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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

SP terá cálculo sobre o consumo da biodiversidade por habitante

Os moradores de São Paulo vão poder saber o quanto o seu modo de vida e hábitos de consumo impactam a biodiversidade.

Uma parceria entre a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o WWF-Brasil e as secretarias do Meio Ambiente do estado e do município vai levantar os dados para o cálculo da pegada ecológica dos paulistas.

A pegada ecológica de um país, cidade ou pessoa corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e mar necessárias para sustentar determinado padrão de consumo para se manter um padrão de vida ao ano. É computado o quanto de território uma pessoa ou sociedade usa para ser alimentar, locomover, mover e possuir bens.

“Mais importante do que conhecermos os números finais é descobrimos quais são as oportunidades que existem para mitigarmos o problema e propormos um modelo de sustentabilidade mais amplo”, diz Michel Becker, coordenador do Programa Pantanal-Cerrado do WWF-Brasil e responsável pelo cálculo em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

O cálculo da cidade sul-matogrossense foi divulgado em abril. O levantamento revelou que todos os moradores da cidade consomem 3,14 hectares de recursos naturais renováveis. Campo Grande foi a primeira cidade do Brasil a usar a metodologia desenvolvida pela “Global Footprint Network” (GFN), também em teste em outras cidades do mundo.

Déficit ecológico – Se toda a população mundial tivesse o mesmo padrão de consumo de Campo Grande, seria necessário 1, 7 planeta para dar conta da necessidade de recursos, já que a capacidade máxima que a natureza pode repor de biodiversidade por pessoa é de 1,8 hectare.

“Um ponto positivo do estudo foi descobrir quais são os setores responsáveis por esse excedente”, diz Becker, do WWF-Brasil. O consumo de carne foi apontado como um dos vilões no uso da biodiversidade da cidade. A pecuária e as pastagens juntas engolem quase 45% dos recursos naturais.

Hoje a pegada ecológica média mundial é 2,7 hectares globais por pessoa. Isso coloca a humanidade em um grave déficit ecológico de 0,9 hectares globais per capita, pois a capacidade disponível de biodiversidade no planeta para cada ser humano é de apenas 1,8 hectare global.

Os resultados da cidade e do estado de São Paulo vão ser divulgados durante a Conferência Mundial do Meio Ambiente Rio+20, que vai acontecer em 2012 no Rio de Janeiro. A parceria entre o WWF-Brasil, a Fiesp e os governos estadual e municipal vai tentar também apontar soluções para os números que serão descobertos.

(Fonte: Globo Natureza)

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