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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Consumo inadequado ameaça abundância de alimentos no futuro

Nos últimos 50 anos, consumidores de países ricos se acostumaram com comida abundante e barata. Na Inglaterra, por exemplo, 90% das frutas e 40% dos vegetais são importados.

“Se você vai ao supermercado, é difícil dizer o que é de qual estação”, diz o ambientalista Lester Brown. Mas especialistas alertam que o modo de consumo atual será insustentável no futuro. “Nós desequilibramos o meio ambiente com agropecuária intensiva e mecanizada. O solo está pobre, gastamos reservas de água”, diz o especialista Surinder Singh.

Em Nova York, nos Estados Unidos, a prefeitura montou um plano para estimular a produção local. Não há muitas áreas disponíveis, mas a ideia é usar espaços urbanos, até mesmo terraços de prédios altos, para aumentar a produção de alimentos e reaproveitar a comida que ia para o lixo.

Em West Yorkshire, na Inglaterra, há dois anos algumas mulheres plantam frutas e vegetais em toda a cidade: ervas na estação de trem, maças e peras no jardim da escola.

Em Cuba, o fim da ajuda da antiga União Soviética levou o governo a uma solução radical, que levou à criação de fazendas urbanas para economizar com petróleo usado em fertilizantes, pesticidas e combustível de caminhões. O país consegue produzir 90% do que consome de grãos e vegetais, mas a dieta dos cubanos ficou pobre em carne, leite e derivados.

Nos Estados Unidos, a aposta é no cultivo de plantas geneticamente modificadas. Mas as preocupações sobre a segurança dessas plantações provocam críticas. Consumidores de países desenvolvidos jogam fora um terço da comida que compram. Nos Estados Unidos, o custo para se livrar do lixo chega a US$ 1 bilhão por ano. A técnica de compostagem, de aproveitamento do lixo orgânico como adubo, ainda não é comum no país.

Não existe solução pronta, mas especialistas sugerem que o caminho menos doloroso para enfrentar uma crise de alimentos seja usar os recursos de forma inteligente, consumir sem exageros e reduzir o desperdício.

(Fonte: Globo Natureza)

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