Demos um respiro nos posts anteriores, falamos de assuntos mais amenos....
Hoje, infelizmente, volto a falar do Terremoto Touhoku.
A fumaça radioativa do reator de Fukushima se dispersou - vento e chuva.
Afetou a cadeia alimentar em alguns pontos do país (Touhoku e Kanto).
Muitos produtos já tem sua venda proibida e serão destruídos - leite, espinafre, salsa, komatsuna (um tipo de vegetal que lembra o espinafre) brócolis, repolho, etc.
A água do mar apresenta também uma taxa relativamente alta de radiação.
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A água de torneira no Japão costuma chegar às casas limpa e com boa qualidade.
Testada em diversos pontos (inclusive nas casas dos moradores, em visitas frequentes dos técnicos de abastecimento) é comum que se beba água diretamente da torneira ou que passe por filtração leve.
Havia uma matéria da BBC londrina que afirmava ser melhor beber água de torneira em Tokyo do que engarrafada, pela qualidade e sais minerais (não encontro mais o link, me desculpem...)
E o consumo da água de torneira foi incentivado: pelo lado ecológico, ajuda a diminuir o lixo (garrafas pet vazias).
Como a situação agora é outra, o governo tem alertado sobre o consumo de água nas províncias de Fukushima e Tokyo.
Recomenda-se não beber água da torneira.
Não há problemas à saúde em tomar banho, escovar os dentes, lavar as mãos, roupa, etc.
Apenas não deve ser ingerida.
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E as provícias vizinhas estão em alerta.
Na estação de tratamento de Kanamachi, que abastece Tokyo e cinco cidades vizinhas, foi registrado níveis de iodo radioativo superiores ao limite permitido: 210 becquerel/quilo.
O máximo permitido é de 100bq/kg crianças, 300bq/kg adultos.
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Pode-se confiar nos dados divulgados?
Acredito eu que (talvez) sim.
A vigilância interna/externa é grande, o mundo está de olho nestes dados.
Como contei anteriormente, mesmo antes deste grave terremoto se mede radiação por conta própria (via ongs, grupos ambientalistas, até mesmo partidos de oposição).
Praticamente ninguém confia aqui em dados oficiais ou da Tepco há anos.
Muitos possuem, inclusive, medidores portáteis (do tamanho de um celular) que indicam se há ou não radiação no ar ou substâncias diversas.
Numa situação limite como esta, mentiras não seriam perdoadas.
Creio eu que os governantes sabem que um dado falso poderia comprometer todo um futuro político de seus partidos...e a Tepco (a companhia responsável por Fukushima) não se arriscaria a emitir dados falsos, japoneses são calmos apenas na aparência e não perdoariam uma falta grave na situação atual (já basta o transtorno causado pela usina).
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O Japão é muito regional na produção e distribuição de alimentos (leis de proteção ao pequeno produtor), os produtos costumam ser oriundos da própria província que os consome.
Portanto não há problemas em consumir espinafre nas regiões não-afetadas, por exemplo.
E não podemos esquecer que boa parte dos alimentos no Japão vem de outros países - o país é autossuficiente em apenas 1/3 do que consome.
Alexandre Mauj Imamura Gonzalez
Lost in Japan
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