terça-feira, 7 de maio de 2013
ONU adverte que gelo do Ártico derreteu em ritmo recorde em 2012
O gelo do Oceano Ártico derreteu em ritmo recorde em 2012, o nono ano mais quente desde o início dos registros, anunciou nesta quinta-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência da ONU.
No relatório sobre o ano de 2012, a OMM afirma que, em agosto e setembro do ano passado, as zonas geladas do Ártico cobriam apenas 3,4 milhões de quilômetros quadrados, 18% a menos que em 2007, quando havia sido registrado o recorde anterior.
Para o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, este é um “preocupante sinal da mudança climática”. “O ano de 2012 também registrou outros extremos, como secas e ciclones tropicais. A variabilidade natural do clima sempre resultou em extremos deste tipo, mas a mudança climática determina cada vez mais as características físicas dos acontecimentos meteorológicos e climáticos extremos”, disse.
“Por exemplo, dado que os níveis globais do mar são atualmente 20 centímetros maiores que o que eram em 1880, tempestades como o furacão Sandy estão produzindo mais inundações costeiras”, completou.
A OMM afirma que a temperatura global média de terras e superfícies marinhas é estimada 0,45 grau centígrado acima da média do período que vai de 1961 a 1990, que é de 14 graus Celsius.
Este foi o nono ano mais quente desde 1850, primeiro do qual se tem registro, e o 27º ano consecutivo no qual a temperatura de terras e superfícies marinhas supera a média de 1961-1990.
“A tendência continua de alta das concentrações atmosféricas de gases do efeito estufa confirma que o aquecimento prosseguirá”, disse Jarraud.
Temperaturas elevadas – Temperaturas superiores à média foram registradas em quase todo o planeta, particularmente na América do Norte, Europa meridional, Rússia ocidental, partes do norte da África e América do Sul meridional, destacou a OMM.
Paralelamente, foram registradas temperaturas inferiores à média no Alasca, partes do norte e leste da Austrália e Ásia Central.
As precipitações também mudaram, com condições mais secas que a média em grande parte do centro dos Estados Unidos, México setentrional, nordeste do Brasil, centro da Rússia e centro-sul da Austrália.
A umidade aumentou no norte da Europa, oeste da África, centro-norte da Argentina, oeste do Alasca e na maior parte do norte da China.
O furacão Sandy afetou primeiro o Caribe e depois a costa leste dos Estados Unidos no fim de outubro. Pelo menos 300 pessoas morreram na região e foram registradas perdas materiais de mais de 75 bilhões de dólares apenas nos Estados Unidos.
A destruição provocada pelo Sandy levou a OMM a retirar este nome da lista rotativa de nomes de tempestades, informou a agência da ONU. “Sandy” será substituída por “Sara”, depois que os meteorologistas decidiram que o uso futuro do nome poderia gerar tristeza.
“Sandy” é o 77º nome retirado da lista de tempestades tropicais do Atlântico, como já havia acontecido nos casos “Irene” (2011), Igor e Tomás (2010), Gustav e Paloma (2008) e Denis, Katrina, Rita e Wilma (2005). (Fonte: Terra)
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