Fracassaram, até agora, todas as tentativas de desenvolver uma vacina eficaz contra o HIV que possa ser aplicada em larga escala. Mas, de acordo com David Watkins, professor do Departamento de Patologia e Medicina Laboratorial da Universidade de Wisconsin-Madison, todos os esforços foram válidos e acumularam conhecimento precioso a respeito do HIV.
A maior parte das vacinas testadas utiliza modelos com base em anticorpos. No entanto, a mais promissora linha de pesquisas atual, segundo Watkins, são os modelos de vacinas com base em resposta imune induzida por células T – os glóbulos brancos especializados em coordenar a resposta imune contra agentes infecciosos e tumores.
Watkins dirige, na universidade norte-americana, o Laboratório de Pesquisa em Vacina para Aids, que possui uma das principais infraestruturas do mundo voltadas para testes de vacinas em primatas não humanos. Segundo ele, testes com macacos são fundamentais para o desenvolvimento de uma vacina eficaz, especialmente no caso das que se baseiam em imunidade celular.
Uma vacina eficaz é, segundo Watkins, uma das principais prioridades de pesquisa na área de saúde, uma vez que cerca de 7 mil pessoas contraem o HIV-Aids diariamente em todo o mundo.
Segundo dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV-Aids, 7,5 milhões de pessoas viviam com Aids em todo o mundo em 1990. Em 2007, já eram 33 milhões de pessoas. Cerca de 270 mil crianças morrem anualmente por causa da doença.
Watkins participou em março do 6º Curso Avançado de Patogênese do HIV, realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). O curso, que trouxe ao Brasil 30 dos principais especialistas em HIV de todo o mundo, integrou as atividades do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Investigação em Imunologia (INCT-iii), financiado pela FAPESP e pelo CNPq.
(Fonte: Fábio de Castro/ Agência Fapesp)
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