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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Pesquisa identifica potencial nos açudes

Estudos científicos visam garantir sustentabilidade ambiental na ampliação do setor da pesca

Fortaleza. Estudo de Qualidade de Águas em Açudes Cearenses identificou os parâmetros físico-químicos de quatro reservatórios do Ceará - Castanhão, Orós e Banabuiú, os três maiores, e Riacho do Sangue -, que correspondem a 64% do volume de água dos 118 açudes com potencial para piscicultura no Estado. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Centec para a Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), para dar respaldo científico de sustentabilidade ambiental na atração de investidores para a ampliação da produção de pescado nos açudes cearenses.

O coordenador de Cadeias Produtivas de Aquicultura e Pesca da Adece, Pedro Lopes, informa que o estudo foi feito para atender à necessidade da empresa espanhola Pesca Nova, que condicionou a garantias ambientais o investimento no projeto de produção de 40 mil toneladas de tilápia. Segundo ele, a empresa argumentou que o aspecto da sustentabilidade ambiental é muito forte na Europa, e exigiu um estudo que comprovasse não haver impacto ambiental no empreendimento. "A missão da Adece é atração de empresas", afirmou Lopes.

Coordenado por Jeanete Koch, do Instituto Centec, com apoio da Adece, o estudo avaliou 18 indicadores de qualidade de água para piscicultura nos açudes cearenses. Hoje, o Ceará produz cerca de 25 mil toneladas de pescado nos açudes. Conforme o engenheiro de pesca da Adece, a produção pode chegar a 240 mil toneladas em 15 anos. "Os açudes suportam bem a ampliação, sem afetar a qualidade da água", ele assegura.

"A capacidade de produção está muito aquém do que pode ser feito na piscicultura. Pode ser pleiteado o aumento da produção nos açudes, sem interferir na qualidade da água", conclui Pedro Lopes. No curto prazo, segundo ele, a produção pode chegar a 40 mil toneladas por ano, sem problema.

Para o sucesso dos cultivos, todavia, a Adece considera de fundamental importância obter dados e informações sobre diversos indicadores físicos-químicos de qualidade da água dos açudes cearenses. A ideia é manter o monitoramento com base nos parâmetros físico-químicos observados anualmente ou a cada dois anos.

Sustentabilidade

Pedro Lopes disse que os avanços na metodologia do cultivo visa a sustentabilidade da produção do pescado nos açudes, ao dar subsídios para trabalhar dentro de uma realidade de respeito à qualidade da água. Segundo ele, já tem orçamento definido para a continuidade do estudo para mais 57 açudes ainda este ano. A encomenda da segunda etapa será pela Secretaria Estadual da Pesca.

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=970586

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