sábado, 11 de maio de 2013
Estudo indica que a água da Lua e a da Terra têm a mesma origem
Um estudo divulgado nesta quinta-feira (9) em artigo na revista Science indica que a origem da água da Lua é muito parecida com a da substância na Terra. Pesquisadores descobriram que a quantidade de deutério na água presa em pedras capturadas pelas missões Apollo indica que a água do nosso satélite natural veio do cinturão de asteroides.
Há cerca de 4,5 bilhões de anos, dois enormes objetos colidiram no Sistema Solar e o resultado desse acidente de trânsito cósmico foi a formação de dois outros corpos: a Terra e a Lua. O intenso calor gerado nesse batida acabou com a água que por aqui existia. Contudo, ao longo desses bilhões de anos de jogo de bilhar astronômico, outros corpos menores se chocaram no planeta, e hoje temos evidências científicas de que a água, tão necessária à vida na terceira rocha do Sistema Solar, veio desses meteoritos. Pelo menos é o que se pensava até agora.
Os cientistas analisaram cristais que estão em pedras do nosso satélite natural que as missões Apollo trouxeram para a Terra. Como a água fica “presa” nesses cristais, eles conseguem descobrir a proporção de deutério – um isótopo de hidrogênio que tem um nêutron a mais de o hidrogênio comum – nela. A água tem mais ou menos deutério conforme o local onde ela se forma no Sistema Solar – quanto mais próximo do Sol, menos desse isótopo pode ser encontrado.
Os pesquisadores descobriram que essa proporção é compatível com condritos carbonáceos, meteoritos do Cinturão de Asteroides (aquele que fica entre Marte e Júpiter), e que se acredita que também são a origem da água no nosso planeta. Isso descartaria outra hipótese, de que cometas – que se formam nos confins do nosso sistema, na Nuvem de Oort – seriam a fonte da água da Lua.
“As medições em si são muito difíceis”, diz Erik Hauri, do Instituto Carnegie de Washington. “Mas os novos dados proveem a melhor evidência até agora de que os condritos que carregam carbono são uma fonte comum para os voláteis (substâncias como a água) na Terra e na Lua, e talvez em todo o Sistema Solar interior.”
Essa descoberta apresenta um problema para a teoria de que a Terra e a Lua foram criadas por um grande impacto: se a água dos dois corpos tem uma fonte em comum, isso sugere que ela já deveria estar por aqui quando o impacto aconteceu. Segundo os pesquisadores, contudo, o estudo não é inconsistente com essa hipótese.
“O impacto de alguma forma não causou a perda de toda a água”, diz Alberto Saal, da Universidade Brown, que também participou da pesquisa. “Mas ainda não sabemos como esse processo ocorreu.”
“Nosso trabalho sugere que elementos altamente voláteis não são completamente perdidos durante um grande impacto, diz James Van Orman da Universidade Case Western Reserve. “Nós precisamos voltar à prancheta e descobrir mais sobre que acontece nos grandes impactos, e nós precisamos também lidar melhor com os inventários voláteis da Lua.” (Fonte: Terra)
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