Do píer do Museu Oceanográfico da Universidade Federal de Rio Grande (Furg), o tenente-coronel Otacílio Maia Cardozo deu o sinal que deflagrou a Operação Defeso. Na quarta-feira (13), com cinco lanchas e um helicóptero, o Comando Ambiental da Brigada Militar vasculhou as águas do sul do Estado para combater a pesca ilegal do camarão.
Vetada até o próximo dia 31, a captura do crustáceo aumenta conforme se aproxima o fim do defeso, período que respeita o tempo de reprodução das espécies que habitam o estuário da Lagoa dos Patos. Ontem pela manhã, antes do começo da operação, a própria Brigada Militar apreendeu 15 quilos de camarão na praia do Cassino.
Com prognóstico de boa safra – 5 mil toneladas, conforme a Furg – o número de apreensões disparou a partir da intensificação das rondas. Desde o dia 5, foram apreendidos 310 metros de redes e 120 quilos do crustáceo. Três pessoas foram presas.
“São números preocupantes. Por isso é importante vasculhar as águas e assegurar o cumprimento da lei”, destaca o tenente-coronel Cardozo, comandante interino do Comando Ambiental.
A Operação Defeso mobilizou 30 policiais militares, dois técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e dois veterinários da Secretaria da Agricultura do Estado. A manobra realizada na quarta-feira iniciou à tarde, com programação de varar a madrugada no na Lagoa dos Patos e em mais 15 quilômetros de costa, no Cassino. Até às 20h30min a operação abordou seis embarcações, duas apreendidas com documentação irregular.
“É importante impedir que o camarão seja pescado antes de atingir o tamanho ideal, para que a espécie se reproduza. Se a população do crustáceo for dizimada, terá reflexos na economia das famílias que dependem da pesca do camarão”, destaca o professor Lauro Barcellos, diretor do Museu Oceanográfico.
(Fonte: Zero Hora/RS)
Nenhum comentário:
Postar um comentário