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sábado, 20 de novembro de 2010

81% dos jovens nunca usaram critérios de sustentabilidade ao comprar

No entanto, 34% dos entrevistados acreditam que privilegiar empresas responsáveis induz melhorias na sociedade, mostra estudo da ESPM

Embora concordem que os cidadãos podem influenciar melhorias sociais por meio de suas escolhas de consumo, os jovens brasileiros ainda usam muito pouco seu poder de compra para induzir práticas sustentáveis nas empresas. Essa é a principal conclusão da pesquisa “Juventude, Consumo e Política”, realizada pelo Centro de Altos Estudos da Escola Superior de Propaganda e Marketing (CAEPM), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o banco Santander, apoiador pioneiro do Akatu.

Divulgado na quarta-feira (11/11), o estudo revela que 81% dos jovens brasileiros admitem que, nunca levaram em consideração como fator de escolha na compra se o fornecedor ou o fabricante cumpre princípios éticos e de preservação ambiental e social. Por outro lado, 34% acreditam que ao privilegiar essas empresas na hora da compra, podem induzir melhorias sociais e a vida no planeta.

Os entrevistados afirmaram que entre as principais dificuldades para praticarem o consumo consciente estão os preços dos produtos (para 45% os produtos sociais ou ambientalmente corretos são mais caros) e a dificuldade de identificar esses produtos e serviços (39%).


"Os dados da pesquisa confirmam o que já ocorre na sociedade brasileira como um todo, ou seja, há uma disposição considerável em praticar boas ações. As pessoas, inclunido os jovens que foram pesquisados, sabem claramente o que é certo e o que é errado. Entretanto há uma certa dificuldade na hora de praticar a ação concreta em benefício do bem", avalia Lívia Barbosa, diretora de pesquisa do CAEPM e membro do Conselho Acadêmico do Instituto Akatu. "Mas por outro lado, ainda existem problemas estruturais sérios no Brasil para que as pessoas possam adotar estilos de vida sustentáveis. Para se ter uma idéia, nem todos têm a possibilidade de praticar a reciclagem porque suas cidades não oferecem estruturas para coleta seletiva", defende.

No geral, Barbosa considera os resultados da pesquisa satisfatórios. "De certa forma já esperava esses resultados. Eles abrem boas prespectivas para o futuro, considerando nossa realidade", afirma.

O levantamento foi feito com objetivo de verificar o quanto a prática de consumo responsável está consolidada entre jovens de 16 a 25 anos e como isso se relaciona às práticas políticas tradicionais, além de estabelecer as bases iniciais para a criação de um índice de consumo responsável para a sociedade brasileira.

Rogério Ferro, da equipe Akatu

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