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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Chefe do ‘IPCC da biodiversidade’ faz alerta sobre declínio de espécies

Um declínio na diversidade de plantas cultivadas e em rebanhos de gado ganha ritmo, ameaçando o futuro abastecimento de alimentos para a crescente população do mundo, disse nesta segunda-feira (27) o diretor do novo painel das Nações Unidas sobre a biodiversidade, Zakri Abdul Hamid. Preservar espécies de animais e plantas negligenciadas é necessário, já que elas poderiam ter genes resistentes a doenças futuras ou a mudanças no clima para temperaturas mais quentes, secas mais severas ou chuvas mais fortes, afirmou Hamid. “A perda da biodiversidade está acontecendo mais rápido e em todos os lugares, até mesmo entre os animais de fazenda”, disse Zakri em uma conferência com 450 especialistas em Trondheim, na região central da Noruega, em seu primeiro discurso como presidente fundador do painel de biodiversidade da ONU. O “IPCC da Biodiversidade”, plataforma intergovernamental que vai quantificar os ecossistemas do planeta e articular junto a governos a implantação de políticas de conservação, foi criado em abril do ano passado. O organismo vai reunir cientistas, representantes dos países-membros da ONU e representantes de comunidades indígenas e tradicionais. A decisão ocorreu após sete anos de discussões e definiu-se o nome oficial: Plataforma Intergovernamental sobre Serviços de Ecossistemas e da Biodiversidade (IPBES, na sigla em inglês). Risco para o agronegócio – Segundo informações da Reuters, muitas raças tradicionais de vacas, ovelhas ou cabras têm caído em desuso, muitas vezes porque produzem menos carne ou leite do que novas raças. A globalização significa também que as preferências alimentares das pessoas se estreitam a menos plantas. Zakri afirmou que havia no mundo 30 mil plantas comestíveis, mas que apenas 30 culturas representavam 95% da energia na alimentação humana, que é dominada por arroz, trigo, milho, painço e sorgo. Ele disse que era “mais importante do que nunca ter um grande reservatório genético para permitir que os organismos resistam e se adaptem a novas condições”. Isso ajudaria a garantir alimento para uma população mundial que deve atingir 9 bilhões até 2050, ante 7 bilhões agora. Zakri observou que a Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) estimou no ano passado que 22% das raças de gado do mundo correm risco de extinção. Isso significa que há menos de mil animais de cada raça. As extinções de alguns animais domesticados e plantas acontece em conjunto com a aceleração da perda de espécies selvagens causadas por fatores como o desmatamento, a expansão das cidades, a poluição e a mudança climática, disse ele. Irene Hoffmann, chefe da divisão de recursos genéticos animais da FAO, disse que 8% das raças de gado já estão extintas. Muitos países começaram programas de criação para espécies raras de gado, de lhamas a porcos. Alguns congelaram embriões ou mesmo células-tronco que poderiam ser utilizados em clonagens, disse ela. (Fonte: G1)

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