O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou, nesta sexta-feira (27), que, se o excesso de peso continuar atingindo os brasileiros no ritmo atual, nos próximos 10 anos a obesidade poderá alcançar dois terços da população.
“Os índices de sobrepeso são preocupantes. Se não mudarmos isso agora, em uma década vamos enfrentar o mesmo problema que os americanos enfrentam quando o assunto é obesidade”, afirmou. O ministro analisou dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo, divulgado nesta sexta, avaliou o estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos.
De acordo com o ministro, um dado positivo da pesquisa é a redução dos índices de desnutrição infantil. Em comparação a 1975, o índice caiu de 29,3% para 7,2% entre meninos e de 26,7% para 6,3%, entre meninas.
“Aconteceram reduções em todas as regiões e o principal motivo para isso foi o acesso ao saneamento básico e o acesso à saúde. São dados que temos que comemorar”, disse o ministro, que ressaltou que a desnutrição na Região Norte continua acima das demais regiões.
De acordo com a pesquisa, quase metade da população brasileira (49%) com 20 anos ou mais está com excesso de peso, e, segundo Temporão, nos últimos seis anos, os índices de obesidade cresceram um ponto percentual por ano.
Segundo o ministro, além da alimentação ruim e da falta de informação sobre a obesidade, a violência urbana também contribui para o aumento do sobrepeso. “A violência urbana tirou o espaço público das crianças, fazendo com que a maioria delas não fizesse exercícios físicos regulares”, afirmou.
De acordo com a pesquisa que analisou dados de 188 mil pessoas, a obesidade e o excesso de peso são encontrados em todos os grupos de renda e todas as regiões do Brasil, em crianças a partir de 5 anos.
Em 2008, 33,5% das crianças de 5 a 9 anos estavam acima do peso, sendo que 16,6% do total de meninos eram obesos e 11,8% das meninas estavam com sobrepeso. O excesso de peso está mais presente nas grandes cidades do que na área rural, e o Sudeste se destacou com maior percentual de crianças com excesso de peso.
Ainda segundo a pesquisa, o aumento de peso em adolescentes de 10 a 19 anos foi contínuo desde 1975. Para os meninos, esse índice passou de 3,7% para 21,7%, o que representa um aumento de seis vezes. Já entre as meninas da mesma idade, as estatísticas triplicam, e passaram de 7,6% para 19%.
(Fonte: Thamine Leta/ G1)
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