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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

25% das terras do planeta estão 'altamente degradadas', diz FAO

A FAO, agência da ONU para a alimentação e a agricultura, faz um apelo por uma melhor gestão dos solos e da água, em um relatório publicado hoje em Roma. Segundo esse documento, um quarto das terras do planeta estão "altamente degradadas".

A FAO afirma que o problema atinge todo o planeta: na América Central, os planaltos estão sendo deteriorados pela erosão, as savanas da África ocidental estão ameaçadas pela desertificação e a Europa ocidental e o Estados Unidos estão afetados pela poluição das terras e das águas.

"Esse relatório deve despertar o mundo e mostrar à humanidade que não é mais possível tratar os recursos vitais como se eles fossem infinitos", declarou o diretor geral da FAO, Jacques Diouf, que logo deve deixar o cargo.

Em seu primeiro relatório sobre "O estado dos recursos em terras e em água para a alimentação e a agricultura no mundo", a FAO alerta que inúmeras zonas agrícolas "estão ameaçada por uma queda progressiva de sua capacidade produtiva, em um contexto de pressão demográfica excessiva e de práticas agrícolas que deterioram o meio-ambiente".

A superfície de terras cultivadas no mundo aumentou 12% durante os 50 últimos anos, em grande parte devido à duplicação da superfície de terras irrigadas.

Mas os ritmos de crescimento da produção agrícola ficaram mais lentos e "não passam da metade dos 3% de crescimento anual observados nos países em desenvolvimento no passado", segundo a agência da ONU.

De acordo com as previsões, em 2050 o aumento da população e da renda deve se traduzir por uma demanda mundial deprodutos alimentares 70% superior à de 2009, um número que pode chegar a 100% nos países em desenvolvimento.

Para que a nutrição melhore e que a insegurança alimentar e a sub-alimentação diminuam, o crescimento da produção agrícola deve ultrapassar o da demografia.

A população mundial está avaliada hoje em 7 bilhões de pessoas, das quais um bilhão de mal-alimentados, e deve chegar a 9 bilhões em 2050. Daí a necessidade "de uma melhor gestão dos recursos em terras e em água e um investimento mais substancial e mais estratégico em favor da segurança alimentar e da redução da pobreza".

A FAO recomenda uma "adoção generalizada de abordagens participativas e pluralistas da gestão da terra e da água acompanhada de processos de decentralização", assim como um aumento dos investimentos para o melhoramento das infra-estruturas públicas essenciais".

Fonte: RFI

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