Com o objetivo de reforçar o diálogo sobre desenvolvimento sustentável, e reforçar o peso da Cúpula da Rio+20 da Organização das Nações Unidas (ONU), prevista para junho, no Rio de Janeiro, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, iniciou nesta semana visita aos Estados Unidos para articular a participação da maior potência do mundo na conferência.
Na quarta-feira (11), a ministra se reuniu com a secretária americana de Defesa do Meio Ambiente, Lisa Jackson, na segunda rodada de encontros sobre a Iniciativa Conjunta para a Sustentabilidade Urbana, lançada em 2011, e ambas participaram de um debate sobre Rio+20.
“A Cúpula tem um processo preparatório que está ocorrendo. Vamos começar a fase de negociações”, disse Izabella Teixeira, após a apresentação do rascunho da ONU que reúne sugestões retiradas das 643 propostas enviadas por países e instituições.
“O que esperamos como herança da Rio+20 não são os acordos vinculantes, mas as discussões que levarão a uma declaração política sobre novas diretrizes”, destacou Izabella Teixeira.
Cooperação – A Cúpula do Rio de Janeiro, prevista para acontecer entre 20 e 22 de junho próximo, ocorre 20 anos após a Rio-92, que reuniu mais de 100 líderes mundiais e terminou com um plano de ação para o desenvolvimento sustentável.
Desta vez, o objetivo é negociar metas complementares aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), fixados em 2000 por 192 países membros da ONU visando erradicar a pobreza extrema no planeta.
Líder na área de energia renovável, o Brasil tem ampliado sua cooperação com os Estados Unidos após o acordo sobre sustentabilidade urbana de 2010. Neste sentido, Linda Jackson estimou que “Estados Unidos e Brasil podem mostrar ao mundo como reprogramar o desenvolvimento urbano”, com eixos de “eficiência energética, preservação da água, habitação e novas oportunidades de negócios”.
O objetivo de construir as “comunidades urbanas do século XXI é mais que um acordo entre dois governos”, assinalou Jackson para destacar a “necessidade de participação do setor privado”.
Rascunho zero – Elaborado com ajuda de diversos países, o relatório aponta preocupação com a pobreza no mundo, “onde existem 1,4 bilhão de pessoas em situação de miséria, sob ameaça constante de pandemias e epidemias”, e reconhece a necessidade de “redobrar esforços” contra este problema, além de assegurar que as atividades humanas respeitem os ecossistemas da Terra.
No contexto da economia verde, as nações, baseadas nos “Princípios do Rio”, possível nome do documento resultante da conferência, o desenvolvimento sustentável só ocorreria com uma integração entre os países mais pobres e ricos.
Para isso, seria evitada a criação de barreiras comerciais, fomentado mecanismos de financiamentos e de transferência de tecnologia, além de incentivar a diminuição da dependência tecnológica dos países em desenvolvimento.
No tópico “Meios de implementação”, o documento faz um apelo aos países ricos para que, até 2015, repassem ao menos 0,27% de seu Produto Interno Bruto (PIB) às nações pobres e às em desenvolvimento como “assistência oficial”, o que pode ser contestado pelos envolvidos devido à crise econômica que atinge a Europa e os Estados Unidos.
(Fonte: Globo Natureza)
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