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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Acordo entre Brasil e China prevê criação e produção de vacinas

O acordo firmado entre uma empresa brasileira com a China e o Canadá nesta terça-feira (28) tem o objetivo de criar e produzir vacinas contra a tuberculose e para aumentar a sobrevida de pacientes com câncer.

O pacto foi feito durante uma convenção de biotecnologia realizada nesta semana na capital norte-americana. Durante entrevista ao G1, Fernando Kreutz, presidente da empresa responsável pelo intercâmbio da tecnologia, afirmou que o acordo vai permitir a exportação de tecnologia para o Canadá (vacina terapêutica contra câncer de próstata) e permitir o desenvolvimento e futura fabricação de imunizações com a China (tuberculose).

Ambas as vacinas não estão prontas e passam por estudos científicos para comprovação da eficiência, prática comum para a aprovação de medicamentos e vacinas por parte dos órgãos fiscalizadores governamentais.

Intercâmbio tecnológico – A imunização padrão para tuberculose no Brasil é a vacina BCG, disponível na rede pública e produzida em solo nacional. A nova vacina a ser desenvolvida pela parceria sino-brasileira servirá, a princípio, como um complemento da BCG. “Por enquanto, nós temos estudos pré-clínicos”, lembra Kreutz. “Mas o objetivo não é substituir a vacina atual, mas aumentar o raio de ação dela combinando outro tipo de biofármaco.”

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a BCG é produzida com versões “atenuadas” dos bacilos responsáveis pela tuberculose. Ela pode ser administrada em pacientes soropositivos, mas não é recomendada a pessoas que já tenham desenvolvido a infecção causada pelo vírus da Aids.

Já as vacinas para combate ao câncer são mais recentes. A primeira delas, para tratar câncer de próstata, foi aprovada pelo FDA – órgão do governo norte-americano responsável por controlar alimentos e remédios no país – apenas em 2010. Para Kreutz, após a desconfiança inicial, o objetivo agora é produzir uma versão mais competitiva da vacina.

“Está completamente comprovada a eficiência de outras versões da vacina. Ela pode aumentar a sobrevida dos pacientes, amenizar os sintomas”, explica.

Os estudos clínicos de fase 2 foram feitos em 146 pessoas. Segundo Kreutz, 37% dos participantes apresentou queda em um marcador para a evolução de um câncer chamado antígeno prostático específico (PSA, na sigla em inglês). O teste de PSA permite saber se um câncer de próstata está crescendo ou estável.

A vacina é produzida a partir do material colhido no próprio corpo do paciente. Após o “cultivo” das células cancerígenas em laboratório, o material é administrado na pessoa com a doença. No final, o sistema de defesa passa a reconhecer a ameaça e passa atacar as células que antes não eram detectadas como nocivas ao organismo.

(Fonte: G1)

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