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sexta-feira, 18 de março de 2011

Riscos no Brasil são diferentes do Japão, diz Mercadante sobre usinas

ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou nesta quinta-feira (17) que os riscos de um acidente nuclear no Brasil são diferentes dos que preocupam outros países, como o Japão, onde terremotos e um tsunami danificaram reatores nucleares.

“Dizer que não tem risco nenhum é impossível, a própria história mostra que não é assim. Mas 440 usinas nucleares funcionam em todo o mundo. Nossos problemas não são tsunamis ou terremotos, nós estamos em cima de uma placa tectônica. Nossos problemas são inundações e desmoronamentos”, disse o ministro, durante visita ao Coope, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Mercadante reforçou que não existe nenhum registro de problema nas duas usinas nucleares instaladas no Brasil – Angra 1 e Angra 2 – e que todas as medidas de segurança são tomadas. “Angra 1 e 2 podem aguentar terremotos de até 6,5 graus na escala Richter e ondas de até 7 metros. Para o cenário de riscos do Brasil, essas usinas foram bem construídas. Nossa engenharia é a mais segura”, afirmou.

O ministro acredita que a crise no Japão deve levar a novas discussões sobre protocolos internacionais de segurança de usinas nucleares. “Eu tenho convicção que após essa tragédia, serão estabelecidos novos debates sobre o futuro da energia nuclear. Novos protocolos de segurança vão aparecer e o Brasil acompanhará isso”, acrescentou.

Grupo acompanha crise no Japão – O governo anunciou na última terça-feira (15) a criação de um grupo interministerial para acompanhar a crise nuclear no Japão, causada por incêndios na usina de Fukushima Daiichi devido ao terremoto e ao tsunami que atingiram o país.

Segundo o ministro, o objetivo é que o grupo faça acompanhamento constante das medidas internacionais de segurança que devem ser tomadas pós o acidente no Japão. A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) vai divulgar boletins diários em seu site sobre a situação nuclear do Japão. Segundo a CNEN, os boletins vão ser baseados em informações divulgadas pelas agências internacionais de energia nuclear.

A meta é manter a população informada sobre os acontecimentos nucleares no Japão e possíveis medidas que possam ser adotadas nas usinas brasileiras. Além das usinas já instaladas, o Brasil estuda a instalação de outras quatro usinas nucleares. Segundo o presidente da CNEN, a região mais provável para a construção é a Nordeste. Porém, ele disse que não há prazo para o início das construções.

(Fonte: Thamine Leta/ G1)

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