Genes de plantas medicinais
Cientistas vão disponibilizar dados completos sobre a genética de plantas medicinais que já tiveram seus genomas sequenciados.
Os bancos de dados que serão tornados públicos revelam também as propriedades benéficas associadas com os genes já mapeados.
"Nosso maior objetivo tem sido o de capturar o mapa genético das plantas medicinais, com vistas ao avanço do desenvolvimento e da descoberta de novas drogas," afirmou Joe Chappel, da Universidade de Kentucky (EUA).
Chappel é coordenador do projeto "Consórcio Plantas Medicinais", cujo conteúdo será disponibilizado.
Medicamentos naturais
A disponibilização é uma tentativa para reverter a queda contínua de novos medicamentos descobertos ao longo dos últimos anos.
Segundo a Dra. Sarah O'Connor, essa queda na taxa de descobrimento de novos fármacos deve-se à excessiva dependência de compostos químicos sintéticos nas pesquisas atuais.
"Em nossas vidas aceleradas, nós nos esquecemos de aproveitar as lições oferecidas pela Mãe Natureza. Isto está mudando agora com o reconhecimento de que dois terços de todos os medicamentos prescritos se originaram de fontes naturais," diz ela.
"Da mesma forma que as propriedades sensoriais das plantas acionam seu olfato, outros compostos naturais das mesmas plantas podem causar reações no interior do seu corpo. Isto nos dá um potencial farmacêutico tremendo," afirmou Chappell.
Com os dados disponibilizados para todos os cientistas, os responsáveis pelo projeto esperam otimizar o processo de descobrimento de novas moléculas naturais interessantes para uso farmacêutico.
Biossíntese
Durante o projeto, o grupo desenvolveu uma coleção de dados que ajudam a entender como as plantas sintetizam seus próprios químicos, um processo chamado biossíntese.
Em última instância, esse conhecimento pode ajudar a "moldar" geneticamente as plantas para produzir grandes quantidades de compostos medicinais.
O banco de dados contém os perfis químicos e genéticos de plantas conhecidas por suas propriedades medicinais ou por possuírem compostos com atividade biológica.
Os pesquisadores reconhecem que este é apenas um primeiro passo.
"O entendimento atual das moléculas e dos genes envolvidos na formação de compostos químicos benéficos é muito incompleto," disse O'Connor.
Esse entendimento vem aumentando com a capacidade de realização de estudos de genoma integral das espécies, ainda que os cientistas já saibam que os genes não têm todas as respostas para as doenças humanas.
Redação do Diário da Saúde
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