Kumi Naidoo foi detido após protagonizar ação em plataforma de petróleo na Groelândia
O Diretor Executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo, foi preso após invadir uma zona oceânica de exclusão e escalar uma controversa plataforma de petróleo localizada a 120 quilômetros da costa da Groelândia.
Às 6h45 da manhã de sexta-feira (horário local), um barco inflável transportando Naidoo foi lançado ao mar pelo navio Esperanza. Para tentar evitar a escalada de uma escada de 30 metros pelo diretor, a operadora da plataforma, Cairn Energy, disparou poderosos jatos de água contra Naidoo, que resistiu bravamente à água congelante e seguiu rumo ao local em meio ao oceano Ártico.
Completamente molhado, ele pediu que Cairn imediatamente pare de perfurar novos poços de petróleo e deixe o Ártico. Naidoo também solicitou um encontro com o chefe da plataforma para que ele entregasse uma lista com o nome de 50 mil pessoas de todas as partes do planeta que escreveram emails para a operadora, pedindo que ela publique o plano de segurança em caso de vazamento de óleo. O documento tem sido o centro de uma longa campanha do Greenpeace no Ártico.
Momentos antes de sua prisão, Kumi Naidoo falou pelo radio com a tripulação do Esperanza, dizendo:
“Parece que eu estou sendo preso agora. Eles dizem que eu serei levado à Groelândia, mas eu não sei o que acontecerá depois. Eu fiz isso por que a perfuração de dutos de óleo é uma das batalhas ambientais da nossa era. Eu sou africano mas eu me importo profundamente sobre o que está acontecendo aqui. O derretimento acelerado da região do Ártico é um grave aviso para todos nós. Então não nos impressiona que companhias como a Cairn enxerguem isso como uma chance de agravar ainda mais a crise climática que vivemos. Nós temos que estabelecer um limite e dizer não. E é isso que estou fazendo aqui e agora no Ártico”.
Como o helicóptero em que Naidoo e seu companheiro ativista Ulvar Arnkvaern partiu da plataforma, Ben Stewart, que estava embarcado no Esperanza, disse:
“Após mais de um mês de ação para parar as perigosas perfurações profundas no Ártico, e 22 ativistas presos entre eles Kumi, é hora de acelerar a campanha e levá-la para fora do Ártico”.
“Estamos agora deixando a área e levando a campanha contra as perigosas perfurações no Ártico para outros lugares. O próximo passo da campanha será um tour científico na Groelândia para investigar o impacto no clima que já está em andamento. Nós continuaremos a insistir para que o plano de segurança em caso de vazamento de óleo seja divulgado”.
“Isto está longe do fim. A batalha para parar a perfuração de dutos de oleo no Ártico está apenas começando. Um movimento está sendo criado contra esta loucura, e desafiará todas as vezes as companhias de petróleo até que elas se retirem do Ártico. Estes são anos críticos, de luta para prevenir os piores efeitos das mudanças climáticas que serão vencidos ou perdidos. O derretimento do gelo é um aviso, e se tivermos a sabedoria para ter cuidado com isso um futuro melhor ainda é possível”.
Kumi, 45 anos, era um jovem líder no movimento antiapartheid na África do Sul, onde ele foi preso várias vezes e acusada por desobediência civil, e violação do estado de emergência. Ele viveu ilegalmente antes de ser forçado a deixar a África do Sul e viver no exílio no Reino Unido.
Fonte: Greenpeace
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