Uma pesquisa da Universidade de Oxford revelou que os grandes jornais das nações emergentes não costumam trazer o mesmo número de reportagens contrariando o aquecimento global que é encontrado nos países mais ricos. Uma das razões para isso seria que os veículos de comunicação brasileiros, indianos e chineses são menos sujeitos à influencia de lobbies da indústria dos combustíveis fósseis.
Para chegar a essa conclusão, a pesquisa “Poles Apart – The international reporting of climate scepticism” (algo como, Polos de distância – A cobertura internacional do ceticismo climático) avaliou mais de três mil artigos de dois jornais em seis países: Brasil, China, França, Índia, Reino Unido e Estados Unidos. Os dois jornais brasileiros escolhidos foram a Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo.
O período de análise, entre 2009 e 2010, incluiu a Conferência do Clima de Copenhague (COP15) e o caso do Climategate, quando cientistas da Universidade de East Anglia foram acusados de manipular dados para comprovar o aquecimento global.
Mesmo nesse período conturbado, os jornais das nações emergentes apresentaram apenas três editorias com o ponto de vista dos céticos, enquanto somente o Wall Street Journal publicou 12.
Outra explicação para a brutal diferença seria que os governos dos países em desenvolvimento reconhecem as mudanças climáticas como uma ameaça real e já vêm negociando há anos maneiras de combatê-las.
“Na China, por exemplo, o governo tem uma posição muito clara de que o aquecimento global já está acontecendo. Assim, as discussões, inclusive na imprensa, tendem a ser sobre que políticas devem ser implementadas e não sobre se o fenômeno é real ou não”, explicou Rebecca Nadin, que contribuiu com a parte da China na pesquisa e é diretora do Conselho Britânico para o Clima e Sustentabilidade.
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