Estudioso da Mata Atlântica, o pesquisador Christopher Blum frequentemente sobe nas árvores para investigar as plantas que crescem sobre elas, conhecidas como epífitas.
Ele já escalou dezenas de árvores, e foi no alto de uma também que deu entrevista ao Globo Repórter. O exemplar escolhido, na Serra da Graciosa, no Paraná, tem centenas de anos e abriga, segundo sua avaliação, algo perto de vinte diferentes espécies de plantas.
A maioria das plantas cresce sobre o solo e tem raiz para sugar os nutrientes e a água do solo. “No epifitismo já é diferente: existem muitas plantas que sugam a água da atmosfera , a neblina, a chuva. Elas têm folhas adaptadas pra esse tipo de aproveitamento da umidade atmosférica”, informa Blum.
“As bromélias (um dos tipos de plantas epífitas) fazem uma função de tanque de água”, explica o biólogo. “Várias espécies de animais se beneficiam desse tanque formado por elas para ter o seu ciclo de vida”, acrescenta. Segundo Blum, é comum encontrar cobras arborícolas subindo sobre as comunidades de epífitas.
Elas se alimentam dos insetos e outros animais que vivem dentro das “piscinas” formadas pelas bromélias. Essas plantas precisam de muita luminosidade. Outro fator que as favorece é a disposição dos galhos, que permite que elas se apoiem mais facilmente no tronco.
“Quando se chega numa árvore dessa, desse tamanho, que tem centenas de anos de vida, quase um metro de diâmetro, realmente chegamos num mundo de bastante riqueza de espécies de epífitas de diversas famílias. Numa rápida olhada aqui, deve estar chegando perto de 20 espécies de plantas que estão crescendo sobre uma única planta”, explica.
(Fonte: Globo Natureza)
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