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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Brasil teme “FMI ambiental” nas metas de redução

Apesar de ser um documento fraco e de ter sido rejeitado por vários países, o Acordo de Copenhague contém entendimentos políticos considerados importantes.

Essas assimilações devem ser incorporadas ao texto do chamado LCA, que debate o futuro regime de proteção ao clima em todo o mundo.

A esperança é que a meta de limitar o aquecimento a 2ºC e o fundo verde para o combate à mudança climática nos países em desenvolvimento – pontos do acordo – virem itens “oficiais”.

Mas Copenhague deixou também uma espécie de “ativo tóxico” que está causando celeuma entre os países ricos e aqueles que estão em desenvolvimento.

É a chamada ICA, sigla em inglês para Análise e Consultoria Internacional.

O termo foi criado pelo Acordo de Copenhague para designar a verificação das metas voluntárias de redução de emissões de poluentes adotadas pelos países em desenvolvimento e sem financiamento externo.

FMI ambiental – EUA, o Japão e outros países que estão no grupo dos desenvolvidos acham que a ICA deve ter cunho de debate político, no qual as ações verificadas seriam passíveis de cobrança – da mesma forma como o FMI (Fundo Monetário Internacional) prescreve políticas para vários países.

Já alguns países emergentes, como o Brasil, veem isso como uma ingerência externa e defendem que a ICA seja apenas um órgão técnico e não de regulação das políticas ambientais.

Como a ICA só vale para países em desenvolvimento, teme-se também que os EUA fiquem, mais uma vez, livres para adotarem suas ações de redução de CO² como, quando e se quiserem.

“O Brasil não tem problemas com transparência, mas tem problemas com análise do tipo que o FMI faz”, disse à Folha o embaixador extraordinário para a Mudança do Clima, Sérgio Serra.

(Fonte: Claudio Angelo/ Folha.com)

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