O fenômeno climático conhecido como La Niña, responsabilizado por enchentes na Austrália e estiagens em regiões da América Latina, deve continuar presente no primeiro trimestre de 2011, informou a Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta terça-feira (25).
O La Niña, que esfria o Oceano Pacífico, poderá até mesmo continuar durante abril e o início de maio, afetando ainda mais o clima ao redor do mundo, disse a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) em seu mais recente relatório.
‘Quase todos os modelos de meteorologia predizem uma continuidade do La Niña atual por pelo menos nos próximos dois a quatro meses, ao longo do primeiro trimestre de 2011 e possivelmente até o segundo trimestre (abril ou início de maio),’ disse a OMM.
‘A força do evento provavelmente diminuirá durante os próximos quatro meses,’ acrescentou.
O La Niña começou em junho passado depois de um El Niño forte no Oceano Pacífico – o fenômeno climático natural oposto, associado a águas mais quentes que o normal.
Em termos de efeitos na atmosfera – pressão no nível do mar, ventos mais fortes e menos nuvens -, o La Niña atual é ‘um dos mais fortes do século,’ de acordo com a OMM.
No entanto, em termos dos efeitos sobre os oceanos, o fenômeno é classificado como entre moderado e forte. Ele provoca temperaturas na superfície do mar em média por volta de 1,5 grau Celsius menor do que o normal no Pacífico tropical central e oriental.
‘Sabemos que, mesmo que se o La Niña enfraquecer nos próximos meses, os impactos provavelmente continuarão em regiões normalmente influenciadas por esse fenômeno,’ disse o especialista da OMM Rupa Kumar Kolli num comunicado à imprensa.
‘O maior impacto que testemunhamos nas últimas semanas foi o das enchentes devastadoras na Austrália.’
‘O La Niña não é associado apenas a enchentes; é também associado a secas em algumas regiões do mundo, em especial na América do Sul, nas regiões costeiras, particularmente na costa oeste do Peru e do Equador e nas áreas próximas,’ disse Kolli.
Alguns impactos, entretanto, foram incomuns, como as enchentes no Sri Lanka e no Brasil, onde as condições dos Oceanos Atlântico e Índico podem ter exercido influência, afirmou ele.
(Fonte: G1)
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