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domingo, 3 de junho de 2012

Mito ou realidade: Passar frio te deixa gripado ou resfriado?

Sua mãe manda você ficar bem agasalhado nos dias frios para não pegar gripe? Ouvimos essa história desde crianças, mas a verdade é que pegar frio não causa resfriado. Não estamos dizendo para você andar com pouca roupa nos dias de inverno, afinal, é legal estar quentinho e aquecido. Mas a relação entre a temperatura do ambiente e gripe não existe. É mais um daqueles mitos que, de tão propagados, é difícil acreditar que não são verdade. • 6 estratégias naturais para prevenir resfriados O que acontece é que, em dias gelados, as pessoas costumam passar mais tempo em ambientes fechados – seja em casa, escola, trabalho ou ambientes de encontros coletivos. Assim, fica mais fácil para as pessoas doentes transmitirem o vírus para as outras que estão próximas. A contaminação acontece através de gotículas expelidas pelas vias aéreas, que podem se fixar em objetos. O mito também pode ser explicado pelo fato de que alguns tipos de vírus da gripe se multiplicam mais facilmente no frio. E aí, será que sua mãe vai acreditar nos cientistas? Mito: tempo frio causa resfriados? Todas as mamães e avós acreditam nessa história – e seus filhos e netos já precisaram carregar muitos “casacos desnecessários” por aí à custa desse mito. Mas será que ele tem fundamento? Confira a resposta. Que nos desculpem as mães, mas o fato é que não há nenhuma evidência conclusiva de que tempo frio cause mais resfriados e você precise se agasalhar. O que acontece é que, quando está mais fresquinho, temos a tendência de ficar agrupados em espaços fechados, buscando calor – e essas são as condições perfeitas para transmissão de vírus pelo ar. Apesar de você ficar mais suscetível a doenças quando seu sistema imunológico não está funcionando bem, ainda não há evidências de que temperaturas mais baixas causem esse problema. Então a dica para evitar os resfriados é ficar em lugares ventilados e evitar o contato com pessoas que já estejam doentes. Ar-condicionado pode causar resfriado? Para quem vive em regiões quentes, o ar-condicionado pode ser uma benção no verão. Porém, várias dúvidas já foram levantadas sobre o aparelho milagroso: algumas pessoas acreditam que quedas bruscas de temperatura podem prejudicar o sistema imunológico e outros dizem que o ar-condicionado atua como uma “máquina de germes”, cultivando bactérias e vírus e recirculando-os em espaços fechados. Até que ponto essas alegações são verdade? Segundo especialistas em alergia e imunologia, tal como acontece com os resfriados e outras doenças respiratórias contraídas no inverno, o ar frio em si não é o culpado; os vírus são. Ainda assim, alguns pesquisadores da Universidade de Cardiff, do País de Gales, dizem que é possível que o ar-condicionado contribua de alguma maneira a infecções respiratórias. Eles extraem a umidade do ar, que pode secar o muco protetor que reveste nossas narinas, permitindo que vírus tenham uma melhor chance de se estabelecer no nosso nariz. Outro estudo de 2004 analisou 920 mulheres adultas e descobriu que as que trabalhavam em escritórios com ar-condicionado central faltavam mais por motivo de doença e visitavam mais médicos de ouvido, nariz e garganta do que as que não trabalhavam em ambientes resfriados artificialmente. Um estudo semelhante com quase 800 trabalhadores de escritório em 1998 também encontrou mais sintomas de doença em trabalhadores de escritórios com ar-condicionado, em comparação com trabalhadores de escritórios com ventilação natural. Ou seja, há evidências de que ambientes com ar-condicionado podem contribuir para doenças, mas não são conclusivas ou definitivas. Mito ou realidade: estresse pode deixar você doente? De fato: estresse e doenças estão entrelaçados. Há alguns anos já se sabe que o estresse psicológico aumenta o risco de doenças cardiovasculares, gripes, resfriados e até alergias. Mas como um leva ao outro? Pesquisas recentes mostram que o hormônio cortisol tem um papel decisivo. Liberado em grandes quantidades em momentos de estresse pelas glândulas suprarrenais, esse hormônio abastece o corpo