A granja São Pedro se espalha por 250 hectares no município de São Miguel do Iguaçu, oeste do Paraná, onde José Carlos Colombari toca uma criação de 5,2 mil porcos com a ajuda do pai e do filho.
Com tantos animais na engorda, dar destino a esterco e urina sempre foi uma dor de cabeça para os criadores. Até alguns anos, a propriedade vivia cheia de moscas e o mau cheiro tomava conta.
A situação começou a mudar quando a família adotou o biodigestor. Atualmente, a granja conta com dois equipamentos. O biofertilizante é totalmente aproveitado no pasto da propriedade, onde Colombari mantém o rebanho de gado de corte.
O principal produto do biodigestor, o biogás, alimenta a mini-usina da granja. O gerador funciona ao longo do dia e a energia dos dejetos atende a todas as necessidades da granja e ainda sobra eletricidade, que é vendida para a rede.
O aproveitamento do biogás promoveu uma virada nas contas da granja. O produtor zerou a conta e luz e ainda recebe todo mês um valor aproximado de R$ 2,5 mil com a venda de eletricidade. Somando os ganhos, a redução do gasto com óleo diesel e a economia gerada pelo biofertilizante, os produtos do biodigestor estão trazendo melhoria de renda para a família na ordem de R$ 120 mil por ano.
Saindo do Paraná, uma fazenda em São Paulo também resolveu apostar no aproveitamento sustentável dos dejetos. O proprietário dispensa apresentação. O ator e pecuarista Tarcísio Meira tem um confinamento de bois, onde cria resultado de cruzamentos entre o zebu e raças europeias.
Tarcísio conta que o alimento do gado, preparado na fazenda, é uma mistura de vários ingredientes, como silagem de milho, polpa cítrica e farelo de soja. “A gente faz de tudo para economizar. Uma coisa que a gente fez que foi muito boa e está dando um retorno muito grande foi o biodigestor”, diz.
A propriedade conta com dois biodigestores grandes em atividade. As áreas irrigadas com o biofertilizante são destinadas ao cultivo de milho, que serve para fazer a silagem para o gado. Com isso, a propriedade reduziu os gastos com adubo e a lavoura ficou mais produtiva. Para aproveitar o biogás que sai dos biodigestores, Tarcísio também montou uma mini-usina. “O gerador é suficiente para tocar toda a energia, inclusive nos momentos de pico”, explica.
Tarcísio lembra que outra vantagem ecológica é que, ao gerar energia, a usina destrói toneladas do principal componente do biogás, o metano, um gás poluente e que contribui para elevação da temperatura da Terra, o chamado aquecimento global.
Segundo ele, apostar no aproveitamento sustentável dos dejetos foi uma decisão acertada. A mudança garantiu redução de custos e vantagens para o meio ambiente.
(Fonte: G1)
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