Muitas das cidades que mais crescem no planeta irão sofrer com os piores efeitos do aquecimento global, afirma um novo estudo
Poucas áreas urbanas estão tomando os cuidados necessários para proteger seus habitantes – bilhões de pessoas ao redor do mundo – de eventos como ondas de calor e aumento dos níveis do mar, afirma uma pesquisa que será publicada nos periódicos Current Opinion in Environmental Sustainability e European Planning Studies.
“As mudanças climáticas são uma grande ameaça para as cidades que mais crescem no mundo”, diz a autora do estudo Patrícia Romero Lankao, socióloga especializada em clima e desenvolvimento urbano.
Como metade da população vive em cidades, cientistas como Patrícia estão analisando com bastante atenção os impactos das transformações climáticas nessas áreas.Com sua alta densidade de construções e de habitantes, as cidades podem ser os alvos mais vulneráveis dos eventos climáticos extremos.
500 cidades com um milhão ou mais
Nas regiões urbanas, prolongados períodos de calor podem exacerbar os níveis de poluição causando doenças respiratórias. Além disso, comunidades carentes que não possuem acesso ao saneamento básico ou água potável estão em grande risco de acordo com Patrícia, do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos Estados Unidos.
O número de grandes cidades quadruplicou desde 1950, sendo que em 2020 mais de 500 delas terão mais de um milhão de habitantes.
Porém as autoridades responsáveis por esses municípios não estão adotando as medidas necessárias para mitigar os efeitos dos eventos climáticos extremos.
“Cidades podem ter uma grande influência sobre as reduções de emissões de gases do efeito estufa se melhorarem os sistemas de transporte e de eficiência energética. Mas os líderes locais costumam sofrer pressões para construir mais estradas e ignorar políticas que poderiam diminuir o consumo de eletricidade”, disse.
Patrícia percebe que muitos esforços existentes para cortar as emissões são na realidade parte de políticas de melhorar o trânsito ou outros problemas. Ela cita o pedágio da área central de Londres como um exemplo disso. Na América latina, Curitiba e Bogotá também estão desenvolvendo sistemas integrados de transporte público.
O estudo de Patrícia foi conduzido em associação com o UN-Habitat e financiado pela Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos.
Traduzido por Fabiano Ávila
Leia na íntegra (inglês)
Autor: Laura MacInnis - Fonte: Reuters
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