Regeneração da medula espinhal
Pela primeira vez, cientistas conseguiram promover a regeneração de conexões nervosas que controlam os movimentos voluntários depois de uma lesão da medula espinhal.
O experimento, feito em animais, mostra o potencial para novas abordagens terapêuticas para a paralisia decorrente de acidentes ou para outras deficiências motoras.
A equipe, de três universidades norte-americanas, demonstrou que o bloqueio que impede o crescimento de novas fibras nervosas pode ser liberado por meio da inibição ou da eliminação genética de uma enzima específica nas células nervosas danificadas.
O trabalho aponta para a possibilidade do desenvolvimento de terapias que tenham como alvo essas enzimas responsáveis pelo bloqueio.
Regeneração dos nervos
"Até agora, a regeneração robusta dos nervos vinha se mostrando impossível de ocorrer na medula espinhal," afirma Oswald Steward, coautor da pesquisa. "A paralisia e a perda de funções causadas por lesões medulares tem sido considerada incurável, mas nossa descoberta aponta caminhos para uma terapia potencial capaz de induzir a regeneração das conexões dos nervos após uma lesão da medula espinhal em seres humanos."
Durante o estudo, os pesquisadores observaram uma atividade muito pequena da enzima mTOR ocorrendo nos neurônios adultos danificados, localizados no trato corticoespinhal, o conjunto de axônios entre o córtex cerebral e a medula espinhal.
A enzima mTOR é responsável pela promoção do crescimento dos neurônios.
Quando os pesquisadores aumentaram a atividade da mTOR, ao bloquear geneticamente seu regulador - uma outra enzima, chamada PTEN - houve um aumento tanto no crescimento das fibras nervosas intactas restantes após a lesão, como na capacidade de as fibras danificadas voltarem a se desenvolver e a reconectar com as células nervosas das áreas não danificadas.
Recuperação dos movimentos
A pesquisa atual ainda não estudou em que medida as novas conexões formadas por essas fibras que se regeneraram resultaram na recuperação funcional ou na melhoria da mobilidade.
Segundo os autores do estudo, isso ainda precisará ser investigado, assim como se o método poderá vir a ser efetivamente experimentado em humanos com problemas de movimento devido a acidentes na medula espinhal.
Este será justamente o próximo passo da pesquisa, quando os cientistas planejam estudar se tratamentos baseados na deleção da PTEN levam realmente à restauração dos movimentos. Esta nova etapa também será feita em camundongos com lesões na medula espinhal.
Redação do Diário da Saúde
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