma segunda fase de compromisso com o Protocolo”, disse Liu Weimin, porta-voz da chancelaria chinesa.
A China, maior emissor global de gases decorrentes da atividade humana, insiste que Kyoto continua sendo a base dos esforços globais contra a mudança climática. O país articulou pela prorrogação do acordo, mas também cedeu à pressão para negociar um novo tratado que obriga todos os grandes emissores a fazerem cortes.
“Também esperamos que o Canadá encare suas responsabilidades e deveres, continue cumprindo seus compromissos e assuma uma atitude positiva e construtiva com relação à participação na cooperação internacional para responder à mudança climática”, complementou Weimin.
Repercussão negativa – O ministro japonês do Meio Ambiente, Goshi Hosono, também lamentou a decisão canadense, e pediu ao governo do Canadá que a reconsidere, alegando que o Protocolo de Kyoto contém “importantes elementos” para o combate à mudança climática. Mais cedo, o ministério das Relações Exteriores da França afirmou que o anúncio era uma “má notícia”.
Já o negociador da pequena nação insular de Tuvalu, no Pacífico Sul, Ian Fry,foi mais direto em suas críticas, qualificando a atitude canadense como “um ato de sabotagem”. Um funcionário do governo indiano disse que a decisão canadense pode colocar em risco os avanços conseguidos em Durban.
Como funciona – Criado em 1997, o tratado obriga as nações desenvolvidas do Hemisfério Norte (chamado de Anexo 1) a reduzir suas emissões em 5,2%, entre 2008 e 2012, em relação aos níveis de 1990. Países da Europa já tomaram medidas para reduzir suas emissões.
Por consenso dos países reunidos na COP 17, que encerrou no último domingo (11), o acordo foi renovado por um novo período, que se inicia em 2013 e tem prazo para terminar em 2017 ou 2020 – a data final ainda não foi definida.
O tratado não compreende os Estados Unidos, um dos principais poluidores, e não obriga ações imediatas de países em desenvolvimento, como China, Índia e Brasil.
(Fonte: Globo Natureza)
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