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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Chip da Saúde detecta oito doenças no consultório médico

"Faça os exames e volte"

Uma das coisas mais irritantes quando procuramos um médico é a longa espera pelos resultados dos exames - e uma nova espera pela marcação do retorno.

Todas as pesquisas no campo dos biochips têm como objetivo criar testes rápidos para vários tipos de doenças, que o médico possa aplicar no próprio consultório - ou que você possa comprar na farmácia.

E os resultados começam a aparecer.

O projeto MicroActive, financiado pela União Europeia, acabar de apresentar um biochip que permite que o próprio médico conduza o exame laboratorial durante a consulta.

Chamado por seus criadores de "chip da saúde", o minúsculo aparelho pode detectar viroses, doenças bacterianas e até câncer.

Chip da saúde

O avançado sistema integrado, que se baseia na microtecnologia - a mesma usada para fabricar os processadores de computador - e na biotecnologia, dispensa a ida ao laboratório, a longa espera, e mantém seus dados médicos restritos ao seu médico de confiança.

Mas a grande vantagem é que o minúsculo chip automatiza a análise, dando resultados mais precisos do que uma análise feita mesmo por técnicos experientes.

Segundo a equipe do projeto MicroActive, o novo chip da saúde contém um laboratório completo, embutido dentro de um plástico similar a um cartão de crédito.

Os experimentos iniciais foram feitos usando células colhidas para diagnóstico de câncer de colo uterino - um exame com alto índice de interpretações incorretas.

Mas o biochip pode diagnosticar várias doenças causadas por bactérias ou vírus, assim como diferentes tipos de câncer.

Laboratório portátil

O biochip contém vários canais muito estreitos, que contêm substâncias químicas e enzimas nas proporções corretas para as análises individuais. Quando a amostra do paciente é injetada nos canais, estes reagentes são misturados.

"O chip de saúde pode analisar o seu sangue ou células para oito doenças diferentes," explicam Liv Furuberg e Michal Mielnik, membro do grupo SINTEF, com sede na Noruega.

"O que essas doenças têm em comum é que elas são identificadas por meio de marcadores especiais, que são encontrados na amostra de sangue. Estas 'etiquetas' podem ser proteínas, que deveriam ou não deveriam estar ali, fragmentos de DNA [ácido desoxirribonucleico] ou enzimas.

"Este pequeno chip é capaz de realizar os mesmos processos que um grande laboratório, e não somente executá-los mais rápido, mas os resultados também são muito mais precisos. O médico simplesmente insere o cartão em uma pequena máquina, acrescenta umas gotas da amostra do paciente através de um tubo no cartão, e os resultados são mostrados rapidamente," explicam os cientistas.

Ansiosos para comercializar o chip da saúde, os pesquisadores estão trabalhando com um hospital, na qualidade de usuários finais, para validar a usabilidade do sistema e sua precisão clínica.

Redação do Diário da Saúde

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