Estudos científicos visam garantir sustentabilidade ambiental na ampliação do setor da pesca
Fortaleza. Estudo de Qualidade de Águas em Açudes Cearenses identificou os parâmetros físico-químicos de quatro reservatórios do Ceará - Castanhão, Orós e Banabuiú, os três maiores, e Riacho do Sangue -, que correspondem a 64% do volume de água dos 118 açudes com potencial para piscicultura no Estado. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Centec para a Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), para dar respaldo científico de sustentabilidade ambiental na atração de investidores para a ampliação da produção de pescado nos açudes cearenses.
O coordenador de Cadeias Produtivas de Aquicultura e Pesca da Adece, Pedro Lopes, informa que o estudo foi feito para atender à necessidade da empresa espanhola Pesca Nova, que condicionou a garantias ambientais o investimento no projeto de produção de 40 mil toneladas de tilápia. Segundo ele, a empresa argumentou que o aspecto da sustentabilidade ambiental é muito forte na Europa, e exigiu um estudo que comprovasse não haver impacto ambiental no empreendimento. "A missão da Adece é atração de empresas", afirmou Lopes.
Coordenado por Jeanete Koch, do Instituto Centec, com apoio da Adece, o estudo avaliou 18 indicadores de qualidade de água para piscicultura nos açudes cearenses. Hoje, o Ceará produz cerca de 25 mil toneladas de pescado nos açudes. Conforme o engenheiro de pesca da Adece, a produção pode chegar a 240 mil toneladas em 15 anos. "Os açudes suportam bem a ampliação, sem afetar a qualidade da água", ele assegura.
"A capacidade de produção está muito aquém do que pode ser feito na piscicultura. Pode ser pleiteado o aumento da produção nos açudes, sem interferir na qualidade da água", conclui Pedro Lopes. No curto prazo, segundo ele, a produção pode chegar a 40 mil toneladas por ano, sem problema.
Para o sucesso dos cultivos, todavia, a Adece considera de fundamental importância obter dados e informações sobre diversos indicadores físicos-químicos de qualidade da água dos açudes cearenses. A ideia é manter o monitoramento com base nos parâmetros físico-químicos observados anualmente ou a cada dois anos.
Sustentabilidade
Pedro Lopes disse que os avanços na metodologia do cultivo visa a sustentabilidade da produção do pescado nos açudes, ao dar subsídios para trabalhar dentro de uma realidade de respeito à qualidade da água. Segundo ele, já tem orçamento definido para a continuidade do estudo para mais 57 açudes ainda este ano. A encomenda da segunda etapa será pela Secretaria Estadual da Pesca.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=970586
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