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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Vacina antivermes da Fiocruz entra na fase final de testes

Vacina contra vermes

Há 35 anos, a Fiocruz estuda uma vacina para helmintos (vermes), principalmente com foco no combate à esquistossomose, doença que atinge 200 milhões de pessoas no mundo.

Os pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) isolaram, em 1990, uma molécula que é vital para os helmintos - a SM14. Os resultados foram protegidos por patentes.

Com base nesta molécula, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os estudos permitiram obter dois produtos: um candidato a vacina para esquistossomose (que terá a fase 1 de testes clínicos iniciada pela Fiocruz ainda em 2010) e uma vacina para a fasciolose, doença parasitária mais comum em gado no mundo.

Boas práticas de fabricação

Estão agora em curso estudos de formulação para maximizar a proteção da vacina, de forma eficaz e segura. Trata-se da primeira vacina totalmente brasileira e a única vacina parasitária do mundo.

Recentemente, os pesquisadores conseguiram escalonar a molécula em laboratório e produzir o chamado "lote GMP", produzido em condições de boas práticas de fabricação (Good Manufacturing Practices).

Esta etapa é fundamental para a realização de testes clínicos humanos. Além disso, foi desenvolvida a grade de controle de qualidade, dentro dos mais rigorosos padrões internacionais.

Parceria público privada

Em 2005, a empresa Alvos licenciou a vacina veterinária e a vacina humana desenvolvida pelos pesquisadores da Fiocruz, numa parceria público privada. Agora, a Ourofino Agronegócios Ltda acaba de adquirir a Alvos, assumindo todo o processo.

A coordenadora da pesquisa, a médica Mirian Tendler, do IOC/Fiocruz, aponta que conseguir um parceiro industrial dentro do Brasil é uma grande conquista. "Com a parceria, a vacina contra fasciolose hepática terá seu desenvolvimento muito acelerado," afirma.

Agência Fiocruz

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