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sexta-feira, 10 de maio de 2013

Operação Leite Compensado identifica lotes adulterados com formol

Uma ação deflagrada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) para desarticular um esquema de adulteração de leite identificou que cinco empresas de transporte de leite adulteraram o produto cru entregue para a indústria. A operação constatou que uma das formas de fraude é a da adição de uma substância semelhante à ureia, e que tem formol em sua composição, na proporção de 1 kg deste produto para 90 litros de água e mil litros de leite. A adulteração consiste no crime hediondo de corrupção de produtos alimentícios. A fraude foi comprovada após análises químicas do leite cru, nas quais foi possível identificar a presença do formol, que mesmo depois dos processos de pasteurização, persiste no produto final. Com o aumento do volume do leite transportado, os "leiteiros" lucravam 10% a mais que os 7% já pagos sobre o preço do leite, em média R$ 0,95 por litro. As empresas investigadas transportaram aproximadamente 100 milhões de litros de leite entre abril de 2012 e maio de 2013. Desse montante, estima-se que 1 milhão de quilos de ureia contendo formol tenham sido adicionados. Amostras coletadas no decorrer da investigação em supermercados de Porto Alegre apontaram fraude em 14 lotes de leite UHT. Veja abaixo a lista das marcas e lotes adulterados: Italac Integral Lotes L05KM3, L13KM3, L18KM3, L22KM4 e L23KM1 Italac Semidesnatado L12KM1, Líder UHT Integral Lote TAP1MB, Mumu UHT Integral Lote 3ARC, Latvida UHT Desnatado Lote 37/661, Latvida UHT Semidesnatado Lote 48/661, Latvida UHT Integral Lote 36/661, Latvida Semidesnatado Lote 48/661 e Latvida Integral Lote 24/661 http://noticias.r7.com/ Formol traz risco à saúde mesmo em pequena concentração, diz Anvisa Operação Leite Compensado investiga fraude no leite no Rio Grande do Sul. Nove pessoas foram presas desde quarta; transportadoras são suspeitas. Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (9), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alertou para os riscos do consumo de leite com presença de formol. O informe técnico foi publicado após a Operação Leite Compensado ser deflagrada no Rio Grande do Sul. Ministério da Agricultura e Ministério Público investigam a adição de água e ureia no leite por parte de transportadoras. Nove pessoas foram presas pela fraude desde quarta-feira (8), duas delas já liberadas após depoimento. "Mesmo em pequenas concentrações, o formol representa um risco à saúde, pois a substância não possui uma dose segura de exposição", afirma Denise Resende, gerente-geral de Alimentos da Anvisa. Segundo a agência, o formol ou formaldeído é toxico se ingerido, inalado ou se tiver contato com a pele e é considerado cancerígeno pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC) desde junho de 2004. Os tipos de câncer associados à substância são os de nasofaringe, nasossinusal e leucemia. O formol é encontrado na ureia usada pelos fraudadores. Por outro lado, o informe técnico apontou que a ureia, em doses razoáveis, causa pouca ou nenhuma toxicidade para seres humanos. "A ureia não é considerada uma substância de preocupação para a saúde humana, mas é usada para mascarar a quantidade de proteína no leite", explica Denise. Segundo o MP, cinco empresas de transporte de leite adulteraram o produto cru entregue para a indústria. Nove pessoas foram presas - uma se apresentou à polícia nesta quinta-feira e duas já foram liberadas -, e três postos de refrigeração de leite foram interditados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O MP ainda interditou uma empresa de laticínios em Estrela, no Vale do Taquari. De acordo com a investigação, os suspeitos compraram 98 toneladas de ureia, quantidade suficiente para adulterar 100 milhões de litros de leite em um ano. Durante o cumprimento de 13 mandados de busca e apreensão, foram recolhidos diversos caminhões utilizados no transporte do leite, cerca de 60 sacos de ureia, R$ 100 mil em dinheiro, uma régua com a fórmula utilizada para medir a mistura adicionada ao leite, revólveres e pistolas com respectivas munições, soda cáustica, corantes, coagulantes líquidos e emulsão para obtenção de consistência, entre outros produtos e documentos. Marcas foram notificadas pelo Ministério da Justiça A Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon) notificou as empresas Italac, Mu-mu, Líder e Latvida para prestarem esclarecimentos sobre o envolvimento na operação. Elas terão prazo de 10 dias, a partir do recebimento da notificação, para apresentar a documentação técnica e laboratorial necessária ou o recall imediato dos produtos envolvidos, nos termos do Código de Defesa do Consumidor. Multas de R$ 15 mil reais foram destinadas às empresas. "O consumidor realmente tem que cobrar dos órgãos de fiscalização para que as indústrias passem a fazer as análises de forma rotineira para prevenir a entregada de produtos nessas