com uma ‘explosão’ de energia. Ele também ajuda na resposta do sistema imune do corpo a infecções e inflamações, mantendo diversas doenças sob controle. Mas quando os níveis de cortisol permanecem elevados, o corpo se torna menos sensível ao hormônio, da mesma maneira que níveis elevados de insulina podem levar à resistência à insulina. Cientistas da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, colocaram isso à prova. Em um experimento, 276 adultos saudáveis foram expostos a vírus de gripes, mantidos em quarentena e monitorados por cinco dias. Aqueles que passaram por experiências estressantes estiveram mais propensos a mostrar resistência ao cortisol. E tiveram mais chances de desenvolver resfriados, também de acordo com outra pesquisa, publicada no periódico científico PNAS. Outro ponto importante a ser levado em conta é que as pessoas mais resistentes ao cortisol eram também as que mais produziam citoquinas, componentes do sistema imunológico que promovem inflamações e que aumentam a severidade dos sintomas. “Já que a inflamação tem um papel importante no começo e na progressão de um amplo espectro de doenças, esse processo tem grandes implicações para o entendimento do papel do estresse”, afirmam os pesquisadores. Quem pega um resfriado e por quê? Imagine a seguinte situação: se você ficar resfriada e for exposta a 100 pessoas, quantas vão pegar a doença e por quê? Segundo os médicos, as taxas de transmissão podem variar de 50 a 80% (ou seja, das pessoas que estiveram em contato com o doente, 50 a 80% podem exibir sintomas). Quanto ao porquê de alguns serem poupados, há muitas possibilidades. “Há centenas de tipos de vírus do resfriado, e eles têm diferentes taxas de infectividade”, disse a Dra. Elizabeth Jacobson. “A exposição anterior ao vírus em questão deve levar a imunidade, mas a imunidade pode diminuir ao longo do tempo, e os vírus sofrem muitas mutações”. A resistência pode ser comprometida por uma série de fatores, desde a privação de sono a doenças respiratórias subjacentes. Imunodeficiência, causada por medicamentos ou doenças, também podem predispor uma pessoa a pegar um resfriado. As pessoas que lavam as mãos com menos frequência ou tocam seus olhos e nariz com mais frequência são mais propensas a pegar um resfriado, assim como aquelas que gastam mais tempo ao lado de uma pessoa infectada. Além disso, a Dra. Jacobson diz que é possível ter um resfriado sem sintomas perceptíveis, que variam de tipo para tipo de vírus e de pessoa para pessoa. Comunicabilidade também depende da quantidade de vírus nas secreções da pessoa doente. É mais elevada no início do resfriado, e começa a cair depois de três ou quatro dias. Além disso, a temperatura do ar e a umidade podem afetar quanto tempo os vírus do resfriado podem sobreviver em superfícies inanimadas. Mito: inalar vapor de água alivia os sintomas do resfriado? A medicina antiga sugere que inalar vapor ou ar umidificado limpa narizes congestionados, melhora a respiração e mata os vírus do resfriado, que são sensíveis ao calor. Estudos de laboratório mostram, por exemplo, que o rinovírus, a causa mais comum dos resfriados, fica inativado a temperaturas acima de 42,78 graus Celsius. No entanto, até agora, muitos estudos não conseguiram encontrar fortes indícios de que uma dose de ar aquecido ou umidificado faz qualquer diferença para quem está resfriado. Em 2006, pesquisadores utilizaram o recurso da combinação de dados em seis estudos anteriores com pessoas resfriadas que foram expostas a vapor de água aquecida. Três dos estudos mostraram benefícios, enquanto os outros encontraram ou um agravamento dos sintomas ou nenhuma mudança nos níveis de anticorpos ou de vírus. Um desses estudos, de 1994, com 68 doentes, ministrou tratamentos de vapor de 60 minutos que elevaram a temperatura no interior do nariz ao exigido 42,78° C. Os tratamentos não tiveram efeito sobre os sintomas, como congestão e espirros. Em última análise, o relatório concluiu que a inalação de vapor quente não deve ser recomendada como remédio para resfriado até que outras pesquisas confirmem a sua utilidade. http://hypescience.com

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