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quarta-feira, 1 de maio de 2013

População não leva dengue a sério

Quase 30 anos depois de a dengue ter-se instalado no Brasil e apesar de todo o conhecimento sobre o ciclo do mosquito transmissor - o Aedes aegypti -, a doença ainda é um problema de saúde pública. Até meados de março já foram registradas 132 mortes e mais de 714 mil casos da doença em todo o país. Em 2012, no mesmo período, as notificações chegaram a 190 mil. Para os gestores da saúde, a população subestima a gravidade da doença. "Não tem quem não saiba o que é e o que deve fazer para prevenir [a dengue]. Mas as pessoas ainda estão subestimando o poder dessa doença, [e] ela mata", alertou Gilsa Rodrigues, coordenadora da vigilância epidemiológica da Secretaria de Saúde do Espírito Santo, estado que registrou a maior incidência da doença na Região Sudeste, com 1.171 casos até o fim de março. Segundo a pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz, Denise Valle, um modelo de combate à doença que deve ser seguido é o adotado em Cingapura, no Sudeste Asiático. "Cingapura conseguiu praticamente zerar a epidemia de dengue basicamente com uma campanha de mobilização, estimulando as pessoas a eliminar os criadouros uma vez por semana. Cerca de 16 mil voluntários [para uma população de cerca de 5 milhões de pessoas], durante seis finais de semana seguidos, ficaram estimulando e orientando a sociedade a eliminar todos os criadouros. Eles conseguiram eliminar a epidemia no pico, o que é muito difícil", conta a pesquisadora. Baseado nisso, o Instituto Oswaldo Cruz lançou a campanha 10 Minutos contra a Dengue, para que as pessoas façam a limpeza dos principais criadouros do mosquito em suas casas. O instituto ainda lançou vídeos explicativos para informar a população sobre o ciclo da doença e como evitá-la. Em dezembro de 2012, o Ministério da Saúde anunciou o repasse de R$ 173,3 milhões para ações de qualificação das atividades de prevenção e controle da dengue. Em 2011, foram R$ 92,8 milhões. O ministério também orienta os agentes de saúde a visitarem as residências a cada dois meses para checar se há focos do mosquito e para alertar a população sobre os riscos da doença. Agência Brasil

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