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domingo, 12 de setembro de 2010

Mobilização contra dengue deve ser mantida no RS, alerta Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde alerta a população do Rio Grande do Sul para manter as ações de combate ao aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, mesmo com a avaliação de que o estado tem baixo risco de enfrentar epidemia no próximo verão, de acordo com a nova ferramenta Risco Dengue (leia mais abaixo). Isso porque o estado voltou a ter transmissão de dengue em municípios de sua região noroeste após dois anos registrando apenas casos importados, e registrou este ano, pela primeira vez, casos de dengue no município de Porto Alegre.

Até 2007, o Rio Grande do Sul não tinha transmissão autóctone de dengue – quando o paciente contrai a doença no município ou estado onde mora. Os primeiros casos autóctones foram registrados no município de Giruá e totalizaram 423 registros naquele ano. Em 2008 e 2009, o estado se viu livre da transmissão autóctone, mas ela voltou a ocorrer em 2010, em Ijuí e na capital, Porto Alegre. Desta vez, os registros chegaram a 3.740 casos suspeitos de dengue no Estado.

“Embora os casos tenham se concentrado em alguns locais e o risco para ocorrência de epidemia de dengue disseminada para todo o Estado seja baixo, a região metropolitana de Porto Alegre, em especial, encontra-se sob alto risco, já que a população de forma geral não teve contato com os vírus da dengue e não tem imunidade contra eles”, explica o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho.

Nesse contexto, o Ministério reforça seu apoio integral às medidas que vêm sendo adotadas pela Secretaria Estadual de Saúde, no sentido de antecipar as ações de eliminação de criadouros do mosquito transmissor e de mobilizar a população contra a doença antes do início das chuvas. “Baixo risco de epidemia não significa que a população pode relaxar”, reforça Giovanini.

De acordo com ele, é fundamental que as ações preventivas, como mutirões de coleta de lixo, visitas domiciliares, eliminação de criadouros do mosquito nas casas e campanhas de educação e mobilização sejam reforçadas e intensificadas desde já, principalmente na capital e nos municípios que tiveram casos autóctones de dengue.

Por isso, atenção especial deve ser dada à prevenção. Em fevereiro deste ano, quando Ijuí começou a registrar aumento de casos suspeitos de dengue com transmissão autóctone, imediatamente o Ministério da Saúde deslocou uma equipe de técnicos para o Rio Grande do Sul, para auxiliar nas ações de combate ao mosquito. Além de treinamento especializado, o Estado recebeu ainda repasses de larvicidas e inseticidas para diminuir os índices de infestação por Aedes aegypti. As mesmas medidas estão previstas para o verão 2010/2011.

A avaliação de risco de epidemia de dengue no Rio Grande do Sul foi feita com base em uma nova ferramenta, lançada pelo Ministério da Saúde no dia 1º de setembro. O chamado “Risco Dengue” leva em consideração indicadores como a incidência da doença nos anos anteriores, a circulação viral, a densidade populacional, os índices de infestação pelo mosquito Aedes aegypti e fatores ambientais, como a quantidade de domicílios com abastecimento regular de água e coleta de lixo.

O cruzamento destes dados revelou que nove estados brasileiros têm risco muito alto de epidemia de dengue em 2011, dez estados têm risco considerado alto, cinco estados e o DF têm risco moderado e somente dois – SC e RS – teriam baixo risco de epidemia. Santa Catarina nunca teve casos autóctones de dengue. Porém, no caso do Rio Grande do Sul, a comprovação de transmissão da doença reforça a necessidade de manter todas as medidas de prevenção.

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