condições ao mercado", disse o promotor de Justiça Alcindo Luz Bastos Filho. Em nota, a Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV) tranquilizou a população e afirmou que todos os produtos disponíveis no mercado atualmente estão em "perfeitas condições de consumo". O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), da Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul, divulgou uma nota técnica com orientações sobre a intoxicação por formaldeído, substância encontrada nos lotes não recomendados para consumo. Segundo o CEVS, a intoxicação por formaldeído por ocorrer por inalação, ingestão e contato com pele e olhos. O órgão orienta quem apresentar os sintomas a procurar atendimento médico, contatar a Vigilância em Saúde do município onde mora ou ligar para o Disque-Vigilância do CEVS pelo telefone 150, e manter o produto na embalagem original na geladeira. Quem tiver embalagens fechadas dos produtos dos lotes não recomendados para consumo deve guarda-los e comunicar Ministério Público pelo e-mail consumidor@mp.rs.gov.br. Lotes não recomendados para o consumo, segundo o MP Leite Líder - UHT Integral SIF 4182 - Fabricação: 17/12/12 Lote: TAP 1 MB Leite Italac - UHT Integral Goiás Minas - SIF 1369 Fabricação: 30/10/12 - Lote: L05 KM3 Fabricação: 5/11/12 - Lote: L13 KM3 Fabricação: 7/11/12 - Lote: L18 KM3 Fabricação: 8/11/12 - Lote: L22 KM4 Fabricação: 9/11/12 - Lote: L23 KM1 Leite Italac - UHT semidesnatado Goiás Minas - SIF 1369 Fabricação: 5/11/12 - Lote: L12 KM1 Leite Mu-Mu - UHT Integral Vonpar - SIF 1792 Fabricação: 18/01/13 Lote: 3 ARC Leite Latvida - UHT Desnatado VRS - Latvida - CISPOA 661 Fabricação: 16/2/2013 Validade: 16/6/2013 O MP não divulgou o número do lote O que dizem as empresas Mu-Mu Em nota, a empresa afirmou que "atende a todos os requisitos e protocolos de testes de matéria prima exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento". No texto constam outros esclarecimentos: "A investigação do Ministério Público está concentrada no transporte entre o produtor leiteiro e os postos de resfriamento, onde o produto fica armazenado antes da entrada em nossa fábrica. A empresa permanece à disposição do MP e MAPA, no que for solicitado". A Mu-Mu também informa aos consumidores que tenham produtos do lote citado ou que tenham dúvidas entrem em contato com o SAC, pelo número 0800 51 7542, de segunda a sexta, das 7h30 às 18h30 e, aos sábados, das 7h30 às 13h30. Latvida Em contato com o G1 por telefone, a empresa Latvida informou que está operando normalmente. Segundo a assessoria de comunicação, a ação é direcionada exclusivamente aos transportadores do leite no estado. Em relação a esse aspecto, a marca disse que "está sendo eficiente até o momento". A Latvida ainda afirmou que o problema ocorreu no lote 196 do leite UHT desnatado e que todos os outros estão liberados para o consumo. "Estamos vendo essa ação do MP com naturalidade. Nossos laboratórios funcionam 24 horas por dia e temos um laboratório móvel que percorre as regiões dos 1,6 mil produtores que temos no estado", disse o assessor de comunicação da empresa, Paulo Pereira. Italac Em e-mail enviado no início da tarde, a Italac informou que "o problema foi pontual, ocorrido no Rio Grande do Sul, e aconteceu no transporte do leite cru, entre a fazenda e o laticínio, antes de ser industrializado". Ainda segundo a nota, "os lotes identificados com problema foram retirados do mercado e não se encontram mais à disposição do consumidor. Todo o leite Italac encontra-se em perfeitas condições de consumo com total segurança e qualidade". Líder A empresa diz ter retirado do mercado ainda em fevereiro deste ano o lote não recomendado para o consumo, "tão logo a companhia tomou conhecimento da possibilidade de existir um problema de qualidade". A nota diz que cinco transportadoras de leite cru foram descredenciadas e um dos postos de resfriamento no estado foi fechado "por causa da ação de fraudadores". "Além disso, a Líder faz dupla checagem, nos postos de resfriamento e na fábrica, e desde janeiro não detectou nenhuma adulteração no leite destinado à produção. O leite Líder disponível no mercado está apto, portanto, para ser consumido com segurança", diz a empresa. http://g1.globo.com/

3 comentários:

anderson disse...

Minha filha consumiu o leite Latvida dentro do lote suspeito. Para que orgão devo ligar? Para fazer a verificação no leite. Ainda tenho caixas de leite para que possam fazer a análise.

Meio Ambiente e Saúde disse...

Anderson maiores informações pelo fone Disque Saúde 136, que funciona 24 horas. A ligação é gratuita e pode ser originada de telefones fixos, públicos ou celulares, de qualquer local do país.
De segunda a sexta-feira, das 7h às 22h, teleatendentes recebem as demandas dos cidadãos. Fora desse horário e aos sábados, domingos e feriados, o atendimento é eletrônico, somente para obtenção de informações.

Meio Ambiente e Saúde disse...

Anderson Todos os lotes estão destacados em negrito, nesta matéria.