O Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e o Instituto Militar de Engenharia (IME) são parceiros em dois pedidos de patentes para um processo inédito na fabricação de biocombustíveis para aviação.
Bioquerosene
Derivado do petróleo, com alto preço no mercado internacional, o querosene de aviação virou foco da estratégia de substituição por biocombustíveis em países como o Brasil e os Estados Unidos.
O interesse comum dos dois países por desenvolver o bioquerosene foi formalizado em um convênio, assinado em Brasília, em Março, durante a visita do presidente Barak Obama.
Em todo o mundo várias empresas e centros de tecnologia também buscam caminhos para o desenvolvimento desse novo biocombustível.
Isso realça a importância do avanço obtido pelos pesquisadores brasileiros, que tornam mais próxima essa realidade, com tecnologias inéditas.
Biomassa não-alimentar
Ao contrário da maioria dos outros estudos, que usam o etanol de cana-de-açúcar ou oleaginosas, usadas também para produção de biodiesel, esses trabalhos utilizam biomassas que não entram na esfera alimentar, tais como cascas de frutos cítricos.
A descoberta foi feita a partir das pesquisas do estudante de doutorado Flávio dos Reis Gonçalves, desenvolvidas na área de Catálise e Processos Químicos, sob orientação de Marco Fraga, do INT, e Luiz Eduardo Pizarro Borges, do IME.
Já com os dois pedidos de patentes dos novos processos catalíticos em mãos, o grupo busca agora o apoio de empresas ou setores da aviação civil ou militar, para realização dos testes de campo.
Além de não concorrer com a produção de alimentos, Flávio Gonçalves destaca que a matéria-prima utilizada pode ser obtida de subprodutos de processos industriais envolvendo uma série de biomassas.
Ao contrário das oleaginosas mais utilizadas para produção do biocombustível, como o pinhão-manso, o insumo não necessita de novas plantações, nem de estudos ou testes de produção.
Biocombustível de aviação
O bioquerosene tem algumas características que tornam seu controle de qualidade mais rigoroso que o de outros biocombustíveis.
Há um fator de risco muito elevado no biocombustível de aviação porque a maioria dos combustíveis tende a congelar nas baixíssimas temperaturas das altitudes a que os aviões são submetidos.
Assim, como o querosene de aviação tradicional, o biocombustível precisa ter o mesmo ponto de congelamento em níveis inferiores a essas temperaturas. Esses parâmetros já foram testados em laboratório com sucesso.
Resta agora apoio de empresas para o teste em aviões. É preciso garantir o funcionamento das turbinas, sem falhas, o que requer um combustível com elevado grau de qualidade.
As vantagens, no entanto, são muitas, além de vir de fonte renovável e sustentável, o processo verde de produção do biocombustível reduz a geração de gases causadores de efeito estufa.
Redação do Site Inovação Tecnológica
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