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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Fabricantes vão reduzir benzeno nos refrigerantes até 2017

Cinco anos

As principais marcas de refrigerante light ou dietcítrico terão menos benzeno nos próximos anos.

O benzeno é uma substância que pode provocar câncer.

Responsáveis por quase 90% do mercado brasileiro, as empresas Coca-Cola, Schincariol e Ambev comprometeram-se a reduzir a quantidade de benzeno em suas bebidas ao máximo de 5 ppb (partes por bilhão) ou 5 microgramas por litro.

Este é o mesmo parâmetro usado para a água potável.

Mas isto só em 2017. Até lá os consumidores que continuarem consumindo os produtos continuarão sujeitos ao benzeno.

Bebidas cítricas sem açúcar

A meta foi acertada com o Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais.

A medida demorou dois anos, desde que, em 2009, a Associação de Consumidores Proteste apontou alta concentração de benzeno em refrigerantes no Brasil.

Em 2009, a associação analisou 24 amostras de diversos refrigerantes e detectou a presença de benzeno em sete delas.

Depois da pesquisa, o MPF começou a investigar o caso.

Benzeno nos refrigerantes

Nos refrigerantes, o benzeno surge da mistura do ácido benzóico com a vitamina C.

Nos refrigerantes normais esse processo não ocorre por causa do açúcar, que inibe a reação química.

No Brasil, não existe limite de benzeno para os refrigerantes.

A legislação sanitária prevê valor somente para a água potável, de 5 ppb (partes por bilhão), igual ao adotado pelos Estados Unidos.

De acordo com a associação Proteste, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece em até 10 ppb a quantidade de benzeno para a água. Na União Europeia, é 1 ppb.

Estudos de mais de três décadas atrás apontam que a exposição ao benzeno eleva o potencial de câncer e doenças no sangue.

"Ele é tóxico e causador de leucemia e outros tumores, dependendo da quantidade e do tempo de exposição", disse o presidente da Associação Brasileira de Hemoterapia e Hematologia (ABHH), Cármino de Souza.

Cuidado com o benzeno

A maioria das pesquisas avaliou públicos específicos, como trabalhadores dos setores petroquímico e de siderurgia, que lidam diretamente com a substância.

O médico explicou que ainda há pouca informação sobre os efeitos do benzeno na saúde da população em geral, mas advertiu que a menor exposição ao agente químico diminui as chances de doenças sanguíneas. "Temos contato com benzeno diariamente. O ideal é zero, o mínimo possível".

O benzeno está presente na fumaça do cigarro e dos carros. É também usado na fabricação de plásticos, borrachas e detergentes.

Agência Brasil

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