Uma nova espécie de rato arborícola (que vive em árvores) foi descoberta numa região de transição entre o cerrado e a floresta amazônica, ao longo do Rio Araguaia, no estado do Tocantins. O animal foi apresentado em edição da revista científica “Zootaxa” publicada este mês.
A espécie foi nomeada Rhipidomys ipukensis por viver num habitat conhecido como “ipuca”, termo que designa os fragmentos de florestas naturais que ocorrem na planície do Rio Araguaia. Esses fragmentos estão ameaçados devido à intensa exploração agrícola da área.
Os exemplares analisados pelos pesquisadores têm entre 9,9 cm e 14,1 cm de comprimento, contando corpo e cabeça – sem o rabo, que, sozinho, chega a ter 124% desse tamanho. Seu pelo é cinza-amarronzado, com tonalidades que tendem ao laranja e ao amarelo, dependendo da parte do corpo.
A identificação da nova espécie ocorreu por meio de análises morfológicas e genéticas. Os autores que identificaram a nova espécie de rato são da Universidade de Aveiro, em Portugal, da Universidade Federal do Espírito Santo, da Universidade Federal do Tocantins e da Universidade de São Paulo.
De acordo com informações da Universidade de Aveiro, a análise de DNA revelou que o Rio Araguaia teve um papel importante na separação da espécie nova, que ocorre no lado leste do rio, no Tocantins, em relação a outra semelhante, a Rhipidomys emiliae, que habita o lado oeste do curso d’água, no Pará e em Mato Grosso.
Este resultado vai de encontro com um modelo de especiação inicialmente proposto pelo naturalista britânico Alfred Russel Wallace, no século XIX, segundo o qual um rio pode servir para separar espécies ao longo da evolução. De acordo com os pesquisadores, esse princípio até o momento não havia sido corroborado por outros estudos moleculares de pequenos mamíferos na Amazônia.
(Fonte: G1)
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