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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Céticos das mudanças climáticas recebem mais espaço na imprensa dos países ricos

Uma pesquisa da Universidade de Oxford revelou que os grandes jornais das nações emergentes não costumam trazer o mesmo número de reportagens contrariando o aquecimento global que é encontrado nos países mais ricos. Uma das razões para isso seria que os veículos de comunicação brasileiros, indianos e chineses são menos sujeitos à influencia de lobbies da indústria dos combustíveis fósseis.

Para chegar a essa conclusão, a pesquisa “Poles Apart – The international reporting of climate scepticism” (algo como, Polos de distância – A cobertura internacional do ceticismo climático) avaliou mais de três mil artigos de dois jornais em seis países: Brasil, China, França, Índia, Reino Unido e Estados Unidos. Os dois jornais brasileiros escolhidos foram a Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo.

O período de análise, entre 2009 e 2010, incluiu a Conferência do Clima de Copenhague (COP15) e o caso do Climategate, quando cientistas da Universidade de East Anglia foram acusados de manipular dados para comprovar o aquecimento global.

Mesmo nesse período conturbado, os jornais das nações emergentes apresentaram apenas três editorias com o ponto de vista dos céticos, enquanto somente o Wall Street Journal publicou 12.

Outra explicação para a brutal diferença seria que os governos dos países em desenvolvimento reconhecem as mudanças climáticas como uma ameaça real e já vêm negociando há anos maneiras de combatê-las.

“Na China, por exemplo, o governo tem uma posição muito clara de que o aquecimento global já está acontecendo. Assim, as discussões, inclusive na imprensa, tendem a ser sobre que políticas devem ser implementadas e não sobre se o fenômeno é real ou não”, explicou Rebecca Nadin, que contribuiu com a parte da China na pesquisa e é diretora do Conselho Britânico para o Clima e Sustentabilidade.

Autor: Fabiano Ávila - Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Universidade de Oxford

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