Migração
Dados recentes indicam que as ações preventivas e restritivas ao consumo de cigarro têm provocado a queda no número de usuários do produto no Brasil.
No entanto, embora a notícia seja animadora, há evidências de que esteja ocorrendo uma migração para outros derivados do tabaco.
É o que aponta o estudo realizado por pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer, publicado na edição de novembro dos Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz.
Narguilé
O uso de outros derivados do tabaco está se mostrando mais forte em algumas regiões do país.
Os resultados mostram a prevalência, no uso de produtos do tabaco fumado diferentes do cigarro, de 4,3%, 18,3% e 21,3% em Vitória, Campo Grande e São Paulo, respectivamente.
Nas últimas duas capitais, o produto fumado com maior frequência, por ambos os sexos, foi o narguilé.
Os dados revelam taxa elevada de consumo da substância, semelhante, inclusive, à verificada entre os jovens de alguns países do Oriente Médio e da Ásia, com larga tradição de consumo do narguilé.
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"Apesar das evidências de que seja tão nocivo para a saúde quanto o cigarro, há uma desinformação da população sobre os seus danos, o que faz o uso do narguillé ser visto dentro de uma perspectiva de socialização também nos países ocidentais", explicam os pesquisadores.
Ações nefastas
O uso de outros produtos derivados do tabaco já é superior ao do próprio cigarro em Campo Grande e São Paulo, e equivalente em Vitória.
Segundo os estudiosos, o crescimento de fumantes de derivantes do tabaco diferentes do cigarro seria impulsionado pelos fabricantes de cigarro na tentativa de burlar as ações de controle do uso do produto.
"Pode haver a utilização ilegal de novas mídias ainda mais próximas dos jovens, tais como propagandas por celulares e internet, as quais devem ser temas subjacentes de monitoramento contínuo para apoiar o entendimento da expansão do uso de novos produtos", afirmam.
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Todas as formas de tabaco
Para prevenir a expansão desse mercado de usuários, os pesquisadores sugerem o uso de advertências sanitárias na mídia e nas embalagens de outros produtos de tabaco, além de ações como a implementação de lei federal sobre ambientes 100% livre de todas as formas de tabaco fumado e a proibição total da propaganda dos produtos, inclusive nos pontos de venda.
"Os elevados patamares encontrados devem servir de alerta para investir na disseminação ampla da informação e na cessação do consumo entre os usuários. Para tanto, é importante direcionar as intervenções de forma a prevenir a aceitação social dos produtos e a crença de que eles não são nocivos", advertem os estudiosos.
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