Para ampliar oportunidades de negócios, setores conhecidos por causar grandes impactos no ecossistema dos locais onde funcionam, como a carcinicultura (criação de camarões), investem em processos que contribuem para redução de danos ambientais e aumentam as chances de a empresa receber certificados "verdes". Desde 2010, quando a Nutrimar Pescados começou a investir em certificações ambientais, o faturamento da empresa dobrou.
Segundo o engenheiro de qualidade da Nutrimar Pescados, Rafael Nakamura, selos que comprovam boas práticas ambientais aumentam a aceitação do produto no mercado e abrem portas dentro e fora do País. Para os exportadores, apresentar certificado ambiental é praticamente uma exigência. E o mercado nacional também já está focado nisso.
Atento a isso, só para a construção do sistema de purificação das águas que saem dos tanques de criação de camarões, a Nutrimar investiu R$ 250 mil. Segundo Nakamura, a purificação de afluentes não é uma prática obrigatória, mas se não for feita polui as águas da região. A criação de camarões aumenta a quantidade de metano e de CO2 na água. "Acaba gerando um semi-esgoto que, quando despejado no mar, desequilibra o ecossistema local", explica o engenheiro. Para evitar impactos ambientais, a saída encontrada foi instalar um sistema natural de purificação das águas provenientes do processo.
Os tanques de camarões recebem bactérias específicas, que vão funcionar como filtros naturais. Assim, a água vai sendo purificada ao mesmo tempo em que o camarão é criado, uma vantagem ante os tratamentos posteriores, que exigem maior estrutura de bombeamento e área de armazenamento para as águas em tratamento. Além disso, como o ambiente fica mais estéril que o normal, a qualidade dos camarões produzidos também melhora. Em seguida, a água é levada a tanques de sedimentação, para que as impurezas pesadas decantem e sejam retiradas.
Nakamura alerta para a necessidade de ter cuidado com o tratamento de afluentes. O excesso de purificação pode modificar algumas características da água, como por exemplo o PH, dificultando a sobrevivência da biodiversidade da região. "O ideal é que a água volte para o mar com as mesmas condições em que foi retirada. Com um tratamento natural é possível conseguir esse resultado", explica Nakamura.
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