Páginas

domingo, 27 de março de 2011

Dia Mundial da Água: Tecnologia brasileira produz chuva sem químicos

Chuva limpa

Uma pequena empresa de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que criou uma tecnologia limpa para provocar chuvas, quer o apoio do governo federal para consolidar um modelo nacional de enfrentamento de estiagem e de prevenção de grandes tempestades.

O proprietário da ModClima Pesquisa e Desenvolvimento, o engenheiro Takeshi Imai, de 68 anos, chamou a técnica que ele inventou de modificação consciente do clima e ambiente, daí o nome ModClima.

A tecnologia envolve a "semeadura" de nuvens com água potável borrifada por avião. Essa água, que não tem aditivo químico, se encontra com as gotículas já existentes nas nuvens e provoca a chuva, processo descrito como "colisão-coalescência", que ocorre naturalmente quando há chuva.

Fazendo chover

Atualmente, a ModClima usa um avião bimotor equipado com tanque de 300 litros e bicos móveis nas asas e na cauda que esguicham água.

As nuvens são escolhidas por meio de radares apontados para a região onde se quer criar a precipitação. Se não houver nuvem, não há como provocar chuva. O recorde de chuva provocada registrado por pluviômetro é 60 milímetros.

Em dez anos de funcionamento, a empresa acumula em seu portfólio mais de 600 chuvas em diversos lugares no oeste da Bahia, em Santa Catarina e em São Paulo. A ModClima é contratada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para fazer chover nos reservatórios dos sistemas de abastecimento Cantareira e Alto Tietê.

Além da época de estiagem, a tecnologia pode ser usada antes de tempestades para diminuir a intensidade das chuvas.

Unidades produtoras de chuva

O Sr. Imai solicitou uma audiência com o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, para apresentar a tecnologia.

Mercadante é um dos ministros que estão à frente do Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais, anunciado pelo governo em janeiro, à época das enchentes e dos desabamentos na região serrana do Rio de Janeiro, por causa das fortes chuvas.

Com o governo federal, a empresa tenta viabilizar a criação de "unidades produtoras de chuva" em áreas extensas com déficit hídrico. "Isso pode evitar incêndios florestais e favorecer a revitalização de nascentes e mananciais", explica Marjorie Imai, diretora da ModClima.

As unidades produtoras de chuva também podem consorciar áreas de proteção ambiental, fazendas e reservatórios e, assim, viabilizar o custo da operação.

A tecnologia foi apresentada recentemente na Alemanha, durante a Convenção das Nações Unidas para Combate à Desertificação (UNCCD).

Com informações do MCT e Agência Brasil

Nenhum comentário: